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Cubos, fé e amigos

por Teresa Power, em 15.12.15

O primeiro período está a chegar ao fim. Para o Francisco, foi o primeiro período da sua vida numa escola que não o Colégio Nossa Senhora da Assunção. Outro dia, quando fui ao Colégio buscar os mais novos, encontrei sentados nos degraus da entrada dois meninos do primeiro ciclo com o Cubo de Rubik na mão, procurando animadamente resolvê-lo. Sorri para comigo, enquanto pensava: "Marcas do Francisco no Colégio..." De facto, foi o Francisco a levar a "moda" do cubo para o colégio, "moda" que vai passando de criança para criança, de jovem para jovem, arrancando meninos aos telemóveis e aos jogos de computador para o entusiasmo com um desafio tri-dimensional, como o Francisco gosta de explicar.

Entretanto, na Escola Básica e Secundária de Anadia, onde eu leciono e o Francisco frequenta o 12º ano por não ter possibilidade de escolher Física no Colégio neste ano letivo, há já um pequeno grupo de alunos de cubo na mão, nos intervalos. Não foram precisas mais do que algumas semanas para o Francisco contagiar vários colegas com o seu entusiasmo por desafios e quebra-cabeças!

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 - Mãe, hoje estou muito contente - Disse-me o Francisco outro dia, quando entrou no carro para regressar comigo a casa depois das nossas aulas.

- Então, tiveste entrega de algum teste?

- Não. Estou contente por outra razão. Sabes, um dos meus colegas, com quem me estou a dar particularmente bem, agradeceu-me ter vindo para esta escola.

- Que bom! E que te disse ele?

- Disse-me que sempre foi uma criança e um adolescente entusiasmado com a vida, a ciência, os desafios, enfim, todas as coisas que a mim me entusiasmam também. No entanto, para se poder integrar nos grupos e escolas por onde foi passando, foi esquecendo essa sua paixão. Há já muito tempo que não agarrava novos desafios... Então eu cheguei a esta escola com o cubo, o ilusionismo, os sites de ciência e de desafios que vejo na net, o meu canal e toda esta minha forma de encarar a vida, e ele redescobriu a sua antiga paixão. Agora, disse-me ele, está de novo entusiasmadíssimo com projetos, ideias e desafios, e agradeceu-me por isso.

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Sorri, enquanto conduzia por entre a chuva. Deus faz destas coisas, e não me admirava nada que Ele tivesse conduzido o Francisco até esta escola por causa deste rapaz!

Outro dia, num debate sobre a existência de Deus na aula de Português, a propósito de um poema de Pessoa, o Francisco descobriu que só tinha na turma uma colega católica assumida. Depois de uma troca de argumentos apaixonada e divertida, sob a moderação da professora, a turma regressou à sua natural bonomia. Feliz, o Francisco contou-me que os colegas tinham ficado surpreendidos com alguns dos seus argumentos. "Foi giro falar destas coisas na escola", disse-me, mais tarde.

O que faz com que o Francisco não tenha vergonha de se afirmar cristão, em qualquer grupo onde se insira? O que lhe dá esta confiança de ser ele próprio e esta vontade de "arrancar amigos ao sofá", como costuma dizer? O testemunho de vida cristã não passa apenas pela forma de viver a religião, mas também pela forma de estar na vida de todos os dias e em todos os campos do saber humano. E as obras de misericórdia espirituais incluem o esforço de sair de nós próprios para ir ao encontro do outro e o ajudar a ir mais longe, corrigindo-o, desafiando-o, acompanhando-o no caminho.

Uma das perguntas que as pessoas mais fazem ao Francisco e à Clarinha, nos nossos encontros e retiros, é esta: "Viver a fé da forma que o fazem não vos afasta dos amigos?" Eles riem-se sempre, sem entender o que querem as pessoas dizer com esta pergunta, pois nunca, até hoje, deixaram de ter amigos ou de ser altamente respeitados na escola, seja ela escola católica ou - como o Francisco me está a provar - estatal.

Pela nossa parte, o Niall e eu escutamos muitas vezes também outra pergunta: "Não têm medo que os vossos filhos percam a fé e os valores cristãos, no contacto com os colegas e a escola em geral?" Mas como podemos nós ter medo, se todos os dias, sem exceção, rezamos em família e fazemos evangelização familiar? Não confiaremos nós nas promessas do Senhor, que nunca Se deixa vencer em generosidade? S. Paulo dá-nos uma Palavra magnífica:

 

“Se Deus está por nós, quem estará contra nós?
Em tudo somos vencedores
Naquele que nos amou.
Pois estou convencido de que
nem a morte, nem a vida,
nem os anjos, nem os poderes celestiais,
nem o presente, nem o futuro,
nem as forças cósmicas,
nem a altura, nem a profundeza,
nem qualquer outra criatura
poderá separar-nos do amor de Deus
manifestado em Jesus Cristo, nosso Senhor.”

(Rom 8, 31-39)

 

Na nossa "Declaração de missão", que o Niall e eu escrevemos pouco depois de nos casarmos e que temos emoldurada na parede da sala, está escrito: "Queremos ser luz em casa, na escola, no trabalho, na Igreja, em todo o lado..." Queremos estar onde as pessoas estão, queremos estar no mundo sem ser do mundo, queremos ajudar os outros a descobrir o melhor de si próprios, queremos viver plenamente e sem medo a nossa vocação de leigos, que é precisamente a de iluminar, com a nossa presença, os ambientes da vida de cada dia...

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publicado às 06:00

A cobra

por Teresa Power, em 03.06.15

Cheguei a casa apenas com os dois mais novos - A Sara e o António - e, como costume, abri a porta da cozinha para que ambos pudessem brincar alegremente no jardim. De repente, os cães começaram a ladrar aflitivamente. Deixei o que estava a fazer e corri para o jardim. Os cães estavam à porta da garagem, numa grande algazarra. Aproximei-me, curiosa. Que teria acontecido? Entrei na garagem, e no momento em que passei pela porta, um enorme e prolongado "zzzzzzzzzzzzzzzzz" fez-me gelar. Não havia dúvidas de que era uma cobra. Mas onde? Sem me mexer, fui procurando com os olhos, até que dei um salto para trás: a cobra estava mesmo ao meu lado, no cimo do escadote que está à entrada da garagem.

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- O que se passa, mamã? - Perguntou então o António, entrando na garagem com a Sara. Com um grito, afastei-os e levei-os para a cozinha. Depois telefonei ao Niall.

- Estou quase a chegar a casa - Respondeu-me ele. - Por favor, não faças nada! Eu morria de pena se não chegasse a tempo de ver a cobra!

O Niall tem uma paixão por cobras. Em jovens, ambos fizemos expedições na natureza com um sacerdote jesuíta profundamente conhecedor de cobras, que aliás possuía várias no seu gabinete, o padre Carlos Azevedo Mendes. Uma das coisas que nos ensinou foi precisamente a não ter medo e a saber como lhes pegar.

- Niall, mas há os gatinhos e os pitinhos!

Mesmo que esta cobra fosse inofensiva para o ser humano, eu sabia que uma das funções que a natureza lhe atribui é manter controladas as ninhadas de ratos e afins. Os nossos quatro gatinhos e os quatro pintaínhos que entretanto também nasceram corriam sério risco.

- Tens razão. Retira imediatamente os gatinhos do armário e tranca a garagem.

Entrei na garagem com um salto. Rapidamente, abri o armário e reuni os quatro gatinhos num cestinho, que levei para dentro de casa, para deleite da Sara e do António. Depois tranquei a cobra na garagem, e suspirei de alívio.

O Niall chegou entretanto. Entusiasmado, dirigiu-se à garagem, onde foi recebido por um enorme "Zzzzzzzzzzz".

- Ena, que bonita! Mas está tão agressiva! Mantém as crianças longe. Vou baixar o escadote, para ser mais fácil apanhá-la. Depois levo-a para longe da nossa casa, fica descansada.

Assim que o Niall baixou o escadote, uma cena curiosa aconteceu: a Winnie e o Jack, os nossos dois rafeiros atiraram-se à cobra e agarraram-na com os dentes, à vez, chicoteando-a contra o chão com violência. Em menos de dez segundos - para frustração do Niall e para meu alívio - a cobra estava morta.

No galinheiro, os pintaínhos saíram debaixo das asas da sua mamã:

 

E os gatinhos regressaram ao seu armário, onde a mamã se apressou a lambê-los vigorosamente e a dar-lhes de mamar:

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Quais as "cobras sibilantes" que pretendem roubar-nos as nossas "ninhadas"? Deveremos nós, pais, separar os nossos filhos dos contactos humanos "perigosos", impedindo que se relacionem com todo o tipo de pessoas, nomeadamente na escola e noutros lugares lícitos? Não o creio. Afinal, a Boa Notícia do Evangelho é que Jesus, o Filho de Deus, se senta à mesa com os publicanos e as prostitutas, recusando o medo farisaico do contágio. E o que está bem para Jesus, está bem para mim.

Mais perigosos são os canais abertos de "cobras" para o interior das nossas casas e dos corações dos nossos filhos, através dos livros, de várias redes sociais, dos programas de televisão e dos jogos de computador que são visionados sem qualquer discriminação e que nenhum pai ou mãe consegue acompanhar convenientemente. Na verdade, muito do que por aí se produz nos meios de comunicação social tem um objetivo claro ou oculto de destruir os valores da nossa civilização cristã.

Se substituirmos o tempo gasto em visionamentos deste tipo por conversas familiares honestas e profundas em torno de valores, estaremos a equipar os nossos filhos com o necessário para saberem escolher as suas amizades e avaliar os comportamentos de quem os rodeia. Diz-nos S. Paulo:

 

"Tudo o que é verdadeiro, tudo o que é nobre, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é respeitável, tudo o que possa ser virtude e mereça louvor, ocupe o vosso pensamento." (Fl 4, 8)

 

É o que nós procuramos fazer todos os dias, no tempo de oração familiar, quando confrontamos o dia de cada um com a Palavra de Deus! E para uma maior certeza da vitória, confiamos no auxílio daquela que esmagou a serpente com o calcanhar...

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publicado às 06:12

Livres

por Teresa Power, em 11.04.14

O Francisco tem um único jogo de computador que gosta de jogar. É um jogo que mistura a brincadeira e a engenharia, permitindo-lhe construir mundos imaginários ao pormenor. Ele sabe que pode jogar ao fim-de-semana durante cerca de uma hora. O resto do tempo, o Francisco passa-o ao ar livre, ou a ler, ou a tocar guitarra. Também se senta ao computador, mas a aprender, pois poucas coisas lhe dão mais prazer do que aprender novos truques de ilusionismo, observando os grandes mágicos no YouTube, ou descobrir sobre engenharia, ciência, física e o universo.

 

Há cerca de um ano, um grande amigo convenceu o Francisco a instalar um novo jogo no computador, e durante algumas semanas, o Francisco entregou-se a este novo jogo com entusiasmo. Notei que jogava mais tempo do que o estipulado - naturalmente não o controlo com rigidez, dada a sua idade - e que não tinha tanta disponibilidade para visionar os vídeos sobre ciência que o fascinam. O tempo passou, o Francisco regressou aos seus interesses e tudo voltou à normalidade. Um dia comentei, enquanto ele lanchava:

- Não tens jogado o jogo novo!

- Já o desinstalei há algum tempo - Respondeu-me entre dois goles de leite.

- Porquê? Não gostavas?

- Gostava, mas descobri que era um jogo viciante. E como tu sabes, detesto vícios! Prefiro assim. Sou mais livre sem o jogo! E tenho mais tempo para inventar, construir e descobrir coisas!

 

Um ano mais tarde, o Francisco continua "livre", segundo as suas palavras. Rezo para que assim se mantenha. Ontem espreitei a sua secretária: agora que são férias, os livros estão todos arrumados na gaveta, e sobre a secretária encontrei isto:

 

 

Escreveu S. Paulo aos cristãos da Galácia:

 

"Foi para a liberdade que Cristo nos libertou. Permanecei, pois, firmes, e não vos sujeiteis outra vez ao jugo da escravidão." (Gl 5, 1)

 

Um dos grandes objectivos do jejum e de outras formas de mortificação quaresmal é abrir-nos as cadeias que nos impedem de ser livres. Quem é capaz de fazer jejum do alimento, da televisão, dos jogos de computador, das compras desnecessárias, das conversas fúteis, é capaz de tudo!

Enquanto vivermos ao sabor dos nossos apetites, seremos sempre escravos. Só os seres humanos, de entre todas as criaturas terrestres, são capazes de se elevar acima dos seus instintos através da vontade, da inteligência, e do amor. É preciso um esforço superior de renúncia - como o Francisco fez ao desinstalar aquele jogo - para nos tornarmos senhores de nós mesmos, verdadeiramente humanos - e verdadeiramente divinos! É que nesta mesma carta de S. Paulo está também escrito:

 

"Agora já não és escravo, mas filho; e se és filho, és também herdeiro, por graça de Deus!" (Gl 4, 7)

 

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publicado às 09:04

Náturia

por Teresa Power, em 18.12.13

Por detrás da nossa casa há um terreno baldio, cheio de silvas, canas, paus, pedras, montes de terra, árvores e lixo. Portanto, um terreno perfeito para brincar. Todos os nossos filhos adoram passar as tardes de sábado e domingo ou os longos dias de férias a "explorar" por ali, e chegam ao fim do dia sujos, mal cheirosos, exaustos - e felizes.

Foi numa dessas tardes animadas que, há uns anos atrás, dei com o jipe da PSP a subir e descer a minha rua, vezes sem conta. Aproximei-me do portão do jardim para perceber o que se passava. O jipe parou então à minha porta e o agente perguntou-me:

- Minha senhora, parece-nos que andam ciganos a tentar acampar atrás da sua casa. Se tiver algum problema com eles, contacte-nos.

Dei uma sonora gargalhada e respondi:

- Tem toda a razão, senhor guarda, há um bando de ciganitos a montar acampamento aí atrás. Mas não se preocupe, que à noite vêm todos dormir cá a casa!

Os agentes da PSP sorriram, pediram desculpa pela confusão e foram embora mais descansados. E eu decidi fazer uma visita guiada ao "acampamento" dos meus filhos para tirar dúvidas. Comecei por conhecer a "oficina":

 

 

E depois caminhei em direcção ao "castelo", guiada pela bandeira...

 

 

No "castelo" dei com este trono:

 

Percorri também passagens secretas...

 

... e escadarias misteriosas:

 

Falei ao telefone com alguns dos cavaleiros mais afastados:

 

 Acreditem que funcionou!!!

 

Por fim, encontrei os meus "ciganitos" todos juntos, gritando em coro:

- Um por todos, e todos por Náturia!

 

 

_Náturia? Que nome é esse? - Perguntei.

_ Não te lembras das Crónicas de Nárnia, que o pai nos lê todas as noites? Então...

 

Os agentes da PSP tinham razão. Que será que os nossos vizinhos pensam deste bando de crianças a brincar na rua? Não deviam antes estar seguras dentro de casa, diante do televisor ou do computador, vivendo aventuras virtuais para não partirem nenhuma perna nem serem raptadas? Ou então  estar ocupadas com mil e uma atividades extra-curriculares?...

 

O "Rei de Náturia" cresceu. Tem quinze anos. Continua a brincar no terreno baldio, onde gosta de praticar tiro ao alvo e fazer experiências científicas, explorando princípios de engenharia. Os seus amigos perguntam-lhe às vezes se não sente falta de jogos de computadores, visto que nunca tivémos consolas ou playstations. O Francisco responde-lhes com a sua autoridade natural:

- Vocês e eu brincamos da mesma maneira. A única diferença é que as vossas aventuras são virtuais, e as minhas são reais. E não as trocava por nada deste mundo.

 

Náturia tem agora um novo rei. É o David. Ora vejam:

 

A foto, não se preocupem, é tirada a partir do meu jardim. O Reino de Náturia está sob vigilância contínua de adultos. E por isso, até os mais pequenos lá podem brincar:

 

 

 

 

De vez em quando, aos fins-de-semana, os mais pequenos pedem para ver televisão. E fazem-no durante cerca de meia hora. Depois retomam as suas brincadeiras. Os mais velhos já são capazes de decidir o que vale ou não a pena ver, e têm as suas preferências. Gostam do National Geographic e de tudo o que tenha a ver com natureza, desporto e, no caso do Francisco, engenharia e ciência. Não vêem novelas nem concursos, e muito menos programas tipo Big Brother. Não desejam vê-los, nem teriam permissão para tal. De vez em quando, vemos filmes em família, depois de deitarmos os mais novos.

Como educadores, temos a obrigação de manter o controlo-remoto do televisor na nossa mão. E não é porque "todos fazem" e "todos vêem" que nós temos de fazer ou de ver. Jesus nunca nos pediu para nos compararmos com o mundo. Ele quer que nós nos comparemos com Deus:

 

"Sede perfeitos, como o vosso Pai que está nos céus é perfeito" (Mt 5, 48)

 

Brincar numa qualquer "Náturia" no meio do campo ou em plena cidade é tão vital para o crescimento de uma criança como respirar. Se as deixarmos sozinhas num pedaço de natureza, sem horários, sem atividades desenhadas por nós, sem necessidade de apresentar resultados, sem necessidade de competir, sem televisores a pensar por elas, iremos ficar fascinados com os mundos imaginários que elas são capazes de construir. Elas têm direito a esfolar os joelhos e a serem confundidas com pequenos ciganos traquinas...

 

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publicado às 07:12



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