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Somos uma família católica, abençoada com seis filhos na Terra e um no Céu. Procuramos viver a fé com simplicidade e generosidade. Queremos partilhar com outras famílias a alegria de sermos Igreja Doméstica na grande família da Igreja Católica.
- Viva, hoje é dia de retiro!
Foi com o entusiasmo do costume que os meninos entraram nos carros, domingo de madrugada. Às nove e meia da manhã deveríamos estar no seminário de Alcains, perto de Castelo Branco, para orientar o Retiro Diocesano das Famílias. E para os meus filhos, "retiro" é sinónimo de festa, amigos velhos e amigos novos, boa comida e muita, muita alegria.
- Tu viveste em Castelo Branco, não foi, mamã?
- Sim, vivi em Castelo Branco até entrar na universidade. Depois a vida deu muitas voltas... O meu papá morreu, a minha mãe regressou à sua terra natal, Aveiro. Desde então, talvez não tenha ido a Castelo Branco mais do que duas ou três vezes.
- E tu gostavas de Castelo Branco?
- Adorava! Adorava mesmo... O céu muito azul, as ruas brancas, o frio e o calor, os amigos, e sobretudo, a minha casa onde cresci com tanto amor... Tudo me deixou saudades!
A viagem foi feita sempre no limite superior de velocidade, e ao passarmos ao largo de Castelo Branco mal tive tempo de apontar para o castelo, os prédios, os campos, as recordações de infância e juventude que deslizavam, velozes, à beira da estrada. Por fim, o seminário de Alcains e um belíssimo grupo de quase cem pessoas à nossa espera. Que alegria!
O retiro foi magnificamente preparado pela equipa da pastoral familiar, que nos presenteou com espaços bem organizados, lanches deliciosos e um belo almoço. Como sinal visível do Evangelho, e muito ao jeito do Papa Francisco, o almoço foi servido pelos dois sacerdotes que acompanharam o retiro. Bonito testemunho de caridade!
Começámos o retiro por nos apresentar enquanto família. A Sara adorou o momento, claro!
Depois, todos juntos louvámos o Senhor com cânticos e danças, e meditámos nos mistérios do Rosário.
Durante o dia, fiz três ensinamentos sobre a caminhada familiar que o Advento nos propõe. Enquanto isso, o Niall deveria estar a trabalhar com os jovens, enquanto outra pessoa deveria estar a trabalhar com as crianças. Por motivos desconhecidos dos próprios organizadores do retiro, essa pessoa nunca apareceu.
- Vou ficar sozinho com trinta crianças e jovens, entre os três e os dezassete anos? - O Niall olhava para mim com os olhos muito grandes. Sim, era mesmo isso que estava a acontecer!
Enquanto eu fazia os ensinamentos, na sala ao lado a animação era completa. Podíamos perceber risos, cantos, brincadeiras e muitas gargalhadas. Eu sorria para mim mesma: o Senhor não tinha abandonado o Niall na sua tarefa de evangelização! De facto, nos intervalos, eu fui testemunha do entusiasmo dos mais novos que, transbordando felicidade, corriam para junto do Niall:
- Niall, quando é o próximo jogo?
- Niall, qual é a próxima história?
- Para estes retiros podes trazer-me sempre, mãe! - Dizia uma jovem de dezasseis anos que tinha pensado ficar apenas durante a manhã e acabou por ficar o dia inteiro.
As fotografias falam por si:
- Niall, como conseguiste agradar a crianças e a jovens ao mesmo tempo? - Perguntei, por fim, completamente maravilhada com este dom que o Senhor lhe deu. Ele encolheu os ombros:
- O Francisco e a Clarinha ajudaram-me imenso. Dei-lhes várias tarefas para realizar como animadores, e cumpriram-nas na perfeição. Além disso, todos os meninos eram educados e estavam ali de coração aberto, prontos para escutar, trabalhar e brincar. E claro, a obra é do Senhor, que tomou conta da situação!
(Fica prometido para amanhã um post sobre o conteúdo catequético do trabalho do Niall neste dia...)
O dia estava a chegar ao fim. Faltava o momento mais importante: a Eucaristia. E de repente, surpresa das surpresas: o senhor bispo D. Antonino, bispo da diocese de Portalegre e Castelo Branco, estava diante de nós, pronto para presidir. Que grande alegria! Na homilia falou-nos dos desafios nascidos no sínodo dos bispos sobre a família, segundo o que ele próprio viveu enquanto participante. Que bela prenda o Senhor nos fez!
- Vamos embora de coração cheio - Diziam as famílias, despedindo-se.
Eu pensei nos pastores que visitaram o Menino no Presépio de Belém:
"Depois de terem visto, começaram a divulgar o que lhes tinham dito a respeito daquele menino. Todos os que ouviram se admiravam do que lhes diziam os pastores. E os pastores voltavam, glorificando e louvando a Deus por tudo o que tinham visto e ouvido."
(Lc 1, 17-20)
Depois pousei os meus olhos na imagem de Cristo Rei, que presidiu ao nosso encontro, neste dia soleníssimo de Cristo, Rei do Universo. E rezei para que sejamos sempre testemunhas deste reinado de amor, correndo apressadamente, como os pastores, entre o presépio e a nossa vida de todos os dias...