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Somos uma família católica, abençoada com seis filhos na Terra e um no Céu. Procuramos viver a fé com simplicidade e generosidade. Queremos partilhar com outras famílias a alegria de sermos Igreja Doméstica na grande família da Igreja Católica.
No domingo passado, como corolário de uma semana de gastroenterite, foi a vez da Sara vomitar. Já sem grande capacidade de reação, lavei a colcha da minha cama - que a Sara decidiu começar a sua sessão de vómitos enquanto a mudava sobre a minha cama -, os tapetes, as roupas, etc, com a preciosa ajuda da minha máquina cristã. Segunda-feira tive de ficar em casa com ela, faltando à escola. A Sara já estava mais bem disposta, mas continuava com os intestinos muito acelerados. Depois de brincarmos às escondidas sob a roupa a secar...
... de passarmos a ferro um castelo de roupa e de dobrarmos pares de meias sem fim (sim, a Sara ia "ajudando"...)
... a Sara fez-me um pedido:
- Quero quivi!
Olhei para ela com espanto:
- Quivi? Com os intestinos como tens, a desfazerem-se em água? Não, Sara, não te vou dar quivi. Vou dar-te um caldinho de cenoura e vais com muita sorte!
O tom de súplica tornou-se mais insistente:
- Quero quivi!
- Não, Sara, não há quivi hoje para ninguém.
Mas a Sara tinha visto a enorme caixa de belos e apetitosos quivis, que um simpático casal com quem nos cruzamos todos os domingos na missa nos oferecera. Sem paciência para me aturar, a Sara começou aos gritos:
- QUERO QUIVI! QUERO QUIVI! QUERO QUIVI!
Enquanto a procurava distrair, mostrando-lhe os passarinhos a saltitar no jardim e as gotas de chuva a cair, pensei na forma como tantas vezes rezo, e rezo mal... Como a Sara, também peço o que não me convém, e bato o pé porque o quero a todo o custo. Já o Apóstolo Tiago explicava aos cristãos:
"Pedis e não recebeis porque pedis mal, para gastardes com as vossas paixões." (Tg 4, 3)
Quantas vezes a minha oração se assemelha a uma lista de compras... "Dá-me isto, dá-me aquilo..." É tentador utilizar a oração para satisfazer as nossas paixões, e para nos queixarmos de tudo o que o Senhor não nos dá ou nos tira. E somos muito mal-criados na forma como o fazemos!
Jesus ensinou-nos a pedir, sim, com a simplicidade de uma criança que pede, insiste e volta a pedir a seu pai. Mas depois de cada pedido, Jesus ensinou-nos a acrescentar uma palavra de delicadeza, semelhante ao "se faz favor" que ensinamos às crianças:
"Seja feito como Tu queres, e não como Eu quero" (Mt 26, 39)
Ou:
"Seja feita a tua vontade, na terra como no céu." (Mt 6, 10)
Assim seja mesmo!
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