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Somos uma família católica, abençoada com seis filhos na Terra e um no Céu. Procuramos viver a fé com simplicidade e generosidade. Queremos partilhar com outras famílias a alegria de sermos Igreja Doméstica na grande família da Igreja Católica.
A nossa primeira menina faz hoje treze anos. Lembro-me da alegria que experimentei quando a abracei pela primeira vez e a chamei pelo nome: Clara!
Clara, como a virgem de Assis, a jovem corajosa que deixou a riqueza em que vivia para seguir Jesus na pobreza. Clara de Assis encontrava o Senhor no canto dos passarinhos, no sofrimento de um pobre, na luz do entardecer, no silêncio do seu convento.
Desde pequenina que a nossa Clara conhece a sua padroeira e a procura imitar no seu amor por Jesus.
- Achas que estou a dominar melhor o meu carácter? - Perguntou-me alguns dias atrás, antes de colocar uma flor de papel no Canto de Oração.
Respondi que sim, que notava diferença nela.
- Tenho-me esforçado por não me zangar tanto com os manos - continuou ela, feliz, enquanto oferecia a sua flor a Jesus.
Outro dia, encontrei a Clarinha a chorar no quarto. Não tinha conseguido fazer um exercício de ginástica na perfeição, como é da sua vontade. A Clarinha é uma ginasta maravilhosa, embora só treine em desporto escolar no Colégio. Deixei-a chorar um pouco, depois recordei-lhe:
- Clarinha, o que é mesmo importante na vida? Saber fazer o "flick"?
Ela abriu de novo um sorriso:
- "Amarás o Senhor e amarás o próximo..."
- Então vamos a mudar de atitude! Querer fazer sempre melhor é óptimo; achar que o mundo acabou porque não conseguimos o que queríamos, é péssimo!
Depois de ficar sozinha mais alguns minutos, a Clarinha chamou-me. Tinha secado as lágrimas.
- Amanhã vou dizer ao professor para tentar outra vez - disse-me.
Uma semana depois, chegou a casa delirante: já conseguia fazer, não apenas um, mas vários "flicks" seguidos!
Por natureza, a Clarinha é uma menina sempre disponível para ajudar. Mas não basta a natureza: é preciso a força do amor para que os nossos talentos frutifiquem. Assim, noto com alegria como a minha filha já aprendeu a vencer a sua vontade, desligando a música ou o computador quando a chamo com urgência para me ajudar; fechando o livro ou pousando a guitarra quando vê, sem que a chame, que preciso de ajuda com os manos, ou com a cozinha, ou com a roupa para estender.
A Clarinha cresceu. Gostamos de conversar uma com a outra sobre tanta coisa! Enquanto passeamos no jardim, falamos da escola, dos amigos, do estudo, de Deus. E falamos da educação dos mais novos, pois a Clarinha tem sempre uma opinião para dar!
- Vem depressa cá fora, mãe! - Chama-me ela por vezes. Corro ao jardim. Abraçando-me, a Clarinha aponta para uma flor a despontar, um raio de sol que atravessa as nuvens, um pássaro no ar - Não é bonito? - Em silêncio, contemplamos...
Educar um filho, vê-lo passar da infância para a adolescência, vê-lo desabrochar, vê-lo crescer em amor por Jesus, vê-lo a aprender a equilibrar prioridades, vê-lo a descobrir o mundo e a construir o Reino... Para mim, não há trabalho mais belo sobre a Terra.
Parabéns, Clarinha, por aquilo que já és. E parabéns por nunca desistires de te tornares na pessoa que Deus sonhou, quando te imaginou no seu pensamento divino e te entregou, pequena flor em botão, ao meu cuidado...
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