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Somos uma família católica, abençoada com seis filhos na Terra e um no Céu. Procuramos viver a fé com simplicidade e generosidade. Queremos partilhar com outras famílias a alegria de sermos Igreja Doméstica na grande família da Igreja Católica.
- A partir de hoje, desisto do meu filho - Gritava uma mãe, visivelmente aborrecida, diante da pauta com as notas da turma. Eu estava a atender os pais e a entregar as avaliações da minha direção de turma, antes das férias da Páscoa. O filho em questão tem quase dezassete anos e continua no nono ano. É um rapaz simpático e muito trabalhador - no mini-mercado dos pais, que na escola só gosta de brincadeira.
Senti-me constrangida diante do desespero daquela mãe. Ela parecia ignorar os olhares dos outros pais, e continuava, gesticulando e falando muito alto:
- Cria uma mãe um filho para isto! Só o temos a ele, o pai e eu não fazemos outra coisa senão trabalhar, trabalhar, trabalhar de manhã à noite, para ele, naturalmente. E como é que ele agradece? Repetindo o ano novamente, claro!
Tentei acalmá-la, mas percebi que não tinha palavras suficientes. Tudo o que ela dizia era verdade, e o meu aluno não faz um esforço, por pequeno que seja, para dar alegria aos seus pais nos estudos. Registei interiormente a necessidade de conversar com o rapaz, assim que recomeçasse a escola. Sabia, no entanto, que a minha tarefa seria quase impossível se a mãe, de facto, desistisse de lutar pelo sucesso do seu filho.
Oito e meia da manhã, primeiro dia de aulas do terceiro período. À porta da minha sala, tenho a mesma mãe, acompanhada do filho.
- Bom dia, professora! Tem um minuto para falar connosco?
- Claro que sim! Daqui a quarenta e cinco minutos tenho hora de atendimento. Aguarda um bocadinho?
Quarenta e cinco minutos depois, a mãe e o filho estavam sentados diante de mim. O meu aluno mantinha a cabeça baixa, enquanto a mãe, com os olhos cheios de lágrimas, falava.
- Professora, eu vou fazer tudo o que puder para ajudar o meu filho a passar o ano - Disse-me, sempre emocionada. - Ele é tudo o que nós temos. Acha que ainda vamos a tempo?
Recordei-me desta conversa ontem, enquanto rezava diante da imagem de Nossa Senhora, na oração do Mês de Maria.
Olhando para a imagem da Senhora Auxiliadora dos cristãos, eu dizia interiormente:
- Querida mãe, deves estar cansada das desilusões que te causei ao longo da minha vida, e que te continuo a causar! Será que ainda acreditas que sou capaz de santidade?
Foi então que me lembrei da mãe do meu aluno. Uma mãe que o seja verdadeiramente nunca desiste do seu filho, mesmo que, num momento de desespero, tenha a intenção de o fazer. Maria não é apenas uma mãe, mas a melhor das mães. Em Medjugorje, Maria disse um dia: "Se soubesseis quanto vos amo, choraríeis de alegria." No Livro de Isaías, o Senhor diz-nos:
"Acaso pode uma mulher esquecer-se do seu bebé, não ter carinho pelo fruto das suas entranhas? Ainda que ela se esquecesse dele, Eu nunca te esqueceria." (Is 49, 15)
Nem Deus, nem Maria alguma vez desistirão de nós. Ao longo da nossa vida, o Senhor irá servir-se de tudo para nos ajudar a encontrar o Caminho para Casa. Servir-se-á de um amigo, de um problema, de uma doença, de uma crise, de um momento de oração, de um blogue, de um retiro (já se inscreveram no Retiro de Neiva?) e até de um pecado. Não seremos nunca capazes de O desiludir ao ponto de nos abandonar!
E Maria, que viu o Filho morrer por nossa causa, continua a visitar a Terra para nos aconselhar, nos corrigir e nos encorajar... Conhecemos nós a mensagem de esperança que nos deixou em Fátima? Ah, como é forte e poderoso, o amor de uma mãe!...
Ontem, ao contemplar o presépio, algo estranho chamou a minha atenção: misturados com as ovelhinhas, os pastores, as conchinhas da praia e os restantes elementos bucólicos que se espraiam pelo musgo, estavam duas ferozes criaturas...
Como terão o leão e o tigre ido parar ao presépio? Fiquei em pânico, com medo que algo pudesse acontecer ao Menino Jesus, tão frágil, deitado numa manjedoura pequena demais para Ele, e já com um pezinho partido à custa de beijinhos desajeitados... Mas depois lembrei-me de que talvez o leão e o tigre conhecessem a profecia de Isaías, e daí o terem arriscado caminhar até à gruta de Belém:
"Então o lobo habitará com o cordeiro e o leopardo deitar-se-á com o cabrito. O bezerro, o leãozinho e o animal cevado estarão juntos, e um menino os conduzirá. A vaca e o urso pastarão lado a lado, as suas crias deitar-se-ão juntas, e o leão comerá feno como o boi. A criança de peito brincará junto à toca da víbora, e a criança desmamada porá a mão na cova da serpente." (Is 11, 6-8)
Um urso a pastar ao lado de uma vaca e um leão a comer feno como um boi é verdadeiramente uma revolução grandiosa, difícil de imaginar. Num dia da semana passada, conversando com um aluno da minha direcção de turma, perguntava-lhe:
- Como queremos nós que haja paz na Terra, se vocês, jovens, não conseguem relacionar-se no espaço de uma turma? Escrever insultos no Twitter sobre as tuas colegas não parece uma estratégia muito apropriada para se conseguir ser aceite...
Ele ficou pensativo. Depois assentiu:
- Tem razão, professora. - E acrescentou: - Mas mesmo que eu tente mudar e voltar a ser amigo delas, elas já não acreditam em mim. Ninguém, nem os professores nem os meus amigos, me quer dar outra oportunidade!
Quando ele saiu de junto de mim, fiquei a pensar no que significa isto de fazer a paz. Às vezes, somos nós os leões que precisam de aprender a comer feno; outras, somos o menino que precisa de não ter medo de meter a mão na toca da víbora...
Fazer a paz implica trabalhar o nosso carácter, dominar os nossos instintos e converter o nosso coração; mas também implica dar ao outro a oportunidade de provar que está mudado! Precisamos - na família, no casamento, nas amizades - de muita humildade e de muita confiança em Deus para colocarmos a mão na toca da víbora, acreditando que, desta vez, ela não nos morderá.
Ah, a paz de Jesus é tão exigente!...
- David, vem tomar o pequeno-almoço!
- Espera!
- Agora!
- Espera!
O David costuma sentar-se a ler um livro na sala assim que acorda, e confesso que às vezes, na confusão dos pequenos-almoços - para mim, é a refeição mais difícil de gerir no dia inteiro - até me esqueço dele, tal é o seu silêncio à volta do livro.
- Não tenho o tempo todo! Os manos já foram brincar e tu ainda sem comer!
Zangado, o David apareceu na cozinha. Ao entrar, tropeçou e bateu com a cabeça na porta, o que o irritou ainda mais. Começou a chorar.
- Eu só queria acabar o capítulo!
- Bom dia, David - Disse o pai, tentando ser simpático.
- Calem-se todos! Estão a enervar-me! EU NÃO QUERO COMER!
- Ok, vamos fazer outra coisa - Atalhou o Niall, sem perder a calma - Vais voltar ao teu quarto, sentas-te na cama e fazes de conta que estás outra vez a acordar. Depois vens direitinho à cozinha e dás-nos os bons dias com um sorriso. Esquecemos tudo o que se passou até agora e fazemos de conta que o dia vai começar!
O David gostou da ideia. Alguns minutos depois entrou na cozinha com um sorriso bonito e deu-nos os bons dias muito bem disposto. Depois, finalmente, sentou-se para tomar o seu pequeno-almoço.
Escreveu Hannah Arendt, uma filósofa alemã de origem judaica (1906-1975):
"Se não fôssemos perdoados, eximidos das consequências daquilo que fizemos, a nossa capacidade de agir ficaria por assim dizer limitada a um único ato do qual jamais nos recuperaríamos; seríamos para sempre as vítimas das suas consequências, à semelhança do aprendiz de feiticeiro que não dispunha da fórmula mágica para desfazer o feitiço." (citado pelo Correio do Vouga, 3 de setembro de 2014)
Esta oportunidade de começar de novo, esta possibilidade de desfazermos o feitiço do mal sempre que necessário é na verdade uma das maiores graças que Deus nos concede. Que seria de nós sem o perdão contínuo de Deus? Que seria de nós sem o perdão contínuo uns dos outros?
"Não te digo para perdoares até sete vezes, mas até setenta vezes sete" (Mt 18, 21-22)
O sorriso feliz do David, ao entrar na cozinha pela segunda vez, deu-me um vislumbre da razão pela qual Deus ainda não destruiu o mundo...
A Lúcia berrava a plenos pulmões. A correr, veio mostrar-me o braço, onde os dentes bem marcados do António faziam uma bela tatuagem. Abracei-a, cuidei do braço, e depois fui falar com o António.
- Foi sem "quer"! - Disse-me ele, pensando que eu ia acreditar. Com calma, convenci-o a pedir desculpa à Lúcia, e ele lá foi, com o lábio a tremer - pois apesar de ter sido o autor do "crime", sabia bem como as dentadas doem.
- Desculpa! - Disse ele, de olhos baixos. E foi então que a Lúcia desbobinou aquela frase terrível, tão na moda:
- As desculpas não se pedem, evitam-se!
Na semana passada, na escola, uma funcionária veio queixar-se de um aluno da minha direcção de turma. Ele tratara-a mal e referira-se a ela chamando-lhe "bruxa feia". Falei com o meu aluno, zanguei-me com ele e fi-lo ir pedir desculpa à funcionária. Qual não foi o meu espanto quando, observando a cena de longe, a ouvi responder como a Lúcia:
- As desculpas não se pedem, evitam-se!
O meu aluno afastou-se a rir. O seu comportamento em relação à funcionária continuará certamente idêntico.
O António ter-se-ia afastado de cabeça alta de orgulho, despeitado com a resposta da Lúcia, se eu não tivesse interferido e corrigido a Lúcia.
Porque, Lúcia, as desculpas pedem-se sim! Pedem-se e dão-se, e não se fala mais no assunto. Claro que todos temos de evitar fazer o mal, mas depois de o fazermos, precisamos de sentir que ele não nos vai destruir nem corroer por dentro. Não há nenhum ser humano que não mereça uma segunda, uma terceira, uma milésima oportunidade para experimentar o poder do bem na sua vida. Se há uma marca distintiva dos cristãos, ela tem de ser o perdão. Disse Jesus:
"Se perdoardes aos homens as suas ofensas, também o vosso Pai vos perdoará a vós. Se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, também o vosso Pai vos não perdoará as vossas." (Mt 6, 14-15)
Que seria de mim se, de cada vez que me fosse confessar, o senhor padre me dissesse, em nome de Jesus:
"As desculpas não se pedem, evitam-se!" ? Deus tenha piedade de mim!
Finalmente, a Lúcia perdoou o António e abraçou-o. Alguns minutos mais tarde, já brincavam os dois juntos de novo, apanhando caracóis na horta para colocar com jeitinho nas suas "casinhas":
Há uns meses, um aluno meu teve um gesto muito feio: aproveitando um momento de distracção, em que me dirigi à porta da sala para falar com um pai de uma aluna, foi discretamente à minha secretária e retirou o teste por corrigir de um colega de turma, do cimo da pilha de testes que lá encontrou, rasgou-o e voltou para o seu lugar. Nem o meu pânico ao julgar ter perdido um teste, nem o pânico do colega que ficou sem ele, foram suficientes para que se acusasse. Uma semana mais tarde, depois de alguma investigação, este meu aluno foi desmascarado e castigado. Como ele nunca me pediu desculpa e o castigo lhe foi atribuído pela directora de turma, nunca falei com ele sobre o assunto. E a frieza instalou-se entre nós.
Os meses foram passando. Este aluno, que já era mau estudante, tornou-se péssimo. Deixou de ter caderno diário e de prestar atenção às aulas e mostrava abertamente que não tinha qualquer interesse na disciplina. Preocupada, procurei soluções, em vão. Mas um dia em que me preparava para me confessar, ocorreu-me o óbvio: apesar de já ter o perdoado há muito tempo, nunca lho dissera! Adiei a minha confissão - não posso ir ter com Deus sem antes fazer as pazes com o irmão, disse Jesus (Mt 6, 14-15; 18, 35; 5, 23-24) - e, no dia seguinte, chamei o menino. Ele sentou-se na cadeira à minha frente e olhou-me com medo. Comecei:
- Tens pensado naquilo que fizeste?
- Desculpe, professora! - Foi a sua resposta imediata, quase ao mesmo tempo que eu formulava a pergunta.
- Já te desculpei há muito tempo - Disse-lhe, o mais carinhosamente que pude. - Que tal se agora começasses a trabalhar e a esforçar-te?
Ele sorriu, um sorriso aberto como eu não via há meses.
- Vou esforçar-me! - Prometeu.
E nesse mesmo dia, a sua atitude mudou. De repente, o meu aluno mostrou-se atento nas aulas, começou a fazer os trabalhos de casa e até apresentou trabalhos que não pedi. Os colegas admiraram-se com tanta mudança, mas eu entendi: o perdão abriu as portas fechadas do seu coração e da sua mente. O perdão ofereceu-lhe uma nova oportunidade para ser bom, para ser feliz.
Foi assim com Zaqueu (Lc 19, 1-10). Empoleirado naquela árvore, Zaqueu estava imobilizado pelo seu passado de pecado. De repente, veio Jesus, chamou-o pelo nome e fez-Se convidado para sua casa. Que alegria! O perdão de Jesus ofereceu a Zaqueu uma nova oportunidade para ser bom, para ser feliz. E naquele mesmo dia, a sua vida mudou.
Quando perdoamos os outros, abrimos-lhes portas para a felicidade.
Quando nos vamos confessar, nomeando um a um os nossos pecados, Deus abre-nos portas para a felicidade!
Eu perdoara ao meu aluno, mas não lho dissera. Enquanto ele não escutou as palavras de perdão da minha boca, o meu perdão não fez caminho nele.
Confessarmo-nos é darmos a Deus a oportunidade de nos dizer: "Sim, já te perdoei há muito tempo! Sim, já derramei por ti todo o meu sangue! Sim, desde o início do mundo que espero por ti!"
Enquanto não me disponho a escutar as palavras do sacerdote - "Vai em paz, os teus pecados estão perdoados!" - o perdão de Deus não faz caminho em mim...
Escrito pela Clarinha (12 anos, quase 13)...
Ouvimos muitas vezes pessoas a dizer: "O senhor padre não tem nada que saber os meus pecados!" Ou então: "A confissão não faz diferença!" Mas tudo tem um sentido. Pensando bem e respondendo às dúvidas das pessoas, Jesus Ressuscitado deu a todos os padres o poder para confessar os pecados dos homens em seu nome. Assim, porque é que tanta gente tem vergonha de se confessar, se quem está a falar connosco durante a confissão é o próprio Deus? Bem, se nós não temos vergonha de falar com os nossos pais, também não precisamos de ter vergonha de falar com Deus.
A confissão faz uma grande diferença na nossa vida. Quando eu entro no confessionário, sinto-me feliz por poder desabafar com Deus sobre aquilo que me impede de ser uma pessoa perfeita. E quando saio, sinto-me ainda mais feliz, porque sei que posso começar tudo de novo e voltar a tentar fazer o meu melhor, aperfeiçoando o meu carácter.
O inevitável aconteceu: o gatinho descobriu o presépio e... deixou um belo e cheiroso presente no musgo! Tivémos de refazer o presépio...
... e aproveitámos para colocar nele uma "personagem" nova: a nossa família! Não queremos olhar para o presépio como alguém que assiste a uma peça teatral, a uma representação de Natal, sem qualquer envolvimento da nossa parte. Queremos estar lá, a caminho de Belém, desejosos de ver o Recém-Nascido e de Lhe oferecer os presentes que, entretanto, vamos preparando com amor. Assim, a Clarinha lembrou-se de imprimir a nossa fotografia e de a colocar sobre o musgo limpinho:
E com tudo isto, o presépio ficou bem mais bonito do que estava antes do gatinho o destruir! Olhem bem para este rio, as conchas trabalhadas...
Deus é mesmo o Senhor das Novas Oportunidades! Quando lhe confessamos o nosso pecado, através do sacramento do perdão, Ele restaura a nossa vida e o nosso coração, tornando-nos ainda mais belos do que antes. Na verdade, se não fosse o pecado de Adão, Deus não se teria "lembrado" de nascer num presépio pobrezinho, na nossa humilde Terra pecadora! E ainda hoje estaríamos sem conhecer até que extremos vai a loucura do amor de Deus, que por nós Se fez menino! Diz S. Paulo,
"Tudo concorre para o bem daqueles que amam a Deus" (Rm 8, 28), até o pecado que humildemente confessamos!
Ser família numerosa é fantástico, mas também exigente. Acho que uma das principais razões de Deus ao pedir-nos generosidade no nosso planeamento familiar é esta: os filhos são belos trampolins para a santidade. Senão vejamos:
Chego a casa exausta depois de um longo dia de trabalho. Ah, como sabia bem poder tomar um belo duche e relaxar meia hora em frente da televisão ou com um bom livro nas mãos! Se não tivesse filhos, era isso que faria de certeza. Se tivesse só um ou dois filhos, não poderia fazer isso durante alguns anos, mas em breve estaria de novo em condições de tomar conta de mim, pois eles crescem depressa.
Mas com muitos filhos, há um regressar contínuo à idade das fraldas, das birras, das brincadeiras no chão, das bulhas entre irmãos, da ajuda nos trabalhos de casa. Com muitos filhos, há mais jantar para fazer, mais livros, brinquedos, roupas e sapatos para arrumar, mais lixo para limpar, mais desenhos para pendurar na parede, mais histórias para ouvir e para contar, mais abraços para receber e para dar. Com muitos filhos, não sobra tanto tempo para me centrar em mim.
"Quem quiser encontrar a sua vida há-de perdê-la, e quem a perder por causa de Mim há-de encontrá-la" (Mt 10, 39), disse Jesus.
Ter uma família numerosa obriga-me a ser mais paciente, mais generoso, menos egoísta. Os meus filhos fazem de mim uma pessoa melhor pelo simples facto de existirem. Claro que muita gente é já assim por natureza, ou graças a outro belo "trampolim" do amor de Deus (há muitos, claro, como cuidar de uma pessoa com deficiência ou dedicar-se de corpo e alma a alguma missão...), mas eu precisei de todos os meus filhos para me tornar quem sou.
Naturalmente que posso desperdiçar este dom, como posso desperdiçar qualquer outro dom. Quantas vezes não lhes respondo com impaciência, não dou palmadas a despropósito, não grito sem razão? Certamente mais do que desejaria. No entanto, também tenho mais oportunidades de corrigir o mal feito e de alterar o meu comportamento. Eduquei o meu primeiro filho com muitos gritos? Tenho mais cinco com quem treinar a mansidão... Deus é mesmo o Senhor das "Novas Oportunidades", e ser mãe de uma família numerosa é uma escola fantástica (uma, não a única...) de humildade, de perdão e de amor.