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Coração sem espinhos?

por Teresa Power, em 07.01.16

No início do Advento, um grupo de pessoas amigas, empenhadas na sua paróquia, pediram-nos emprestado o "Sagrado Coração de Jesus" que costumamos colocar à porta de casa, por alturas do mês de junho, mês do Sagrado Coração. Queriam fazer uma representação de Natal para as crianças do seu movimento e este Coração ficava muito bonito na peça que iam construir. Emprestei com todo o carinho, claro.

Sagrado Coração 2 (2).JPG

Quando, dias mais tarde, mo devolveram, o Coração vinha diferente. Olhei-o com atenção:

- Tiraram as chamas?

- Chamas?

- Sim, as chamas do Sagrado Coração...

As minhas queridas amigas entreolharam-se, preocupadas. Naturalmente não se tinham apercebido que as flores amarelas representavam as chamas do Coração de Jesus, um Coração ardente de amor. Ri-me, para as descontrair, pois sabia que tinham as melhores intenções do mundo. A nossa arte não é muita, e as flores amarelas pareciam tudo menos chamas! Recuperei as flores e guardei-as num saquinho, para mais tarde reconstruir o Coração.

Mas depois reparei noutro pormenor:

- O Coração de Jesus tinha espinhos... Também tiraram os espinhos?

- Tirámos - Assentiram - Não fazia muito sentido por se tratar de uma representação do Natal. Deitámos os espinhos fora... Desculpa!

 

Quando cheguei a casa, entreguei o Coração de Jesus ao Francisco e à Clarinha:

- Meninos, toca a refazer o Coração! É preciso voltar a colocar as flores amarelas no sítio e procurar novos espinhos!

Eles resmungaram:

- Ora bolas! Os espinhos custam tanto a colocar! Picamo-nos todos!

Ri-me para comigo. Ainda bem que os espinhos custam a colocar! Se não custassem, não seriam espinhos... Agradeci interiormente aos meus amigos por nos permitirem meditar de novo no mistério imenso do Sagrado Coração de Jesus, por nos permitirem picarmo-nos novamente em cada um dos seus espinhos.

sagrado coração de jesus 5.JPG

 O Coração misericordioso de Jesus é um Coração atravessado de espinhos dolorosos. A misericórdia divina significa que a minha miséria toca o Coração de Deus, ao ponto de o despedaçar. Amor rima sempre, sempre com dor...

Mesmo no Natal? Os meus amigos, que transbordam de amor por Jesus e só Lhe querem agradar, estavam empenhados em não permitir que, pelo menos no Natal, o Coração de Jesus fosse dilacerado pelos espinhos.

Mesmo no Natal. No dia seguinte ao Natal, a Igreja celebra o martírio de S. Estêvão, apedrejado até à morte. Que horror! E dois dias depois, o martírio dos bebés de Belém, mortos por Herodes. Quanto sangue derramado nas ruas de Belém, apenas alguns dias depois do nascimento do Salvador! Ler e meditar nas leituras da missa do dia, no tempo de Natal, não é uma experiência muito... "natalícia"! Mártires, perigos de toda a espécie, a fuga para o Egito durante a noite, a perseguição... 

DSC05408.JPG

Domingo à noite, ao regressar do grupo de oração com a Clarinha e o Francisco, encontrei o Niall sentado diante do televisor. As notícias mostravam uma criança de dois anos morta por afogamento, ainda com o corpinho dentro de água, numa praia na Grécia. Foi o primeiro náufrago de 2016. Vinha numa embarcação pequenina, fugindo à guerra em busca de um pouco de bem-estar. Que imagem chocante! Por que não nos deixam celebrar o Natal em paz?! Hoje, como há dois mil e quinze anos atrás, o Natal continua a ser tempo de contradição. Assim o predisse S. Simeão a Nossa Senhora, na Apresentação no Templo:

 

"Este Menino está aqui para queda e ressurgimento de muitos em Israel e para ser sinal de contradição. Uma espada trespassará a tua alma." (Lc 2, 34-35)

Imaculado Coração 1.JPG

Escreveu o Cardeal Kasper no livro que inspirou o Papa Francisco, Misericórdia: "Esta não é a linguagem das sagas nem dos mitos: no início, o estábulo; no final, o cadafalso... Mas é precisamente por causa desta tenção e deste contraste entre o cântico celestial dos anjos e a brutal realidade histórica que todo o relato da Natividade irradia uma magia específica."

Natal é tempo de amor. Misteriosamente, este amor cresce no meio da dor, como as rosas no meio dos espinhos. O mundo está cheio de sofrimento, e a nossa vida também. Mas por uma razão que não conseguimos entender, é neste terreno regado com lágrimas que brotam as sementes da esperança. Sem sabermos como nem porquê, de Natal em Natal o Reino continua a crescer...

 

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publicado às 06:00

A meio da noite

por Teresa Power, em 07.10.15

Lembram-se do dia de anos da Lúcia? Pois bem, nessa noite, véspera do dia 2 de outubro, o Niall e eu acordámos com barulhos estranhos na casa. O Niall levantou-se, saiu do quarto e encontrou as luzes todas acesas entre o quarto das meninas e a sala. Seguindo o rasto de luz, encontrou finalmente a Lúcia sentada no chão da sala, rodeada de papel de embrulho rasgado e montando calmamente um puzzle novinho em folha.

- Lúcia, que fazes aqui? - Perguntou-lhe carinhosamente. - Ainda não é o teu dia de anos! Faltam algumas horas...

- Ai não?

- Não. São duas e meia da manhã... Vamos dormir?

Em silêncio, a Lúcia levantou-se, deu a mão ao pai e aceitou regressar ao quarto.

Seis e meia da manhã. O António e a Sara aparecem ao nosso lado, excitadíssimos:

- Mamã, mamã, uma coisa muito estranha! A Lúcia ainda está a dormir, mas as prendas dela estão todas desembrulhadas na sala! Quem será que veio cá durante a noite?

DSC04542.JPG

É tão difícil, para uma criança, aguentar uma noite inteira, quando sabe que um belo presente a aguarda pela manhã! Como fazer para chamar o sono e esperar, de olhos fechados, que o dia amanheça, os pais acordem e as luzes se acendam?

Ah, como somos infantis! Deus tem belas prendas para cada um de nós, e tudo o que nos pede é que sejamos pacientes durante a escuridão da noite... Logo logo, o dia despontará também para nós, e então poderemos abrir as belas prendas que o seu amor preparou. Mas agora - quando as horas custam a passar, quando a tarefa parece interminável, quando chove sem parar, quando tudo é sombrio e doloroso na nossa vida - agora é tempo de esperança...

 

"A minha alma espera no Senhor

Mais do que a sentinela espera pela aurora.

Mais do que a sentinela espera pela aurora,

Israel espera pelo Senhor,

porque nele há misericórdia

e com Ele é abundante a redenção."

(Sl 130, 6-7)

 

DSC04544.JPG

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publicado às 06:00

Do outro lado do mar

por Teresa Power, em 05.02.15

Hora de oração familiar. De joelhos, no Canto de Oração, fazemos a nossa consagração:

 

"Nossa Senhora Auxiliadora, Mãe de Caná,

consagramos-te hoje e sempre a nossa família.

Confiamos na tua intercessão de Mãe,

para que o vinho da fé, da esperança e do amor

nunca acabe em nossa casa.

Faz de nós servos do Senhor, como Tu,

e ensina-nos a fazer tudo o que Jesus nos disser.

Ámen!"

 

Depois, rezamos o terço.

- Hoje vamos rezar em especial pela família da Fabiola.

- De quem?

- Da Fabiola.

- E pode-se saber quem é a Fabiola?

- É a mãe de uma nova Família de Caná. No outro lado do oceano!

- No Brasil?

- Sim, no Brasil. Hoje recebi esta foto da sua casa:

2.jpg

- É o seu Canto de Oração?

- Sim, é. A Fabiola e o seu marido têm dedicado os últimos dias a preparar o seu novo Canto de Oração. Decidiram ser Família de Caná, e então puseram mãos à obra!

- Que giro!

- Pois é. E já repararam bem na fotografia que emolduraram? A Fabiola mandou-me uma foto de mais perto:

1.jpg

- Quando recebi esta foto no mail, até me emocionei... Do outro lado do mar, a imagem da Mãe de Caná...

- E a família da Fabiola já vive as Cinco Pedrinhas?

- Calma! Estamos a trabalhar com uma "pedrinha" de cada vez. Começámos pelo Canto de Oração. Hoje será o grande dia da consagração da família à Mãe de Caná! Sugeri-lhes que o fizessem de uma forma mais solene a primeira vez, com cânticos, flores, velas. Depois, começarão a fazê-la diariamente, com simplicidade. Em breve conversaremos sobre as próximas "pedrinhas"! De qualquer forma, a filhota de dois anos já se apercebeu da alegria nova que experimentam quando são horas de rezar...

- Bem, é um pequeno milagre... As Famílias de Caná chegaram ao Brasil!

- Mas, mãe, tens noção do tamanho do Brasil? Sabes que vivem lá mais de duzentos milhões de pessoas?

- E...?

- E alegras-te porque tens lá uma Família de Caná? Só tu!

- Só eu, e Deus, claro! Jesus teria dado a vida, na cruz, por uma única pessoa sobre a Terra. Jesus alegra-Se por uma única Família de Caná... Deus não sabe o que são milhões! Ele não é bom aluno a Matemática... Deus nunca aprendeu a contar! Deus só conta até um. Um, um, um, um...

 

Cada Família de Caná que nasce, é uma pequena igreja que surge. As famílias são chamadas a ser Igrejas Domésticas, a Igreja que vive em cada casa, em cada prédio, em cada bairro. E onde nasce uma igreja, tudo fica diferente. Não damos conta, claro, porque o Espírito Santo atua de mansinho... Mas uma única família evangelizada é a semente de uma bela planta, capaz de crescer e abrigar nos seus ramos os passarinhos que voam dispersos no ar. Foi o que Jesus nos disse:

 

"O Reino de Deus é como o grão de mostarda, que na semeadura, é a menor de todas as sementes da terra. Mas, depois de semeado, cresce e torna-se maior do que todas as hortaliças. Estende ramos tão grandes que os passarinhos podem abrigar-se à sua sombra." (Mc 4, 30-32)

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 Na sua Exortação Apostólica A Alegria do Evangelho - que aconselho vivamente como leitura obrigatória para todos os católicos - , nos números 84, 85 e 86, o Papa Francisco faz um apelo:

 

"Não ao pessimismo estéril

Os males do nosso mundo (...) devem ser vistos como desafios para crescer. (...) A nossa fé é desafiada a entrever o vinho em que a água pode ser transformada, e a descobrir o trigo que cresce no meio do joio. Uma das tentações mais sérias que sufoca o fervor e a ousadia é a sensação de derrota que nos transforma em pessimistas lamurientos e desencantados com cara de vinagre. Ninguém pode empreender uma luta, se de antemão não está plenamente confiado no triunfo. (...) O triunfo cristão é sempre uma cruz, mas cruz que é, simultaneamente, estandarte de vitória (...) Não deixemos que nos roubem a esperança!"

 

Uma única Família de Caná no Brasil inteiro; um único aluno com vontade de falar sobre a fé; um único professor com visão para além do manual; uma única psicóloga com vontade de acreditar nos alunos marginalizados; uma única escola pública onde se desafiam os alunos a construir presépios; um único membro da família que reza...  Deixemos aos anjos a separação do trigo e do joio, e lancemos as mãos ao arado, com caras alegres, que a vitória está garantida!

 

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publicado às 06:38

Vem, Senhor Jesus!

por Teresa Power, em 27.11.14

"Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas, e na terra, angústia entre as nações, aterradas com o rugido e a agitação do mar. (...) Quando estas coisas começarem a acontecer, erguei-vos e levantai a cabeça, porque a vossa libertação está próxima." (Lc 21, 25-28)

 

As leituras da missa destes últimos dias do ano litúrgico falam-nos da última vinda de Jesus, na glória, como Rei e Senhor de todo o universo, e desafiam-nos a estar vigilantes, bem despertos, atentos aos sinais dos tempos. Só assim seremos capazes de reconhecer os passos do Senhor e o murmúrio da sua voz, quando Ele regressar.

Enquanto escutava o Francisco, a Clarinha ou o David a lerem algumas destas passagens, na nossa oração familiar ao serão, eu observava a Winnie, a nossa querida e velha cadelinha preta. À janela, silenciosa, atenta, o corpo em alerta máximo, o olhar fixo na rua, a Winnie era toda ela a imagem perfeita da sentinela vigilante. Mas porquê esta pose tensa, no final do dia? Porque a Winnie estava à espera do Niall.

 

Como convém a alguém que trabalha em Relações Internacionais, o Niall viaja bastante, passando de cada vez dois ou três dias no estrangeiro. Os meninos suspiram, saudosos do abraço paterno, mas não há como evitar a separação.

- Quantos dias faltam para o papá voltar? - Perguntam, a cada manhã e a cada noite. E eu vou respondendo.

Mas a Winnie não sabe contar os dias, e acho que não iria entender se eu lhe explicasse... Assim, não lhe resta outra alternativa senão estar vigilante, atenta ao mais pequeno sinal do regresso do seu dono e senhor, a quem ela adora acima de tudo. E mesmo velhinha, a Winnie não desiste de esperar de pé...

Winnie.JPG

O Evangelho assegura-nos de que o Senhor virá, em glória, para recolher o que semeou. Virá no final dos tempos, e virá no final do tempo de cada um de nós...

O nosso mundo não gosta de falar na morte. Mas nós sabemos que a morte nos pode surpreender a qualquer momento, no meio de qualquer actividade do nosso dia. O Senhor está perto, sim! Estaremos nós verdadeiramente em alerta máximo, conscientes de que o seu regresso é iminente? Estaremos nós verdadeiramente centrados no essencial? Ou andaremos distraídos, perdendo tempo com futilidades, desperdiçando as oportunidades que a vida nos oferece para amar, para servir, para perdoar, para dar?

Como passamos o nosso serão? Será que o ocupamos apenas com as novelas políticas ou fictícias que a televisão nos oferece? Ou, à semelhança da Winnie - mas com muito mais razão - sabemos guardar alguns momentos para nos colocarmos de pé, vigilantes, de olhos fitos na noite estrelada, à espera do nosso "Dono"?

 

Como sempre, a Winnie foi a primeira a perceber que o Niall chegara. Eram onze e meia da noite! Com grande alarido, a Winnie correu e saltou à sua volta, feliz.

O Senhor vai chegar, sim. Não deixemos que os animais nos ultrapassem em vigilância e esperança! Está na altura de nos erguermos e levantarmos a cabeça, porque a nossa libertação está próxima. Ah, a festa que vai ser...

 

 

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publicado às 06:35

A esperança

por Teresa Power, em 23.04.14

- Não quero ir à escola - Dizia-me ontem o António, ao acordar - Quero que sejam férias para sempre!

- Bem sabes que tens de ir, António. As férias já acabaram!

- Mas eu quero ficar em casa. Ou então quero ir à missa. Ou férias, ou domingo. Escola não!

- Pois é mesmo escola hoje, António. Vá lá, mostra que és grande!

 Por fim, o António tomou consciência de que tinha mesmo de ser: as férias estavam terminadas! Com algum esforço para conter as lágrimas, lá ficou, muito direito, muito homenzinho. Antes de me vir embora, dei-lhe mais um beijinho e mais um abraço. Saltando-me para o pescoço, o António disse:

- Não faz mal que te vás embora. Eu sei que depois do lanche tu vens logo logo!

- Pois é, António. Venho sempre depois do lanche.

- Eu sei - disse ele - Depois do lanche olho um bocadinho para a porta, e de repente tu estás lá! E nunca, nunca faltas, pois não?

- Não, nunca falto.

- O dia é rápido, não é? Tu estás lá à minha espera depois do lanche!

Assegurei-o outra vez do meu rápido regresso. Ele sorriu, disse-me adeus com a mão rechonchuda e lá foi a correr, brincar com os amigos.

 

A conversa entre Jesus Ressuscitado e os discípulos foi mais ou menos assim também!

"Não me detenhas" (Jo 20, 17), disse Jesus a Madalena, que a seus pés, insistia para que ficasse ali com ela. "Não me detenhas", tento eu dizer ao António. Jesus tinha de partir para que os discípulos crescessem (é mesmo, António...). Mas logo logo, Ele volta, e quando olharmos para a porta da eternidade, ali do outro lado da morte, Ele estará lá à nossa espera, como estará à espera da humanidade no fim dos tempos, "depois do lanche" que não sabemos bem quando será...

 

O António brincou o dia inteiro na escola, muito feliz. Quando o fui buscar, estava transpirado e corado, com um sorriso aberto, rodeado de amigos. Pendurando-se ao meu pescoço, gritou:

- Eu sabia que tu vinhas!

E foi essa certeza absoluta, essa confiança total no meu amor e no meu regresso, que permitiu ao António aprender, brincar, trabalhar, descansar e ser feliz durante todo o dia.

Como se distingue um cristão de um ateu? Pela maneira de "brincar"? Não: por esta atitude de confiança total e absoluta no amor de Deus, por esta certeza de que Ele está à nossa espera e não tardará em nos tomar nos braços e envolver de carinho. É a isto que chamamos de esperança cristã! E é esta esperança que nos enche de felicidade e nos faz sorrir no meio de todas as dificuldades que possamos encontrar pelo caminho.

Antes de morrer, Jesus deixou aos discípulos estas palavras ternas, tão semelhantes às que eu disse ontem de manhã ao António, ao deixá-lo no infantário:

 

"Também vós vos sentis agora tristes, mas Eu hei-de ver-vos de novo! Então o vosso coração há-de alegrar-se e ninguém vos poderá tirar a vossa alegria." (Jo 16, 22)

 

Sim, um cristão é, por natureza, um ser humano muito alegre!

 

 

 

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publicado às 09:38



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