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Somos uma família católica, abençoada com seis filhos na Terra e um no Céu. Procuramos viver a fé com simplicidade e generosidade. Queremos partilhar com outras famílias a alegria de sermos Igreja Doméstica na grande família da Igreja Católica.
Conseguir ir à missa todos os dias tem sido a grande novidade deste Natal. Em tempo de aulas, é quase impossível para nós ir à missa diariamente, pois saímos de casa pelas oito da manhã, e a missa ainda não está terminada a essa hora. Mas agora que são férias, e a Sara já está crescidinha, torna-se mais simples.
Simples, mas não fácil: a cama está tão quentinha, estamos de férias, os meninos gostam de se enfiar no nosso edredão um bocadinho, para quê levantar-me e sair para o frio?
Porque Jesus está à minha espera na manjedoura.
Manjedoura?
Sim, claro! "Belém" significa literalmente "Casa do Pão"; e as manjedouras, meus senhores, segundo a palavra indica, são o lugar onde os animais vão manjar, ou seja, tomar a sua refeição! Ao deitar Jesus sobre as palhinhas, Nossa Senhora ofereceu-nos o verdadeiro Pão do Céu. E fê-lo com o coração em acção de graças, um coração "eucarístico". As palhinhas pobres, rudes, despidas de enfeites, foram o primeiro altar do Senhor!
Não viveremos o Natal no seu sentido mais profundo enquanto não encontrarmos Jesus pobre, humilde e escondido na fragilidade da Eucaristia. As luzes, as canções, o bolo-rei e o perú recheado não têm comparação com a entrega silenciosa e ternurenta do nosso Deus feito alimento para saciar a nossa fome de infinito.
Em Belém, poucos se deixaram conduzir ao casebre onde Jesus Se dava em alimento; em Belém, poucos se deram conta da passagem do Senhor... Também hoje, Ele nasce para nós e torna-Se alimento de salvação numa igreja fria, pequena e humilde, às primeiras horas da manhã, longe do calor das nossas casas e das luzes das nossas praças. E poucos se dão conta...
Acontece que, quando começamos a alimentar-nos diariamente deste Pão, começamos também a precisar diariamente dele. Como vamos fazer neste ano que começa? Será que vou conseguir recuperar a missa diária, como fazia antes de ter (tantos) filhos? Um bom desafio para o Ano Novo...
(Santuário de Nossa Senhora Auxiliadora, segundo o David!)
"Madrugaremos para ir aos vinhedos,
ver se as vides lançaram rebentos
ou se já abrem suas flores,
se florescem as romãzeiras.
Ali te darei o meu amor.
As mandrágoras exalam seu perfume,
e à nossa porta há mil frutas deliciosas,
tanto frescas como secas,
que para ti, meu amado, reservei." (Cc 7, 12-14)
Como estão vocês de desafios?... Não se esqueçam do Retiro de Natal no sábado, em Fátima! Na coluna lateral em cima encontram as informações necessárias!
Entreguemos o novo ano que hoje começa nas mãos daquela que nos oferece Jesus, em cada eucaristia, como ofereceu em Belém, pão celeste, fruta deliciosa que para nós reserva nas madrugadas silenciosas da nossa vida!
Nossa Senhora Auxiliadora, Mãe de Caná, ensina-nos a fazer tudo o que Jesus nos disser. Ámen!
Feliz Ano 2015!
Uma das grandes coisas das férias – pelo menos das férias das pessoas comuns, que não têm acesso a hotéis de cinco estrelas ou a cruzeiros no Mediterrâneo - é permitir-nos algum grau de desconforto na vida. E porque é que isso é uma grande coisa? Porque nas férias damo-nos conta de que não precisamos de tanto quanto julgávamos para sermos felizes e para nos divertirmos a valer! De repente, descobrimos que podemos viver sem os objectos que, durante o ano, julgamos indispensáveis, a net não funciona com a rapidez que desejávamos, podemos habitar casas mais pequenas ou viver em tendas, e descobrimos que esse desconforto relativo não diminui em nada, antes aumenta a nossa alegria. E isso é fantástico!
O Papa Francisco disse numa homilia que não se pode ser cristão passando pela vida numa viagem de primeira classe (26-9-13). Diante dos problemas gravíssimos que o nosso mundo atravessa, os cristãos não podem fazer das férias uma busca do conforto e do luxo que são negados a tantos irmãos nossos! As férias cristãs não podem nunca ser ocasiões de busca de nós mesmos, de busca egotística de prazer pessoal. Precisamos de aprender a viver com menos coisas e mais alegria, menos conforto e mais tempo de família. Isso sim transforma as férias em grandes ocasiões da felicidade cristã! Disse Jesus:
“As raposas têm tocas, os pássaros têm ninhos, mas o Filho do Homem não tem onde repousar a cabeça.” (Mt 8, 20)
Jesus, o Filho de Deus, passou por esta vida com muito menos conforto do que nós, simples criaturas:
E por falar em repouso… Reparem nesta fotografia:
E reparem agora nesta, algumas horas mais tarde…
Não, não são sardinhas alinhadas numa lata de conserva: são quatro crianças alinhadas numa cama de casal atravessada – a solução ideal para a falta de camas na casa de férias! O inconveniente é naturalmente o tempo que demoram a adormecer, no meio de muitos pontapés; a vantagem são as gargalhadas…
Mas depois de uma noite mais ou menos agitada, chega a recompensa (eu não me esqueci da promessa de belas fotos neste blog...):