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Somos uma família católica, abençoada com seis filhos na Terra e um no Céu. Procuramos viver a fé com simplicidade e generosidade. Queremos partilhar com outras famílias a alegria de sermos Igreja Doméstica na grande família da Igreja Católica.
- Mamã, se não fosse o pecado das macieiras, agora vivíamos no paraíso?
- O quê?
- O pecado das macieiras! Sabes, aquela história da Bíblia!
Gargalhada geral. Estamos na hora da oração e da catequese familiar diárias, e falávamos da guerra do mundo e da paz que Jesus quer trazer a todos os homens de boa vontade.
- Quem te disse que eram macieiras? Na Bíblia só fala em árvore de fruto!
- Vá, não gozes, responde-me!
Ficamos mais sérios. É preciso responder... Todos olham para mim, com muita curiosidade. Eu também estou curiosa, claro! Como posso eu falar de pecado original a uma criança de nove anos? Bem, pelo menos o dogma do pecado original é o dogma mais simples de comprovar. Basta olhar à nossa volta para entender que o pecado nos é anterior, que o pecado atinge todas as pessoas nas suas consequências como uma onda que, na praia, engole justos e injustos. Os atentados de Paris e as guerras do mundo inteiro estão aí como sinais evidentes do poder do mal.
- David - Começo - a origem do mal é um mistério muito grande, que ninguém pode explicar totalmente. Mas a grande notícia é que já conhecemos o fim da história! Vês a Bíblia? Eu já li o fim do livro. O fim do livro diz que a paz vai triunfar, que Jesus vai ser aclamado Rei por toda a Terra. O Advento não recorda apenas a vinda de Jesus, há dois mil anos atrás; é também a nossa preparação para a sua vinda em cada dia, na Igreja, e para a sua vinda no fim dos tempos, esses tempos que Deus já visitou e que nos promete serem felizes! A Bíblia, David, é um livro com um final feliz!
O David, que tem alguma tendência para o medo, parece mais descansado.
- Mas se não fosse a história das macieiras...
- Se não fosse o pecado de Adão e Eva, não teríamos tido a história maravilhosa de Maria e de Jesus. Logo no início da Bíblia, Deus promete-nos Maria e Jesus para que Eles possam vencer o mal na nossa vida. Ora lê:
"Farei reinar a inimizade entre ti (a serpente) e a mulher, entre a tua descendência e a descendência dela. Ela esmagar-te-á a cabeça e tu tentarás mordê-la no calcanhar." (Gn 3, 15)
- Há uma oração muito antiga que diz: "Bendito o pecado de Adão, que nos mereceu um tão grande Redentor!" Sabes, David, se Deus não fosse capaz de fazer o bem triunfar, não teria permitido o mal! Deus é capaz de tirar o bem mesmo do que é mau. Da humanidade pecadora, Deus foi capaz de fazer surgir Maria, sem qualquer mancha de pecado...
- É por isso que dizemos que Maria é conseguida sem pecado?
- Lúcia, quantas vezes te dissemos que não é conseguida, mas concebida?
- Não é a mesma coisa?
- Não: concebida quer dizer que Maria foi formada totalmente pura já na barriga da sua mamã.
- Ah!
Luís e Zélia Martin, pais de santa Teresinha, recentemente canonizados em conjunto, rezavam diariamente em família diante de uma belíssima imagem de Nossa Senhora das Vitórias. A Imaculada Conceição é verdadeiramente a grande vitória do povo cristão, Aquela que nos oferece a vitória divina do bem sobre o mal. Num dia treze de maio, muito tempo antes de Fátima, esta imagem sorriu a Teresinha, curando-a milagrosamente da sua doença. Desde então tem sido venerada como a Virgem do Sorriso:
(imagens tiradas da net)
Lembrei-me do sorriso de Maria perante esta divertida catequese familiar que tivemos. Certamente que, no céu, escutando a nossa conversa sobre macieiras, Maria nos sorri e nos abraça com carinho, enquanto esmaga a seus pés o nosso pecado!
No ano passado compus uma novena bíblica para prepararmos juntos o grande dia da Imaculada Conceição. Deverá começar hoje, dia 30 e terminar no dia 8. Querem voltar a fazê-la connosco? Aqui fica pois, com a promessa da nossa oração por todos vós nestes dias santos. E que a Senhora do Sorriso nos ajude a vencer sempre o mal com o bem, a guerra com a paz, o ódio com o amor! Novena da Imaculada Conceição.pdf
Esta semana ainda, fica prometido um post sobre o nosso Canto de Oração de Advento...
- Mãe, podes vir connosco visitar o nosso castelo em Náturia?
A Lúcia e o David olham para mim com ar suplicante. São cinco horas da tarde, acabámos de chegar da escola e eu tenho uma montanha de coisas para fazer.
- Claro que posso - Respondo, pousando a minha mala cheia de testes por corrigir e lançando um olhar apressado à banca da cozinha, onde as cenouras, as batatas e os bróculos esperam pacientemente que alguém os enfie dentro da panela para a sopa do jantar.
- Eu sabia que ias dizer sim! - A Lúcia saltita de alegria. - Nem imaginas como o nosso castelo está lindo! Vais adorar! Anda, vem!
Dou a mão à minha filha e sigo-a para o descampado por detrás da nossa casa. As silvas já estão dobradas à nossa passagem, por força do hábito, e há flores silvestres a brotar nas margens deste caminho improvisado.
- É aqui. Olha só! Não é bonito?
Faço um olhar de espanto diante do monte de terra e canas que tenho diante de mim:
- Uau, um castelo magnífico! Posso entrar?
A visita não leva mais de dez minutos, o tempo que demora a passar por debaixo das canas e das silvas. Mas ainda não acabei, quando a Sara me chama do jardim:
- Mamã, estou a fazer a sopa com ervinhas! Queres provar?
Deixo Náturia e regresso a casa. Sentada na rocha debaixo da oliveira, finjo provar a sopinha de ervas.
- Está mesmo boa, Sara! Quem te ensinou a fazer?
- A Clarinha!
A Lúcia e o David regressam também a casa e decidem fazer, não só sopa de ervas, como ensopado, empadão e tudo o mais. Depois despejam os restos para o galinheiro:
- Os pitinhos adoram os nossos cozinhados!
Entretanto, o António vem ter comigo com as mãos cheias de folhas de outono.
- Que lindas, António! Onde as encontraste?
- Debaixo da nespereira. Conta-nos lá outra vez o que tu fazias quando eras pequenina...
Sorrio, pego na Sara ao colo e conto:
- Na casa dos meus avós havia um tanque. Eu pegava nas folhas de nespereira secas e colocava nelas as formigas que encontrava na terra. Depois punha-as a navegar no tanque.
- Ena, elas deviam gostar muito!
- Não tenho tanta certeza...
Santa Teresinha escreveu muitas coisas sobre os seus santos pais, Luis e Zélia. Ambos trabalhavam arduamente o dia inteiro, Luís como relojoeiro e Zélia como bordadeira. No entanto, ambos sabiam "perder tempo" brincando com as suas meninas, no fim da escola e durante os fins-de-semana. A brincadeira dos meus filhos no jardim, longe da televisão, dos telemóveis e de outros brinquedos eletrónicos parece-se bastante com a brincadeira na casa de santa Teresinha:
"Depois de fazer os trabalhos de casa, eu saltitava no jardim à volta do papá, porque não sabia brincar com as bonecas. Era uma grande alegria para mim preparar tisanas com grãozinhos e cascas de árvores que encontrava no chão; levava-as depois ao papá numa linda chavenazinha, e o pobre paizinho largava o trabalho e depois, sorrindo, fingia beber. Antes de me voltar a dar a chávena, perguntava-me se devia deitar o conteúdo fora..." (História de uma Alma, manuscrito A)
Bem, são horas dos TPC. O David e a Lúcia sentam-se nas suas secretárias, a Sara e o António vão fazer lego, e eu estou livre para ir cozinhar. São apenas cinco e meia... Afinal só perdi meia hora a brincar com os meus filhos! Olho para eles, tão felizes e tão calmos. Meia hora não faz assim tanta diferença na minha vida, mas faz a diferença toda na vida deles.
Lembro-me do sírio Naamã, do Segundo Livro dos Reis. Cheio de lepra, pediu ao profeta Eliseu que o curasse a troco de grandes somas de dinheiro, mas ficou escandalizado quando o profeta lhe ordenou simplesmente sete mergulhos (gratuitos) no rio Jordão. Já prestes a regressar a casa sem experimentar a cura, foi desafiado pelo seu criado:
"Meu pai, se o profeta te tivesse mandado fazer uma coisa difícil, não a farias? Quanto mais agora, ao dizer-te: 'Lava-te e ficarás curado'!" (2Rs 5, 13)
No dia 27 de outubro, o Papa Francisco deixou esta mensagem no Twitter:
"Pais, sabeis 'perder tempo' com os vossos filhos? É uma das coisas mais importantes que podeis fazer cada dia."
Brincar com os meus filhos, meia hora por dia... Os remédios que o Senhor nos propõe são escandalosamente simples, tão simples, que hesitamos em os experimentar. Mas depois lemos histórias como a de Luís e Zélia Martin, e descobrimos que afinal são os remédios dos santos...
Domingo de manhã. Depois do habitual pequeno-almoço de domingo, começa a correria.
- Mãe, posso levar o vestido novo à missa?
- Mãe, as minhas calças ainda não estão lavadas?
- Clarinha, penteias-me? Faz-me uma trança!
De repente, no meio da azáfama da manhã, corro para o computador.
- Meninos, Niall, venham cá! Quase que me esquecia! Hoje é o dia da canonização dos pais de Santa Teresinha, Luís e Zélia! Como é que podemos ver em direto?
Todos querem ver. O Niall liga o canal do YouTube do Vaticano (sim, o Vaticano tem destas coisas!) e de um momento para o outro, todos estamos lá, em Roma, no meio de uma imensa multidão...
São horas de ir para a missa. Os meninos vão entrando no carro, os mais velhos já impacientes porque vamos chegar tarde ao ensaio do coro. Mas eu espero diante do computador, até ver a pequenina que vai levar as relíquias ao altar. Vai vestida de cor-de-rosa, entre a mãe e o pai. Devia estar morta, mas não está, porque o milagre que provocou a canonização foi o seu milagre... As lágrimas correm-me pela cara, e mal consigo falar. É difícil acreditar que estou a viver um momento assim... O momento da canonização do primeiro casal não-mártir da História, em conjunto!
O sínodo da família tem gerado os mais intensos debates de todos os lados. Os meios de comunicação social ocidentais - sim, porque no oriente as questões não passam sequer perto destes temas - querem saber o que vai acontecer aos recasados e aos homossexuais, e toda a sociedade aguarda com expetativa alguma forma de mudança.
Será que os leigos se deram conta da enorme mudança que teve lugar no domingo, às dez horas da manhã em Itália? Diante de uma imensa multidão e do mundo inteiro, a Igreja afirmou que o matrimónio não é um sacramento de segunda, mas uma verdadeira escola de santidade, uma escola capaz de dar ao mundo famílias de santos. De tal forma o matrimónio é reconhecido como caminho de santidade, que o dia de S. Luís e Santa Zélia Martin não é o dia da sua morte, mas o dia do seu matrimónio, 12 de julho.
Zélia e Luís viveram no século XIX, numa época muito diferente da nossa. Por exemplo, no seu tempo a missa era em latim e as pessoas só comungavam com expressa autorização do seu confessor, nunca diariamente. Mas nem por isso eles viviam longe da Eucaristia! Todos os dias, às cinco e meia da madrugada, eles participavam da missa. Ao ouvirem bater a porta da casa dos Martin, os vizinhos voltavam-se na cama: "Podemos dormir mais um bocado, são cinco da manhã!"
É natural que este tema da Eucaristia vá sendo meditado e aprofundado ao longo da História da Igreja, não a partir do ponto de vista dos "meus direitos", mas a partir de um conhecimento cada vez mais perfeito da misericórdia divina. Eu não sei que mudanças o sínodo trará neste ponto concreto para os divorciados recasados ou para qualquer outro católico, mas sei que o exemplo de Luís e de Zélia já trouxe mudanças grandes na minha vida, ao longo dos anos em que eles me têm acompanhado como leitura assídua, ensinando-me a amar, a desejar e a adorar a Eucaristia cada vez mais profundamente.
As famílias - todas as famílias - são chamadas à santidade. Espero sinceramente que o sínodo nos fale em abundância desta vocação específica da família cristã, e rezo para que, no futuro, muitos outros casais sejam propostos à veneração das famílias católicas como exemplos a imitar, segundo as Palavras de Jesus:
"Vós sois o sal da terra. Ora, se o sal se corromper, com que se há-de salgar? Não serve para nada, senão para ser lançado fora e ser pisado pelos homens. Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada sobre um monte, nem se acende a candeia para a colocar debaixo do alqueire, mas sim em cima do candelabro, e assim alumia a todos os que estão em casa. Assim brilhe a vossa luz diante dos homens, de modo que, vendo as vossas boas obras, glorifiquem o vosso Pai, que está no Céu." (Mt 5, 13-16)
S. Luís e Santa Zélia Martin, rogai por nós! Ámen.
- Lara, a tua terra tem uma igreja muito bonita!
- Conhece, professora?
- Fui lá ontem pela primeira vez. Era quinta-feira, e disseram-me que às quintas há adoração ao Santíssimo todo o dia. Como fica aqui perto da escola, fui lá rezar.
- Ah, tem lá umas cenas assim, tem... Já tinha ouvido falar!
- E tu não costumas ir?
- Acha, professora?
- Isso não é para velhotes? - Atalha a Ana, curiosa.
- O quê - adorar Jesus? Ana, tu vais à catequese?
- Vou, estou quase a fazer o crisma. Pensei que essa cena era para velhotes!
- Eh, malta, estão a falar das cenas da igreja? Eu até já vi a professora numa missa ou coisa assim. Estava a cantar!
Sorri - Sim, costumo cantar no coro.
- Eu até ia à missa quando era miúdo, e andei na catequese, mas agora já sou homem!
- E os homens não vão à igreja, Mateus?
- Os homens não precisam de lamechices! Já viu algum homem a sério na igreja?
- Olha, o meu marido vai sempre à missa. E é um homem a sério!
- Que estranho...
Sorrio, enquanto procuro retomar a aula de Inglês nesta turma barulhenta do Curso Vocacional. É, na verdade, bastante comum ver os homens sentados nos bancos de trás da igreja, ou até lá fora à espera, enquanto as mulheres se aproximam do altar. Parece que a religião é coisa de mulheres... E segundo a percepção dos meus alunos, coisa de "velhotas"! O que há de lamechas na capacidade de dar a vida por outro? Lembro-me da passagem do Livro de Josué, em que este grande líder, bem masculino, afirma a sua fé em nome pessoal e em nome da sua família, perante os perigos do paganismo à sua volta:
"Escolhei hoje a quem quereis servir: quereis adorar os deuses cananeus? Quereis antes adorar os deuses egípcios, donde Moisés vos foi buscar? Ou quereis adorar o Senhor nosso Deus, o único Senhor, que vos tirou do Egipto e vos conduziu pelo deserto? Eu e a minha família serviremos o Senhor.” (Js 24, 15)
Uma mãe de joelhos a rezar é uma imagem poderosa numa casa; mas um pai de joelhos a rezar, no mundo de hoje, é-o muito mais. No debate da Renascença no dia 4 de outubro, do qual participei, o padre Rui Pedro Trigo Carvalho, que esteve no recente encontro mundial de famílias em Filadélfia, falou num estudo curioso apresentado ao papa: quando procuramos evangelizar a família começando pela criança, como acontece com a catequese, alcançamos 5% das famílias; quando começamos pela mãe, cerca de 20%; mas se for o pai o primeiro a converter o seu coração, o sucesso é de 90%.
Uma criança, um adolescente, um jovem que vê o pai de joelhos, em oração, jamais o esquecerá. "Ena, Deus deve ser mesmo importante, para até o meu pai, que não tem tempo para nada, se ajoelhar diante d'Ele!" Rezar em família não pode ser adiado para quando formos "velhotes". Tem de ser aqui e agora, no meio da agitação da vida moderna, quando os filhos estão em crescimento.
Todas as noites, na nossa casa, o chefe da família ajoelha-se para rezar. É ele quem começa e termina a oração "em Nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo". É ele quem traz para a oração o que acontece pelo mundo fora, depois de escutar o relato das notícias na rádio, durante os três quartos de hora de viagem até casa, ao fim do dia. E muitas vezes, é ele quem segura nos braços os mais pequeninos, enquanto passa nos dedos as contas do terço. Haverá maior conforto do que adormecer ao colo do pai, ao som das avé-marias?
Ontem, pela primeira vez na História, o Papa canonizou um casal em conjunto: os pais de Santa Teresinha do Menino Jesus. Sobre o seu pai, escreveu Teresinha: "Bastava olhar para ele, durante a oração familiar, para ver como rezam os santos."
Não, Mateus, a oração não é coisa de mulheres; não, Ana, "essas cenas" da Igreja não são coisa de "velhotes". Ontem, no Vaticano, o Papa deu um sinal magnífico ao mundo inteiro, oferecendo-nos a imagem de uma família que reza como modelo de santidade. Imitemo-los...
Estandarte no Vaticano, durante a missa de canonização
Hoje é dia de Santa Teresinha do Menino Jesus, a minha padroeira. O Canto de Oração está mais florido, com as "rosas de Santa Teresinha", que crescem no nosso jardim em sua honra e estão sempre cobertas de flores nesta altura!
Conheci santa Teresinha com dez anos, através do livro Amor sem Fronteiras, de Januário dos Santos, e desde então a nossa amizade não parou de crescer. Um pouco mais tarde li pela primeira vez a História de Uma Alma, que depois reli vezes sem conta, e continuo a reler. Sorri quando o Papa Francisco, na viagem ao Rio de Janeiro, disse diante das câmaras que levava entre os seus objectos pessoais também um livro sobre Santa Teresinha. Quem não ama esta santa tão jovem, tão pura, tão bela e tão grande?
Mas não foi "apenas" a história de Santa Teresinha que conquistou o meu coração; foi também, e muito especialmente, a história dos seus pais e da sua família. Ainda antes de casar, comprei o livro História de Uma Família, sobre a família de Santa Teresinha, e tenho-o todo sublinhado e anotado, como se faz com um livro de estudo. A grande preocupação destes pais era a santidade dos seus filhos e um do outro. Nada no seu dia, nas suas decisões, nas suas escolhas - desde a escola das meninas à casa onde viver - foi deixado ao acaso! Zélia e Luís Guérin procuravam em tudo, mesmo tudo, a santificação da sua família. Sofreram muito, pois viram morrer quatro filhos, Zélia morreu de cancro da mama aos quarenta e cinco anos, e Luís sofreu de grave demência no final da sua vida. Mas nada os separou do amor de Deus. A esta família santa aplicam-se com justiça as palavras de Jesus:
"Todo aquele que escuta as minhas palavras e as põe em prática é como o homem prudente que edificou a sua casa sobre a rocha. Caiu a chuva, engrossaram os rios, sopraram os ventos contra aquela casa; mas não caiu, porque estava fundada sobre a rocha." (Mt 7, 24-25)
Santa Teresinha aprendeu pois a ser santa ao colo do pai e da mãe, que entretanto foram beatificados por Bento XVI a 19 de outubro de 2008. As relíquias deste casal de santos serão expostas à veneração dos fiéis durante o sínodo da família, como forte sinal de que as famílias cristãs são chamadas à santidade. Já é tempo de colocar sobre o candelabro a vida de santidade das famílias verdadeiramente cristãs, para poderem iluminar as nossas dificuldades na educação dos nossos filhos, as nossas escolhas diárias, as nossas lutas e as nossas vitórias.
O sínodo irá trazer-nos algumas respostas pastorais sobre vários assuntos relacionados com as famílias modernas, segundo espero; mas eu desejo que, acima de tudo, nos aponte caminhos de santidade, nunca baixando a fasquia que nos faz pular alto e alcançar a verdadeira felicidade do Céu!
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