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Somos uma família católica, abençoada com seis filhos na Terra e um no Céu. Procuramos viver a fé com simplicidade e generosidade. Queremos partilhar com outras famílias a alegria de sermos Igreja Doméstica na grande família da Igreja Católica.
Hora de oração familiar. Na sala, diante do Canto de Oração, rezamos o salmo da missa do dia. Um dos versículos diz assim:
"Saboreai e vede como o Senhor é bom!" (Sl 34/33)
- David, que te lembra este versículo? - Pergunto.
O David fica confuso, depois reage com alegria e surpresa:
- A hóstia! Saborear o Senhor! Ver como Ele é bom...
- Claro! Vais fazer a tua primeira comunhão. Vais pela primeira vez saborear e ver como o Senhor é bom!
- Mas eu já sei que Ele é bom.
- Agora falta saborear o Pão que Ele te dá, o Pão que é a sua carne, o seu próprio corpo entregue por ti.
- Como é saborear? Tenho de deixar a hóstia na boca muito tempo?
- Não. Jesus vai entrar na tua boca, mas Ele quer chegar ao teu coração. Saborear um alimento significa comer com gosto, pensando no que estamos a fazer, não é? Saborear o Senhor significa tomar gosto no seu amor, pensar na sua Palavra, estar consciente da sua presença. Quando Jesus entrar no teu coração, podes dizer com toda a verdade: "Nós, Jesus." Porque a partir desse momento, Jesus e tu estarão para sempre unidos.
O David deitou-se cheio de alegria, a pensar na sua primeira comunhão, tão próxima. Eu fui para a sala e procurei na estante um livro magnífico: O Preço a Pagar por me tornar Cristão, de Joseph Fadelle. Já referi várias vezes este livro. Conta a história verídica e atual de um muçulmano que se converteu ao cristianismo, e as torturas e os tormentos por que teve de passar a partir de então, até finalmente conseguir ser batizado e refugiar-se em França, onde vive com a mulher e os filhos. Na base da sua conversão esteve um sonho, e foi esse sonho que me fez procurar de novo o livro na estante. Passo a citar:
"Este sonho - e lembro-me dele muito nitidamente - coloca-me na margem de um rio, não muito largo. Na outra margem, uma personagem com cerca de quarenta anos, talvez mais velha, vestida com uma roupa bege de uma só peça, à oriental, sem gola. E sinto-me irresistivelmente impelido para aquele homem, desejando passar para o outro lado, para me encontrar com ele.
Quando começo a atravessar o regato, fico suspenso no ar, durante alguns minutos que me parecem uma eternidade. E receio até com algum horror não poder descer à terra.
Como tinha sentido que o meu mal-estar aumentava, o homem da outra margem estende-me a mão, para me ajudar a atravessar o curso de água e aterrar ao seu lado. Nesse instante, posso facilmente observar o seu rosto: olhos azuis acizentados, uma barba rala e cabelos meio longos. Fiquei impressionado com a sua beleza.
Pousando sobre mim um olhar de uma doçura infinita, o homem dirigiu-me suavemente uma única frase, enigmática, com um timbre de voz tranquilizador e convidativo: «Para atravessares o ribeiro, precisas de comer o pão da vida.»"
Nesse mesmo dia, este jovem muçulmano tem pela primeira vez na mão o Novo Testamento (terão de ler o livro para perceber como teve acesso a ele!). Sem saber por onde começar, decidiu-se pelo último evangelho, o de João:
"Quando chego ao capítulo seis, paro repentinamente a minha leitura, atordoado, no meio de uma frase. Tenho o cérebro em ebulição: "Eu sou o Pão da Vida", leio. Então passa-se em mim algo extraordinário, como se repentinamente, uma luz deslumbrante iluminasse a minha vida de maneira inteiramente nova e lhe desse todo o seu sentido. No mesmo instante, compreendo que o meu sonho da noite anterior era mais do que um sonho: sinto, muito nitidamente, que havia nele como que um chamamento ou uma mensagem pessoal que me era dirigida através daquelas palavras..."
Saborear e ver como o Senhor é bom... Comer o Pão da Vida para podermos passar para a outra margem, a margem da eternidade e da perfeita felicidade... É já amanhã, a primeira comunhão do David!
(David e Lúcia ontem de manhã na Gruta de Lourdes, no seu Colégio)
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