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Somos uma família católica, abençoada com seis filhos na Terra e um no Céu. Procuramos viver a fé com simplicidade e generosidade. Queremos partilhar com outras famílias a alegria de sermos Igreja Doméstica na grande família da Igreja Católica.
Sim, é isso mesmo: no dia 6 de março, domingo, a Família Power estará na paróquia de Lordelo, Guimarães, para mais um Retiro Famílias de Caná! Inscrevam-se aqui:
Programa e inscrições do retiro de Lordelo-Guimarães
Fomos desafiados a fazer este retiro por uma catequista muito dedicada, que com o seu entusiasmo tem atraído a Jesus as famílias de Lordelo em Catequese Familiar. Depois de participar no E-vangelizar no Porto, onde eu costumo dinamizar um workshop sobre catequese e oração familiares, a Emília convidou-me a ir à sua paróquia.
Iremos com muita alegria, e naturalmente que alargamos as inscrições a todas as famílias que nos seguem e que vivam perto. Sei que temos muitos leitores no Porto e em várias localidades no norte... Está na hora de participar no retiro! Venham com ou sem a família, venham com ou sem fé, venham de coração aberto e dispostos a um encontro profundo e sincero com Jesus. O resto é trabalho d'Ele!
Tragam uma merenda para partilharmos ao almoço e aos lanches, a Bíblia e o terço se tiverem, um bloco para tirar notas se acharem importante.
Para trabalhar com as crianças, ao longo de todo o dia, teremos a Aldeia de Caná da Rainha Santa Isabel, de Famalicão, e a família da Sónia e do Paulo, que fizeram o último retiro de Coimbra. São três famílias muito alegres, muito vivas e com uma fé profunda. Os vossos filhos ficam bem entregues! Quanto ao Niall, e como costume, ficará com os jovens participantes.
Já falta pouco para dia 6. Não hesitem! Inscrevam-se ainda hoje...
No sábado, a Aldeia de Caná de Mogofores reuniu para mais um encontro de adoração. Que alegria! Depois da catequese, as Famílias de Caná dirigiram-se à capelinha do santuário, dispuseram as cadeiras em roda e espalharam almofadas pelo chão. Depois o padre Gabriel expôs o Santíssimo, enquanto todos cantámos e louvámos o Senhor.
Em silêncio ou em voz alta, fomos rezando diante do Senhor. Depois, sentados, escutámos um belíssimo ensinamento feito pelo João e a Isabel. Falaram-nos do amor apaixonado de Deus, tal como Oseias, o profeta, o experimentou, o contemplou e o comunicou a Israel:
"O Senhor disse-me: 'Ama de novo uma mulher que foi amada pelo seu amigo, e que foi adúltera.' Pois é assim que o Senhor ama os filhos de Israel, embora se voltem para outros deuses e gostem das tortas de uvas." (Os 3, 1)
Somos tão infiéis para com Deus como uma mulher adúltera para com o seu marido. Mas o Senhor nunca desiste de nós, não nos repudia, não nos abandona no nosso pecado. A cada queda, a cada traição, o Senhor vem procurar-nos com paciência e imensa ternura. Oseias viveu isto na pele, aceitando a sua mulher de volta depois de cada traição porque a sua vida devia espelhar o amor do seu Senhor. Que mistério!
Enquanto os mais crescidos meditavam neste amor louco de Deus, os mais novos coloriam o desenho representando Oseias e a mulher adúltera, ou Deus e Israel, que o João e a Isabel distribuiram. Uma sopa de letras com palavras relacionadas com o tema completou a atividade, mantendo as crianças bem ocupadas durante a oração do terço, que fizemos seguidamente. Que bonito foi!
Rezámos pela França invocando os seus santos padroeiros, desde Santa Joana d'Arc a S. Martinho, do casal Martin à sua filha Teresa de Lisieux, de Santa Margarida Maria ao Santo Cura d'Ars, numa oração que a Helena nos trouxe. França tem tantos santos! Certamente que, do céu, intercedem pelo seu país com fervor, unindo a sua oração à nossa e à de tantos homens e mulheres de boa vontade. Que os santos de França sejam faróis a iluminar o seu país também na forma de reagir, respondendo ao ódio com amor, às armas com a paz.
Rezámos ainda pelos países em guerra, onde cenas de terrorismo gratuito como a que aconteceu em França têm lugar várias vezes por dia, vários dias por semana, sem que nós, europeus, disso nos apercebamos... Rezámos pelas famílias, rezámos pela paz.
Terminámos com o Shemá, a Consagração à Mãe de Caná e a bênção do Santíssimo. Depois, foi preciso arrumar a capela, pois o chão estava coberto de desenhos e lápis de cor:
Já em casa, enquanto estendia um alguidar cheio de roupa à luz das estrelas, eu pensei na maravilha que é isto de podermos desenhar no chão com Jesus por perto... Crescer à sombra do Santíssimo é uma graça que não conseguimos calcular! Deus é tão simples, que não se importa que as nossas crianças Lhe manifestem o seu amor com desenhos e lápis de cor; mas é bem mais grandioso que uma noite estrelada, e as próprias crianças sentiam a majestade de Deus enquanto desenhavam em silêncio e continham a sua vontade de fazer barulho. Alguma vez, durante a eternidade, tomaremos realmente consciência do que acontece quando Jesus Se nos entrega no Pão? Só um Deus apaixonado Se dá assim...
Há 417 anos que a paróquia de Mogofores faz a sua peregrinação anual, no primeiro sábado de setembro, a Nossa Senhora da Paz, na aldeia do Beco, a trinta quilómetros. A história desta peregrinação é muito curiosa e vem contada no blogue da Lena Barros, As Surpresas de Deus, aqui.
Nas últimas semanas, todos nós, europeus, temos experimentado sentimentos de profunda tristeza perante as imagens chocantes que nos chegam dos migrantes que fogem da guerra. E temos dentro do peito uma pergunta constante: como poderemos transformar as nossas lágrimas e a nossa dor em algo de útil para quem tanto sofre? A Renascença sugeriu aqui várias coisas que talvez muitos de nós possamos fazer. Vale a pena refletir sobre elas e deixarmo-nos desafiar! Mas faltou sugerir - tratando-se de uma emissora católica - duas coisas essenciais: a oração e o sacrifício.
Que poder têm a minha oração e o meu sacrifício para combater a miséria, a guerra, a perseguição, a fome, a dor? O poder que Deus lhes quis atribuir, e que é imenso... Sim, quando unimos a nossa oração e a nossa dor à Cruz de Jesus, o que em nós é pequeno torna-se grandioso, o que é frágil torna-se poderoso, o que é nada torna-se tudo n'Aquele que é Tudo em todos. A pequenina gota de água da nossa oração e do nosso sacrifício, derramada no cálice do Sangue do Senhor, torna-se verdadeira bebida, capaz de dessedentar os nossos irmãos mais necessitados. É afinal o mistério que proclamamos na recitação do Símbolo dos Apóstolos: "Creio na comunhão dos santos". Que boa notícia! Quer dizer que a minha oração sincera e aliada a um profundo esforço de santidade pode frutificar lá longe, junto dos migrantes que atravessam o Mediterrâneo em busca de felicidade!
Bem, e o que tem a peregrinação ao Beco a ver com a triste história dos migrantes e o mistério da comunhão dos santos? Essa é a parte interessante deste post:
Este ano, pela primeira vez, a nossa família decidiu participar nesta peregrinação; e decidiu desafiar, em particular, a Aldeia de Caná de Mogofores e os jovens crismados que o Niall acompanha, para juntos fazermos uma peregrinação diferente: de bicicleta, pelos migrantes, a Nossa Senhora da Paz!
Sete da manhã. No santuário, junto à imagem de Nossa Senhora Auxiliadora em Saída, os nossos ciclistas rezaram o Shemá e a Consagração à Mãe de Caná e ofereceram a sua peregrinação pelos migrantes. Depois de uma curta meditação orientada pelo Niall, estavam prontos a partir, cheios de entusiasmo!
O caminho foi feito de risos, de partilha, de algum esforço e de alguma meditação pessoal, como combinado:
Quase a chegar ao Beco, numa descida acentuada, uma das jovens ciclistas perdeu o controlo da bicicleta durante uns breves segundos que a todos fez gelar o sangue, e com grande aparato, lançou-se em voo picado até ao chão, magoando uma mão e um joelho. Não vinha nenhum carro em sentido contrário... Mais uns metros à frente teria galgado um pequeno muro, precipitando-se numa ravina até ao rio... Bendita sejas, Mãe de Deus e nossa Mãe!
Entretanto, em casa com os quatro mais novos, eu preparei o piquenique, e por fim fizemo-nos também à estrada, mas de carro. Pelo caminho, rezámos o terço, e chegámos ao Beco precisamente ao mesmo tempo!
Ao redor da pequena igreja, foram-se reunindo os peregrinos, vindos uns a pé - entre os quais o nosso pároco -, outros de carro e autocarro, e outros, claro, de bicicleta. Depois, fizemos uma pequena procissão, rezando a Ladainha de Nossa Senhora e o Angelus:
Por fim, entrámos na igreja, para celebrar a Eucaristia, em grande festa. Que alegria! O coração de todos exultava no Senhor, que nos desinstalara, que nos fizera sair de casa e do nosso conforto, e que nos reunia no seu amor.
Como é bonita, a igreja do Beco! Tudo nela respira luz, cor e beleza. De entre todas as imagens, uma em especial tocou o meu coração:
Nossa Senhora com o Menino, sentada num burrinho e conduzida por S. José... Foi há dois mil anos atrás, quando também a Sagrada Família foi uma família migrante e refugiada, fugindo a um rei louco e sanguinário. S. Mateus fez a reportagem de então:
"José levantou-se de noite, tomou o menino e sua mãe e partiu para o Egito, permanecendo ali até à morte de Herodes. (...) Então Herodes, ao ver que tinha sido enganado pelos magos, ficou muito irado e mandou matar todos os meninos de Belém e de todo o seu território, da idade de dois anos para baixo..." (Mt 2, 10-18)
Dois mil anos passados, e a Sagrada Família continua migrante, escondida em cada mulher, em cada homem, em cada criança que procura asilo junto de nós...
Nossa Senhora da Paz, dai-nos a paz!
As Aldeias de Caná estão a nascer em força, um pouco por todo o lado. Olhando para elas tão felizes, pequenos encontros de duas ou três famílias que se juntam para rezar e servir, eu penso naquelas flores da montanha a crescer no meio das rochas... Na verdade, é preciso tão pouco, para uma Aldeia de Caná surgir! Não são necessárias estruturas complicadas, nem regras rígidas, nem "pessoas importantes"; basta querer amar e adorar, em família de famílias. E onde duas ou três famílias estiverem reunidas em nome de Jesus, Ele estará no seu meio, celebrando as Bodas de Caná da nossa vida...
No sábado, tivemos uma imensa alegria: estivemos presentes no nascimento de mais uma pequenina Aldeia de Caná! O convite veio da parte da família da Marta e do João, de Tomar, e da Olívia e do Álvaro, de perto de Almeirim, duas Famílias de Caná ribatejanas. Cheias do Espírito Santo, decidiram que chegara a altura de começarem a rezar juntas e a servir as famílias onde Jesus quiser, e decidiram começar no sábado. Assim, de manhã cedo rumámos até Tomar, a casa da Marta e do João, onde depois de muitos abraços, fizemos uma alegre oração da manhã:
Depois, a pé, dirigimo-nos à belíssima igreja de S. João Batista. Conversámos com o padre Mário, que nos acolheu muito bem e se mostrou disponível para acompanhar a nova Aldeia e estar atento aos frutos!
- Sabem que aqui na igreja temos um tríptico das Bodas de Caná? - Disse-nos o padre Mário, sorridente. Não o pudemos ver, porque está em restauro, mas pareceu-nos um ótimo indício!
- Chamemos à nova Aldeia, Aldeia de S. João Batista, em honra da igreja que nos acolheu - propôs a Olívia, mais tarde. Que lindo nome!
Um pouco adiante, no parque, fizemos o nosso piquenique. Os mais novos, felizes, brincaram à sombra, enquanto os mais velhos conversaram sobre a nova Aldeia e partilharam ideias. As Bodas de Caná serviram-nos de meditação e de oração...
- Vamos subir ao castelo?
- Vamos!
- Será que a Olívia aguenta, com aquela barriguinha tão jeitosa?
- Parece que a pequena Lúcia é uma menina muito forte e corajosa! Na barriga da mamã aguenta tudo...
- Vamos então!
Houve quem se aventurasse a escalar muralhas...
... E depois, claro, precisasse de ajuda para descer...
... enquanto outros assistiam a tudo, sem saber se haviam de rir ou de chorar!
- Não era bom se fossemos vizinhas?
Também houve quem preferisse fazer uma sestinha ao colo...
O dia estava quase a chegar ao fim. Faltava uma coisa: a oração do terço! Subimos então à Ermida da Senhora da Piedade, onde fizemos novo piquenique - as Famílias de Caná têm sempre muita fome, ou não nascessem elas em clima de Bodas!
E finalmente, rezámos o terço e louvámos o Senhor, cantando, no cimo do monte, rodeados de beleza...
Despedimo-nos, e enquanto o fazíamos, escutávamos o diálogo das duas famílias fundadoras desta nova Aldeia: alegres e entusiasmadas, marcavam novo encontro, propunham formas de chamar mais famílias e partilhavam sugestões de oração. Que alegria, quando uma Aldeia de Caná se faz ao caminho!
E não é a única! No norte, a Aldeia de Caná de Santa Isabel (assim chamada porque nasceu no dia da Rainha santa) está cheia de entusiasmo. Famílias de Braga, Viana, Famalicão - querem juntar-se a eles? Contactem-me para o mail! Em Proença e aqui em Mogofores, as Aldeias de Caná (ainda por batizar) também vos desafiam a vir e ver...
E se vivem na zona de Cascais e arredores, não faltem ao primeiro encontro da nova Aldeia de Caná que aí vai nascer, no dia 16 de agosto, das 15h às 17h, na Paróquia da Abóboda, Cascais. O padre Miguel fará um pequeno ensinamento de acolhimento a todas as famílias que queiram estar presentes, e como é costume nos encontros das Famílias de Caná, haverá atividades de evangelização para pequenos e grandes. Todos são bem vindos, mesmo que ainda não sejam "formalmente" Famílias de Caná! Nós não estaremos lá, mas estará a Família da Rute e do Serge, bem como a família responsável por esta nova Aldeia, que é a família da Sónia e do João Miranda Santos.
E em Coimbra? Aveiro? Lisboa? Almada? Évora? Algarve? ... Para quando, novas Aldeias de Caná?
"Fazei tudo o que Jesus vos disser!" (Jo 2, 5)
Que seja este, sempre, o nosso lema! Ámen.
As Aldeias de Caná estão aí em grande força a nascer e a crescer!
Como qualquer aldeia, também as Aldeias de Caná vão surgindo à medida que as famílias se vão encontrando, trabalhando as mesmas terras, semeando os mesmos campos, colhendo juntas os frutos maduros. Pouco a pouco, um aglomerado de casas torna-se uma aldeia; pouco a pouco, um conjunto de famílias descobre que partilha uma mesma forma de viver a fé, de rezar e louvar o Senhor, de participar nos sacramentos, de evangelizar os filhos: a Aldeia nasceu.
Proença tem uma Aldeia de Caná forte e bela, como contei no post de ontem. Ali mesmo, no retiro, vimos nascer a Aldeia de Caná de Cascais e arredores, a partir das famílias que daí vieram. Quem quiser participar da vida desta Aldeia nascente, escreva-me para o mail, e eu terei todo o prazer em vos pôr em contacto com estas Famílias de Caná!
Entretanto, a Aldeia de Caná de Famalicão, de que falei neste post, está em plena atividade e desejosa de crescer. Haverá aí para os lados de Viana, Famalicão, Braga, Barcelos, etc, famílias com vontade de caminhar com estas Famílias de Caná? Sintam-se convidadas a participar, já nesta sexta-feira dia 24 de julho, às 20h30 horas, na eucaristia, seguida de procissão de velas, partindo de Aldreu (Barcelos), Mosteiro de S.Salvador de Palme, Rua Barão José Moniz. A caminhada será de um quilómetro, até à igreja de Aldreu, onde as famílias oferecerão uma flor a Nossa Senhora. Ao longo do caminho, cantarão e rezarão certamente por todas as famílias do mundo. Juntem-se a eles! Digam lá se é ou não um belo lugar de oração, este mosteiro, onde vive uma magnífica Família de Caná?
A nossa missão em vários pontos do país tem-nos permitido encontrar todo o tipo de pessoas, de todas as classes sociais, de várias cores e de várias profissões, ricos e pobres, novos e velhos, junto ao mar e junto à serra, vivendo em apartamentos no meio da cidade ou em mosteiros no meio do campo. Não imaginam o quanto esta diversidade nos tem enriquecido!
Mas as Aldeias de Caná que surgem quando estas pessoas tão diferentes se juntam têm todas a mesma atitude de simplicidade, de alegria, de entusiasmo, de ousadia e de confiança ilimitada no amor do Senhor. Afinal, elas sabem que basta oferecer um pouco de água a Jesus para que Ele faça milagres nas nossas vidas!
Regressando de Proença, domingo ao pôr do sol, o Niall e eu olhámos um para o outro e perguntámo-nos mutuamente: "Para onde será a próxima viagem? Que Aldeia estará à nossa espera?"
Lembrei-me então da Palavra de Jesus:
"Vamos para outra parte, para as aldeias vizinhas, a fim de pregar aí, pois foi para isso que Eu vim." (Mc 1, 38)
Que as Aldeias de Caná nasçam e cresçam por todo o país, no Brasil e no mundo inteiro, como pequeninos oásis de alegria, generosidade e confiança... Ámen!
O último domingo acordou muito muito cedo: às nove da manhã queríamos estar em Proença, e tínhamos quase duas horas de viagem pela frente... Viagem luminosa e bela, a caminho do interior, onde tudo me recorda a infância e a juventude! Afinal, o seminário de Proença guarda algumas das mais belas recordações da minha vida de jovem, envolvida nos Convívios Fraternos, sob a magnífica orientação do padre Armando, que já vive junto de Deus.
A Rute e o Serge estavam à nossa espera, e todos, pequenos e grandes, vibrámos com a alegria do reencontro. Que grande festa fizemos! Os mais novos foram de imediato brincar, e nós preparámos o espaço com grande entusiasmo. Entretanto, pontualíssimas, as famílias foram chegando, e o seminário encheu-se de rostos simpáticos e gargalhadas infantis, à mistura com algum choro de bebé - o mais novo tinha apenas três meses! Não, desculpem: o mais novo está quase, quase a nascer, e era orgulhosamente transportado dentro de uma enorme barriga!
Proença tem uma bela Aldeia de Caná em plena atividade. A Rute e o Serge, com a alegria, a simplicidade e a capacidade de acolhimento que caracterizam as Famílias de Caná, foram convidando e desafiando famílias a participar nos encontros mensais que realizam no seminário. E as famílias foram-se deixando desafiar, aceitando o convite. Como testemunhava a Paula, cada encontro da Aldeia é um mergulho na felicidade que só Deus pode oferecer! Assim, foi uma Aldeia de Caná transbordante de vida que nos acolheu no seminário.
De mais longe vinham três outras famílias: duas da zona de Lisboa, e uma de Évora, onde esperamos vir brevemente realizar um Retiro Famílias de Caná. Cada uma destas famílias foi para nós também uma fonte de bênçãos e de graças, pela sua partilha de dons e de vida.
Durante o dia, tivemos momentos intensos de meditação, procurando na Palavra de Deus as respostas e os desafios:
Houve quem "preferisse" escutar à porta... As Famílias de Caná são mesmo assim :)
Enquanto isso, os mais pequeninos foram trabalhando a Palavra, meditando nas Bodas de Caná e, imaginem só, provando a água transformada em... sumo! Parece que, enquanto os pais escutavam os ensinamentos, os mais novos estiveram numa festa de casamento...
Houve tempo para brincar, para correr e fazer jogos e, claro, para fazer amigos:
Por fim, cada criança moldou a sua pequena Bilha de Caná para oferecer aos pais. Que bonitas ficaram!
Entretanto, as crianças mais velhinhas e os pré-adolescentes trabalharam com o Niall. Juntos meditaram na história de Sara e Tobias, também eles protagonistas de uma festa de casamento:
E construíram uma bela cruz, símbolo máximo do amor e da salvação de Jesus...
Ficou ou não linda?
Neste retiro, os únicos jovens eram o Francisco e a Clarinha, pelo que o Niall os deixou "em liberdade". A Clarinha ficou felicíssima por poder, pela primeira vez, escutar todos os meus ensinamentos. Para mim é uma surpresa agradável, ter uma filha com tanta vontade de me escutar! O Francisco andou para lá e para cá como reporter fotográfico e auxiliando no que podia.
No final da manhã, participámos na eucaristia dominical na paróquia de Proença, despertando a curiosidade pela quantidade de crianças, carrinhos de bebé e papás atarefados que, de repente, invadiram a igreja. Houve quem quisesse saber quem eramos... É assim, testemunhando a alegria e a vida da Aldeia, que as Famílias de Caná vão crescendo!
Depois de um belo almoço, fomos presenteados com o espetáculo de ilusionismo do Francisco, que arrancou gargalhadas a pequenos e grandes. Estive tão atenta que me esqueci de tirar fotografias!
Ainda durante a tarde, tivemos meia hora de adoração silenciosa diante do Santíssimo:
E por fim, tocados e curados no mais profundo do nosso coração por este amor infinito, fizemos a nossa oração familiar, com o terço, muitos cânticos e a consagração das famílias à Mãe de Caná. Foi em ambiente de grande festa que terminámos o retiro...
Na viagem de regresso, o pôr do sol incendiava o céu, e o amor de Deus incendiava os nossos corações felizes...
"Quem nos separará do amor de Deus?
Estou convencido de que nem a morte, nem a vida,
nem o presente, nem o futuro,
nem a altura, nem o abismo
nem qualquer outra criatura
poderá separar-nos do amor de Deus
que está em Cristo Jesus, Nosso Senhor!"
(Rom 8, 35-39)
No sábado de madrugada, a nossa família rumou até à diocese de Viana do Castelo. O padre Vasco Gonçalves convidara-nos a apresentar as Famílias de Caná às famílias em catequese familiar de toda a diocese, reunidas num convívio de encerramento do ano pastoral. Aceitámos com muita alegria, certos de que o convite vinha da parte de Jesus. Na verdade, Jesus tem-nos desafiado a percorrer o país em família, para testemunhar a sua alegria, o seu amor e o seu perdão às famílias que encontramos.
Assim, lá fomos nós até Santa Marta de Portuzelo, viajando, como costume, em dois carros - que é o que acontece a quem tem um filho a mais :) . E como costume, aproveitámos bem a viagem para rezar e para pôr a conversa em dia sobretudo com os dois mais velhos. Regressamos sempre destas viagens com a certeza de que foram importantes, não sabemos se para os outros, mas pelo menos para nós. É a forma que Deus tem de dizer "Obrigado": derramar graça sobre graça...
Em Santa Marta encontrámos famílias alegres, simpáticas e acolhedoras. O Francisco fez um espetáculo de ilusionismo que fascinou os mais novos, enquanto eu falei com os pais.
Alguns dias antes, eu desafiara a Rita Menezes a dar o seu testemunho neste encontro. A Rita veio, e contou como conheceu o nosso blogue, e como decidira participar em dois retiros connosco - o primeiro, na quaresma, o segundo, em Neiva. A partir daí, a sua vida tem sido um crescendo de felicidade e paz. Foi lindo, escutá-la!
A Eucaristia foi outro grande momento. O David acolitou, e a Sara bateu palmas ao som da música, para grande prazer do magnífico coro juvenil de Neiva.
Depois do almoço partilhado e de muita brincadeira, partimos com a Rita e a sua amiga Isabel para Famalicão. Este era o segundo grande encontro do nosso dia: tínhamos sido convidados por estas duas famílias a estar presentes no nascimento da sua Aldeia de Caná...
O encontro começou com um punhado de crianças a saltar de alegria, desarrumando a casa da Rita de alto a baixo e fazendo com que quase metade da água da piscina insuflável cobrisse o jardim onde os adultos procuravam conversar:
O Francisco aproveitou para fazer alguns truques de magia, enquanto todos partilhávamos um lanche delicioso, que a Rita preparara para festejar este grande dia:
E finalmente, a oração entre famílias. O Canto de Oração da família Menezes estava particularmente festivo, na sala de estar, decorado com muito cuidado por toda a família. Está ou não bonito?
Juntos, cantámos e louvámos o Senhor, partilhando a nossa ação de graças. Depois meditámos na passagem das Bodas de Caná e rezámos o terço. Finalmente, rezámos o Shemá e a Consagração. Antes de terminarmos, cantámos outra e outra vez, com grande alegria. Alguém lembrou que celebrávamos neste dia a Rainha Santa, Isabel de Portugal. Que linda data para o nascimento de uma Aldeia!
A semente estava lançada e regada. Formar uma Aldeia de Caná é um gesto muito simples e familiar... Agora, esta nova Aldeia vai contactar novamente o pároco e oferecer os seus braços, o seu tempo, os seus talentos para "o que Jesus disser", ao jeito das Famílias de Caná. Estamos ansiosos por ver o que o Espírito vai fazer aqui!
Enquanto contemplava as crianças alternando entre a oração e a brincadeira, e observava a alegria das famílias sentadas na sala de estar, no ambiente natural de quem reza a vida, confirmei interiormente que as Aldeias de Caná não podem ser senão obra de Deus. Só mesmo Deus é capaz de tamanha simplicidade! Só mesmo Deus é capaz de pegar num punhado de famílias e congregar pais, filhos e amigos numa mesma oração, numa sala de estar! Se nas origens de uma Aldeia de Caná estivessem encontros pomposos e fórmulas complicadas, eu desconfiaria...
"O Reino dos Céus é semelhante a um grão de mostarda, que um homem toma e semeia em sua terra. É a menor de todas as sementes. Mas, quando cresce, é a maior das hortaliças e torna-se uma árvore, de modo que em seus ramos os passarinhos vêm fazer ninhos." (Mt 13, 31-32)
É a simplicidade destes nossos encontros que me faz acreditar que um dia, as Famílias de Caná oferecerão os seus ramos para abrigar famílias no mundo inteiro...
No sábado passado tivemos o nosso primeiro encontro oficial - porque encontros temos muitos - da Aldeia de Caná da nossa zona.
A maioria das Famílias de Caná de Mogofores e arredores é formada pelos catequistas da nossa paróquia. Na verdade, foram eles, nossos amigos, os primeiros convidados a fazer um retiro Famílias de Caná e a aderir de coração ao movimento. Assim, como a catequese aqui termina às 16 horas, a adoração das 16h às 17h é uma oportunidade belíssima para nos reunirmos em oração.
Diante do Santíssimo, na capelinha ao lado do santuário, louvámos o Senhor, pedimos-Lhe as bênçãos para o mundo e as famílias, agradecemos-Lhe tudo o que nos tem dado... Rezámos o terço, o Shemá, a Consagração... Fizémos silêncio e, por fim, meditámos sobre o ensinamento mensal, a partir do texto de João 15 - A Alegoria da Videira. Foi, de facto, um momento intenso de oração, e até os mais pequeninos se portaram à altura (à altura deles, claro...):
Com alegria, respondemos ao convite do Senhor:
"Aclamai o Senhor, terra inteira!
Servi o Senhor com alegria,
vinde à sua presença com cantos de júbilo!
Reconhecei que o Senhor é Deus!
Ele nos fez, e somos seus!" (Sl 100/99)
Depois, com o coração cheio de Deus, saímos para o pátio do colégio para um momento de partilha, conversa e muita brincadeira:
As Aldeias de Caná estão mesmo a nascer - é oficial! :) Em Proença, como nos vai contando a Rute no blogue Rezando a Vida em Família, já reunem uma vez por mês. Aqui em Mogofores já reuniam antes, mas a partir deste sábado, de uma forma mais clara... E no resto do país? Onde estão as Aldeias de Caná? E... no Brasil?... Que a Mãe de Caná nos ensine a fazer tudo o que Jesus nos disser.
A propósito de retiros: infelizmente, o retiro de Braga do dia 21 deste mês teve de ser cancelado por impossibilidade da paróquia que nos iria receber. Depois do verão retomaremos as atividades!
Mas também temos uma boa notícia: está para nascer este verão o site Famílias de Caná, onde poderemos anunciar todos os retiros, fazer inscrições, programar atempadamente o ano pastoral, disponibilizar os ensinamentos mensais e os textos dos retiros de quaresma, advento, etc que formos fazendo - e todos os que já foram feitos... A equipa de trabalho está reunida, e em breve teremos novidades!
Rezemos uns pelos outros! E aproveitemos os dias longos de verão para escutar os desafios do Senhor...