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Somos uma família católica, abençoada com seis filhos na Terra e um no Céu. Procuramos viver a fé com simplicidade e generosidade. Queremos partilhar com outras famílias a alegria de sermos Igreja Doméstica na grande família da Igreja Católica.
O dia dezanove de abril está gravado no crucifixo que o David, desde então, traz ao peito; e está gravado no seu peito. Neste post, escrevi sobre a tranquilidade e a alegria pura deste dia. Hoje vou falar-vos um bocadinho daquilo que vivemos na Eucaristia...
Os meninos da primeira comunhão começaram o dia com uma breve procissão diante do santuário. Na mão, levavam uma flor, para no final da Eucaristia oferecerem a Nossa Senhora. O David ia, como costume, muito compenetrado:
A entrada solene no santuário emocionou-me, e foi com dificuldade que continuei a cantar ao microfone. "Vinde e louvai-O!" Cantavamos todos, com voz sonora e decidida. E os meninos vieram e louvaram Jesus, sempre em procissão. Na coxia central, pararam cada um ao lado do banco onde se encontrava a sua família, e depois de uma genuflexão bem feita, mantiveram-se de pé.
Uma das belas surpresas que tive nesta paróquia foi a forma como, na primeira comunhão, as crianças permanecem junto dos pais e da sua família, e não em grupo nos primeiros bancos. Assim, nem elas, nem os pais se distraem, e o momento mais belo das suas curtas vidas acontece a nosso lado e sob o nosso olhar. Estar ao lado do David - como já estive ao lado da Clarinha, que também fez a sua primeira comunhão neste santuário - foi para mim um enorme privilégio.
A Clarinha cantou o salmo, o David leu uma oração dos fiéis, e todos participámos de coração na cerimónia. Às vezes, a voz faltava-me e sentia os olhos molhados, mas acho que ninguém deu conta...
- David e Matilde, querem mostrar a todos o painel que o grupo construiu? - O senhor padre falava aos meninos do encontro profundo com Jesus, o Bom Pastor. - Cada um de vós é uma ovelhinha diferente, especial, única; e cada um de vós quer viver a sua vida nos prados do Bom Pastor, Aquele que dá a sua vida...
Depois da comunhão, as catequistas tinham uma lembrança para os meninos: um livro de orações feito por elas e muito personalizado. Os meninos adoraram! Desde então, todos os dias o David se senta com o seu livro, acompanhando com ele os mistérios do Rosário.
Ao receber o seu livrinho, o David sussurrou à Carla, sua querida catequista: "Também tenho um presente para ti!" O presente era um simples cartãozinho, feito com muito esforço e carinho. Nele, o David escreveu o versículo da Carta de S. Paulo aos Gálatas:
"Já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim!" (Gl 2, 20)
Depois, nós, os pais, oferecemos às duas evangelizadoras dois lindos ramos de flores, com esta mensagem:
"Queridas evangelizadoras
Hoje, Jesus vive de modo especial no coração dos nossos filhos. A nossa alegria é profunda, e a nossa gratidão imensa: sabemos que este dia aconteceu graças também à vossa fé, ao vosso carinho, às horas que ambas passaram a preparar as evangelizações, a imaginar formas diferentes e interessantes de trabalhar com os nossos filhos as histórias de Jesus. Agradecemos a paciência com que os ensinam todas as semanas. Agradecemos, acima de tudo, o vosso amor por Jesus, pois é esse amor que vos faz trabalhar com os nossos meninos. Por tudo, e sempre, o nosso obrigado!"
E neste obrigado sentido, fica aqui a minha homenagem a todos os catequistas e evangelizadores que trabalham com as crianças cristãs. É um trabalho gratuito, difícil, demorado, às vezes sem ver frutos imediatos, e mais vezes ainda sem ouvir um "obrigado". Mas o Senhor, que vê o que está oculto, não os deixará sem a sua recompensa. Bem-hajam especialmente a Carla, aTeresa, o João e a Isabel, catequistas dos nossos filhos; e a Paula, na Barra, onde o Francisco fez a sua primeira comunhão há alguns anos atrás!
E a comunhão do David? A mesa está posta, o Pão e o Vinho preparados. Jesus já entregou a sua vida. Tudo está consumado. Falta a nossa parte... É preciso deixar o nosso lugar e correr ao manancial da vida, à Fonte de Eternidade. O David dá um passo e fica diante de Jesus. Depois, cheio de felicidade, recebe Jesus em sua casa.
A seu lado,o Niall e eu acompanhamos o David em oração intensa. Depois, também nós comungamos.
De volta ao lugar, o David reza, muito compenetrado.
Regresso ao meu lugar na condução do coro, cantando com emoção um cântico que escrevi há alguns anos, e escolhi de propósito para este dia: "Nada me separará do teu amor, ó Senhor!" Porque como diz S. Paulo,
"Nem a morte, nem a vida,
nem a altura, nem a profundidade,
nem a largura, nem o abismo,
nem o passado, nem o futuro,
nem os anjos, nem os principados,
nem qualquer outra criatura
nos poderá separar do amor de Deus,
manifestado em Jesus Cristo, Nosso Senhor."
(Rm 8, 35-39)
Que nada separe estes meninos do amor de Jesus!
Que cada Eucaristia seja um renovar da comunhão intensa com o Senhor!
Que cada comunhão seja a primeira e a última, a única, a definitiva. Ámen! Aleluia!
E se quiserem ver e escutar a alegria com que cantámos e dançámos o cântico final, vão ao blogue da Lena, nossa acólita e mãe de uma linda Família de Caná. Do altar, onde servia, ela filmou este belo cântico... Cantem connosco!