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Piratas e bolas de sabão

por Teresa Power, em 12.08.15

Férias é tempo de brincadeira. Na montanha, não fizemos nós outra coisa!

Conhecem o Barco dos Piratas da Terra do Nunca?

- Eu sou o Barrica! - Apressava-se a gritar a Sara, entusiasmadíssima. E olhem que nenhum caiu lá de cima!

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 Numa das idas do pai ao hipermercado, a vinte minutos da nossa casa, os meninos receberam um presente magnífico: bolas de sabão! Vejam só o que acontece quando se espalham bolas de sabão no céu, na terra e na água... Quanta beleza!

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 Perto da nossa casa de férias encontrámos uma fantástica casinha numa árvore. Teria pertencido a alguma criança no passado? Hoje, apenas quatro crianças habitam na aldeia durante o ano inteiro...

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 Numa das suas expedições, os meninos descobriram que podiam brincar no socalco por cima da casa, ou seja... no telhado:

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 E noutro dia descobriram o galinheiro com a vista mais bela do mundo:

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Numa das nossas manhãs na barragem, o Francisco utilizou o seu canivete e a sua imaginação e construiu esta deliciosa canoa em miniatura:

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Por fim, junto ao rio havia todo o tipo de objetos curiosos, pertencentes a uma casinha abandonada, e que serviram para grandes brincadeiras:

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 Um fim de tarde, o dono do galinheiro passou por nós e ofereceu-nos um saquinho com todos os ovos do dia. Ficámos encantados, e entabulámos uma agradável conversa. Mas houve uma frase deste simpático senhor que me chocou. Dizia eu:

- Que bonito que isto é! A serra, a fonte, os animais, tudo tão bonito!

Ao que ele comentou:

- Bonito? Isto? Não há nada bonito aqui! Nada bonito aqui!

E enquanto se afastava, continuava a murmurar, abanando a cabeça:

- Não há nada bonito aqui!

Fiquei em silêncio. Claro que percebi a mensagem: o que para mim são férias e lazer, para ele é trabalho e suor. Mas onde terá ele deixado a pureza de olhar que nos permite transformar um palheiro abandonado num barco de piratas? Quando terá ele crescido assim tanto?

Senhor, dá-me um coração de criança, capaz de se alegrar com as coisas simples que me ofereces! Ensina-me a amar a minha rotina, a minha realidade, sem reclamar, e a perder tempo com uma bola de sabão a fluturar nas águas de um rio...

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 "Deixai vir a Mim as criancinhas, não as impeçais, porque dos que são como elas é o Reino dos Céus!" (Mt 19, 13-15)

 

Ámen!

 

 

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publicado às 06:00

"Eu sozinho"

por Teresa Power, em 02.03.15

A Sara está na fase dos "terríveis dois anos", ou como também é conhecida, a "adolescência da infância". Mas asseguro-vos que está a dar mais trabalho esta "adolescência" do que a dos dois mais velhos! A Sara anda a treinar a palavra "não" e a palavra "sozinha". Oram apreciem esta sequência de imagens, ontem de manhã, enquanto durou a minha paciência e a Sara tentou vestir - sozinha - o casaco:

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Não vos conto o choro e os gritos finais - quando o meu tempo e paciência se esgotaram e o casaco teve de ser vestido à força - para não vos assustar! Na verdade, uma vez é engraçado, duas é fofinho, três começa a ser cansativo, quatro torna-se insuportável, cinco, seis, dez, vinte, cinquenta por dia, causa um enorme estoiro nos níveis de tolerância de uma mãe cansada. Mas dois anos são dois anos, e como tudo na vida, hão-de passar, mais ou menos daqui a outros dois anos (oh céus!), pelo que há que ir treinando a paciência. Se não fossem os meus filhos para me ajudarem a combater o "homem velho", a crescer nas virtudes, a trabalhar o carácter, que seria de mim?

 

Enquanto observava a Sara na sua luta com o casaco, e escutava as suas palavras atabalhoadas - "Eu sozinha!" - pensava nas palavras de Jesus:

 

"Se não vos tornardes como crianças,

não entrareis no Reino dos Céus." (Mt 18, 3)

 

Jesus falava em crianças muito mais pequenas, com menos de dois anos, com toda a certeza! É que, se é muito importante para o nosso crescimento psicológico e humano a fase de independência que a Sara vive estes dias, o crescimento espiritual acontece no sentido contrário: quanto mais nos aventuramos nos caminhos do Senhor, mais pequenos precisamos de nos tornar. O salmista entendeu-o muito bem:

 

"Tranquila e sossegada

como criança de peito ao colo de sua mãe,

assim está minha alma dentro de mim..." (Sl 131)

 

Como Deus é paciente perante os nossos esforços contínuos de independência! E que sentido de humor deve ter, ao ver-nos tão trapalhões! Ao contrário de mim, Deus nunca Se deixa levar pela irritação, não nos força a fazer o que não queremos, nem nos impõe a sua vontade...

Claro que quem fica a perder somos nós. A tranquilidade, a paz, a alegria e o crescimento só acontecem na nossa vida na medida da nossa dependência do Senhor. Jesus não quer que façamos nada sozinhos, mas antes que, em tudo, Lhe peçamos ajuda. "Nós, Jesus: Tu e eu", repetimos. "Nós vamos lavar a loiça", "Nós vamos dar aulas à turma do Vocacional", "Nós vamos fazer os testes", "Nós vamos dar banhos e cuidar das crianças", "Nós vamos estudar". "Nós".

 

"Porque sem Mim, nada podeis fazer." (Jo 15, 5)

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publicado às 06:25

Eterna juventude

por Teresa Power, em 14.02.15

Ontem à noite, o Francisco teve um encontro de jovens aqui em Anadia. A atividade estava programada para jovens dos quinze aos dezoito anos, e o tema era o namoro. Sobre o que falaram e trataram, ele mesmo escreverá, se o entender. Segundo ouvi dizer, foi um sucesso! Eu quero falar de outra coisa - e não me levem a mal...

Como animador de um grupo de jovens, o Niall esteve nas reuniões de preparação para este encontro. Foi também ele quem sugeriu e convidou a oradora, da Associação Família e Sociedade. Mas as divergências chegaram com a definição da faixa etária do encontro. O Niall e a oradora propunham idades entre os quinze e os dezoito; alguns dos restantes elementos do grupo arciprestal queriam alargar o encontro, propondo idades entre os doze ou treze e os trinta. Por fim, no espírito de amizade e procura que caracteriza este grupo, todos chegaram a um acordo, e ficou assente que o encontro seria para jovens entre os quinze e os dezoito.

O que é um jovem? As crianças hoje em dia deixam de ser crianças muito cedo. Eu lembro-me de saltar à corda e jogar ao elástico no sétimo ano... Os pais falam dos seus filhos de nove anos como "pré-adolescentes" (o que é isso?), e os modernos concertos musicais estão atolhados de crianças vestidas de adultos.

No verão passado, enquanto vigiava um exame de décimo segundo ano, depois de rezar dois terços e de continuar sem nada para fazer além de olhar para os alunos (que é o meu trabalho como vigilante, mas que é mesmo muito aborrecido), decidi olhar para os seus pés. Onde estão as sapatilhas desbotadas da minha juventude? As unhas arranjadas com precisão e os saltos altos fizeram-me por momentos pensar que estava numa festa de adultos... A Clarinha tem várias colegas que se maquilham diariamente, na casa-de-banho do colégio. E ainda não fizeram catorze anos!

 

Os meus filhos sempre tiveram alguma dificuldade em se integrar nestas modernas definições de infância e juventude. A falta da televisão e do telemóvel e as longas horas passadas em Náturia causam um natural prolongamento do tempo de infância. Recordo os comentários de alguns professores do Francisco, durante o segundo ciclo, que me faziam sorrir de satisfação: "O Francisco é um aluno de excelência, com um comportamento exemplar, mas é um pouco infantil, quer dizer, não na forma de pensar, mas porque precisa muito de brincar..." E lembro-me das queixas do Francisco ao chegar a casa, depois da escola: "Os rapazes da minha turma são uns chatos! Não querem jogar aos polícias e ladrões nem correr. Toca para o intervalo, e eles ficam sentados, a conversar e a jogar com as consolas..." Mais tarde, o colégio lembrou-se de proibir as consolas e os telemóveis durante o intervalo da manhã e de tarde, e o Francisco recuperou algum tempo de brincadeira com os amigos.

 

Ao mesmo tempo que se apressam as crianças a deixar a infância, prolonga-se indefinidamente a juventude. Trinta anos, jovens? Noitadas, farras, carnavais, vida sem grandes responsabilidades, e sem qualquer pressa em casar, em ter filhos ou em assumir algum outro compromisso? Eu sei que me vão falar no desemprego e na crise, nos estudos prolongados e na dificuldade em arranjar casa, mas nada justifica a completa infantilização de muitos jovens adultos de hoje.

Naturalmente que nem todos são assim, graças ao Senhor (eu pertenço à famosa "geração rasca", e por isso tenho raiva a generalizações!). Eu conheço vários jovens adultos, alguns leitores deste blogue, com histórias belíssimas de audácia e responsabilidade; e bastam uns quantos com garra para mudar o mundo...

Quando ouço comentários de colegas, na brincadeira, com saudades dos tempos de juventude, sinto sempre um arrepio. Eu detestaria ter de passar de novo pelas crises da adolescência, as paixões não correspondidas, as dúvidas de namoro, os conflitos com os amigos, as horas de estudo e o stress dos exames. Deus me livre! É tão bom ser adulta! Eterna juventude? Haja paciência! Tive uma juventude recheada de felicidade, mas uma vez bastou... Gosto de dizer que tenho 42 anos e sinto muito orgulho nos meus cabelos brancos, que são bastantes!

Viver o presente, em plenitude, com alegria, com realismo. Agradecer a Deus o dom do dia de hoje. Estar plenamente aqui, onde estou, seja criança, adolescente, jovem, adulto, idoso. Como diz o grande Livro do Eclesiastes:

 

"Há um tempo para cada coisa debaixo do céu.

Tempo de nascer e tempo de morrer

Tempo de plantar e tempo de colher

Tempo de matar e tempo de curar

Tempo de destruir e tempo de construir

Tempo de chorar e tempo de rir..." (Ecl 3, 1-8)

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publicado às 06:25



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