Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Somos uma família católica, abençoada com seis filhos na Terra e um no Céu. Procuramos viver a fé com simplicidade e generosidade. Queremos partilhar com outras famílias a alegria de sermos Igreja Doméstica na grande família da Igreja Católica.
- Teresa, trouxe-te um presente! - O Niall acabava de entrar em casa e ainda nem sequer tirara o casaco, mas o entusiasmo era enorme. Tirei-lhe a mala das mãos e abri-a, curiosa. Depois soltei um grito de alegria.
- Há um ano que espero por este livro, Niall! Eu não sabia que ele já tinha sido escrito, mas tinha a certeza de que, um dia, alguém iria escrever esta história. Tinha a certeza! E como vês, não me enganei... Há histórias que precisam de ser escritas, para não serem esquecidas, para brilharem nas trevas. E esta é uma delas! Obrigada, oh, obrigada!
Lembram-se da Meriam Ibrahim? Escrevi vários posts sobre ela aqui, aqui, aqui, aqui. A mulher de 27 anos, com um filho pequenino e grávida novamente, que o Sudão condenou à morte por ser cristã? E que nunca, por um segundo, renegou a sua fé? E que deu à luz acorrentada, sozinha na escuridão da cela? E que foi depois recebida pelo Papa Francisco?
A Bíblia apresenta-nos muitas mulheres fortes. Nos Provérbios, descreve-as assim:
"Uma mulher de valor, quem a poderá encontrar? O seu preço é muito superior ao das pérolas. O coração do marido nela confia e jamais lhe falta coisa alguma. Ela proporciona-lhe o bem e nunca o mal, em todos os dias da sua vida. Ela procura lã e linho e trabalha de boa vontade com as suas mãos. Levanta-se, ainda de noite, distribui o alimento pelos da sua casa... Cinge fortemente os seus rins, e os seus braços têm sempre força. A sua lâmpada não se apaga durante a noite." (Pr 31)
A lâmpada de Meriam também nunca se apagará. A mim, ela ilumina-me e aquece-me o coração. Escrevo este post às onze da noite, cheia de pressa, porque quero sentar-me na cama para ler o meu presente do Dia da Mulher... Que neste dia o Senhor abençoe todas as mulheres da Terra, a todas proteja, e a todas fortaleça com a sua graça como fez com Meriam! Ámen.
Como eu tenho muito pouco tempo livre, costumo ter dois ou três livros de leitura espiritual espalhados pela casa, para poder aproveitar cada dois minutos disponíveis. Tenho geralmente também um livro na pasta da escola, para quando chego mais cedo às aulas ou durante os intervalos. Assim, somando todos os meios minutos aqui e ali, consigo uma boa dose de leitura espiritual diária. E confesso que sem ela, acho difícil rezar sem cessar, isto é, pensar em Deus o tempo todo. A leitura espiritual ajuda-me a manter o pensamento ocupado com as coisas divinas e estimula a minha criatividade para as coisas santas.
As crianças aprendem por imitação, claro! Com quem acham que a Sara aprendeu esta forma construtiva de aproveitar o tempo?
Há uns tempos atrás, ao chegar a casa, tinha na caixa do correio uma bela surpresa: um embrulho muito bonito com o livro "Esposos e Santos", enviado pelos nossos amigos Carmina e Edu, Tirciana e Vitor, com quem estivemos no retiro de Almada. Já contei aqui uma das histórias que li neste livro magnífico, e vou certamente continuar a falar dele. Afinal, a Palavra de Deus é para todos:
"Sede santos, porque Eu, o Senhor, sou Santo."(Lv 19, 2)
Entretanto, pedi à Carmina e ao Edu que me contassem o que descobriram com a leitura deste livro. Deixo-vos aqui o texto que me enviaram, e fica a sugestão deste livro como presente de Natal para toda a família!
"Esposos e Santos
Ser Santo deve ser objectivo de qualquer baptizado independentemente da forma como vive a fé em Deus ou da vocação à qual é chamado. Crescemos a achar que a santidade não está ao nosso alcance por ser o destino de poucos (certamente muito diferentes de nós), por terem uma vida extraordinária, capacidades sobrenaturais ou uma vida pia, orante ou contemplativa da qual não somos capazes.
Apesar dos constantes apelos à santidade que insistimos em ignorar durante toda a nossa vida (por acreditar que ela é apenas para os outros), a santidade não só é possível, como está acessível e é um dever de todo aquele que, como nós, acredita em Cristo.
O amado Santo João Paulo II não só acreditava nisto como, na sua sabedoria, estava certo de que a santidade não é só para indivíduos, mas também para casais que escolham viver plenamente a sua vocação matrimonial, na fidelidade do amor a Deus vivido através da entrega total ao outro todos os dias, no dia-a-dia da sua vida conjugal e na abertura dos dois aos outros. Assim procurou e encontrou casais que pelo seu testemunho de vida vieram confirmar o que já sabia, que os esposos também podem ser santos.
Se as notícias pareciam boas, estão prestes a tornar-se óptimas: não é preciso ser-se um casal especial nem extraordinário para ser santo, basta amar, o resto vem por acréscimo.
Se formos capazes de viver cada dia confiando em Deus, procurando fazer a Sua vontade e aceitando que a vida não nos pertence temos meio caminho andado, independentemente dos tropeços, quedas ou pecados de ambos ou de cada um.
A cada um de nós compete ser o arauto, o guardião e o garante da santidade daquele que Deus nos confiou para connosco ser um. É nessa unidade, na vida em comum, na certeza da pertença um ao outro e dos dois a Deus que a santidade se torna possível.
Curiosamente, é por sermos dois que escolheram (com e em Deus) viver como um só que temos a vida facilitada no nosso caminho rumo à santidade. O outro não é um estorvo, mas uma ajuda preciosa para o caminho. E esse caminho faz-se todos os dias com e por amor ao outro e Àquele que nos une. Amor esse que se manifesta e se concretiza na entrega e no serviço aos filhos de sangue e/ou de coração, à família, aos amigos, aos colegas, à comunidade, à paróquia, aos estranhos, aos pobres…. em suma, ao próximo.
Para ser santos não precisamos mudar de casa, de vida, nem de rotina, basta trazer Deus para a dentro da nossa casa, para viver connosco e fazer parte da nossa rotina.
O livro Esposos e Santos recentemente publicado pelas Edições Paulinas traz-nos dez maravilhosos testemunhos de casais que, como nós, se amavam, amavam a Deus e estavam dispostos a fazer a Sua vontade. São dez vidas diferentes entre si, mas comuns no amor a Deus e à Igreja, na entrega e no serviço aos outros que só um amor que vem de Deus consegue justificar.
Leiam, deliciem-se e atrevam-se a fazer o que o matrimónio nos exige e Cristo nos pede: sede Santos.
Eduardo e Carmina Cardoso"
Hoje é dia de Santa Teresinha do Menino Jesus, a minha padroeira. O Canto de Oração está mais florido, com as "rosas de Santa Teresinha", que crescem no nosso jardim em sua honra e estão sempre cobertas de flores nesta altura!
Conheci santa Teresinha com dez anos, através do livro Amor sem Fronteiras, de Januário dos Santos, e desde então a nossa amizade não parou de crescer. Um pouco mais tarde li pela primeira vez a História de Uma Alma, que depois reli vezes sem conta, e continuo a reler. Sorri quando o Papa Francisco, na viagem ao Rio de Janeiro, disse diante das câmaras que levava entre os seus objectos pessoais também um livro sobre Santa Teresinha. Quem não ama esta santa tão jovem, tão pura, tão bela e tão grande?
Mas não foi "apenas" a história de Santa Teresinha que conquistou o meu coração; foi também, e muito especialmente, a história dos seus pais e da sua família. Ainda antes de casar, comprei o livro História de Uma Família, sobre a família de Santa Teresinha, e tenho-o todo sublinhado e anotado, como se faz com um livro de estudo. A grande preocupação destes pais era a santidade dos seus filhos e um do outro. Nada no seu dia, nas suas decisões, nas suas escolhas - desde a escola das meninas à casa onde viver - foi deixado ao acaso! Zélia e Luís Guérin procuravam em tudo, mesmo tudo, a santificação da sua família. Sofreram muito, pois viram morrer quatro filhos, Zélia morreu de cancro da mama aos quarenta e cinco anos, e Luís sofreu de grave demência no final da sua vida. Mas nada os separou do amor de Deus. A esta família santa aplicam-se com justiça as palavras de Jesus:
"Todo aquele que escuta as minhas palavras e as põe em prática é como o homem prudente que edificou a sua casa sobre a rocha. Caiu a chuva, engrossaram os rios, sopraram os ventos contra aquela casa; mas não caiu, porque estava fundada sobre a rocha." (Mt 7, 24-25)
Santa Teresinha aprendeu pois a ser santa ao colo do pai e da mãe, que entretanto foram beatificados por Bento XVI a 19 de outubro de 2008. As relíquias deste casal de santos serão expostas à veneração dos fiéis durante o sínodo da família, como forte sinal de que as famílias cristãs são chamadas à santidade. Já é tempo de colocar sobre o candelabro a vida de santidade das famílias verdadeiramente cristãs, para poderem iluminar as nossas dificuldades na educação dos nossos filhos, as nossas escolhas diárias, as nossas lutas e as nossas vitórias.
O sínodo irá trazer-nos algumas respostas pastorais sobre vários assuntos relacionados com as famílias modernas, segundo espero; mas eu desejo que, acima de tudo, nos aponte caminhos de santidade, nunca baixando a fasquia que nos faz pular alto e alcançar a verdadeira felicidade do Céu!
Ontem, ao pesquisar um pouco sobre a vida e o martírio dos novos beatos coreanos, dei comigo a sorrir e a acenar com a cabeça, feliz por ver reconhecido algo que para mim sempre foi muito importante: o papel da leitura espiritual na vida de um crente.
Como tão bem explicou o papa na sua homilia de beatificação, o cristianismo não chegou à Coreia através dos missionários, como terá chegado a quase todas as partes do mundo, mas através... da leitura espiritual! Foi do contacto com a leitura dos Evangelhos e de livros de espiritualidade católica escritos por jesuítas missionários na China que os intelectuais coreanos se aperceberam da maravilha desta nova doutrina, tão diferente do Confusionismo nos seus princípios de fraternidade, amor ao próximo, profundidade do amor de Deus por nós. Apaixonados por tão grandes verdades, estes homens de cultura decidiram investigar, estudar, ler ainda mais. Finalmente, puseram mãos à obra e divulgaram a nova doutrina que já transformara as suas vidas e aquecia os seus corações. Ainda não eram baptizados, e já eram catequistas! Quando os sacerdotes chegaram à Coreia, doze anos mais tarde, encontraram uma comunidade católica de... 4000 membros. O trabalho principal estava feito!
Há muitos adultos doutorados e especializados que, a nível de fé, nunca ultrapassaram o nível de ensino da primária. A catequese recebida em criança é, na verdade, uma escolarização mínima na fé! O trabalho maior tem de ser feito depois. A Bíblia diz-nos que a sabedoria espiritual não é apenas um dom, mas é também fruto da aplicação, do estudo e do esforço humanos:
"Filho, desde a juventude acolhe a instrução, e até à velhice encontrarás a sabedoria. Como o lavrador e semeador, aproxima-te dela e espera os seus bons frutos. Por algum tempo terás trabalho em seu cultivo mas comerás em breve de seus produtos." (Ecl 6, 18-19)
Cá em casa, devoram-se as biografias de santos. Depois, os textos escritos pelos papas, naturalmente. "A Alegria do Evangelho" está todo bem sublinhado e anotado! Depois, livros que nos ajudam a estudar e a meditar na Bíblia. E depois ainda, livros sobre os sacramentos, as verdades da fé, a oração, a vida familiar cristã, etc.
Lamento que não existam boas biografias de santos para crianças. Sim, eu sei que existem muitas - tenho cá em casa uma vasta colecção - mas apesar das ilustrações, do tamanho e do formato, não estão escritas para crianças. Contêm geralmente uma linguagem piedosa há muito ultrapassada e nada apelativa às novas gerações e transpiram de palavras difíceis. Assim, acabo por não os ler, mas antes contar aos meus filhos, para que eles possam interessar-se pela história. Fica o desafio para aqueles "aí desse lado" que gostam de escrever...
Muitas pessoas se admiram de como encontro tempo para ler, no meio de tantas coisas que já me parecem ocupar tanto. Bem, tenho geralmente livros de espiritualidade - tal como livros de muita outra coisa - espalhados por toda a casa: na casa-de-banho, nas mesinhas de cabeceira, no chão da sala, na cozinha... Como costumo aproveitar todos os meios-minutos que tenho por dia, dá jeito esta dispersão! Li imensos livros enquanto amamentava os recém-nascidos (que saudades desses momentos de meditação, com um bebé ao peito ou ao biberão e um livro espiritual no colo!) e continuo a ler muito... na casa-de-banho! Costumo também trazer um livro na carteira para ler, por exemplo, nos intervalos das aulas, ou quando os alunos estão em teste, ou noutro lugar de espera. E, claro, leio na cama, à noite, pelo menos cinco a dez minutos. Realmente, nunca me faltou tempo para ler, desde criança.
A leitura espiritual - tradição na Igreja desde sempre - foi a forma que Deus encontrou para converter o povo coreano. Sorrio de novo, ao pensar nas famílias que, através da leitura deste blogue, se tornaram Famílias de Caná... Vieram fazer um retiro por causa do que leram, e o milagre aconteceu. Como Deus é grande! Em breve teremos novo retiro, desta vez no Seminário Maior de S. Paulo, em Almada. Será no dia 20 de setembro. Fiquem atentos às inscrições... Como o povo coreano, tenhamos a coragem de arriscar tudo por causa de algo que lemos, mesmo que isso pareça perigoso! Aos novos beatos coreanos, tal audácia custou a vida; mas trouxe-lhes a santidade...
A Olívia sugeriu no seu blogue a partilha e troca de livros. A minha biblioteca de espiritualidade cristã - que é bastante vasta e de que já falei aqui - está à diposição de quem quiser! Venham e escolham...
O universo dos blogues precisa de ser cristianizado, como aliás todo o nosso mundo. Assim, blogues católicos são sempre bem vindos! Não blogues moralistas, nem blogues sectários, mas blogues que transbordem alegria, oração, vida em família, valores cristãos abertos a tudo o que é bom e belo. E ao que parece, as Famílias de Caná estão em força nesta decisão de evangelizar também através da internet! Depois do blogue da família da Olívia, que nos está a comover a todos com a história lindíssima da sua família, convido-vos a conhecer o blogue da família Almeida, a família da Rute e do Serge! Conhecemos esta linda família num retiro Famílias de Caná. Vieram, sem saber nada sobre nós para além do que liam neste blogue, e logo se identificaram de coração com o ideal das Cinco Pedrinhas. Entre as nossas duas famílias nasceu e cresceu uma amizade verdadeira e alegre, cheia de partilha e oração conjunta. Só faltava realmente um blogue para a partilha ser completa! Não deixem de visitar e de seguir: Rezando a Vida em Família. Eu já me tornei fã... Vale a pena!
Deixo-vos com algumas fotos das nossas crianças juntas:
Há uns anos atrás, numa reunião de catequistas, conversávamos aqui em casa sobre o desconhecimento que as crianças têm da Palavra de Deus. Nessa altura, eu partilhei o que fazíamos em família - como todos os dias contávamos aos mais novos uma história da Bíblia (podem assistir a alguns vídeos gravados cá em casa "A Bíblia em Família" aqui), e meditávamos com os mais velhos as leituras da missa diária.
- As três leituras? Do Antigo Testamento também? - Admiraram-se alguns catequistas.
- Sim, claro! O missal tem uma pequena introdução a cada leitura, ajudando-nos a entender o seu sentido.
- E as histórias da Bíblia... São apenas as dos Evangelhos, certo?
- Não, são do Antigo Testamento também!
- Mas o Antigo Testamento não está cheio de violência? O Deus do Antigo Testamento não é um Deus duro e autoritário, de longas barbas brancas?
- O Deus do Antigo Testamento ... é o Pai de Jesus!
Depois desta conversa, o nosso pároco desafiou-me a preparar alguns textos para as crianças da catequese, ligando o Antigo e o Novo Testamentos numa mesma imagem de Deus. Dei uma gargalhada: quem sou eu para escrever sobre a Bíblia? Nunca estudei teologia! Mas o senhor padre insistiu. Finalmente, timidamente, aceitei o desafio. E fui descobrindo que a Palavra de Deus não foi escrita para os especialistas discursarem sobre ela, mas para os crentes a poderem viver. Fiz uns primeiros rascunhos, o senhor padre criticou e fez sugestões, e assim nasceram Os Mistérios da Fé, que utilizámos em várias sessões de catequese antes ainda de publicar. Os livros estão escritos como meditações para adultos, mas contêm sugestões de adaptação às crianças e aos jovens, sendo por isso uma forma de trabalhar a Palavra em família.
Escrever sobre a Palavra de Deus foi uma autêntica aventura na Terra de Jesus! À medida que escrevia, consultando obras escritas e fontes digitais, um universo novo foi-se abrindo diante de mim. Para poder escrever um livro - para poder escrever três livros -, com seis crianças e uma profissão, foi preciso muita disciplina, aproveitando quaisquer dois minutos seguidos do meu dia. A Palavra de Deus estava assim o dia inteiro na minha cabeça e no meu coração, e os textos iam ganhando forma enquanto dava banhos, descascava batatas, estendia roupa, vigiava testes de avaliação e exames, ou conduzia. Escrevi grande parte do primeiro volume durante a licença de maternidade do António, e grande parte do segundo, da Sara. Às vezes escrevia com eles ao colo ou a mamar, utilizando apenas uma mão. Outras escrevia enquanto, com o pé, embalava o berço. Às vezes eles choravam e queriam ouvir a minha voz, e para os acalmar, eu lia em voz alta o que ia escrevendo. E resultava! O Francisco e a Clarinha riam-se:
- Quando a Sara aprender a falar, vai dizer o nome de Jesus antes de "mamã"!
Mas a Sara disse primeiro "mamã".
De tal maneira vivia centrada na Palavra, que um dia, numa aula, e numa altura em que preparava uma história sobre Abraão e o seu filho Isaac, tive este diálogo caricato:
- Isaac, vem ao quadro!
- Isaac, professora? Quem é esse? Eu sou o Ivan!
Houve dias em que a descoberta de uma história até então desconhecida, de uma Palavra surpreendente, de um texto especialmente tocante, me fez pegar no telefone e falar com o Niall, interrompendo o seu atarefado dia de trabalho:
- Niall, nem imaginas o que aconteceu!
- Estou a trabalhar, sabes...
- Foi com David.
- O David? Está doente?
- Não, não é o nosso David. O rei! O rei de Israel!
- Isso não foi há muito tempo? Não dá para contares quando eu chegar a casa?
Mas o Niall ouvia-me sempre, mesmo no meio do seu agitado dia de trabalho. E à noite, partilhávamos o nosso entusiasmo com os nossos filhos, que também aprenderam a escutar e a amar a Palavra de Deus mais intensamente.
Quando surgiram as Famílias de Caná, compreendemos que a Palavra de Deus tinha de ser central no movimento. Descobrir - ou redescobrir - a Bíblia em família, tornar a Palavra de Deus Palavra quotidiana em nossas casas, referirmo-nos a ela nas nossas conversas, pensar sobre ela ao longo do dia e rezar a partir dela precisa de se tornar usual para um cristão. Lendo os testemunhos que ontem foram partilhados na caixa de comentários, não posso deixar de me sentir feliz e de agradecer a Deus a Palavra que Ele nos tem dado, desde Abraão, e que encarnou plenamente no seu Filho Jesus Cristo, nosso Salvador. Porque é esta Palavra - e não os ensinamentos que eu vou fazendo no retiro - que faz milagres. Não tenho qualquer ilusão! Só Jesus salva.
O terceiro volume de Os Mistérios da Fé está pronto. Falta a introdução, e é para ela que eu preciso da vossa ajuda. Já conhecem os dois primeiros volumes? Já trabalham os textos em família, contando as histórias aos mais novos, realizando as actividades propostas, meditando em casal e individualmente sobre as passagens bíblicas? Deixem o vosso testemunho, e a vossa autorização para o publicar!
Há algumas semanas atrás, o carteiro voltou a visitar-nos, para grande alegria do António, como se devem lembrar (se não se lembrarem, cliquem aqui)! Desta vez, trazia um embrulho vindo de Braga. Era um presente do padre Pedro Tomé Boléo, que tem acompanhado este blogue com a sua oração. Lá dentro, dois curiosos livros de aventuras: Aventuras na Terra de Jesus, volumes I e II, ambos escritos pelo padre Pedro Tomé Boléo e publicados pelas Edições Diel.
- Lê, mãe, lê! - Pediram os mais novos, entusiasmadíssimos. - Podes ler hoje à noite?
- Sim, está combinado!
Cá em casa, costumamos "agrupar" os filhos quando se trata da hora de deitar, da hora da história, etc. Assim, os primeiros a ir para a cama são o António, a Sara e a Lúcia. Sentados sobre a cama de um deles, têm direito, em conjunto, a uma história do Noddy, do Ruca ou de algum outro personagem da sua escolha. Depois, é a vez do David. Também ele tem direito a uma história, mas já não uma história qualquer: tem de ter capítulos e ser muito grande, estendendo-se ao longo de duas semanas ou mais. As últimas histórias que lhe li foram a Heidi, de Joana Spyri, e História de uma Gaivota e do Gato que a ensinou a voar, de Luís Sepúlveda. Histórias longas, belas e não necessariamente infantis! Mas com a cabeça encostada ao meu ombro, ele escutou embevecido, a sua imaginação a trabalhar, o cansaço do dia a entrar no sonho, o gosto pela leitura a nascer. Como o Francisco e a Clarinha, e como, daqui a uns tempos, os irmãos mais novos, também ele terá direito a escutar um capítulo de uma história até perto do final do segundo ciclo.
Na semana passada, comecei então a ler as Aventuras na Terra de Jesus. Como a Lúcia está quase, quase a terminar a pré-escola e a entrar no primeiro ciclo, alcançou o direito de se deitar à mesma hora do David. As Aventuras na Terra de Jesus são a sua estreia na "hora do conto" dos irmãos "médios"!
Não conheço mais nenhum livro para crianças assim. A história passa-se há dois mil anos atrás, em terras da Galileia e da Judeia. Os heróis destas aventuras são dois primos, o Gonçalo e o Afonso - dois sobrinhos do padre Pedro... - , vizinhos e amigos de Maria e de José. Podem imaginar as aventuras que eles vão viver, e que começam logo quando surpreendem Maria a conversar com um anjo...
Terminámos ontem o primeiro volume. Lemo-lo depressa, pois o David e a Lúcia não se contentavam com um capítulo por noite! E eu fui cedendo, tão curiosa quanto eles.
A única maneira proveitosa de ler os Evangelhos e toda a Bíblia é entrar nas histórias e tornarmo-nos protagonistas da maior aventura da humanidade: o encontro com o Senhor. É preciso estar lá, quando Jesus nasce, adorá-l'O como os Magos O adoraram, amá-l'O com o carinho de Maria e de José; é preciso estar naquela árvore quando Jesus nos convida a descer, como Zaqueu; é preciso sentarmo-nos a seus pés, como a irmã de Lázaro; é preciso gritar por Jesus para que nos abra os olhos, como Bartimeu; é preciso ajoelhar diante da Cruz imensa, acolhendo o Sangue e a Água em nossos corações; e como Tomé, é preciso pôr a nossa mão no Sagrado Coração de Jesus e confessar: "Meu Deus e meu Senhor!"
Contar as histórias da Bíblia aos mais pequeninos não é nada de extraordinário. É simplesmente repetir o gesto de gerações e gerações de crentes, desde Abraão. Antes de ser escrita, a Biblia foi contada, narrada ao redor da mesa familiar. As suas histórias passaram de pais para filhos, até finalmente alguém as fixar por escrito. No tempo de Maria e de José, existia em Nazaré um único rolo com as Sagradas Escrituras, na sinagoga. E no entanto, Maria e José conheciam os salmos e muitas outras passagens das Escrituras de cor! Hoje, a Bíblia é o livro mais vendido na Terra. Talvez até tenhamos mais do que uma em casa. Mas quantos cristãos conhecem as suas histórias? Quantos cristãos as contam aos filhos? As Famílias de Caná são desafiadas a contar uma história ou a ler e meditar numa pequena passagem da Bíblia todos os dias. E segundo os testemunhos que tenho recebido, este gesto simples quotidiano tem sido uma imensa fonte de graças para a família inteira!
Entre tantos livros de aventuras disponíveis nas nossas livrarias, fico feliz por ter sido generosamente presenteada com o livro do padre Pedro Tomé Boléo. Que os meus filhos possam também, como o Gonçalo e o Afonso, ser protagonistas das aventuras do povo de Deus, caminhando em oração pela terra de Jesus - e trazendo com a vida Jesus para a sua terra!
- António, tenho uma surpresa para ti.
- Uma surpresa? É uma prenda?
- É. Adivinha! Bem, é melhor não. Eu digo-te: hoje fui comprar uns livros a uma livraria e, finalmente, encontrei...
- A história do santo António!
- Exactamente! Encontrei a história do teu santo, num livrinho pequenino com muitos desenhos. Há tanto tempo que andamos à procura deste livro, não é?
- Conta, mamã! Conta a história!
- Chama os manos. Sentem-se aí todos na relva que eu vou contar um bocadinho...
O António estava delirante. Contei-lhes o episódio do sermão aos peixes, da mula que se ajoelhou diante do Santíssimo, dos passarinhos que não comeram o trigo enquanto o menino foi à missa. O António pedia sempre mais. E no fim, voltando-se para os irmãos, disse com orgulho:
- Santo António fez coisas muito importantes! É muito forte!
- Mas não é mais forte do que o Rei David - atalhou o David muito depressa.
Cortei a discussão de imediato:
- Toca a brincar! Se não se portam bem, não volto a contar histórias!
Como vai sendo cada vez mais frequente, este blogue tem sido para nós uma enorme fonte de enriquecimento pessoal e familiar, pois tem-nos permitido contactar com pessoas maravilhosas, que nos oferecem a sua oração, a sua amizade e a sua sabedoria. Assim, os dois posts sobre livros, aqui e aqui, valeram-nos um alargamento substancial da nossa biblioteca caseira! Entre as inúmeras sugestões, umas através de comentários aos posts, outras através do e-mail, escolhi alguns títulos que já comprei, e outros que encomendei ou tenciono encomendar (quando puder fazê-lo!). Um grande bem-haja a todos os que partilharam as suas leituras!
Na caixa de comentários, a Olívia escreveu:
"Gostaria de acrescentar alguns dos livros que me acompanham desde a juventude oferecidos pela mãe, pela catequista e pelo sr. padre:
*Juvenília - Pensamentos para jovens (Pedrosa Ferreira) - Ed. Salesianas
ISBN 972-690-227-4
* Bons dias - Oração jovem - Ed. Salesianas
ISBN 972-690-264-9
*Lendas e parábolas (Pedrosa Ferreira) - Ed. Salesianas
*Jovens para o futuro (Chiara Lubich) - Ed. Cidade Nova
ISBN 972-9159-37-8"
O padre Martin Garcia e o padre Pedro Boléo Tomé contactaram-me por mail para me enviarem, gentilmente, a sua lista de livros de espiritualidade adequada às famílias e aos mais jovens. Porque me parecem muito interessantes estes títulos, vou publicá-los aqui também:
- A Ceia do Cordeiro - Missa, o céu na terra;
- Primeiro é o Amor - sobre a família;
- Trabalho com Qualidade, Graça e Quantidade.
Estes três livros são todos da autoria de Scott Hahn, o tal pastor protestante que se converteu ao catolicismo, e todos da editora Diel. Foram-me recomendados pelo padre Martin Garcia.
E agora vou citar o padre Pedro Boléo Tomé:
"- Enrique Monasterio - Quem fez o presépio (DIEL) - um livro delicioso para o Natal, best-seller em espanha (pelo menos tem muitas edições)
- Alessandra Borghese - Com olhos novos (DIEL) - história da conversão de uma princesa. Muito interessante e apelativo. Penso que uma adolescente vai gostar. A história da vida dela é algo trágica e romântica, terminando com a conversão. Recomendo.
- Angelo Comastri - As estrelas que brilham nas trevas (PAULINAS). Histórias de conversões do século XX. Fantástico!
- Angelo Comastri - Onde está o teu Deus? (PAULINAS) São relatos relativamente curtos, com introduções muito interessantes.
- José Ramón Ayllón - Dez ateus mudam de autobus (Gráfica de Coimbra) - No estilo do livro anterior. Dez conversões de intelectuais famosos."
O padre Pedro Tomé ainda me falou noutro livro muito, muito interessante. Mas esse fica para um próximo post...
A Marina pediu-me, por mail, uma lista de livros de espiritualidade cristã para poder comprar e partilhar com as duas filhas, uma adolescente, outra mais nova. Espreitei a minha biblioteca caseira e pus-me a pensar nos livros de que mais gosto e nos que mais marcaram o Francisco e a Clarinha. Anotei ainda os títulos dos livros que o David lê e relê ao serão, bem como as histórias que o António e a Lúcia me pedem para lhes contar. Aqui fica o resultado, um pouco à pressa - muito mais havia a acrescentar! Tenho esperança que me ajudem a completar esta pequena lista com sugestões para eu ler e partilhar. As sugestões do post anterior, aproveitei-as bem!
Vou sugerir apenas dois títulos sobre família e casamento, e nenhum deles é religioso, estando antes à venda em qualquer grande livraria. Porquê dois? Porque depois de ler estes dois livros, deitei fora muito do que tinha comprado sobre o assunto (Cá em casa, como já disse em vários posts, deitamos fora, literalmente, o que está a mais...) e deixei de sentir necessidade de continuar a comprar. Nos primeiros tempos da nossa vida de família, quando a vida com várias crianças pequenas se estava a tornar caótica, quando tudo se tornava cansativo e a irritação crescia, estes dois livros foram uma verdadeira bênção para nós. Com eles, aprendemos a organizar-nos, a consolidar o nosso casamento, a estruturar a nossa família, a definir metas e a escrever declarações de missão, a encontrar tempo de casal e tempo de família todos os dias, a descobrir o essencial. Ainda hoje, o Niall e eu seguimos alguns dos princípios enunciados nestes dois livros à risca. As expressões "Tempo de Família" e "Tempo de casal", entre outras que utilizamos cá em casa, nasceram aqui. São eles (e atenção que o paralelismo do título é pura coincidência):
- Os Sete Hábitos das Famílias Altamente Eficazes, de Stephen Covey.
- Os Sete Princípios do Casamento, de John Gottman e Nan Silver.
Sobre vida de fé em família:
- A Fé em Família, de Christine Ponsard, Edições Paulistas. Um livro fantástico, que me inspira diariamente. É basicamente uma compilação dos artigos que a autora (falecida muito cedo) escreveu para a revista Família Cristã francesa. Cheio de ideias práticas e reflexões profundas.
- Medjugorge and the Family (desculpem, mas a nossa biblioteca é bilingue e comprei este livro pela internet. Não sei se está traduzido), de Mark Miravalle. Este escritor é professor universitário e pai de oito crianças. Escreve sobre oração familiar, que na sua casa - e com oito crianças - inclui terço diário e missa diária! Um livro muito especial.
- The Catholics Next Door, Adventures in Imperfect Living. A Lena e o James, uma bela Família de Caná, ofereceram-me este livro, que compraram no Canadá. Não está traduzido. Se quiserem, podem comprar online, em inglês, entrando no site desta extraordinária família, disponível no lado direito desta página em "Sites amigos". Um livro fantástico sobre vida católica numa família numerosa. Inspira-me quase diariamente.
Sobre vários temas cristãos em geral, aconselho um autor que me enche as medidas: Timothy Radcliffe. Já o citei várias vezes neste blogue. Gosto de todos os seus livros, muitos deles premiados. O mais conhecido é Ir à Igreja Porquê? Vale a pena ler!
Finalmente, aquilo que mais gosto de ler - e aquilo que o Francisco e a Clarinha lêem no âmbito da espiritualidade cristã: biografias e autobiografias de santos ou de cristãos especiais. Julgo já ter lido várias dezenas de biografias, mas vou deixar apenas a indicação das minhas preferidas. Não dou indicações de editora quando a biografia está disponível em vários sítios diferentes, dependendo da idade dos leitores.
- A História de Uma Alma - a autobiografia de Santa Teresinha, um dos livros preferidos do Papa Francisco. Todos deviam ler e conhecer de cor algumas passagens! Para as crianças, a história desta grande santa e doutora da Igreja está narrada em vários livros infantis.
- Pier Giorgio Frassatti, um santo jovem do século XX. Padroeiro dos desportistas. Um jovem aventureiro, alpinista, interessado por política e, sobretudo, por servir os pobres. Morreu no contágio com doenças destes mesmos pobres, a quem visitava todos os dias.
- Chiara Luce Badano, uma jovem santa que, se estivesse viva, teria exactamente a minha idade, pois nasceu em 1972. Morreu aos dezoito anos com cancro. Uma vida simples, luminosa e bela! Foi uma das padroeiras das JMJ do Rio de Janeiro e eu pude ver na televisão a entrevista que os seus pais deram aos organizadores das JMJ. Lindo!
- João Paulo II - há biografias para todas as idades! Uma vida longa, cheia de "aventura" e santidade.
- Bakhita, a escrava santa. Impressionante pela alegria e pela jovialidade de uma grande mulher que, raptada à felicidade de uma vida simples e familiar no Sudão, no final do século XIX, foi tornada escrava com oito anos de idade, sofreu as mais violentas torturas e, por fim, descobriu o amor de Jesus. Ao ganhar a liberdade, decidiu ser "escrava" do Senhor, na ordem das irmãs Canossianas. Chamavam-lhe a "Madre Morena". Até ao fim da sua vida, que fez bem a tanta gente, Bakhita tratará a Deus por "o bom Patrão".
- Sobrevivi, de Immaculée Ilibagiza, com a ajuda de Steve Erwin, Edições Asa. Uma história verdadeira, dramática e chocante - muito chocante - de uma sobrevivente no genocídio do Ruanda. Immaculée descobriu o amor infinito e incondicional de Jesus durante, imagine-se, os três meses que passou escondida, em silêncio absoluto, juntamente com cinco outras mulheres, numa minúscula casa-de-banho... Adorei. Arrisquei dar a ler ao Francisco (nunca à Clarinha). Devorou-o em três dias.
- O Preço a Pagar por me Tornar Cristão, Edições Paulinas, a verdadeira história de Joseph Fadelle, na primeira pessoa. O Francisco também o adorou, e notei que o marcou bastante. Em breve irei dá-lo à Clarinha para ler, pois é bastante acessível. Fadelle era um jovem muçulmano, rico e bem posicionado na vida, que um dia - de uma forma extraordinária - se apaixonou por Cristo. Pagou a sua conversão com a prisão, a tortura, a rejeição por parte de toda a família, a fuga do país e, finalmente, o asilo em França, onde reside agora com a mulher e os filhos. A história de um amor louco, de uma fé imensa, de um cristianismo puro e resistente a toda a prova. Quem me dera um pouquinho da sua fé!
- Shahbaz Bhatti, Vida e martírio de um cristão no Paquistão, Edições Paulinas. Bhatti foi Ministro para as Minorias Religiosas no Paquistão, o primeiro cristão no governo, e foi barbaramente assassinado na manhã do dia 3 de março de 2011, a caminho do trabalho. A Bíblia que todos os dias lia durante meia hora encontra-se agora na Basílica Romana de S. Bartolomeu, juntamente com relíquias de muitos outros mártires do século XX - e XXI. Um santo actual, portanto, para conhecer! Na Internet, no Youtube, encontram vários vídeos feitos durante a sua vida, especialmente o último discurso (um minuto), onde ele diz estar disposto a morrer por Cristo.
- Todos os Caminhos vão dar a Roma, de Scott Hahn em colaboração com a sua mulher, Edições Diel. O relato da conversão ao catolicismo de um pastor protestante. Leiam e deixem-se fascinar pela descoberta belíssima do essencial da nossa fé, feita por este casal aberto à verdade e ao amor. Adorei, e estou a pensar em comprar mais livros deste autor, pois escutei uma entrevista sua na Canção Nova e fiquei realmente encantada. A sua leitura é acessível a adolescentes.
- Este combate não é teu... mas meu, de Paulette Boudet, Edições A.O. - Uma história verdadeira e maravilhosa de como uma mulher descobre o poder de Deus na sua vida, na restauração do seu casamento e da sua felicidade. Para adultos. Na contracapa, diz assim: "Muitas mulheres encontrarão nesta obra situações conhecidas, mas vividas aqui numa perspectiva completamente nova. Um livro desconcertante." E lindo!
- Milagres Hoje, de Bridge McKenna, Edições Emanuel. A irmã Bridge é uma clarissa irlandesa que corre o mundo a pregar para sacerdotes. O livro narra a história da sua conversão e da sua descoberta do verdadeiro Cristo, actuando hoje como no passado e operando verdadeiros milagres... também através dela! A irmã Bridge escreve de forma muito simples e atractiva, adequada a todas as idades.
Repararam certamente que gosto de ler biografias de santos e cristãos "radicais", cheios de aventuras. Penso que estas histórias são particularmente atractivas para os jovens, que adoram aventura e risco. O Francisco só lê biografias de santos se forem assim! A Clarinha, talvez por ser rapariga e, assim, ter uma sensibilidade diferente, já consegue ler histórias mais simples, de santos que viveram vidas mais próximas das nossas e, portanto, uma santidade feita de pequenas coisas. Ambos os "estilos de santidade" são imitáveis!
E agora, duas biografias sobre santidade familiar:
- Santa Gianna Beretta Molla - O Amor Maior, Edições Paulinas - a jovem mãe de 39 anos que morreu ao dar à luz o quarto filho. Era médica e estava bem informada sobre o perigo de prosseguir com esta gravidez, quando logo no início se detectou um problema no útero. Recusou o aborto terapêutico, viu a sua menina nascer, e deu por ela a vida. É santa, canonizada em 2004 e padroeira das grávidas. Pedi sempre a sua intercessão nos meus partos! Uma vida extraordinária, de uma alegria, uma coragem e uma fé transbordantes. Uma mãe moderna, bonita, divertida, uma profissional altamente competente e sempre disponível, de dia ou de noite. Leiam!
- História de uma Família ou qualquer outra biografia dos pais de Santa Teresinha do Menino Jesus. Santa Teresinha sempre disse que os seus pais eram santos! Ler a história desta família é mergulhar num mundo realmente diferente, de uma paz e um amor que não são daqui...
Quanto aos livros infantis:
- As Edições Canção Nova têm uma colecção de histórias dos príncipes e princesas da Bíblia, que os meus mais novos muito apreciam. Já procurei aqui no meu escritório, debaixo dos sofás, no jardim, na garagem, debaixo das camas, em cima dos armários, e não consigo encontrar os livros de que vos falo para dar o título exacto. Desculpem-me! Cá em casa, os livros são muito maltratados, de tanto serem manuseados, e acabam por se perder...
- As Edições Salesianas têm uma colecção de pequenos livrinhos com o título Histórias Bíblicas para Crianças. Estão escritas de forma muito apelativa e imaginativa!
- Contos e Lendas da Tradição Cristã, da Verbo. O David adora as histórias deste livro, que vão desde a lenda de São Nicolau à história de Bakhita, a escrava santa, e ao conto das Três Árvores, de que já aqui falei. Descobri este livro há pouco tempo, e aconselho-o vivamente!
- Bíblias ilustradas. Há-as para todos os gostos e todas as idades, de várias editoras. Para os mais pequeninos, nós gostamos de A Minha Primeira Bíblia, da Texto Editores.
E finalmente, claro, Os Mistérios da Fé, de Teresa Power... Se ainda não têm, cliquem sobre a imagem do livro, do lado direito da página, e encomendem-no directamente às Edições Salesianas. Ou melhor ainda, peçam-no na livraria católica mais próxima da vossa casa, pois é a procura do livro que o tornará disponível para venda. O terceiro (e último) volume deverá sair durante o verão, pois acabei ontem de escrever o último capítulo! Meditem com a sua ajuda, trabalhem as histórias em família, com os mais novos e os mais velhos, e contem-me como foi!
Boas leituras!