Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Somos uma família católica, abençoada com seis filhos na Terra e um no Céu. Procuramos viver a fé com simplicidade e generosidade. Queremos partilhar com outras famílias a alegria de sermos Igreja Doméstica na grande família da Igreja Católica.
Um dos comentários que mais costumo ouvir da parte de quem não acha grande graça a famílias numerosas é este:
- Eu só tenho um filho porque, sabes, gosto de lhe dar atenção!
Até há pouco, a minha resposta costumava ser isto:
-?????????
Mas um dia encontrei as palavras adequadas:
- Eu também gosto de dar atenção aos meus filhos. É por isso que tenho seis filhos únicos!
Quem tem vários filhos entende bem a verdade desta afirmação. O amor, por natureza, multiplica-se, nunca se divide. Ama-se um filho com a mesma intensidade com que se amam dez. O crescimento da família não altera em nada o amor que se sente; altera sim a forma como se educa, como se lida com a vida, como se enfrentam as dificuldades.
Comenta-se às vezes com surpresa: "Como é possível dois irmãos tão diferentes, educados pelo mesmo pai e pela mesma mãe!" Mas dois irmãos não são nunca educados "pelo mesmo pai e pela mesma mãe": o pai e a mãe também cresceram de um filho para o outro! A educação que vamos dando aos nossos filhos não é estática, pois a cada dia que passa, nós aprendemos a ser melhores pais e melhores mães. E vamos cometendo menos erros, esperamos! Assim, é natural que, numa família numerosa, os filhos mais novos sejam bastante diferentes dos mais velhos. E a nossa atitude em relação à sua educação também!
Fomos criados à imagem e semelhança de Deus, diz-nos o Livro do Génesis, 1, 26. É por essa mesma razão que somos capazes de amar muitos filhos. O amor de Deus por nós é um amor de Pai de família numerosa. É da sua paternidade e maternidade que todos nós recebemos o dom da paternidade e da maternidade. É Deus, e só Deus, que nos pode ajudar a amar um filho ou a amar dez com igual intensidade. Deus ama cada um de nós como se ninguém mais existisse sobre a terra, tal como eu amo cada um dos meus filhos como se ama um filho único.
Se um dos meus filhos está doente, toda a minha atenção se centra nele, sem que eu deixe de amar os outros. Quando o Tomás morreu, o meu mundo desabou, como se nenhum filho mais eu tivesse - e depois reconstruiu-se porque afinal eu tinha mais filhos, e eles precisavam de mim. Se eu estou triste, doente, em pecado, longe de Casa, Deus está centrado em mim como se fosse única no universo.
A madre Teresa de Calcutá dizia que Deus só sabe contar até um!
Passando em Jericó, comprimido pela multidão, Jesus olhou para o cimo da árvore e chamou Zaqueu pelo seu nome: "Zaqueu, desce depressa, que hoje tenho de ficar em tua casa!" (Lc 19, 5)
Caminhando pelas ruas, apertado por gente de todo o lado, Jesus virou-Se para ver quem O tinha tocado no manto... Os discípulos pensaram, com razão, que Ele tinha enlouquecido: "Vês que a multidão Te comprime de todos os lados, e ainda perguntas: 'Quem Me tocou?'" (Mc 5, 31)
Diante de Deus, nunca sou mais um na multidão. Sou verdadeiramente filho único de um Pai de família numerosa.