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O passarinho e a porta estreita

por Teresa Power, em 04.11.15

Solenidade de Todos os Santos. A missa é verdadeiramente festiva e solene, com direito a incenso e a procissão de entrada. Ao microfone, canto a plenos pulmões a alegria dos santos no céu. 

É então que me apercebo de um leve bater de asas por sobre a minha cabeça: levantando os olhos, vejo um pequeno passarinho, muito assustado, esvoaçando sem parar. Como terá ele entrado na igreja? Certamente terá encontrado a porta principal - larga, espaçosa - aberta... Mas agora a porta já está fechada, a missa vai começar, e a pobre avezinha não tem como sair para o céu azul.

Durante toda a Eucaristia, o passarinho esvoaça no santuário, triste prisioneiro entre quatro paredes de pedra. Os vitrais podem ser belíssimos, a música animada, mas ele não está minimamente interessado: o seu único intento é encontrar a saída para a sua liberdade e o seu céu...

Finalmente, a missa termina. A porta principal do santuário continua fechada, mas as portas laterais, mais estreitas, abrem-se para as pessoas passarem, e no meio da confusão, deixo de ver o passarinho. Certamente aproveitou o abrir da porta para também ele sair... Afinal, mesmo aflito, conseguiu passar pela porta estreita que conduz à liberdade, tão diferente da porta larga e espaçosa que o fez prisioneiro, uma hora antes. Já diz o Evangelho:

 

 "Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que seguem por ele. Mas estreita é a porta e apertado o caminho que conduz à Vida, e como são poucos os que o encontram!" (Mt 7, 13-14)

 

Durante a eucaristia, dei comigo várias vezes a meditar neste mistério. Também eu me sinto muitas e muitas vezes como um passarinho prisioneiro numa gaiola dourada. Que me interessam todas as coisas da Terra? Que me importam todas as honras dos homens? A única coisa que realmente me atrai é o Céu... Disse Santo Agostinho: "Criaste-nos para Vós, Senhor, e o nosso coração está inquieto enquanto não repousar em Vós." Como é verdade!

Ah, possa eu sempre encontrar a porta estreita que me leva a Deus, como os santos que neste dia celebrávamos, e que vivem agora tão felizes, tão felizes, tão imensamente felizes...

nuvens 3.JPG

 Amen!

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publicado às 06:00


2 comentários

De Anónimo a 04.11.2015 às 12:28

Excelente analogia! Parabéns! Também gostei daquele post em que lembrava que a própria Sagrada Família já foi refugiada. É sempre bom lembrar que as Escrituras não estão longe do que nos acontece no dia-a-dia!

De Olívia a 04.11.2015 às 12:42

Mas tantas vezes nós (eu) não gostamos da porta estreita, não gostamos de sofrer, não gostamos de passar por dificuldades, estamos apegados às coisas terrenas... passamos a vida a reclamar... temos tanto para aprender!!!

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