Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Somos uma família católica, abençoada com seis filhos na Terra e um no Céu. Procuramos viver a fé com simplicidade e generosidade. Queremos partilhar com outras famílias a alegria de sermos Igreja Doméstica na grande família da Igreja Católica.
Na quarta-feira, no Colégio dos meninos, foi dia de corta-mato para o terceiro ciclo e o secundário. A Clarinha participou um pouco contrafeita, porque não gosta particularmente de correr, mas o Francisco já vinha a sonhar com este dia há algum tempo. Quando, de manhã, viu o céu azul e o sol a brilhar, ficou cheio de alegria!
No fim do dia, tinha novidades para contar: alcançara o primeiro lugar!
- Nem imaginas, mãe, eu ia a correr à frente, com um grande avanço. Estava quase a chegar ao fim, e faltava uma subida muito difícil. Senti que já não tinha forças para a fazer, pois estava muito cansado, e comecei a afrouxar... Foi quando percebi que alguém me conseguira alcançar e corria ao meu lado: o Manuel!
O Manuel é um dos melhores amigos do Francisco. Juntos, montam a cavalo às quartas-feiras, e juntos exploram o universo da engenharia, fazendo construções complicadíssimas com fios e motores de máquinas avariadas.
- O Manuel a teu lado! Isso deve ter sido giro para ambos, não?
- Foi o máximo! Fiquei super contente de o ter ali, mas percebi que, para vencer, não podia afrouxar de forma alguma! Não sei como me veio a força, o que sei é que de repente deixei de estar cansado e atirei-me de cabeça ao último sprint. E tu já sabes como é quando eu entro em modo sprint!
O Manuel e o Francisco festejaram juntos a sua vitória. Na verdade, o segundo lugar do Manuel foi também um primeiro, porque apesar de estarem os dois no 11º ano, competem em escalões diferentes.
E eu fiquei a pensar... S. Paulo compara frequentemente a vida cristã a uma prova de atletismo, como já várias vezes referi:
"Não sabeis que os que correm no estádio correm todos, mas só um recebe o prémio? Correi, pois, de modo que o conquisteis." (1Cor 9, 24)
Correr à frente sozinho pode ser pouco desafiante, e pode fazer-nos afrouxar, como aconteceu com o Francisco. Sozinhos, as colinas do caminho parecem-nos montanhas intransponíveis, e às vezes sentimos realmente que não conseguimos correr mais. Apetece baixar os braços e desistir, de tão cansados estamos...
Mas se outros cristãos nos desafiarem, numa sã competição, correndo a nosso lado e connosco, puxando por nós, oferecendo-nos o seu sorriso e o seu apoio, então tudo se torna mais fácil, e as forças regressam! De repente, já não apetece desistir; de repente, lançamo-nos num sprint imparável, que nos leva à meta e a uma vitória que partilhamos alegremente com os irmãos na fé.
É o que acontece com as Famílias de Caná... Nos blogues e na vida, no trabalho nas paróquias e no trabalho na família, vamo-nos desafiando umas às outras. Uma família partilha o seu canto de oração, e logo outras decidem contruir um em suas casas; uma família propõe formas de visitação, e logo outras partem à descoberta do serviço; uma família fala em adoração, e logo outras contactam os seus párocos para também nas suas paróquias terem um espaço e um tempo de adoração; uma família partilha a sua experiência com o planeamento familiar, e logo outras se inscrevem em cursos; uma família partilha o seu plano bíblico, e logo outras decidem pegar na Bíblia e ler...
Que assim seja com toda a Igreja de Cristo! Possamos todos nós, cristãos, desafiarmo-nos uns aos outros no caminho da santidade; que o amigo desafie o amigo e o irmão desafie o irmão, que os pais desafiem os filhos e os filhos desafiem os pais, que o marido desafie a mulher e a mulher desafie o marido! É esta "competição" sadia a única que agrada ao Senhor: agora "puxo" eu por ti, depois "puxas" tu por mim, e quando damos conta, estamos juntos na meta... Aleluia!
Ontem fui buscar os manuais escolares do Francisco, da Clarinha, do David e da Lúcia ao colégio. A pilha de livros era tão alta, que um simpático funcionário se ofereceu para me ajudar a levar tudo até ao carro!
Quando cheguei a casa, tinha a Lúcia à minha espera junto do portão. Estava desejosa de ver os seus livros novos.
- Lúcia, tenho boas novidades para ti - Disse-lhe, ao sair do carro. - A tua professora vai ser a professora do Francisco! Ele gostava muito dela! E os teus livros são muito bonitos. Olha só!
Felicíssima, a Lúcia ajudou-me a levar os seus manuais para casa e sentou-se a folheá-los. Depois guardou-os cuidadosamente na sua mochila a cheirar a novo:
O David, o Francisco e a Clarinha não pareceram assim tão entusiasmados com os manuais novos, mas estão igualmente impacientes por rever os amigos e regressar à escola. A Clarinha decidiu fazer a sua própria mochila:
Está ou não bonita?
E o Francisco anda às voltas com os Maias... Como o interesse não parece ser muito (passe o eufemismo), ficou acordado que a leitura dos Maias (que tem de estar concluída antes das aulas começarem) serve de desculpa para não arrumar a cozinha! Talvez funcione...
A escola está à porta. Com ela, é uma grande caminhada que recomeça! S. Paulo alerta-nos:
"Eu corro, mas não sem direcção; eu luto mas não como quem dá socos no ar." (1Cor 9, 26)
"Corro para a meta, para o prémio celeste, para Deus que nos chama..." (Fil 3, 14)
Para onde corremos nós? Hoje nas escolas fala-se em metas curriculares e em muitas outras coisas que ninguém sabe exactamente o que é. E corre-se tanto sem direcção! No início de mais um ano lectivo, precisamos de saber qual é na verdade a nossa grande meta. Na escola, no meio do estudo intenso, junto dos colegas, dos amigos, dos professores e daqueles de quem não gostamos tanto, no recreio e dentro da sala de aula, na cantina ou em casa, a grande meta é sempre o Céu. Não o percamos nunca de vista...