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A festa na Terra...

por Teresa Power, em 17.12.15

Na cozinha, a Clarinha aproveita a tarde livre para fazer queques de chocolate...

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 ... que ao jantar serviu num... prato também de chocolate, e também feito por ela! Vejam lá quem é artista?

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Os queques e o prato desapareceram num instante...

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 Parabéns, Tomás!

- Quem gosta dos bolinhos em honra do Tomás?

- Eu!

- Eu!

- Eu!

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Depois da refeição, a oração familiar. A vela do Tomás ilumina o Canto de Oração, e todos lhe querem pegar...

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A festa na Terra terminou, mas no céu nunca terminará! No terceiro domingo do Advento, Domingo da Alegria, o Papa Francisco lembrou-nos que, aos cristãos, não é consentida a tristeza, pois já fomos salvos por Jesus, como anunciou o profeta Sofonias:

 

"Não desfaleçam as tuas mãos, Jerusalém: o Senhor teu Deus está no meio de ti, como poderoso salvador. Por causa de ti, Ele alegra-se, renova-te com o seu amor, exulta de alegria como nos dias de festa." (Sof 3, 14-18)

 

Um dia não haverá mais choro, nem mais tristeza, nem mais dor, nem mais morte. Um dia... Mas esse dia já começou, há dois mil e quinze anos atrás! E o nosso menino do Natal aponta-nos para um outro Menino, de um Natal que nunca terá fim. Afinal foi esse mesmo Menino que nos inspirou a dar ao Tomás o segundo nome de Emanuel, que quer dizer Deus-Connosco... Nem nós imaginávamos o quanto!...

Alegremo-nos e façamos festa, porque o Senhor está connosco! Ámen.

 

 

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publicado às 06:00

As obras da misericórdia e as estrelinhas do presépio

por Teresa Power, em 07.12.15

Hora de catequese e oração familiares. Nestes dias de advento, este tempo tem vindo a alongar-se alegremente. Em torno do presépio, aquecidos pela lareira, iluminados pelas luzes da Árvore de Jessé, vamos meditando e rezando. A novena da Imaculada Conceição e a Árvore de Jessé têm-nos dado a oportunidade de recordar e recontar várias histórias da Bíblia, no meio de grande animação. Também as leituras da missa do dia, neste tempo de Advento, são particularmente profundas e sugestivas, gerando grandes conversas entre nós. De olhos postos no presépio, vamos falando com o Senhor e deixando que Ele nos fale...

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Mas hoje é preciso fazer uma catequese especial, pois o Ano Santo da Misericórdia está à porta.

- Meninos, sabem quais são as sete obras da misericórdia corporais? Há muitas, claro, mas a Igreja fala em sete, para nos ajudar a concretizar alguns gestos que estão ao alcance de todos.

- E quais são?

- Ora escutem: dar de comer a quem tem fome, e dar de beber...

- ... a quem tem sede!

- Mamã, precisamos de levar pacotes de leite para a escola. É para uma campanha para a Casa do Gaiato!

- Ora aí está uma bela ideia. Outra obra: vestir os nus...

- Isso inclui as horas passadas ao ferro ou a dobrar roupa?

Gargalhadas.

- Acho que sim! Outra: visitar os presos, dar pousada aos peregrinos, enterrar os mortos, visitar os doentes...

- Na minha sala, quando um menino está doente na escola e não pode ir ao recreio, um de nós fica na sala com ele. Eu fico muitas vezes a fazer companhia!

- Que boa obra de misericórdia!

- Visitar a bisavó também conta?

- Conta, claro! E agora escutem: a Igreja também nos fala das obras de misericórdia espirituais. E olhem que bonitas: dar bom conselho...

- Eu costumo dar bons conselhos aos meus amigos.

- Então fazes uma obra de misericórdia, David. E aqui vai outra: corrigir os que erram, ensinar os ignorantes...

- A minha professora passa a vida a corrigir os meus erros! Ela faz muitas obras de misericórdia!

Gargalhadas.

- Pois faz, Lúcia. Ser professor pode ser uma bela obra de misericórdia, e eu sei-o bem! Outra: perdoar a quem nos faz mal...

- Eu perdoo aos manos quando eles destroem as minhas construções!

- E eu desculpei a Sara quando ela me rasgou o desenho.

- Escutem esta: consolar os tristes...

- Isso fazemos nós sempre na escola, junto dos amigos!

- E eu faço em casa convosco quando choram! Há outra obra de misericórdia muito interessante: suportar as fraquezas do próximo com paciência.

- Que significa isso?

- Significa que todos nós somos imperfeitos, e por vezes é difícil viver com a imperfeição dos outros. Especialmente se temos de lidar com essa imperfeição várias vezes por dia! É o que acontece na família. E ser misericordioso é ser capaz de aceitar os defeitos do outro, mesmo quando nos incomodam, com paciência...

- Como nós aceitamos quando gritas connosco?

- Ou como eu aceito quando os manos não me deixam estudar em paz.

- Mas nós também aceitamos que ocupes o quarto todo a fazer ginástica!

- E que não arrumes depois...

- Não ouvir à primeira conta?

- Temos de ser pacientes com os gatos e os cães?

- Se formos mais pacientes uns com os outros, estamos a fazer uma belíssima obra de misericórdia. E sabem qual é a última? Rezar pelos outros.

- Essa nós fazemos todos os dias!

- Ouçam então: ao longo do Advento, vamos fazer todos os dias várias obras de misericórdia, em casa, na escola, em todo o lado. Depois, durante a oração familiar, iremos colocar no presépio uma estrelinha. Quando chegar o Natal, o Canto de Oração será um céu estrelado, digno da noite de Natal.

- Podemos começar já?

- Fizeste uma obra de misericórdia hoje?

- Fiz! Deixei a Sara fazer o puzzle comigo, e ela rasgou uma peça...

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 "«Senhor, quando foi que te vimos com fome ou com sede e te servimos, doente ou na prisão e te visitámos, peregrino ou estrangeiro e te acolhemos?» E o Rei responderá: «Sempre que fizestes estas coisas a um dos meus irmãos, a Mim o fizestes.»"

(Mt 25, 37-40)

 

No encontro de Aldeia de Caná de sábado, o Pedro e a Sandra fizeram-nos um belíssimo ensinamento sobre o Ano Santo e as obras de misericórdia. Para as crianças, levaram desenhos para colorir sobre o tema, que foram buscar a este blog. Os desenhos são realmente sugestivos e permitem-nos aprender de cor as obras da misericórdia. Querem usá-los aí em casa? Aqui ficam: obras de misericórdia

Feliz Ano Santo da Misericórdia para todos!

 

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publicado às 06:00

É Advento, feliz ano novo!

por Teresa Power, em 02.12.15

O dia amanheceu luminoso. Os meninos saltaram da cama com grande entusiasmo: é advento! E isso significa o início de um novo ano litúrgico e uma grande azáfama em nossa casa.

Depois da missa e do almoço, o pai foi com os quatro mais novos apanhar musgo.

- Descobri um sítio perfeito - Disse o Niall, antes de partirem. - Vamos de carro para podermos transportar todo o musgo.

Parece que o sítio era mesmo perfeito! Ora vejam as fotos:

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 Entretanto, em casa, a Clarinha, o Francisco e eu estávamos muito ocupados a preparar o Canto de Oração. Enquanto eu e a Clarinha passávamos a ferro e procurávamos os panos mais bonitos, o Francisco martelava, cortava e colava, porque a cabana do Presépio sofreu um pequeno acidente durante o ano em que esteve guardada...

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 - Vejam, tanto musgo! - Gritaram os mais novos, entrando de rompante em casa e deixando um trilho de terra e ervas atrás de si.

Abrimos as caixas dos enfeites, a Árvore de Jessé, as caixas com o presépio, e a sala encheu-se de exclamações e risos felizes.

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- O que fazemos aos reis magos?

- Fazemos, como?

- Eles só chegaram ao presépio no dia 6 de janeiro, não é?

- Tens razão, David! Vamos fazer assim: vamos colocar um rei em cada quarto. A cada domingo, vamos aproximá-los um bocadinho... Podem passar dos quartos para o escritório, do escritório para a cozinha, até chegarem ao presépio.

- Boa!

E lá fomos nós...

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Quando o presépio e a árvore de Natal ficaram prontos, a sala parecia uma cidade arrasada por um terramoto. Era preciso varrer, aspirar, limpar, arrumar. Para facilitar a tarefa, os mais novos tiveram autorização para patinar à luz das estrelas, enchendo a noite de gargalhadas, enquanto o Francisco, a Clarinha, o Niall e eu fazíamos o que tinha de ser feito. Por fim, a nossa casa brilhava à luz do Advento.

- Meninos, depressa, vamos cantar à volta do presépio!

- É para rezar agora?

- Já podemos entrar?

- Está tudo pronto?

- Vamos, vou contar a primeira história da Árvore de Jessé!

Reunidos na sala, acendemos as velinhas no presépio e ligámos as luzes da Árvore de Jessé. Depois, e porque era domingo, o António acendeu a primeira vela da nossa Coroa de Advento. Para a semana, a Lúcia acenderá duas velas, e no terceiro domingo será a vez do David acender três velas...

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 - Que lindo que está tudo, mãe!

- Olha, este pastorinho está à procura do caminho...

- E esta ovelhinha está mesmo ao lado do Jesus!

Vamos rezando de olhos fixos no presépio. Bem, olhos, mãos, e se nos distraímos, até pés...

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 - E agora, chegou o momento de colocarmos o primeiro símbolo na Árvore de Jessé.

- Eu!

- Eu!

- Não: o primeiro é para a Sara. Eu leio a frase, e a Sara encontra o símbolo. Podem ajudar, mas ela é que o coloca na Árvore! Ouçam então...

Com um sorriso escancarado, a Sara pegou no símbolo da pomba e colocou-o na Árvore, triunfante.

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 Por sobre o presépio, eu escrevi a Palavra que este ano nos vai iluminar. É a Palavra que os habitantes de Belém não conseguiram escutar, naquela noite de Natal em que Maria e José procuravam desesperadamente um lugar para Jesus; é a Palavra que o mundo ainda não conseguiu compreender, dois mil e quinze anos passados; é a Palavra do Ano Santo, a Palavra que abrirá a grande Porta da Misericórdia, no próximo dia 8, e que abrirá a porta dos nossos corações...

 

"Eis que estou à porta e bato. Se alguém abrir, entrarei e cearei com ele, e ele comigo." (Apo 3, 20)

 

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 Para todos, um feliz ano novo!

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publicado às 06:00

As macieiras e a Imaculada Conceição

por Teresa Power, em 30.11.15

- Mamã, se não fosse o pecado das macieiras, agora vivíamos no paraíso?

- O quê?

- O pecado das macieiras! Sabes, aquela história da Bíblia!

Gargalhada geral. Estamos na hora da oração e da catequese familiar diárias, e falávamos da guerra do mundo e da paz que Jesus quer trazer a todos os homens de boa vontade.

- Quem te disse que eram macieiras? Na Bíblia só fala em árvore de fruto!

- Vá, não gozes, responde-me!

Ficamos mais sérios. É preciso responder... Todos olham para mim, com muita curiosidade. Eu também estou curiosa, claro! Como posso eu falar de pecado original a uma criança de nove anos? Bem, pelo menos o dogma do pecado original é o dogma mais simples de comprovar. Basta olhar à nossa volta para entender que o pecado nos é anterior, que o pecado atinge todas as pessoas nas suas consequências como uma onda que, na praia, engole justos e injustos. Os atentados de Paris e as guerras do mundo inteiro estão aí como sinais evidentes do poder do mal.

 

- David - Começo - a origem do mal é um mistério muito grande, que ninguém pode explicar totalmente. Mas a grande notícia é que já conhecemos o fim da história! Vês a Bíblia? Eu já li o fim do livro. O fim do livro diz que a paz vai triunfar, que Jesus vai ser aclamado Rei por toda a Terra. O Advento não recorda apenas a vinda de Jesus, há dois mil anos atrás; é também a nossa preparação para a sua vinda em cada dia, na Igreja, e para a sua vinda no fim dos tempos, esses tempos que Deus já visitou e que nos promete serem felizes! A Bíblia, David, é um livro com um final feliz!

O David, que tem alguma tendência para o medo, parece mais descansado.

- Mas se não fosse a história das macieiras...

- Se não fosse o pecado de Adão e Eva, não teríamos tido a história maravilhosa de Maria e de Jesus. Logo no início da Bíblia, Deus promete-nos Maria e Jesus para que Eles possam vencer o mal na nossa vida. Ora lê:

 

"Farei reinar a inimizade entre ti (a serpente) e a mulher, entre a tua descendência e a descendência dela. Ela esmagar-te-á a cabeça e tu tentarás mordê-la no calcanhar." (Gn 3, 15)

 

- Há uma oração muito antiga que diz: "Bendito o pecado de Adão, que nos mereceu um tão grande Redentor!" Sabes, David, se Deus não fosse capaz de fazer o bem triunfar, não teria permitido o mal! Deus é capaz de tirar o bem mesmo do que é mau. Da humanidade pecadora, Deus foi capaz de fazer surgir Maria, sem qualquer mancha de pecado...

- É por isso que dizemos que Maria é conseguida sem pecado?

- Lúcia, quantas vezes te dissemos que não é conseguida, mas concebida?

- Não é a mesma coisa?

- Não: concebida quer dizer que Maria foi formada totalmente pura já na barriga da sua mamã.

- Ah!

 

Luís e Zélia Martin, pais de santa Teresinha, recentemente canonizados em conjunto, rezavam diariamente em família diante de uma belíssima imagem de Nossa Senhora das Vitórias. A Imaculada Conceição é verdadeiramente a grande vitória do povo cristão, Aquela que nos oferece a vitória divina do bem sobre o mal. Num dia treze de maio, muito tempo antes de Fátima, esta imagem sorriu a Teresinha, curando-a milagrosamente da sua doença. Desde então tem sido venerada como a Virgem do Sorriso:

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                  (imagens tiradas da net)

Lembrei-me do sorriso de Maria perante esta divertida catequese familiar que tivemos. Certamente que, no céu, escutando a nossa conversa sobre macieiras, Maria nos sorri e nos abraça com carinho, enquanto esmaga a seus pés o nosso pecado!

 No ano passado compus uma novena bíblica para prepararmos juntos o grande dia da Imaculada Conceição. Deverá começar hoje, dia 30 e terminar no dia 8. Querem voltar a fazê-la connosco? Aqui fica pois, com a promessa da nossa oração por todos vós nestes dias santos. E que a Senhora do Sorriso nos ajude a vencer sempre o mal com o bem, a guerra com a paz, o ódio com o amor! Novena da Imaculada Conceição.pdf

Esta semana ainda, fica prometido um post sobre o nosso Canto de Oração de Advento...

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Árvore de Jessé e o Advento

por Teresa Power, em 26.11.15

O Retiro Diocesano das Famílias, em Castelo Branco, terminou com a eucaristia presidida pelo senhor bispo D. Antonino. Durante o ofertório, os jovens e as crianças ofereceram ao Senhor o seu trabalho do dia inteiro: a Árvore de Jessé, artisticamente decorada com luzes, sinos e bolas, como convém a qualquer Árvore de Natal, e ricamente vestida da Palavra de Deus através dos símbolos de Jessé.

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 Ali, no retiro, a Árvore de Jessé foi feita num único dia. O Niall contou história após história, que intercalou com divertidos jogos, e os meninos foram procurando os símbolos correspondentes às histórias. Nas nossas casas, esta atividade deve demorar o Advento inteiro, como expliquei no ano passado, neste post. Querem experimentar?

Dizem os Evangelhos que Jesus é descendente do Rei David. As histórias do Rei David - cheias de dramatismo e suspense como convém a qualquer rei - estão narradas no Primeiro e no Segundo Livro de Samuel. Aí ficamos também a saber que David era filho de Jessé. Mais tarde, Isaías profetizará:

 

"Brotará um rebento do tronco de Jessé, e das suas raízes, um ramo surgirá." (Is 11, 1)

 

Se quisermos, pois, fazer a árvore genealógica de Jesus, teremos de ir até Jessé, pai de David. Mas Jesus não descende apenas de Jessé: Jesus é verdadeiramente o Filho do Homem, prometido por Deus desde o início da humanidade, no Jardim do Éden, como o Redentor do género humano. Assim, se quisermos traçar a árvore genealógica de Jesus, precisamos de fazer como Lucas no início do seu Evangelho, e subir até Adão.

Então tomemos a Bíblia nas mãos e comecemos! A cada dia do advento, tomemos uma história bíblica, começando no Génesis, passando pelo Êxodo, juízes, profetas, reis, até chegar à história do Natal. E por cada história, penduremos na Árvore de Natal uma imagem, até a revestirmos por inteiro da Palavra! Os símbolos, fui buscá-los a este post num blogue americano; as passagens bíblicas correspondentes podem ser encontradas neste PDF: Árvore de Jessé

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No advento passado, a aventura foi magnífica. Domingo iniciaremos a aventura deste advento! Que o Senhor a todos abençoe, para que também nós, descendentes de Adão, sejamos descendentes de Jesus, unidos na única família dos Filhos de Deus. Ámen!

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O caminho do presépio em dia de Cristo Rei

por Teresa Power, em 25.11.15

- Viva, hoje é dia de retiro!

Foi com o entusiasmo do costume que os meninos entraram nos carros, domingo de madrugada. Às nove e meia da manhã deveríamos estar no seminário de Alcains, perto de Castelo Branco, para orientar o Retiro Diocesano das Famílias. E para os meus filhos, "retiro" é sinónimo de festa, amigos velhos e amigos novos, boa comida e muita, muita alegria.

- Tu viveste em Castelo Branco, não foi, mamã?

- Sim, vivi em Castelo Branco até entrar na universidade. Depois a vida deu muitas voltas... O meu papá morreu, a minha mãe regressou à sua terra natal, Aveiro. Desde então, talvez não tenha ido a Castelo Branco mais do que duas ou três vezes.

- E tu gostavas de Castelo Branco?

- Adorava! Adorava mesmo... O céu muito azul, as ruas brancas, o frio e o calor, os amigos, e sobretudo, a minha casa onde cresci com tanto amor... Tudo me deixou saudades!

A viagem foi feita sempre no limite superior de velocidade, e ao passarmos ao largo de Castelo Branco mal tive tempo de apontar para o castelo, os prédios, os campos, as recordações de infância e juventude que deslizavam, velozes, à beira da estrada. Por fim, o seminário de Alcains e um belíssimo grupo de quase cem pessoas à nossa espera. Que alegria!

O retiro foi magnificamente preparado pela equipa da pastoral familiar, que nos presenteou com espaços bem organizados, lanches deliciosos e um belo almoço. Como sinal visível do Evangelho, e muito ao jeito do Papa Francisco, o almoço foi servido pelos dois sacerdotes que acompanharam o retiro. Bonito testemunho de caridade!

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Começámos o retiro por nos apresentar enquanto família. A Sara adorou o momento, claro!

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Depois, todos juntos louvámos o Senhor com cânticos e danças, e meditámos nos mistérios do Rosário.

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Durante o dia, fiz três ensinamentos sobre a caminhada familiar que o Advento nos propõe. Enquanto isso, o Niall deveria estar a trabalhar com os jovens, enquanto outra pessoa deveria estar a trabalhar com as crianças. Por motivos desconhecidos dos próprios organizadores do retiro, essa pessoa nunca apareceu.

- Vou ficar sozinho com trinta crianças e jovens, entre os três e os dezassete anos? - O Niall olhava para mim com os olhos muito grandes. Sim, era mesmo isso que estava a acontecer!

Enquanto eu fazia os ensinamentos, na sala ao lado a animação era completa. Podíamos perceber risos, cantos, brincadeiras e muitas gargalhadas. Eu sorria para mim mesma: o Senhor não tinha abandonado o Niall na sua tarefa de evangelização! De facto, nos intervalos, eu fui testemunha do entusiasmo dos mais novos que, transbordando felicidade, corriam para junto do Niall:

- Niall, quando é o próximo jogo?

- Niall, qual é a próxima história?

- Para estes retiros podes trazer-me sempre, mãe! - Dizia uma jovem de dezasseis anos que tinha pensado ficar apenas durante a manhã e acabou por ficar o dia inteiro.

As fotografias falam por si:

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- Niall, como conseguiste agradar a crianças e a jovens ao mesmo tempo? - Perguntei, por fim, completamente maravilhada com este dom que o Senhor lhe deu. Ele encolheu os ombros:

- O Francisco e a Clarinha ajudaram-me imenso. Dei-lhes várias tarefas para realizar como animadores, e cumpriram-nas na perfeição. Além disso, todos os meninos eram educados e estavam ali de coração aberto, prontos para escutar, trabalhar e brincar. E claro, a obra é do Senhor, que tomou conta da situação!

(Fica prometido para amanhã um post sobre o conteúdo catequético do trabalho do Niall neste dia...)

O dia estava a chegar ao fim. Faltava o momento mais importante: a Eucaristia. E de repente, surpresa das surpresas: o senhor bispo D. Antonino, bispo da diocese de Portalegre e Castelo Branco, estava diante de nós, pronto para presidir. Que grande alegria! Na homilia falou-nos dos desafios nascidos no sínodo dos bispos sobre a família, segundo o que ele próprio viveu enquanto participante. Que bela prenda o Senhor nos fez!

- Vamos embora de coração cheio - Diziam as famílias, despedindo-se.

Eu pensei nos pastores que visitaram o Menino no Presépio de Belém:

 

"Depois de terem visto, começaram a divulgar o que lhes tinham dito a respeito daquele menino. Todos os que ouviram se admiravam do que lhes diziam os pastores. E os pastores voltavam, glorificando e louvando a Deus por tudo o que tinham visto e ouvido."

(Lc 1, 17-20)

 

Depois pousei os meus olhos na imagem de Cristo Rei, que presidiu ao nosso encontro, neste dia soleníssimo de Cristo, Rei do Universo. E rezei para que sejamos sempre testemunhas deste reinado de amor, correndo apressadamente, como os pastores, entre o presépio e a nossa vida de todos os dias...

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Estrelas

por Teresa Power, em 23.11.15

Quase todas as noites, antes dos meninos se deitarem, vamos ao jardim ver o céu estrelado. O ar ameno, a brisa suave, o silêncio da noite apenas interrompido pelo leve cantar de algum grilo, tudo parece acalmar o nosso interior e preparar-nos para o descanso da noite.

Estrelas. O céu coberto de estrelas. Primeiro, o olhar, ainda ofuscado com as luzes da casa, mal as distingue. Mas pouco a pouco, habituando-se à escuridão, os olhos aprendem a definir os seus contornos e a identificar constelações.

- Onde é a Ursa Maior? Sabes, Francisco?

- Olha, não vês ali? Isso, aquelas estrelas formam a cauda...

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- E onde está o T?

- O T?

- Não conhecem a história? O pai de Santa Teresinha, S. Luís, costumava passear com a menina à luz das estrelas, aos domingos à noite. Num desses belos passeios, Teresinha descobriu no céu aquela constelação ali... Vêem? Forma um T! E disse: "Papá, papá, o meu nome está escrito no céu!"

- E acertou!

- Pois acertou. O nome de todos nós está escrito no céu, no Coração de Deus...

- Olha, mamã, uma estrela cadente! Passou no céu tão depressa!

- Onde?

- Onde? Bolas, não vi!

- Olha outra!

- Agora vi!

- Sabem uma história que vi outro dia num dos canais de ciência que costumo ver na net?

- Conta, Frankie!

- Há uns anos atrás, houve um apagão total em Nova Iorque. Durante várias horas, não houve uma única luz. Por fim, quando a luz regressou, muitas pessoas telefonaram para as televisões a anunciar que tinham visto estranhas luzes e cores no céu...

- Quer dizer que há pessoas que não sabem o que são estrelas?

- Elas sabiam que há estrelas, e já tinham provavelmente visto estrelas, mas não tinham nunca visto a Via Láctea tal como se vê quando não há luz alguma. Tu também ainda não viste! As imagens mostram cores, formas, luzes brilhantes no céu escuro, para além das próprias estrelas... Deve ser impressionante! Mas para isso é preciso que esteja tudo, tudo escuro.

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Enquanto os meus filhos conversavam sobre estrelas, contemplando o céu nocturno, fiquei a pensar no apagão de Nova Iorque, e desejei interiormente também eu poder experimentar, no mais profundo do meu ser, um apagão assim de vez em quando... As nossas luzes materiais, mundanas, terrenas, brilham tão intensamente, que raramente temos oportunidade de contemplar a verdadeira Luz.

O Advento está aí. Nas montras, na televisão, na publicidade, na música, nas escolas, nos cafés, nas ruas, as luzes do mundo brilham sem cessar. Se os magos vivessem aqui e agora, seriam capazes de encontrar no céu a estrela que os conduziu ao Presépio?

Advento é tempo de olhar para o céu em busca da estrela. Mas não vale a pena levantar os olhos na noite antes de apagar todas as luzes da casa...

 

"Ao verem a estrela, sentiram imensa alegria. E entrando na casa, viram o Menino com Maria, sua Mãe, e prostrando-se, adoraram-n'O" (Mt 2, 10)

 

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Uma caravana no deserto e um novo blogue

por Teresa Power, em 20.12.14

O Advento já vai adiantado. Cá em casa, a cortina sobre o presépio está replecta de estrelas luminosas:

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No início do Advento, lancei o desafio de me enviarem as fotos do vosso Canto de Oração iluminado com as boas obras dos vossos filhos. Respondendo ao desafio, muitos dos nossos leitores não tardaram em me enviar belas fotografias, que hoje aqui publico com imenso orgulho.

 

A Paula contou-nos que, na sua casa, durante o Advento os seus seis filhos procuram oferecer a Jesus o maior número possível de "beijinhos", essas conchas pequeninas e enroladas que se encontram em algumas praias mais solitárias. Cada beijinho de concha representa um beijo de amor a Jesus Menino - um pequeno serviço prestado, uma pequena renúncia. Vejam como está lindo o seu presépio:

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Em casa da Olívia, o céu azul escuro foi-se cobrindo de estrelas muito sentidas e esforçadas. Para ajudar a concretizar a conversão, a proposta de esforço foi semanal, procurando cultivar uma virtude por semana.

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A família Nunes optou por criar um calendário de Advento com uma tarefa para cada dia. Vejam que bela ideia!

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A nossa Árvore de Jessé tem sido um sucesso. Todas as noites, durante a oração familiar, conto aos meninos a história da Bíblia proposta, lendo depois a pequena passagem bíblica ilustrativa. Os mais novos lançam-se então ao tabuleiro dos símbolos, tentando cada um ser o primeiro a encontrar o símbolo correspondente à história. À vez, para evitar conflitos, eles penduram o símbolo na Árvore. Digam lá se não está bonita?

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Também a Olívia tem a sua Árvore de Jessé bem recheada da Palavra de Deus:

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 A Árvore de Jessé da Carla vem directamente do Polo Norte, parece-me...

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Entretanto, os presépios foram surgindo em muitas casas.

Em casa da Alexandrina, todos trabalharam para construir estas belas figuras, com pasta de moldar. O pai, merceneiro, fez o resto. Fantástico!

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No domingo passado, antes da missa, o João, um dos meninos do nosso coro infanto-juvenil, tinha um presente para mim: um presépio miniatura, feito com a ajuda do pai. Achei a ideia muito original, e fácil de imitar aí em casa:

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Na casa da família Nunes, por insistência da pequena Margarida, todos construíram as figuras do presépio com muito carinho:

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A luz não falta também. A Joana enviou-me uma foto da entrada da sua casa, com duas velas de Advento acesas:

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E a família da Helena, que descobriu o blogue há pouco tempo, decidiu neste advento tornar-se... Família de Caná! O seu Canto de Oração está cheio de luz:

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 Há algumas semanas, descobri uma história da Bíblia que desconhecia e que me encantou: Jacob, filho de Isaac, pôs-se a caminho de Canaã, a Terra Prometida, onde se queria instalar. Com ele, levava os rebanhos, as duas mulheres, as escravas, e todos os seus filhos. Quando Esaú, seu irmão, o desafiou a caminharem juntos, Jacob recusou, por uma boa razão:

 

“O meu senhor sabe que as crianças são delicadas e que o gado miúdo e graúdo, que ainda mama, exige os meus cuidados; se os apressarem, ainda que só por um dia, todo o gado novo perecerá. Que o meu senhor queira passar adiante do seu servo; eu caminharei devagar, ao passo da caravana que me precede e ao passo dos meninos, até juntar-me ao meu senhor, em Seir.” (Gn 33, 13-14)

 

Preparar o Natal é, para a maioria de nós, uma longa e árdua caminhada no deserto. Caminhar em família, respeitando os ritmos uns dos outros, caminhar por vezes ao lado de um marido ou mulher não crente, ou ao lado de um esposo difícil, caminhar ao lado de filhos adolescentes com um mundo de perguntas sem resposta, ou de crianças birrentas, ou de bebés exigentes, enfim, não é fácil. As estrelas na cortina, as conchinhas no presépio, as tarefas propostas para cada dia são tudo formas de concretizarmos esta difícil travessia... Somos uma caravana de Jacob.

Ao ler o ensinamento do mês de Dezembro que escrevi para as Famílias de Caná, precisamente sobre a história da caravana de Jacob, a família Nunes sentiu-se desafiada. Lá em casa, a caravana também parece avançar muito lentamente, mas com determinação! Assim, e para minha grande alegria, decidiram criar um novo blogue de Famílias de Caná: Uma Caravana no Deserto. Visitem-no, e deixem-se inspirar!

 

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publicado às 06:32

Perigo no presépio

por Teresa Power, em 15.12.14

Ontem, ao contemplar o presépio, algo estranho chamou a minha atenção: misturados com as ovelhinhas, os pastores, as conchinhas da praia e os restantes elementos bucólicos que se espraiam pelo musgo, estavam duas ferozes criaturas...

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Como terão o leão e o tigre ido parar ao presépio? Fiquei em pânico, com medo que algo pudesse acontecer ao Menino Jesus, tão frágil, deitado numa manjedoura pequena demais para Ele, e já com um pezinho partido à custa de beijinhos desajeitados... Mas depois lembrei-me de que talvez o leão e o tigre conhecessem a profecia de Isaías, e daí o terem arriscado caminhar até à gruta de Belém:

 

"Então o lobo habitará com o cordeiro e o leopardo deitar-se-á com o cabrito. O bezerro, o leãozinho e o animal cevado estarão juntos, e um menino os conduzirá. A vaca e o urso pastarão lado a lado, as suas crias deitar-se-ão juntas, e o leão comerá feno como o boi. A criança de peito brincará junto à toca da víbora, e a criança desmamada porá a mão na cova da serpente." (Is 11, 6-8)

 

Um urso a pastar ao lado de uma vaca e um leão a comer feno como um boi é verdadeiramente uma revolução grandiosa, difícil de imaginar. Num dia da semana passada, conversando com um aluno da minha direcção de turma, perguntava-lhe:

- Como queremos nós que haja paz na Terra, se vocês, jovens, não conseguem relacionar-se no espaço de uma turma? Escrever insultos no Twitter sobre as tuas colegas não parece uma estratégia muito apropriada para se conseguir ser aceite...

Ele ficou pensativo. Depois assentiu:

- Tem razão, professora. - E acrescentou: - Mas mesmo que eu tente mudar e voltar a ser amigo delas, elas já não acreditam em mim. Ninguém, nem os professores nem os meus amigos, me quer dar outra oportunidade!

Quando ele saiu de junto de mim, fiquei a pensar no que significa isto de fazer a paz. Às vezes, somos nós os leões que precisam de aprender a comer feno; outras, somos o menino que precisa de não ter medo de meter a mão na toca da víbora...

Fazer a paz implica trabalhar o nosso carácter, dominar os nossos instintos e converter o nosso coração; mas também implica dar ao outro a oportunidade de provar que está mudado! Precisamos - na família, no casamento, nas amizades - de muita humildade e de muita confiança em Deus para colocarmos a mão na toca da víbora, acreditando que, desta vez, ela não nos morderá.

Ah, a paz de Jesus é tão exigente!...

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publicado às 06:24

O terço e os feijões

por Teresa Power, em 13.12.14

No grupo de oração, depois de louvarmos o Senhor com cânticos, rezarmos o terço e fazermos silêncio, adorando o Senhor-Eucaristia, temos sempre um tempo de meditação bíblica. Na semana passada, a leitura proposta foi tirada do Livro de Neemias. Lemos como todo o povo se empenhou na reconstrução das muralhas de Jerusalém, e como foi necessário estar atento ao inimigo, que queria impedir o trabalho:

 

"Os trabalhadores faziam assim: com uma das mãos faziam o trabalho, e com a outra seguravam a arma." (Nee 4, 11)

 

Ao ler a Bíblia - qualquer livro da Bíblia - experimentem substituir a palavra "Jerusalém" pelo vosso próprio nome, e verão como o Senhor vai falar...

Há realmente muito trabalho a fazer nestes dias antes do Natal. É preciso comprar prendas, organizar as festas de família, enviar postais, cozinhar... Nós, os professores, estamos numa das alturas mais exigentes do nosso ano, e pouco tempo sobra para o resto. A imagem dos trabalhadores empoleirados na muralha de Jerusalém, com a pá numa mão e a espada na outra, é uma imagem sugestiva! Sim, nesta altura do Natal, é preciso trabalhar com uma mão, mas vigiar sobre o nosso interior com a outra; é preciso afadigarmo-nos com o exterior, mas manter o interior ocupado com as coisas de Deus. "Ora et labora", dizia S. Bento, o pai do monaquismo.

 

Ao partilharmos a nossa vivência a partir desta passagem bíblica, uma senhora já de idade, viúva, de belos cabelos brancos e olhar tranquilo, contou-nos como punha em prática a palavra do Senhor:

- Quando estou a passar a ferro, procuro sempre rezar. Como gosto muito de rezar o terço, encontrei há anos uma estratégia muito simples para contar as Ave-Marias e passar a ferro ao mesmo tempo: arranjei dez feijões, e vou pondo de lado um por cada Ave-Maria.

Que belíssima ideia! Fiquei exultante. Quando cheguei a casa, e porque não tenho feijões sem ser de lata, procurei nas minhas tralhas dez belos búzios e duas conchas grandes, que apanhámos numa praia da Irlanda, há vários anos atrás. Ontem, ao passar a ferro sozinha, coloquei junto da roupa uma das conchas recheadas de búzios, e ao lado a outra concha, vazia. Enquanto rezava, fui passando os búzios de uma concha para a outra. Consegui assim rezar um terço inteiro sem me perder na conta das Ave-Marias. Glória ao Senhor!

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publicado às 06:23



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