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Famílias em Jubileu

por Teresa Power, em 25.05.16

No domingo, a diocese de Aveiro viveu o Jubileu das Famílias. As Famílias de Caná estiveram presentes na preparação deste dia, como parte da equipa organizadora, e estiveram também presentes como famílias que fizeram o percurso sugerido e passaram a Porta Santa de Aveiro de coração transbordante de alegria. 

Durante uma hora e meia, nós cantámos, rezámos, louvámos o Senhor. Foi bom estarmos juntos, no ambiente de festa que costuma caracterizar as Famílias de Caná, rindo e servindo com entusiasmo. Foi bom passarmos juntos a Porta, e rejubilar na Eucaristia, tão bonita, que o nosso bispo presidiu, em união com todos os movimentos que servem a família na nossa diocese. E a verdade é que nos sentimos verdadeiramente unidos.

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É verdade que não estávamos muitos. A diocese tem tantas famílias, e tão poucas foram desafiadas a viver este dia! Por um lado, penso que houve pouca divulgação da data. Por outro, uma sobreposição de celebrações, em dias muito próximos, o que torna compreensível a fraca adesão. Foi pena, porque o percurso estava muito bem pensado e teria sido giro ser feito por muitas famílias, unindo numa só celebração o jubileu das crianças e adolescentes e o das famílias. Afinal, são as famílias que devem apresentar os seus filhos ao Senhor, e não os catequistas. Há divisões suficientes no mundo para ainda as perpetuarmos dentro da Igreja, e como o Papa Francisco tem insistido, tudo na Igreja precisa de ser projetado em chave familiar. Também o Jubileu.

Mas os números não importam, quando se trata da graça do Senhor. Ele é o Senhor dos pequenos, dos humildes, dos fracos, dos pobres. A Bíblia é a história de um povo pouco numeroso, de um povo fraco e escravizado, de um povo considerado estranho e retrógrado, com as suas ideias esquisitas de adoração a um único Deus. Mas não foi na civilização romana, grega, babilónica ou outra grande civilização da Antiguidade que o nosso Deus encarnou. Não foram as grandezas dos monumentos antigos que atrairam o seu olhar... O Filho de Deus escolheu este povo subjugado, pobre e mal visto para habitar entre nós.

Hoje também, vivemos num mundo onde a família é atacada de todas as frentes possíveis, num mundo onde os valores familiares são guerreados um a um. A Igreja Católica já não é a Igreja de massas, de grandes templos onde o incenso e as vestes solenes convidam à adoração. Talvez estejamos a caminho de um esvaziamento, de uma descida ao abismo, de uma debandada geral.

 

"Também vós quereis ir embora?" (Jo 6, 67)

 

Quando os católicos se derem conta de que não é possível ser católico e, simultaneamente, aceitar os valores modernos e politicamente corretos que vemos publicitados à nossa volta, então as igrejas ficarão vazias, sim. 

 

"Jesus, eles não têm vinho." (Jo 2, 5)

 

Assim se dirigiu Maria ao seu Filho, nas Bodas de Caná.

 

"Jesus, eles não têm vinho."

 

Assim se dirige certamente Maria hoje também a Jesus, olhando para o mundo onde vivemos. E para nos ensinar a fazer o que Jesus diz, Maria continua a visitar a Terra, como Mãe solícita.

Está na hora de estender as nossas bilhas a Jesus e fazer tudo - absolutamente tudo - o que Jesus nos disser. As Famílias de Caná e todas as famílias verdadeiramente católicas estão prontas.

Derrotados? Tristes? Desanimados? Oh, não! No final do Jubileu das Famílias, regressámos a casa acompanhados da querida família Batista, que veio da diocese de Santarém de propósito para participar connosco nesta celebração. Comprámos à pressa uns frangos assados para o jantar e preparámos uma mesa de festa, enquanto pequenos e grandes punham a conversa - e as gargalhadas - em dia. Fez ontem dois anos que, depois de alguns meses a trocar e-mails, nos conhecemos pessoalmente, como a Olívia recorda aqui. Mas parece que somos amigos desde sempre! A amizade que experimentamos, e que nasceu unicamente em Jesus, é sinal de alegre esperança. Porque a partir do momento em que estendemos as nossas bilhas a Jesus e nos dispomos a cumprir a sua Palavra, provamos de imediato do "vinho melhor"...

 

"As pessoas costumam dar primeiro o vinho bom e, depois de todos terem comido e bebido bem, servem o de qualidade inferior. Mas tu guardaste o vinho melhor para o fim." (Jo 2, 10)

 

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O Jubileu e um convite às Famílias

por Teresa Power, em 16.05.16

No sábado, a nossa diocese esteve em festa: foi o Jubileu das Crianças e dos Adolescentes, que cheios de alegria, quiseram passar pela Porta Santa e celebrar em conjunto a alegria de sermos cristãos. Entre crianças, adolescentes, pais e catequistas, estávamos cerca de duas mil pessoas! Houve tempo para lançar balões ao céu, cantar, rezar, jogar, visitar o Túmulo da nossa padroeira, Santa Joana Princesa de Portugal. Embora a manhã tivesse sido entrecortada de bastantes momentos de "pausa", porque uma multidão tão grande não é fácil de organizar, o mais importante aconteceu: duas mil pessoas testemunharam, pela sua serenidade, pela sua paciência, pela sua vivacidade, pelos sorrisos e palavras simpáticas que trocaram, que Jesus é a Verdadeira Porta por onde todos passamos para encontrar a Vida.

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No próximo domingo será o Jubileu das Famílias na Diocese de Aveiro. Que grande dom para nós! As Famílias de Caná, enquanto movimento nascente, estão representadas desde há alguns meses no Secretariado Diocesano da Pastoral Familiar. Assim, o Niall e eu pertencemos à equipa que tem vindo a preparar este jubileu, e estamos entusiasmadíssimos. Vai ser um encontro muito giro e cheio de sentido para as famílias: começando às 15 horas na igreja de S. Francisco, no parque da cidade de Aveiro, cada família, com o seu ritmo particular, será desafiada a percorrer um determinado percurso até à Porta Santa, na Sé Catedral, onde será celebrada a Eucaristia com a presidência do nosso querido bispo. Durante o percurso, as famílias irão fazer algumas paragens de cerca de dez minutos, breves oportunidades para refletir sobre o jubileu. Numa dessas paragens estarão as Famílias de Caná, representadas por nós, Família Power, e três outras famílias completas. Aí iremos refletir sobre oração familiar e, sobretudo, rezar em família de famílias. Farei também um brevíssimo ensinamento de dois minutos e meio sobre oração familiar. Venham estar connosco! E se nos conhecem já deste blog, façam-nos o favor de se apresentar, que para nós é um verdadeiro prazer descobrir os rostos dos nossos leitores!

 Cartaz Jubileu da Familia 22 Maio 2016 Versao Web.

"Eu sou a Porta. Quem entrar por Mim será salvo." (Jo 10, 9)

 

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Eu não sabia...

por Teresa Power, em 22.02.16

Hora de oração familiar. Sentados no sofá da sala, o Canto de Oração iluminado, a Porta Santa chamando-nos à conversão. Leio em voz alta a primeira leitura, do Livro do Levítico.

- Que livro é esse, mãe?

- O Livro da Lei do povo de Deus. Os Primeiros cinco livros da Bíblia são também chamados os livros de Moisés, e formavam a Lei de Israel. Neste livro vamos encontrar muitas palavras de Deus, que nos ensinam como nos devemos comportar. Vamos ouvir?

 

"Assim fala o Senhor: «Sede santos porque Eu, o Senhor, sou santo. Que cada um de vós respeite a sua mãe e o seu pai, e guarde os meus sábados (...) Não te vingarás nem guardarás rancor aos filhos do teu povo, mas amarás o teu próximo como a ti mesmo.»"

(Lv 19, 1-18)

 

- O que é vingar-se? - Pergunta a Lúcia.

- É pagar com o mal, o mal que te fazem. Por exemplo, um menino empurra-te, e tu empurra-lo de volta. Um menino estraga-te uma caneta, e tu rasgas-lhe um desenho. Isso é vingança.

A Lúcia fica calada, assente com a cabeça, e continuamos a oração, com a leitura do salmo e do Evangelho e com a recitação do terço. E é precisamente durante o terço que eu reparo num brilho estranho nos seus olhos.

- Lúcia, estás bem? - Pergunto. Ela assente de novo com a cabeça, mas eu percebo que nada está bem, e as lágrimas começam a rolar pela sua face. No final da oração pego-lhe ao colo e, enquanto o pai deita os mais novos, converso com ela.

- O que se passa, Lúcia?

- Mãe, eu não sabia que a vingança era pecado. Eu já fiz isso muitas vezes com os manos, porque eu não sabia. Eu achava que podia fazer se eles me faziam também. E nunca me confessei disso... Achas que agora tenho o coração metade limpo e metade sujo?

- Não, Lúcia, não acho. Acho que tens o coração todo limpo, e sabes porquê? Precisamente por causa dessas tuas lágrimas marotas... Porque tu estás arrependida de teres feito esses pecados. E o que lava o coração é o arrependimento! No preciso instante em que tu ficas triste por teres feito uma coisa feia e pedes perdão a Deus, Ele perdoa-te de imediato.

- E como faço eu para pedir perdão a Deus?

- Queres rezar comigo o Ato de Contrição?

- Sim.

- Então vamos. Dá-me a mão... "Meu Deus, porque sois tão bom, tenho muita pena de Vos ter ofendido. Ajudai-me a não tornar a pecar!"

O rosto da Lúcia abre-se num largo sorriso.

- Agora já estou limpa? Mas eu ainda não me confessei...

- Lúcia, o teu coração está todo limpo. Podes estar descansada. O teu arrependimento, a tua tristeza e o ato de contrição que acabaste de fazer são suficientes para apagar os pecados leves. Jesus abraçou-te de imediato cheio de alegria!

- O meu pecado era pequenino?

- Era porque tu não sabias que o estavas a fazer. A partir de agora já tens de ter mais cuidado, claro, porque já sabes. Tu estás a aprender, Lúcia, e Jesus está felicíssimo contigo esta noite porque aprendeste uma coisa nova. Mas quando fores à confissão da próxima vez, deves confessar-te deste pecado, porque Jesus fica contente quando somos capazes de confessar as nossas culpas sem receio ao sacerdote.

- Quantos anos é que tu tinhas quando descobriste que a vingança era pecado? Eras mais pequena do que eu?

- Oh, não, era bem mais crescida! Lembro-me de ficar sem falar com as minhas amigas durante alguns dias quando me zangava com elas, e olha que era mais velha do que tu. Pouco a pouco fui aprendendo e fui-me esforçando por ser melhor.

- Ah! Agora eu já sei e também vou ensinar às minhas amigas.

Levo-a ao colo para a cama e dou-lhe um beijo de boas noites. O seu rosto ilumina.

- Boa noite, mamã!

- Boa noite, querida!

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A Lúcia já dormia há muito tempo, e eu continuava a meditar nesta nossa conversa. Embora pequenina, a Lúcia acabava de experimentar uma das mais duras realidades do pecado: a tomada de consciência de que somos capazes de o cometer, de que não somos as pessoas imaculadas que imaginávamos ser. Foi a descoberta de S. Pedro, naquela noite de lua cheia, em que o galo cantou a sua traição; a descoberta de S. Paulo, caindo do cavalo perante a revelação de que todo o seu zelo tinha sido orientado contra o alvo errado; a descoberta do Rei David, quando o profeta Natã lhe contou uma pequena história sobre a ovelhinha do pobre e David se apercebeu do gravíssimo e duplo pecado cometido contra Urias; e a descoberta de todos nós, que olhando para o nosso passado, nos damos conta da quantidade de erros que cometemos julgando estar a fazer algo sem gravidade.

Que fazer, nestes momentos de revelação? Primeiro, agradecer. É verdadeiramente uma graça imensa que Deus nos faz, sermos confrontados com a nossa miséria antes da hora da nossa morte! Não há caminho mais seguro para uma verdadeira humildade, e sem humildade não é possível ser santo.

Depois, pedir perdão e confessar-se com simplicidade e confiança, acreditando de verdade (e é difícil acreditar...) que não há nenhum pecado que o Senhor não possa lavar por completo.

E finalmente, agradecer de novo outra e outra vez, pois não há nada mais belo sobre a Terra do que experimentar a misericórdia de Deus como uma torrente de vida dentro de nós. 

O Jubileu da Misericórdia é o tempo de graça que o Senhor nos oferece para uma profunda e completa revisão de vida. Então experimentaremos a verdadeira alegria, a alegria que nasce das lágrimas...

 

"Se o pecador renunciar a todos os pecados que cometeu, se observar todas as minhas leis e praticar o direito e a justiça, ele deve viver, não morrerá. Não serão lembradas as faltas que cometeu, e viverá..." (Ez 18, 21-22)

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Misericórdia

por Teresa Power, em 26.03.15

Domingo de manhã. O Niall saiu para ir buscar pão (não, não houve tempo para panquecas!) e regressou muito feliz:

- Teresa, encontrei a resposta para a minha dúvida do outro dia!

- Que dúvida? - Perguntei-lhe, enquanto vestia a Sara, a única criança acordada. O Niall estava cheio de entusiasmo:

- Aquela dúvida sobre o perdão de Deus. Deus perdoa, mas será que esquece?

- Ah, já me lembro! Estávamos a falar na omnisciência de Deus, e como é possível para Deus, que sabe tudo, perdoar e esquecer mesmo a sério. E então, podes explicar-me como é que chegaste à resposta enquanto foste comprar pão? Terá sido o padeiro a tirar-te a dúvida?

- Não, foi a própria Palavra de Deus. Enquanto fui ao pão, liguei a Renascença e acertei mesmo em cheio: estavam a ler as leituras deste domingo. A primeira leitura é tão bela, tão bela, que senti arrepios ao escutá-la. Foi ela que me trouxe a resposta.

- E?

- Ora escuta... Prepara-te, porque é mesmo muito bonito. Vou tentar lembrar-me das palavras exatas:

 

"Dias virão, diz o Senhor, em que estabelecerei com a casa de Israel e a casa de Judá uma aliança nova. Hei-de imprimir a minha Lei no íntimo da sua alma e gravá-la-ei no seu coração. Eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo. Todos eles Me conhecerão, desde o maior ao mais pequeno, diz o Senhor. Porque vou perdoar os seus pecados e não mais recordarei as suas faltas." (Jer 31, 31-34)

 

- Que maravilha, esta Palavra! Tens razão, Niall. Deus fala muito claramente aqui!

- Sim. Ele diz que o nosso pecado não só é totalmente perdoado, mas também que não mais será recordado. Deus esquece as nossas faltas, e não mais se lembra delas, depois de nos perdoar! Não devemos voltar a confessar faltas antigas já confessadas por medo de não termos sido perdoados, porque isso é uma ofensa ao perdão absoluto que o Senhor nos dá.

- Pois é. O amor de Deus supera a sua omnisciência... Espero não estar a dizer nenhum disparate teológico!

- Não estás. Todas as qualidades de Deus estão inseridas naquilo que Ele é: Amor. Fora do Amor absoluto que Ele é, Deus não é mais nada.

- Mas não é possível fazer uma confissão geral da nossa vida, em determinadas alturas, como por exemplo no Ano Santo?

- Claro que sim, por desejo profundo de colocar tudo diante da luz do Senhor. Dizia o Rei David: "Tenho sempre diante de mim o meu pecado..." (Sl 50) Mas não o devemos fazer por medo de não termos sido perdoados, isso nunca!

 

Os mais velhos acordaram entretanto, e todos juntos fomos tomar o pequeno-almoço.

- Meninos, tenho um desafio para vos fazer. - Disse o Niall, enquanto comíamos - Hoje, na missa, quero que estejam muito atentos à primeira leitura, porque ela vai trazer a resposta para uma pergunta que tinhamos feito uns aos outros no outro dia, durante a oração familiar.

- E qual é essa pergunta? Nós fazemos sempre tantas!

- Também vos desafio a descobrir a pergunta, Francisco.

 

Depois da missa, à hora do almoço, o Niall quis saber se todos tinham encontrado a resposta.

- Sim, encontrámos - Adiantou-se a Clarinha. - A pergunta era: Deus perdoa sempre, mas será que esquece? E a resposta é: sim, Deus esquece.

- Muito bem! O Papa Francisco tem toda a razão ao propor um Jubileu da Misericórdia para o ano que vem. Nós ainda entendemos muito mal o perdão de Deus!

- Vai ser maravilhoso viver um Ano Santo, experimentando na nossa vida este perdão absoluto, e redescobrindo o amor absoluto do Senhor!

- O Papa quer as igrejas abertas e muitas, muitas confissões. Vamos ver a misericórdia do Senhor a correr como um rio na sua Igreja, e uma nova primavera a desabrochar. Ah, que alegria...

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