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Somos uma família católica, abençoada com seis filhos na Terra e um no Céu. Procuramos viver a fé com simplicidade e generosidade. Queremos partilhar com outras famílias a alegria de sermos Igreja Doméstica na grande família da Igreja Católica.
Ontem à noite, pela primeira vez desde que vivemos em Mogofores, a Via Sacra começou à porta da nossa casa. Ena, o entusiasmo com que preparámos tudo ao longo do dia! Haverá maior honra do que fazer parte deste Caminho da Cruz, com a nossa família, com a nossa porta santificada pelo Sangue de Cristo?
Durante a tarde, o Francisco pintou de branco o crucifixo das Famílias de Caná, aquele primeiro, feito pelos jovens no dia da Exaltação da Santa Cruz, e que costumamos venerar na nossa Via Sacra "caseira":
Depois de jantar, reunimos ideias e preparámos a rua em frente da nossa casa:
E a Via Sacra começou...
Como é belo caminhar de noite, à luz das velas, pelas ruas da nossa terra, contemplando o ato de amor mais poderoso da História, ao ritmo dos nossos pequenos passos, ao som das nossas simples orações, às portas das nossas pobres casas... portas que Ele vai santificando com o seu Sangue!
Neste Ano Santo da Misericórdia, e por uma coincidência que só Deus consegue fazer acontecer, a morte de Jesus na Cruz celebra-se, no tempo, no dia da sua Encarnação no seio puríssimo da Virgem Maria. Não é magnífico? 25 de março, nove meses exatos para o Natal. A solenidade da Encarnação foi transferida para depois da Páscoa, mas não podemos deixar de celebrar esta feliz coincidência! Na sua misericórdia infinita - e não tenho qualquer dúvida de que não o fez por acaso -, Deus uniu num só os dois mistérios da nossa salvação. Na verdade, a Encarnação nunca teve outro horizonte senão a Paixão, uma e outra culminando na Ressurreição triunfante amanhã, Domingo de Páscoa. Na Encarnação, Maria tornou-se Mãe de Jesus; na Paixão, tornou-se nossa Mãe. Na Encarnação, Jesus assumiu a nossa condição humana; na Paixão, redimiu-a.
S. Paulo também celebra estes dois mistérios num só, fazendo-os culminar na vitória da Ressurreição, no seu hino cristológico na Carta aos Filipenses:
"Cristo, que era de condição divina,
não se valeu da sua igualdade com Deus,
mas esvaziou-se a si mesmo,
tomando a condição de servo.
Aparecendo como homem,
rebaixou-se ainda mais,
tornando-se obediente até à morte,
e morte de Cruz!
Por isso Deus O exaltou
e Lhe deu o nome que está acima de todos os nomes
para que ao nome de Jesus
todos se ajoelhem nos céus, na terra e nos infernos
e toda a língua proclame que Jesus Cristo é o Senhor
para glória de Deus Pai!"
(Fl 3, 6-11)
Se cada uma destas celebrações - a Encarnação e a Paixão - nos abre de par em par a Porta Santa do Céu, imagine-se as duas unidas! A mim, nesta noite santíssima em que, pelas ruas da minha terra, acompanhámos Jesus ao Calvário, pareceu-me que o céu inteiro se derramava em bênçãos sobre nós...
É com imensa alegria que convidamos todos os leitores deste blogue e todas as Famílias de Caná a virem fazer connosco o Retiro de Natal, no próximo dia 2 de janeiro, sábado, em Fátima! Aqui fica o programa: Programa Retiro Natal 2016
Para podermos decidir qual o tamanho da sala do Centro Paulo VI que reservaremos (gostaríamos que fosse o auditório principal...), pedíamo-vos uma breve inscrição online, aqui.
O almoço é livre, podendo quem quiser trazer merenda ou ir a um dos muitos restaurantes em Fátima. Nós levaremos a nossa merenda habitual. Durante a tarde percorreremos o Caminho dos Pastorinhos, meditando nos mistérios do Natal. Servir-nos-á de meditação o mesmo texto do ano passado, que deverão descarregar e levar convosco: Via Stellae
Como todos os nossos retiros, também este é aberto a todos, bebés, crianças, jovens, adultos. Venham, e aproveitem a ocasião para fazer uma obra de misericórdia espiritual - dar bom conselho - convidando uma família amiga a vir também!
Neste Ano Santo, neste grande Jubileu da Misericórdia, o Santo Padre convida-nos a todos a fazer uma peregrinação a uma das Portas Santas, abrindo o coração à grande indulgência de Deus, ao Grande Perdão. Na Bula de Proclamação do Jubileu, o Santo Padre diz assim: "A peregrinação é um sinal peculiar no Ano Santo, enquanto ícone do caminho que cada pessoa realiza na sua existência. Também para chegar à Porta Santa, cada pessoa deverá fazer, segundo as próprias forças, uma peregrinação. Esta será sinal de que a própria misericórdia é uma meta a alcançar que exige empenho e sacrifício. Ao atravessar a Porta Santa, deixar-nos-emos abraçar pela misericórdia de Deus e comprometer-nos-emos a ser misericordiosos com os outros como o Pai o é connosco."
Depois, na Carta sobre as Indulgências deste ano santo, o Santo Padre especifica: "Espero que a indulgência jubilar chegue a cada um como uma experiência genuína da misericórdia de Deus, a qual vai ao encontro de todos com o rosto do Pai que acolhe e perdoa, esquecendo completamente o pecado cometido. Para viver e obter a indulgência os fiéis são chamados a realizar uma breve peregrinação rumo à Porta Santa, como sinal do profundo desejo de verdadeira conversão. É importante que este momento esteja unido, em primeiro lugar, ao Sacramento da Reconciliação e à celebração da santa Eucaristia com uma reflexão sobre a misericórdia. Será necessário acompanhar estas celebrações com a profissão de fé e com a oração por mim e pelas intenções que trago no coração para o bem da Igreja e do mundo inteiro."
Em Fátima, a Porta Santa foi aberta ontem, dia 8, ao mesmo tempo que o Santo Padre abria a Porta Santa na Basílica de S. Pedro. Assim, ao longo de todo este ano santo, a Porta de S. Tomé - o Apóstolo do Evangelho proclamado no Domingo da Misericórdia - na Basílica da Santíssima Trindade estará aberta para nos acolher nos braços do Pai, oferecendo-nos gratuitamente, por pura misericórdia, a grande indulgência.
Façamos então a nossa peregrinação a esta Porta Santa, entregando-nos ao abraço do Pai! Teremos tempo para confissões, para um ensinamento sobre a Misericórdia, para a Eucaristia, para a meditação na Via da Estrela, a "Via Sacra do Natal", e por fim, para grande e alegre brincadeira, visitando as casas dos pastorinhos e saltitando nos seus montes.
O ano jubilar é uma oportunidade na vida que não podemos desperdiçar! Diz-nos o Senhor, com palavras que ecoam desde os tempos antigos, na Lei de Moisés:
"No dia do grande Perdão, fareis ressoar o som da trombeta através de toda a vossa terra. Este será para vós um jubileu!" (Lv 25, 9-10)
Que o som da trombeta a todos nos reuna, preparando desde já a reunião definitiva, um dia, em casa do Pai. Ámen!
Hora de catequese e oração familiares. Nestes dias de advento, este tempo tem vindo a alongar-se alegremente. Em torno do presépio, aquecidos pela lareira, iluminados pelas luzes da Árvore de Jessé, vamos meditando e rezando. A novena da Imaculada Conceição e a Árvore de Jessé têm-nos dado a oportunidade de recordar e recontar várias histórias da Bíblia, no meio de grande animação. Também as leituras da missa do dia, neste tempo de Advento, são particularmente profundas e sugestivas, gerando grandes conversas entre nós. De olhos postos no presépio, vamos falando com o Senhor e deixando que Ele nos fale...
Mas hoje é preciso fazer uma catequese especial, pois o Ano Santo da Misericórdia está à porta.
- Meninos, sabem quais são as sete obras da misericórdia corporais? Há muitas, claro, mas a Igreja fala em sete, para nos ajudar a concretizar alguns gestos que estão ao alcance de todos.
- E quais são?
- Ora escutem: dar de comer a quem tem fome, e dar de beber...
- ... a quem tem sede!
- Mamã, precisamos de levar pacotes de leite para a escola. É para uma campanha para a Casa do Gaiato!
- Ora aí está uma bela ideia. Outra obra: vestir os nus...
- Isso inclui as horas passadas ao ferro ou a dobrar roupa?
Gargalhadas.
- Acho que sim! Outra: visitar os presos, dar pousada aos peregrinos, enterrar os mortos, visitar os doentes...
- Na minha sala, quando um menino está doente na escola e não pode ir ao recreio, um de nós fica na sala com ele. Eu fico muitas vezes a fazer companhia!
- Que boa obra de misericórdia!
- Visitar a bisavó também conta?
- Conta, claro! E agora escutem: a Igreja também nos fala das obras de misericórdia espirituais. E olhem que bonitas: dar bom conselho...
- Eu costumo dar bons conselhos aos meus amigos.
- Então fazes uma obra de misericórdia, David. E aqui vai outra: corrigir os que erram, ensinar os ignorantes...
- A minha professora passa a vida a corrigir os meus erros! Ela faz muitas obras de misericórdia!
Gargalhadas.
- Pois faz, Lúcia. Ser professor pode ser uma bela obra de misericórdia, e eu sei-o bem! Outra: perdoar a quem nos faz mal...
- Eu perdoo aos manos quando eles destroem as minhas construções!
- E eu desculpei a Sara quando ela me rasgou o desenho.
- Escutem esta: consolar os tristes...
- Isso fazemos nós sempre na escola, junto dos amigos!
- E eu faço em casa convosco quando choram! Há outra obra de misericórdia muito interessante: suportar as fraquezas do próximo com paciência.
- Que significa isso?
- Significa que todos nós somos imperfeitos, e por vezes é difícil viver com a imperfeição dos outros. Especialmente se temos de lidar com essa imperfeição várias vezes por dia! É o que acontece na família. E ser misericordioso é ser capaz de aceitar os defeitos do outro, mesmo quando nos incomodam, com paciência...
- Como nós aceitamos quando gritas connosco?
- Ou como eu aceito quando os manos não me deixam estudar em paz.
- Mas nós também aceitamos que ocupes o quarto todo a fazer ginástica!
- E que não arrumes depois...
- Não ouvir à primeira conta?
- Temos de ser pacientes com os gatos e os cães?
- Se formos mais pacientes uns com os outros, estamos a fazer uma belíssima obra de misericórdia. E sabem qual é a última? Rezar pelos outros.
- Essa nós fazemos todos os dias!
- Ouçam então: ao longo do Advento, vamos fazer todos os dias várias obras de misericórdia, em casa, na escola, em todo o lado. Depois, durante a oração familiar, iremos colocar no presépio uma estrelinha. Quando chegar o Natal, o Canto de Oração será um céu estrelado, digno da noite de Natal.
- Podemos começar já?
- Fizeste uma obra de misericórdia hoje?
- Fiz! Deixei a Sara fazer o puzzle comigo, e ela rasgou uma peça...
"«Senhor, quando foi que te vimos com fome ou com sede e te servimos, doente ou na prisão e te visitámos, peregrino ou estrangeiro e te acolhemos?» E o Rei responderá: «Sempre que fizestes estas coisas a um dos meus irmãos, a Mim o fizestes.»"
(Mt 25, 37-40)
No encontro de Aldeia de Caná de sábado, o Pedro e a Sandra fizeram-nos um belíssimo ensinamento sobre o Ano Santo e as obras de misericórdia. Para as crianças, levaram desenhos para colorir sobre o tema, que foram buscar a este blog. Os desenhos são realmente sugestivos e permitem-nos aprender de cor as obras da misericórdia. Querem usá-los aí em casa? Aqui ficam: obras de misericórdia
Feliz Ano Santo da Misericórdia para todos!
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