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Somos uma família católica, abençoada com seis filhos na Terra e um no Céu. Procuramos viver a fé com simplicidade e generosidade. Queremos partilhar com outras famílias a alegria de sermos Igreja Doméstica na grande família da Igreja Católica.
Não sei se todos os leitores deste blogue sabem ou recordam o que é viver com uma criança de dois anos em casa. Para os mais esquecidos, aqui ficam algumas pistas...
Num destes dias, a Sara veio do jardim muito contente, acompanhada do António e da Lúcia. Na mão, segurava isto:
Aproximei-me para ver mais de perto o curioso objeto. A Clarinha entrou nesse momento na sala e os gritos que deu fez a nossa casa parecer um filme de terror. Querem ver mais de perto também?
Sim, é um rato morto, certamente pelos nossos gatos...
Outro dia, deixei a Sara sentada na sanita. Passados alguns minutos, ela correu para junto de mim, muito satisfeita, a dizer: "Mamã, disparate! Mamã, disparate!" Dirigi-me à casa de banho para ver o disparate... E deparei-me com isto:
Já não é a primeira vez que a Sara se entretem a desenrolar o papel higiénico, claro!
De outra vez, o telemóvel tocou, tocou, e eu não o conseguia encontrar. Sempre atrás do toque, fui levada até ao jardim, e no jardim, até à oliveira. O som vinha abafado e contínuo. Poderia o telemóvel estar... dentro da oliveira? De repente, vi isto:
Aproximei-me... E encontrei o que tão desejado telemóvel!
Nessa mesma tarde, o Niall tinha recebido uma mensagem supostamente minha, a dizer: "aoytm,m ghrmme yeertidm"... Bem... Tive sorte a mensagem ter ido ter ao Niall e a mais ninguém!
Mas ontem passou das marcas. A Sara apareceu junto de mim sem sapatos, sem meias, sem calças e sem cuecas. "Sara, onde tens a roupa?" Perguntei. "Não sei!" Foi a resposta. Corri a casa toda à procura, mas sem sucesso. Decidi vesti-la com outra roupa, e não pensei mais no assunto. Até que horas depois, no pátio, tive esta visão:
Sim, são as casotas dos cães e os seus pratinhos... Mas há mais alguma coisa no recipiente da água. Querem ver mais de perto?
- Deve ter aprendido contigo, Teresa - Disse-me o Niall a rir, quando o chamei para ver - Passas a vida a lavar roupa! A Sara só te quis imitar!
As crianças de dois anos são verdadeiros artistas na arte de esgotar a nossa paciência. Nem sempre reajo pegando na máquina fotográfica... Às vezes, reajo com uma palmadita no rabo e um raspanete. Em dias de maiores disparates, quando a oração familiar é complicada e agitada, ao fazermos a invocação dos nossos santos protetores - Santa Clara, rogai por nós! Irmã Lúcia, rogai por nós! Etc - alguém acrescenta, brincalhão: "Santa Paciência!" e todos respondemos a rir, "Rogai por nós!"
Os disparates da Sara fazem-me sempre, sempre meditar no amor de Deus - embora nem sempre na hora...
Diz o Senhor através do profeta Oseias:
"Quando Israel era ainda menino, Eu amei-o, e chamei do Egito o meu filho. Mas quanto mais o chamei, mais ele se afastou. Entretanto, Eu ensinava Efraim a andar, trazia-o nos meus braços, mas não reconhecia que era Eu quem cuidava dele. Segurava-o com laços humanos, com laços de amor, fui para ele como os que levantam uma criancinha contra o seu rosto, inclinei-me para ele para lhe dar de comer..." (Os 11, 1-4)
Os disparates da Sara, que às vezes me fazem rir, e outras vezes me fazem perder a paciência, em nada beliscam o imenso amor que tenho por ela. Por ela, eu sou capaz de dar a minha vida. E de cada vez que ela corre para mim, dizendo com simplicidade e confiança: "Disparate!" Eu aperto-a contra o peito e parece-me amá-la ainda mais.
Os meus disparates, que às vezes fazem sorrir, outras vezes entristecem o Senhor, em nada beliscam o imenso amor que me tem. Por mim, o Senhor é capaz de dar a vida. Por mim, aliás, Jesus já deu a sua Vida... E de cada vez que corro para os seus braços, dizendo com simplicidade e confiança: "Perdoa-me!" Ele aperta-me contra o peito e ama-me ainda mais...