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Achas na fogueira

por Teresa Power, em 06.11.14

Todos os outonos, o dia da chegada da camioneta com lenha é uma verdadeira alegria! Este ano não foi excepção, e à volta da lenha, as crianças brincaram e saltaram a tarde inteira.

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Depois, naturalmente, o trabalho maior sobrou para o pai e para o Francisco, que com rapidez e eficiência empilharam toda a lenha, por detrás das bicicletas, skates, trotinetas e patins:

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 Ontem à tarde, pela primeira vez este ano, acendemos a lareira. Que bem que soube!

 

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Enquanto contemplava o lume a crepitar, lembrei-me do Evangelho:

 

"Vim lançar o fogo à Terra, e que quero Eu senão que ele se ateie?" (Lc 12, 49)

 

Para o lume se atear, foram precisos várias pinhas e vários fósforos. Mas depois de ateado, bastava ir lançando pequenas achas de vez em quando... Recordei-me então das sábias palavras de Santa Teresinha:

 

"Eu sei que é preciso alimentar o fogo do amor. A lenha não se encontra ao nosso alcance quando estamos nas trevas, mas não estaremos ao menos obrigadas a lançar nele algumas palhinhas? Tenho experimentado, quando nada sinto e estou incapaz de orar e de praticar a virtude, que é então o momento de procurar pequenas ocasiões, uns nadas, que dão mais alegria a Jesus que todo o império do mundo, ou até o martírio sofrido generosamente. Por exemplo, um sorriso, uma palavra amável, quando tinha vontade de não dizer nada, de me mostrar aborrecida, etc. Assim entretenho o fogo de amor que me parece extinto, e basta lançar nele qualquer coisa, porque Jesus bem sabe reacendê-lo." (Carta a Celina, 18 de julho de 1893)

 

O fogo de Deus já foi ateado em nós pelo batismo. Mas não basta ateá-lo: é preciso "lançar achas na fogueira" continuamente, para que não se apague!

 

É tão mais fácil "lançar achas à fogueira" de uma discussão, de um mal-dizer... Quantas "achas" sou eu capaz de lançar! Santa Teresinha recorda-nos que é preciso "lançar achas", sim, mas na fogueira do amor! É preciso "morder a língua" muitas e muitas vezes, sorrir contra vontade, calar um berro, levantar do sofá para ir buscar um copo de água ao marido ou à mulher, deixar que o irmão fique com o iogurte de morango e contentar-se com o de ananás, sorrir em vez de chorar diante do brinquedo partido...

Vamos pôr mãos à obra, e não desperdiçar a mais pequenina oportunidade!

 

 

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publicado às 06:50

Trabalhando na vinha

por Teresa Power, em 25.09.14

Quem, como nós, vive na Bairrada, está acostumado à azáfama que marca estes dias de outono um pouco por todas as casas: é hora de vindimar! As famílias reúnem-se nas quintas, os vizinhos ajudam os vizinhos, as donas de casa afadigam-se na cozinha, preparando o almoço para os trabalhadores, e a vindima começa. São dias grandes, e reza-se para que a chuva não caia até a vindima estar pronta.

Uma das três escolas onde lecciono este ano fica em pleno coração da Bairrada, e a estrada tem estado um pouco congestionada com tractores bem carregados, atrasando a minha viagem de quinze minutos. Em compensação, tenho tempo para tirar belas fotos:

 

 

 

 

Abrir caminhos por entre as vinhas é abrir caminhos de suor e de convívio, de trabalho e de festa, de alegria e de cansaço. E eu fico a pensar nos caminhos que é preciso abrir na Vinha do Senhor... Dizia-nos o Evangelho no domingo passado, que o Reino de Deus é semelhante a uma bela vinha, onde trabalham todos os que são chamados. Passando perto de cada um de nós, Jesus desafia-nos:

 

"Ide vós também trabalhar para a minha vinha!" (Mt 20, 7)

 

Na vinha do Senhor iremos suar, sim; mas iremos também partilhar uma refeição de festa e descobrir a alegria da entreajuda. Há tanto para fazer! E há tantos caminhos diferentes a percorrer...

Em casa, no trabalho, com os vizinhos, com os amigos, na paróquia e na Internet, lancemos mãos à obra! Há lugar para todos - os que conduzem os tractores e os que levam os cestos, os que cozinham o almoço e os que cavam a terra, os que colhem e os que semeiam, os que põem a mesa e os que lavam a louça. Estamos no início de mais um ano lectivo e pastoral - é outono na vinha...

 

 

 

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publicado às 06:56



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