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Coração de Mãe

por Teresa Power, em 28.06.14

Com a cabeça no meu ombro, o David escutava atentamente mais um capítulo do livro Aventuras na Terra de Jesus, de que já falei aqui. Eu lia:

 

"Maria tinha-lhes pedido que fossem levar um doce que preparara para a anciã. Era incrível como ela conquistara rapidamente toda a Cafarnaum. Tinha chegado há pouco e já fizera amizade com quase toda a gente. Possuía um dom especial. As pessoas começavam logo a confidenciar com ela as suas preocupações e os seus mais secretos anseios" (P. 64)...

 

- Ena pá, Maria é mesmo assim, não é, mãe? - Atalhou o David, com um sorriso aberto na boca. - Eu acho que Maria gosta sempre de nos ajudar!

 

Alguns dias mais tarde, eu lia no mesmo livro:

 

"Ana (uma personagem simpática destas aventuras) falou de Maria com um carinho enorme. Já a sentia como sua própria mãe. O Gonçalo e o Diogo ouviram-na explicar essas coisas que eles já sabiam bem, pois conheciam Maria há muito tempo..." (p.86)

 

- É mesmo verdade! - Interrompeu novamente o David - A gente sente mesmo Maria como nossa mãe. Eu sinto! - E depois, voltando-se para a Lúcia, que segue a história à sua maneira, bem encostada a mim mas com atenção intermitente: - Sabes, Lúcia, Maria é mesmo nossa Mãe! É Mãe de Jesus e nossa. É de todos!

 

Faz-nos bem contemplar Maria. Em ninguém como nela se manifestou a graça de Deus e a salvação operada pela cruz de Jesus! Não há nem haverá sobre a Terra criatura de Deus mais humilde, mais simples, mais bondosa, mais amável, mais paciente, mais generosa do que Maria. Se houvesse, Deus tê-la-ia escolhido para Mãe de Jesus!

Faz-nos bem contemplar Maria. Quando o fazemos, damo-nos conta de que Deus não nos pede grandes coisas, mas sim pequenas coisas feitas com um grande amor, como dizia a Madre Teresa de Calcutá. Maria mostra-nos que a santidade está ao alcance de todos, dos mais pequeninos aos maiores, e que não depende de feitos extraordinários, de uma inteligência superior, de estudos ou de classes sociais. A santidade faz-se todos os dias, dizendo "sim" à vontade de Deus.

Maria é a "imagem e semelhança" (Gn 1, 27) de Deus, a realização perfeita do sonho de Deus para o ser humano. Como é bom saber que esta "imagem e semelhança" é simples, simples, simples... E nós somos tão complicados!

Escreveu o Papa Francisco na sua carta A Alegria do Evangelho, nº286:

"Maria é aquela que sabe transformar um curral de animais na casa de Jesus, com uns pobres paninhos e uma montanha de ternura. É aquela que tem o coração trespassado pela espada, que compreende todas as penas."

 

Podermos chamar Mãe a Maria é um dos mais belos presentes do amor de Deus. Que felicidade a nossa, ter uma Mãe assim! Hoje, dia do Imaculado Coração de Maria, rezo para que todos os cristãos experimentem esta alegria, como o David.  Afinal, foi o que experimentaram Isabel e João Baptista, quando Maria os visitou:

 

"Donde me é dado que venha ter comigo a Mãe do meu Senhor? Pois logo que chegou aos meus ouvidos a tua saudação, o menino saltou de alegria no meu seio." (Lc 1, 43-44)

 

 

 

 

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publicado às 07:53

Aventuras na Terra de Jesus

por Teresa Power, em 04.06.14

Há algumas semanas atrás, o carteiro voltou a visitar-nos, para grande alegria do António, como se devem lembrar (se não se lembrarem, cliquem aqui)! Desta vez, trazia um embrulho vindo de Braga. Era um presente do padre Pedro Tomé Boléo, que tem acompanhado este blogue com a sua oração. Lá dentro, dois curiosos livros de aventuras: Aventuras na Terra de Jesus, volumes I e II, ambos escritos pelo padre Pedro Tomé Boléo e publicados pelas Edições Diel.

- Lê, mãe, lê! - Pediram os mais novos, entusiasmadíssimos. - Podes ler hoje à noite?

- Sim, está combinado!

 

Cá em casa, costumamos "agrupar" os filhos quando se trata da hora de deitar, da hora da história, etc. Assim, os primeiros a ir para a cama são o António, a Sara e a Lúcia. Sentados sobre a cama de um deles, têm direito, em conjunto, a uma história do Noddy, do Ruca ou de algum outro personagem da sua escolha. Depois, é a vez do David. Também ele tem direito a uma história, mas já não uma história qualquer: tem de ter capítulos e ser muito grande, estendendo-se ao longo de duas semanas ou mais. As últimas histórias que lhe li foram a Heidi, de Joana Spyri, e História de uma Gaivota e do Gato que a ensinou a voar, de Luís Sepúlveda. Histórias longas, belas e não necessariamente infantis! Mas com a cabeça encostada ao meu ombro, ele escutou embevecido, a sua imaginação a trabalhar, o cansaço do dia a entrar no sonho, o gosto pela leitura a nascer. Como o Francisco e a Clarinha, e como, daqui a uns tempos, os irmãos mais novos, também ele terá direito a escutar um capítulo de uma história até perto do final do segundo ciclo.

Na semana passada, comecei então a ler as Aventuras na Terra de Jesus. Como a Lúcia está quase, quase a terminar a pré-escola e a entrar no primeiro ciclo, alcançou o direito de se deitar à mesma hora do David. As Aventuras na Terra de Jesus são a sua estreia na "hora do conto" dos irmãos "médios"!

 

Não conheço mais nenhum livro para crianças assim. A história passa-se há dois mil anos atrás, em terras da Galileia e da Judeia. Os heróis destas aventuras são dois primos, o Gonçalo e o Afonso - dois sobrinhos do padre Pedro... - , vizinhos e amigos de Maria e de José. Podem imaginar as aventuras que eles vão viver, e que começam logo quando surpreendem Maria a conversar com um anjo...

Terminámos ontem o primeiro volume. Lemo-lo depressa, pois o David e a Lúcia não se contentavam com um capítulo por noite! E eu fui cedendo, tão curiosa quanto eles.

 

A única maneira proveitosa de ler os Evangelhos e toda a Bíblia é entrar nas histórias e tornarmo-nos protagonistas da maior aventura da humanidade: o encontro com o Senhor. É preciso estar lá, quando Jesus nasce, adorá-l'O como os Magos O adoraram, amá-l'O com o carinho de Maria e de José; é preciso estar naquela árvore quando Jesus nos convida a descer, como Zaqueu; é preciso sentarmo-nos a seus pés, como a irmã de Lázaro; é preciso gritar por Jesus para que nos abra os olhos, como Bartimeu; é preciso ajoelhar diante da Cruz imensa, acolhendo o Sangue e a Água em nossos corações; e como Tomé, é preciso pôr a nossa mão no Sagrado Coração de Jesus e confessar: "Meu Deus e meu Senhor!"

 

Contar as histórias da Bíblia aos mais pequeninos não é nada de extraordinário. É simplesmente repetir o gesto de gerações e gerações de crentes, desde Abraão. Antes de ser escrita, a Biblia foi contada, narrada ao redor da mesa familiar. As suas histórias passaram de pais para filhos, até finalmente alguém as fixar por escrito. No tempo de Maria e de José, existia em Nazaré um único rolo com as Sagradas Escrituras, na sinagoga. E no entanto, Maria e José conheciam os salmos e muitas outras passagens das Escrituras de cor! Hoje, a Bíblia é o livro mais vendido na Terra. Talvez até tenhamos mais do que uma em casa. Mas quantos cristãos conhecem as suas histórias? Quantos cristãos as contam aos filhos? As Famílias de Caná são desafiadas a contar uma história ou a ler e meditar numa pequena passagem da Bíblia todos os dias. E segundo os testemunhos que tenho recebido, este gesto simples quotidiano tem sido uma imensa fonte de graças para a família inteira!

 

Entre tantos livros de aventuras disponíveis nas nossas livrarias, fico feliz por ter sido generosamente presenteada com o livro do padre Pedro Tomé Boléo. Que os meus filhos possam também, como o Gonçalo e o Afonso, ser protagonistas das aventuras do povo de Deus, caminhando em oração pela terra de Jesus - e trazendo com a vida Jesus para a sua terra!

 

 

 

 

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publicado às 07:37



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