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Somos uma família católica, abençoada com seis filhos na Terra e um no Céu. Procuramos viver a fé com simplicidade e generosidade. Queremos partilhar com outras famílias a alegria de sermos Igreja Doméstica na grande família da Igreja Católica.
O dia amanheceu luminoso. Os meninos saltaram da cama com grande entusiasmo: é advento! E isso significa o início de um novo ano litúrgico e uma grande azáfama em nossa casa.
Depois da missa e do almoço, o pai foi com os quatro mais novos apanhar musgo.
- Descobri um sítio perfeito - Disse o Niall, antes de partirem. - Vamos de carro para podermos transportar todo o musgo.
Parece que o sítio era mesmo perfeito! Ora vejam as fotos:
Entretanto, em casa, a Clarinha, o Francisco e eu estávamos muito ocupados a preparar o Canto de Oração. Enquanto eu e a Clarinha passávamos a ferro e procurávamos os panos mais bonitos, o Francisco martelava, cortava e colava, porque a cabana do Presépio sofreu um pequeno acidente durante o ano em que esteve guardada...
- Vejam, tanto musgo! - Gritaram os mais novos, entrando de rompante em casa e deixando um trilho de terra e ervas atrás de si.
Abrimos as caixas dos enfeites, a Árvore de Jessé, as caixas com o presépio, e a sala encheu-se de exclamações e risos felizes.
- O que fazemos aos reis magos?
- Fazemos, como?
- Eles só chegaram ao presépio no dia 6 de janeiro, não é?
- Tens razão, David! Vamos fazer assim: vamos colocar um rei em cada quarto. A cada domingo, vamos aproximá-los um bocadinho... Podem passar dos quartos para o escritório, do escritório para a cozinha, até chegarem ao presépio.
- Boa!
E lá fomos nós...
Quando o presépio e a árvore de Natal ficaram prontos, a sala parecia uma cidade arrasada por um terramoto. Era preciso varrer, aspirar, limpar, arrumar. Para facilitar a tarefa, os mais novos tiveram autorização para patinar à luz das estrelas, enchendo a noite de gargalhadas, enquanto o Francisco, a Clarinha, o Niall e eu fazíamos o que tinha de ser feito. Por fim, a nossa casa brilhava à luz do Advento.
- Meninos, depressa, vamos cantar à volta do presépio!
- É para rezar agora?
- Já podemos entrar?
- Está tudo pronto?
- Vamos, vou contar a primeira história da Árvore de Jessé!
Reunidos na sala, acendemos as velinhas no presépio e ligámos as luzes da Árvore de Jessé. Depois, e porque era domingo, o António acendeu a primeira vela da nossa Coroa de Advento. Para a semana, a Lúcia acenderá duas velas, e no terceiro domingo será a vez do David acender três velas...
- Que lindo que está tudo, mãe!
- Olha, este pastorinho está à procura do caminho...
- E esta ovelhinha está mesmo ao lado do Jesus!
Vamos rezando de olhos fixos no presépio. Bem, olhos, mãos, e se nos distraímos, até pés...
- E agora, chegou o momento de colocarmos o primeiro símbolo na Árvore de Jessé.
- Eu!
- Eu!
- Não: o primeiro é para a Sara. Eu leio a frase, e a Sara encontra o símbolo. Podem ajudar, mas ela é que o coloca na Árvore! Ouçam então...
Com um sorriso escancarado, a Sara pegou no símbolo da pomba e colocou-o na Árvore, triunfante.
Por sobre o presépio, eu escrevi a Palavra que este ano nos vai iluminar. É a Palavra que os habitantes de Belém não conseguiram escutar, naquela noite de Natal em que Maria e José procuravam desesperadamente um lugar para Jesus; é a Palavra que o mundo ainda não conseguiu compreender, dois mil e quinze anos passados; é a Palavra do Ano Santo, a Palavra que abrirá a grande Porta da Misericórdia, no próximo dia 8, e que abrirá a porta dos nossos corações...
"Eis que estou à porta e bato. Se alguém abrir, entrarei e cearei com ele, e ele comigo." (Apo 3, 20)
Para todos, um feliz ano novo!
O Retiro Diocesano das Famílias, em Castelo Branco, terminou com a eucaristia presidida pelo senhor bispo D. Antonino. Durante o ofertório, os jovens e as crianças ofereceram ao Senhor o seu trabalho do dia inteiro: a Árvore de Jessé, artisticamente decorada com luzes, sinos e bolas, como convém a qualquer Árvore de Natal, e ricamente vestida da Palavra de Deus através dos símbolos de Jessé.
Ali, no retiro, a Árvore de Jessé foi feita num único dia. O Niall contou história após história, que intercalou com divertidos jogos, e os meninos foram procurando os símbolos correspondentes às histórias. Nas nossas casas, esta atividade deve demorar o Advento inteiro, como expliquei no ano passado, neste post. Querem experimentar?
Dizem os Evangelhos que Jesus é descendente do Rei David. As histórias do Rei David - cheias de dramatismo e suspense como convém a qualquer rei - estão narradas no Primeiro e no Segundo Livro de Samuel. Aí ficamos também a saber que David era filho de Jessé. Mais tarde, Isaías profetizará:
"Brotará um rebento do tronco de Jessé, e das suas raízes, um ramo surgirá." (Is 11, 1)
Se quisermos, pois, fazer a árvore genealógica de Jesus, teremos de ir até Jessé, pai de David. Mas Jesus não descende apenas de Jessé: Jesus é verdadeiramente o Filho do Homem, prometido por Deus desde o início da humanidade, no Jardim do Éden, como o Redentor do género humano. Assim, se quisermos traçar a árvore genealógica de Jesus, precisamos de fazer como Lucas no início do seu Evangelho, e subir até Adão.
Então tomemos a Bíblia nas mãos e comecemos! A cada dia do advento, tomemos uma história bíblica, começando no Génesis, passando pelo Êxodo, juízes, profetas, reis, até chegar à história do Natal. E por cada história, penduremos na Árvore de Natal uma imagem, até a revestirmos por inteiro da Palavra! Os símbolos, fui buscá-los a este post num blogue americano; as passagens bíblicas correspondentes podem ser encontradas neste PDF: Árvore de Jessé
No advento passado, a aventura foi magnífica. Domingo iniciaremos a aventura deste advento! Que o Senhor a todos abençoe, para que também nós, descendentes de Adão, sejamos descendentes de Jesus, unidos na única família dos Filhos de Deus. Ámen!
O Advento já vai adiantado. Cá em casa, a cortina sobre o presépio está replecta de estrelas luminosas:
No início do Advento, lancei o desafio de me enviarem as fotos do vosso Canto de Oração iluminado com as boas obras dos vossos filhos. Respondendo ao desafio, muitos dos nossos leitores não tardaram em me enviar belas fotografias, que hoje aqui publico com imenso orgulho.
A Paula contou-nos que, na sua casa, durante o Advento os seus seis filhos procuram oferecer a Jesus o maior número possível de "beijinhos", essas conchas pequeninas e enroladas que se encontram em algumas praias mais solitárias. Cada beijinho de concha representa um beijo de amor a Jesus Menino - um pequeno serviço prestado, uma pequena renúncia. Vejam como está lindo o seu presépio:
Em casa da Olívia, o céu azul escuro foi-se cobrindo de estrelas muito sentidas e esforçadas. Para ajudar a concretizar a conversão, a proposta de esforço foi semanal, procurando cultivar uma virtude por semana.
A família Nunes optou por criar um calendário de Advento com uma tarefa para cada dia. Vejam que bela ideia!
A nossa Árvore de Jessé tem sido um sucesso. Todas as noites, durante a oração familiar, conto aos meninos a história da Bíblia proposta, lendo depois a pequena passagem bíblica ilustrativa. Os mais novos lançam-se então ao tabuleiro dos símbolos, tentando cada um ser o primeiro a encontrar o símbolo correspondente à história. À vez, para evitar conflitos, eles penduram o símbolo na Árvore. Digam lá se não está bonita?
Também a Olívia tem a sua Árvore de Jessé bem recheada da Palavra de Deus:
A Árvore de Jessé da Carla vem directamente do Polo Norte, parece-me...
Entretanto, os presépios foram surgindo em muitas casas.
Em casa da Alexandrina, todos trabalharam para construir estas belas figuras, com pasta de moldar. O pai, merceneiro, fez o resto. Fantástico!
No domingo passado, antes da missa, o João, um dos meninos do nosso coro infanto-juvenil, tinha um presente para mim: um presépio miniatura, feito com a ajuda do pai. Achei a ideia muito original, e fácil de imitar aí em casa:
Na casa da família Nunes, por insistência da pequena Margarida, todos construíram as figuras do presépio com muito carinho:
A luz não falta também. A Joana enviou-me uma foto da entrada da sua casa, com duas velas de Advento acesas:
E a família da Helena, que descobriu o blogue há pouco tempo, decidiu neste advento tornar-se... Família de Caná! O seu Canto de Oração está cheio de luz:
Há algumas semanas, descobri uma história da Bíblia que desconhecia e que me encantou: Jacob, filho de Isaac, pôs-se a caminho de Canaã, a Terra Prometida, onde se queria instalar. Com ele, levava os rebanhos, as duas mulheres, as escravas, e todos os seus filhos. Quando Esaú, seu irmão, o desafiou a caminharem juntos, Jacob recusou, por uma boa razão:
“O meu senhor sabe que as crianças são delicadas e que o gado miúdo e graúdo, que ainda mama, exige os meus cuidados; se os apressarem, ainda que só por um dia, todo o gado novo perecerá. Que o meu senhor queira passar adiante do seu servo; eu caminharei devagar, ao passo da caravana que me precede e ao passo dos meninos, até juntar-me ao meu senhor, em Seir.” (Gn 33, 13-14)
Preparar o Natal é, para a maioria de nós, uma longa e árdua caminhada no deserto. Caminhar em família, respeitando os ritmos uns dos outros, caminhar por vezes ao lado de um marido ou mulher não crente, ou ao lado de um esposo difícil, caminhar ao lado de filhos adolescentes com um mundo de perguntas sem resposta, ou de crianças birrentas, ou de bebés exigentes, enfim, não é fácil. As estrelas na cortina, as conchinhas no presépio, as tarefas propostas para cada dia são tudo formas de concretizarmos esta difícil travessia... Somos uma caravana de Jacob.
Ao ler o ensinamento do mês de Dezembro que escrevi para as Famílias de Caná, precisamente sobre a história da caravana de Jacob, a família Nunes sentiu-se desafiada. Lá em casa, a caravana também parece avançar muito lentamente, mas com determinação! Assim, e para minha grande alegria, decidiram criar um novo blogue de Famílias de Caná: Uma Caravana no Deserto. Visitem-no, e deixem-se inspirar!
O primeiro domingo do Advento é um dia muito ocupado e muito divertido aqui em casa, cheio de aventura, sujidade, alegria e trabalho. Senão vejam: foi preciso ir apanhar musgo para fazer o presépio, e os mais novos não cabiam em si de excitação:
É o começo da grande aventura! Entretanto, em casa, eu e a Clarinha passámos e pendurámos a nova cortina no Canto de oração do Advento. Tudo a postos para a construção do presépio!
Depois, foi preciso fazer a Árvore de Natal, a que nós decidimos começar a chamar Árvore de Jessé, como expliquei no post de ontem.
- Esta Árvore parecia-me tão grande há uns anos, mãe! - Dizia-me o Francisco, a sorrir, enquanto a montava. Terá a Árvore diminuído de tamanho? Ou terá o meu rapaz crescido?...
Finalmente, a sala ficou pronta. Podemos celebrar o Advento! Ao almoço e ao jantar de cada domingo do Advento, acendemos uma vela na nossa Coroa de Advento enquanto cantamos "Vem, Senhor". São tradições antigas cá em casa, que despertam em nós a vontade de transformar este tempo em tempo diferente, de conversão do coração. Foi também diante desta Coroa iluminada que rezámos o primeiro dia da novena da Imaculada Conceição:
Ao serão, a nossa oração familiar foi continuamente interrompida por exclamações de pura alegria:
- Está tão lindo, mãe!
- Olha a vela a brilhar junto de Jesus!
A Sara admirou o presépio com muito cuidado, e foi comentando comigo, enquanto apontava:
- Jesus faz ó-ó!
Depois cantámos e dançámos para o Senhor:
E chegou o momento de colocar o símbolo na Árvore de Jessé. Que excitação entre os pequeninos! Contei a história de Adão e Eva, e pedi-lhes que procurassem o símbolo adequado para colocar na Árvore:
A Lúcia já encontrou: é a maçã! Orgulhosa, pendurou-a na Árvore:
Na cortina do Canto de Oração, a Clarinha escreveu uma frase da primeira leitura da missa deste domingo I do Advento:
"Oh, se rasgásseis os céus e descêsseis!" (Is 63, 19)
Oh, Senhor, se rasgasses as trevas da nossa alma, os muros da nossa vida, as núvens do nosso céu, e nos revelasses o teu rosto... Vem, Senhor Jesus!
Hoje é o primeiro dia do Advento. Amanhã vos direi o que fizemos hoje, para transformar o nosso Canto de Oração num Canto de Oração expectante, alerta, esperando o Senhor que vem! Entretanto, proponho-vos uma actividade que nos seduziu imenso e que vamos pela primeira vez realizar: a construção de uma Árvore de Jessé. A ideia partiu deste blogue americano, onde cheguei através do blogue Família Católica.
Os Evangelhos falam da gruta de Belém, mas não referem nenhuma Árvore de Natal. Donde surgiu pois este símbolo natalício? Há quem sugira que a resposta está no início dos Evangelhos de Mateus e Lucas, ocupados com a árvore genealógica de Jesus. Mateus, no capítulo 1, começa a sua genealogia em Abraão, pai dos crentes; Lucas, no capítulo 3, começa em Adão, pai da humanidade.
Da última vez que lemos a leitura da genealogia de Jesus na nossa oração familiar, os meninos desataram à gargalhada perante a estranheza dos nomes. Depois perguntaram-me:
- Mãe, para que serve ler isto tudo? Que me interessa a mim saber que Jesus descende de Malat, Melqui, Levi, Janai, Naum, Esli, Maat, Joanan, Meleá e tantos outros nomes?
Interessa, sim, e muito! A genealogia de Jesus diz-nos algo tão simples e tão magnífico como isto: Jesus não surgiu na História a partir do nada. Através de seus pais - José foi verdadeiramente pai de Jesus, não em virtude da carne, mas em virtude do poder do sacramento do matrimónio - Jesus recebeu uma descendência humana. Da sua genealogia fazem parte grandes santos, mas também, e sobretudo, grandes pecadores, incluindo uma prostituta, Raab. Desde o seu nascimento num estábulo de pastores, na altura considerados os últimos do povo, à sua morte na cruz entre dois ladrões, Jesus viveu rodeado de pecadores, e fez questão que soubéssemos que era esse mesmo o seu desejo:
"Não vim chamar os justos, mas os pecadores." (Lc 5, 32)
José, pai de Jesus, era descendente do rei David, filho de Jessé, e daí o nome de Árvore de Jessé. Durante o Advento, somos convidados a enfeitar a nossa Árvore de Jessé com um símbolo cada dia, percorrendo todos os acontecimentos bíblicos, desde Adão a João Baptista, que anunciaram a salvação trazida por Jesus. Podem encontrar os símbolos no blogue de que vos falei.
Como os textos explicativos que os acompanham estão em inglês, estive ontem algum tempo a escrevê-los em português. Não traduzi exactamente as reflexões propostas, antes as adaptei um pouco de acordo com a minha sensibilidade. Se as desejarem, podem descarregar este PDF: Árvore de Jessé
Cristianizar assim a nossa Árvore de Natal, inserindo o nascimento de Jesus no contexto da grande epopeia bíblica, parece-me uma forma fantástica de evangelização nas nossas casas! Vai ser giro ler os pequenos textos bíblicos e a sua explicação, e depois pedir às crianças que procurem entre os diversos símbolos o mais adequado. Façam também esta actividade connosco e contem-nos como foi!
Entretanto, não se esqueçam: hoje é o primeiro dia da Novena da Imaculada Conceição, disponível aqui: Novena da Imaculada Conceição. Façamos uma magnífica corrente de oração uns pelos outros neste blogue, preparando a festa de Nossa Senhora!
Um feliz início de Advento para todos vós, e que o Senhor vos abençoe!