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Somos uma família católica, abençoada com seis filhos na Terra e um no Céu. Procuramos viver a fé com simplicidade e generosidade. Queremos partilhar com outras famílias a alegria de sermos Igreja Doméstica na grande família da Igreja Católica.
A Winnie é a nossa cadela mais velhinha. Tinha apenas umas semanas de vida quando a fomos buscar à ninhada que havia nascido na casa de um vizinho. O Francisco, de quatro anos apenas, escolheu-a imediatamente de entre os vários cachorrinhos: "Quero a preta!" E assim foi. A Winnie veio para nossa casa e adoptou-nos tão depressa quanto nós a adoptámos também.
De início, fez imensos disparates, como todos os cachorros. Depois foi crescendo e entendendo as normas da vida em sociedade de humanos, e nunca mais tivemos problemas. Já foi mãe por duas vezes, e de ambas as vezes entregámos a amigos todos os cachorrinhos com excepção de um. Assim, à Winnie juntou-se primeiro a Jenny, uma bela cadelinha branca, que infelizmente morreu envenenada há dois anos; e depois o Jack, o cão castanho com pêlo áspero e ar assustador, mas mais manso que uma pomba:
Primeira ninhada da Winnie - a Jenny a mamar - outubro de 2006
O Francisco e a Clarinha a brincar com a ninhada da Winnie - a Jenny ao colo da Clarinha...
Segunda ninhada da Winnie - o Jack é o único cachorro castanho - maio 2007!
O David a brincar com um dos muitos cachorrinhos...
A Winnie a brincar com a Jenny e o Jack!
Ouvi um dia um humorista dizer: "Quem me dera ser a pessoa que o meu cão acha que eu sou!" Na verdade, não há maior lealdade que a do nosso cão. Por nós, eles fazem tudo! A Winnie viu chegar à nossa família cinco bebés, e aos cinco adoptou de imediato como seus donos. Sempre que alguém vinha visitar o recém-nascido, a Winnie colocava-se estrategicamente ao lado do berço, com ar protector.
A hora preferida dos nossos cães é a hora da nossa refeição. Entusiasmadíssimos, a Winnie e o Jack colocam-se debaixo da cadeira da Sara, em primeiro lugar, e do António, em segundo. É aí que caem a maior parte das migalhas, e os nossos cães não deixam que nenhuma se perca! Com estes dois aspiradores naturais, o nosso chão está sempre limpo de restos alimentares...
A que propósito estou eu para aqui a escrever sobre os nossos cães? A propósito do Evangelho de hoje:
"Naquele tempo, Jesus retirou-Se para os lados de Tiro e Sidónia. Então, uma mulher cananeia, vinda daqueles arredores, começou a gritar: «Senhor, Filho de David, tem compaixão de mim. Minha filha está cruelmente atormentada por um demónio.» Mas Jesus não lhe respondeu uma palavra. Os discípulos aproximaram-se e pediram-Lhe: «Atende-a, porque ela vem a gritar atrás de nós.» Jesus respondeu: «Não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel.» Mas a mulher veio prostrar-se diante d'Ele, dizendo: «Socorre-me, Senhor.» Ele respondeu: «Não é justo que se tome o pão dos filhos para o lançar aos cachorrinhos.» Mas ela insistiu:«É verdade, Senhor, mas também os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa dos seus donos.» Então Jesus respondeu-lhe: «Mulher, é grande a tua fé. Faça-se como desejas.» E a partir daquele momento, a sua filha ficou curada." (Mt 15, 21-28)
Jesus gostava de provocar a fé nos que O rodeavam! Já aqui falei do cão de Tobias. Agora falo-vos do cão do Evangelho... e dos nossos cães. Possamos nós, como eles, revelar pelos que nos são próximos um amor incondicional; e possamos nós também aproveitar todas, todas, todas as migalhinhas de graça divina que vão caindo no chão ao longo do nosso dia... Tantas graças desperdiçadas! Às vezes estamos tão concentrados nos grandes pedidos que fazemos a Deus, que não aproveitamos devidamente as migalhinhas de bem com que Ele nos vai brindando de forma tão gratuita. Ah, não deixemos que os cães sejam mais inteligentes que nós...