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Somos uma família católica, abençoada com seis filhos na Terra e um no Céu. Procuramos viver a fé com simplicidade e generosidade. Queremos partilhar com outras famílias a alegria de sermos Igreja Doméstica na grande família da Igreja Católica.
Uma das alegrias numa família numerosa é o constante ambiente de festa, com aniversários atrás de aniversários. Cá em casa, entre setembro e outubro são logo quatro! Hoje, o Francisco encerra em beleza a época de aniversários de outono, festejando os seus dezasseis anos.
Francisco. Tinha escolhido este nome na minha juventude, muito antes de pensar em casar. Francisco, como o santo de Assis, apaixonado por Deus e cantando as suas glórias na natureza e na pobreza!
Francisco. Um bebé que me fez passar vários meses deitada, em repouso (como contei aqui), para poder nascer. Como saboreei então as dores intensas que me anunciaram a vitória!
Francisco. Com o primeiro filho, abre-se um universo inteiro diante de nós! Tantas dúvidas, tantas descobertas, tantas lágrimas, tantos erros, tantos dramas... O Francisco diz, no seu estilo brincalhão, que foi a nossa cobaia. E tem razão! Com ele, aprendemos tudo o que não devíamos fazer; mas com ele, também aprendemos muita coisa que continuámos a repetir até hoje! E o resultado não foi mau de todo, não é verdade, Francisco? (Eu sei que ele vai ler este post como faz com todos...)
Quando não se vêem novelas nem filmes, quando não se têm consolas nem videojogos, quando se passa o tempo livre quase todo a brincar, no jardim e na rua, é-se criança e preserva-se a inocência até muito tarde. Com o Francisco, foi assim. As aventuras em Náturia davam um livro! Mas agora, o Francisco cresceu... Continua a passar horas na rua, fazendo tiro com arco, lançando papagaios de papel feitos por ele e boomerangs, fazendo competições de bicicleta contra ele mesmo (marcando records no seu relógio), andando a cavalo... mas já não é uma criança.
Na sua mente e no seu coração, amadurecem pensamentos e ideias, que partilha com amigos fiéis. Já toma algumas decisões quanto ao dinheiro, tendo uma pequena conta onde guarda o dinheiro que vai recebendo de prémios escolares e de espectáculos de magia em festas de anos. Apaixonado por física e engenharia, tem uma gaveta no quarto com pedaços de lixo, leia-se restos de objectos partidos, fios eléctricos retirados a aspiradores estragados, motores de máquinas de lavar a roupa avariadas, que de tempos a tempos transforma em máquinas da sua invenção. Aluno de excelência, não precisa que ninguém vigie os seus estudos, e esforça-se sinceramente por ser o mais prestável possível em casa. Ainda suspira discretamente quando lhe peço para dar de comer às galinhas, aspirar a sala ou passar a ferro. Mas não está escrito em lado algum que suspirar seja um problema! E é mesmo muito discretamente... O Francisco cresceu.
Vi-o regressar, na quarta-feira passada, de bicicleta da equitação. Vinha feliz e transpirado, confiante e belo. Ao entrar no portão, pegou ao colo na Sara e atirou-a ao ar, fazendo-a rir; mais à frente, respondeu com um apropriado "uau" à Lúcia, que lhe mostrou um desenho; e ainda antes de arrumar a bicicleta, teve de subir ao telhado para ir buscar a bola do António, que um chuto mais distraído (ou propositado) atirou para lá. Depois entrou em casa, com um "Olá mãe" simpático, e logo a Clarinha o chamou para lhe pedir ajuda com a Matemática. Vi o esforço que fez para responder a todas estas solicitações sem fugir para o longo banho, que gosta de tomar ao chegar da sua tarde de cavaleiro.
Mais um pouco, e o Francisco entra na universidade, encontra uma namorada, decide partir para Erasmus... Mais um pouco, e o Francisco deixa de ser meu.
Nunca foi, claro! Como todos os filhos, o Francisco é um dom que Deus me fez, um presente de amor para me ajudar a crescer.
Hoje, querido Francisco, peço para ti a bênção do Senhor com as palavras bíblicas antigas, tão antigas, de bênção, e que o teu santo padroeiro gostava de repetir:
"Que o Senhor te abençoe e te guarde!
Que Ele volte para ti a sua face e tenha piedade de ti!
Que Ele te mostre o seu rosto e te dê a paz!" (Nm 6, 24-26)
Ámen.