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Somos uma família católica, abençoada com seis filhos na Terra e um no Céu. Procuramos viver a fé com simplicidade e generosidade. Queremos partilhar com outras famílias a alegria de sermos Igreja Doméstica na grande família da Igreja Católica.
O dia do retiro amanheceu muito cedo, como costume. Às sete da manhã, encontrámo-nos no Santuário de Nossa Senhora Auxiliadora com os nossos amigos que nos iam acompanhar: a São, a Vera e a sua filhota Maiara, a Isabel e o João, catequistas da Lúcia, com as filhas Maria e Maria João. Esta simpática família fez o seu primeiro retiro há um ano, e desde então não perdem um! Seguimos em caravana até Neiva, onde chegámos pelas nove horas.
A pequena aldeia brilhava alegremente à luz da manhã. À nossa frente, uma estrada de terra batida e bem esburacada conduzia-nos até ao mar. Seria por aqui o caminho? Não devíamos antes seguir por uma estrada larga e alcatroada? Ri-me para comigo, a pensar no humor de Jesus. Na verdade, não faz sentido procurar estradas largas quando o Evangelho nos diz:
"Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos seguem por ele.
Como é estreita a porta e quão apertado o caminho que conduz à vida, e como são poucos os que o encontram!" (Mt 7, 13-14)
E a verdade é que o caminho acidentado e poeirento foi difícil de encontrar e de percorrer por quase todas as famílias participantes, mas levou-nos a um verdadeiro paraíso terrestre:
A Paula estava à nossa espera para nos abrir a porta e podermos assim preparar a casa para o Retiro. Entretanto, a Olívia e a sua família (do blogue Adotar Amar Viver) chegaram, e de imediato arregaçaram as mangas e começaram a trabalhar. Que alegria, abraçar os amigos e fazer uma festinha na barriga da Olívia, onde muito resguardado, viaja ainda o filhote mais novo! Também vieram a Lena (As Surpresas de Deus), o James e o Xavier, que tinham chegado a Viana de véspera, aproveitando para fazer umas mini-férias em torno do nosso retiro. É tão bom estar entre amigos, nas Famílias de Caná!
Entretanto, os participantes foram chegando. Algumas caras já conhecidas dos retiros da Quaresma e do Natal, e outras novas, mas já sobejamente conhecidas virtualmente... Entre elas, emocionou-me especialmente encontrar a Cecília, com o seu magnífico sorriso a transbordar felicidade. Lembram-se dela? Escrevi sobre a sua aventura feliz com o cancro aqui... Foi tão bom abraçá-la!
Os mais novos não perderam tempo a fazer novas amizades e a explorar o imenso espaço circundante.
O nosso retiro começou com a santa missa, celebrada pelo pároco de Barcelinhos, paróquia a que pertencem os Irmãos de La Salle. Foram eles que nos propuseram este retiro e que convidaram a maior parte das famílias nele participantes.
Depois, os mais pequeninos ficaram com a Vera e a São, duas grandes educadoras de infância. Fizeram jogos e escutaram histórias sentados em duas mantas fofinhas...
... E brincaram na praia, onde encontraram muitas pedras para pintar!
Olhem só para esta selfie à beira-mar:
Na foz do Neiva, longe das ondas fortes, puderam molhar os pés em segurança. Que alegria!
E os jovens? Os jovens passaram o dia com o Niall, meditando e trabalhando o Mistério das Bodas de Caná a partir do meu livro Os Mistérios da Fé. Mas vou deixar o Francisco ou a Clarinha escrever sobre o seu dia num outro post. Deixo-vos apenas com algumas fotografias sugestivas, na esperança de vos encorajar também a participar, um dia, nesta aventura:
Entretanto, os adultos refletiram sobre as Seis Bilhas das Famílias de Caná, num clima de retiro, de silêncio, e de partilha.
À hora de almoço, e como eu calculara, a merenda foi uma típica merenda de cristãos: da partilha nasceu a abundância, e se não sobejaram doze cestos cheios, andou lá perto!
Depois, chegou a hora da magia. O Francisco encantou e arrancou grandes gargalhadas a pequenos e grandes. Ao terminar, tirou o seu chapéu e pôs-nos a todos a rezar a Maria. Que belo momento!
Terminámos o retiro em oração familiar, com cânticos alegres, o terço na mão e a consagração de cada família à Mãe de Caná. Com um gesto simbólico, cada um de nós deitou um pouco da sua água na bilha que Maria nos oferece.
Infelizmente, um dos momentos mais importantes do retiro - a adoração e as confissões - teve de ser cancelado, porque o padre Manuel Graça foi obrigado a deixar o retiro logo depois da missa. O irmão Guillermo tentou contactar todos os sacerdotes que conhecia na região, mas não foi possível a nenhum deslocar-se até à Casa de Neiva. Mas Jesus não nos abandonou: de manhã, na eucaristia, o padre Manuel tinha consagrado já uma hóstia para a adoração da tarde, e com a ajuda do irmão Guillermo, tinha improvisado um sacrário num recanto do salão, onde Jesus permaneceu todo o dia. Foi pois na sua Presença sacramental que rezámos durante a oração da tarde.
O retiro terminou, mas ninguém parecia ter pressa em ir embora. Ali mesmo, junto à imagem da Mãe de Caná, conversando com várias famílias, vi os esboços de algumas Aldeias de Caná, lá para os lados de Barcelos e de Famalicão... Rezo para que o fogo do Espírito, tão forte no retiro, não deixe de queimar estes corações, e em breve tenhamos belas notícias destas novas "Aldeias"!
Finalmente, ficámos apenas o grupo que foi de Mogofores e a família da Olívia.
- Mãe, queremos ir à praia! Por favor!
Eram seis e meia da tarde, daquele que foi talvez o dia mais quente do ano até agora.
- Acho uma ótima ideia! Toca a vestir os fatos de banho!
A hora que se seguiu foi deliciosa... Não fomos à praia, porque o mar estava muito bravo, mas à foz do Neiva, que se avistava da casa onde nos encontrávamos. Observem as imagens e tentem imaginar o quanto nos divertimos!
No meio de tanta brincadeira, o João caiu à água vestido. Quantas gargalhadas divertidas!
Seguiu-se um banho quente e um belo jantar. Tínhamos combinado entre todos levar ovos, por ser muito prático de cozinhar. Não entrámos para o Guiness, mas estivemos perto, ao devorar numa única refeição quase quarenta ovos caseiros!
No nosso grupo temos várias cozinheiras de grande qualidade. Entre elas, a Vera até tem um blogue dedicado às suas receitas favoritas. Ultimamente, decidiu "cristianizar" o seu blogue, partilhando não só receitas, como também a sua fé. Se gostam de cozinhar e se querem aprender a fazer receitas apetitosas para as múltiplas festas do calendário litúrgico, visitem o seu blogue: Pipoquices cor de rosa!
E neste clima de alegria e de festa, a noite chegou docemente... Mas a nossa aventura do fim-de-semana ainda não estava terminada. Amanhã conto-vos porquê.
Não sei o que é que as famílias recebem através do retiro que lhes proporcionamos, mas sei aquilo que nós, Família Power, recebemos: graça sobre graça. As Famílias de Caná têm sido uma verdadeira bênção na nossa vida, preenchendo os nossos dias com amizades sinceras e alegrias simples.
Na mensagem do dia 2 de maio, em Medjugorge, Nossa Senhora disse à Mirjana: "A santidade opera milagres". Penso poder dizer: "A procura da santidade opera milagres". Porque se nós ainda estamos bem longe de sermos santos, já vemos os milagres a acontecer à nossa volta e na nossa vida.
Que Deus abençoe os nossos amigos e todas as Famílias de Caná! Ámen.
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