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Cabby

por Teresa Power, em 04.08.14

Tenho aqui na Irlanda um sobrinho profundamente autista. Recordo o seu olhar meigo e o seu sorriso traquina quando o conheci, bebé de ano e meio, e pela primeira vez ele brincou com o meu bebé, o Francisco. Nós, as mamãs, estávamos felizes, ambas longe de imaginar as surpresas que a vida nos iria trazer a ambas… Aos quatro anos, o diagnóstico do Sean estava completo, e com seis anos, o Sean já habitava um mundo só seu, que ninguém conseguia penetrar. A sua frustração nunca parou de crescer, e a vida da sua família (o Sean tem três irmãos) tornou-se cada vez mais difícil.


O Sean tem uma grande amiga: Cabby. Cabby é uma cadela-guia, criada especialmente para tratar do Sean, e capaz de dar por ele a vida. Cabby é também a melhor amiga dos meus cunhados: antes dela aparecer nas suas vidas (tiveram de esperar bastante pela sua vez, pois estes cães altamente treinados são raros e há muita procura), a Sheila e o John quase não saíam de casa, incapazes de controlar o pequeno Sean em lugares públicos, quando as suas crises se intensificam. Com a Cabby, eles podem finalmente ir a muitos lugares e estar em público, pois sabem que o Sean está seguro e que as pessoas estão seguras à sua volta.
Hoje, fomos com o Sean e a sua família à praia. Quando o vi, unido à Cabby por uma forte corrente, lembrei-me de um versículo da Bíblia, de uma das minhas histórias preferidas, o Livro de Tobias:

 

"O jovem partiu e, com ele, também o anjo. E ainda o cão, que os seguiu." (Tb 6, 2)

"O cão, que os tinha acompanhado durante a viagem, correu adiante como um mensageiro, e mostrava o seu contentamento fazendo festas e abanando a cauda." (Tb 11, 9)


Se os bons cães - aqueles que nos acompanham na grande viagem - têm um lugar na Bíblia, tenho a certeza de que também terão no Céu, quando toda a Criação for renovada em Jesus!

 

                                            (Sean, o pai e Cabby)


A minha cunhada Sheila, irmã do Niall, é uma grande mulher, a quem a vida não assusta. Como acontece com as outras mães que eu conheço de perto, abençoadas com filhos diferentes – de todas elas, o meu sobrinho é mesmo o mais diferente – a Sheila é capaz de fortes gargalhadas e nunca perde o sorriso. Quem conhece a dor – e eu também conheço… - conhece também aquela mão divina, segura e carinhosa, que nunca nos deixa cair muito fundo…

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publicado às 06:45



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