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Somos uma família católica, abençoada com seis filhos na Terra e um no Céu. Procuramos viver a fé com simplicidade e generosidade. Queremos partilhar com outras famílias a alegria de sermos Igreja Doméstica na grande família da Igreja Católica.
Ao longo dos cinquenta dias de Páscoa, somos brindados, na liturgia diária, com a leitura sequencial do Livro dos Atos dos Apóstolos. Cá em casa, esta leitura tornou-se na telenovela diária. É verdadeiramente fascinante! Viagens, prisões, perseguições, libertações milagrosas, curas, conversões, terramotos, o primeiro concílio da Igreja, cartas, homens que caem dos cavalos, homem que se ajoelham à beira de uma qualquer fonte do percurso para se deixarem batizar, mulheres que acolhem os Apóstolos no seio das suas famílias, famílias inteiras que anunciam o Novo Caminho... Quantas histórias, quanto suspense, quanta aventura, noite após noite!
- Ena, mãe, abriram-se as portas da prisão assim de repente?
- Não vês que foi um terramoto?
- Não, foi um anjo!
- Ou mesmo Deus!
- Já sei: foi o Espírito Santo!
Ao longo de todo o Livro dos Atos dos Apóstolos, o Espírito Santo surge quase como uma personagem mais na história. Melhor ainda: o Espírito Santo é a personagem principal do livro, Aquele que tudo realiza em todos. Num destes dias, três frases da leitura fizeram-nos conversar durante bastante tempo:
"Depois de nos sentarmos, começámos a falar às mulheres que lá se encontravam reunidas. Uma das mulheres, chamada Lídia, negociante de púrpura, pôs-se a escutar. O Senhor abriu-lhe o coração para aderir ao que Paulo dizia." (At 16, 13-14)
Como se dá a conversão à fé cristã? Lídia decidiu escutar, não apenas com os ouvidos, mas também com o seu coração, ou seja, empenhando nessa escuta a sua vontade, os seus afetos, a sua inteligência, pois o coração, na Bíblia, significa tudo isto. E o Espírito Santo fez o resto: "O Senhor abriu-lhe o coração para aderir" à fé em Jesus.
O mundo precisa de uma renovação no Espírito como nunca antes na História. É preciso suplicar insistentemente ao Senhor que derrame sobre nós o seu Espírito e opere, hoje, as maravilhas que lemos descritas e narradas no Livro dos Atos dos Apóstolos. Amanhã, sexta-feira (o dia seguinte à Ascenção de Jesus, embora em Portugal se celebre no domingo) tem início a novena do Pentecostes. Façam-na connosco! Escrevi um texto muito simples, bíblico, centrado no essencial da súplica e da adoração. Todos os dias, invocaremos os sete dons do Espírito Santo e pediremos a graça de saborear os seus nove frutos.
Descarreguem a novena aqui: novena do pentecostes .
Então o Espírito Santo virá, soprará dentro de nós, porá a nossa vida de pernas para o ar, far-nos-á sair das nossas zonas de conforto, e abrir-nos-á o coração para aderirmos às Palavras de Jesus...
O domingo passado, dia 24 de maio, foi um grande dia na nossa paróquia. Para além da enorme festa que é o Pentecostes, celebrámos a Festa de Nossa Senhora Auxiliadora, naquele que é o Santuário Nacional de Nossa Senhora Auxiliadora. Tal como há dois mil anos atrás, também no domingo o Espírito desceu sobre um povo congregado por Maria, rezando e esperando com Ela. Que dom tão bonito Deus nos fez!
Mas ainda tivemos outro motivo para festejar... Interpelado pela mensagem constante do nosso querido Papa Francisco, que nos desafia a sermos Igreja missionária, Igreja em saída, Igreja que procura as ovelhas perdidas nas periferias da vida, o nosso pároco decidiu mandar fazer uma imagem diferente de Nossa Senhora Auxiliadora. A imagem que temos no Santuário é lindíssima, mas está muito longe do toque e até do olhar de quem ali entra. Assim, o senhor padre decidiu mandar fazer uma imagem de Nossa Senhora Auxiliadora "em Saída", com um pé adiante do outro como quem caminha; decidiu colocá-la ao alcance da mão, do olhar, do beijo de quem a contempla; e decidiu colocá-la perto da saída da igreja. Na verdade, o primeiro gesto de Maria, ao saber que era Mãe do Salvador, foi sair - apressadamente - para visitar Isabel:
"Naqueles dias, Maria partiu a toda a pressa para uma cidade nas montanhas..."
(Lc 1, 39)
No domingo, na Eucaristia, esta nova imagem de Nossa Senhora Auxiliadora foi benzida solenemente, e no próximo domingo será coroada Rainha.
"Vem, vem connosco a caminhar, Santa Maria vem!" Cantámos, emocionados, depois da bênção solene. A presença de Maria na Eucaristia era quase palpável. D. Bosco, contou-nos o nosso pároco, conseguia ver Nossa Senhora a caminhar no meio dos jovens que educava nas suas casas. Seremos nós também capazes de a ver nos caminhos da nossa vida? Tantas periferias a precisar da sua visita... Tantos caminhos a precisar da sua santa pressa!
À tarde, tive oportunidade de rezar sozinha alguns momentos diante desta nova imagem de Maria. De joelhos, pedi ao Senhor, por Maria, que me concedesse também a mim "o dom da pressa", como gosto de lhe chamar, este sentido da urgência do Reino que o Espírito Santo acordou nos Apóstolos, reunidos com Maria.
Na verdade, não há tempo a perder! É preciso atear no mundo o fogo do Pentecostes. É preciso imitar Maria, que ao receber Jesus no seu seio e no seu coração, não O guardou para si, mas partiu a toda a pressa para O dar a todos. É preciso sermos povo "em saída", povo que entra na igreja para sair de novo, bilhas que vão à Fonte para regressarem a casa e saciarem a sede de quem aí vive. É preciso deixar de lado tudo o que nos distrai do essencial e partir para as periferias da vida, visitando os irmãos e levando-lhes Jesus. Que seja esse o grande ideal das Famílias de Caná e de todas as famílias cristãs. Ámen!
Em Viana, ouvimos pela primeira vez falar no Bem-aventurado Frei Bartolomeu dos Mártires. Sim, somos muito ignorantes ainda! Não sabíamos nada sobre a vida extraordinária deste santo português, nascido há quinhentos anos atrás. Foi preciso ir a Viana e participar na eucaristia no convento de S. Domingos para ficar a conhecer este grande homem. O padre Vasco Gonçalves teve a gentileza de nos oferecer algumas lembranças depois do nosso encontro com os pais da catequese familiar, e entre elas, um livro sobre este santo.
Frei Bartolomeu nasceu em Lisboa em 1514 e entrou na Ordem Dominicana em 1528. Foi professor e foi Prior de conventos, tornando-se depois Arcebispo de Braga. Deu um contributo enorme para as reformas da Igreja no seu tempo, insistindo sobretudo em dois pontos tão queridos ao nosso Papa Francisco: a proximidade dos Pastores para com o seu povo, e a simplicidade do clero.
(Eucaristia paroquial no convento de S. Domingos)
Ontem, o Niall partiu de viagem. Como costume, ao chegar ao aeroporto, telefonou-me. Eu sei que é difícil de acreditar, mas a verdade é que, de todos os temas possíveis e imaginários, a nossa conversa foi sobre... Frei Bartolomeu dos Mártires!
- Teresa, acabo de ler um bocadinho do livro que o padre Vasco nos deu - Disse-me ele ao telemóvel. O Niall aproveita sempre as viagens ao estrangeiro para pôr a leitura em dia.
- E então? O que descobriste?
- Escuta só o lema deste santo: "Arder e iluminar"! Imagina tu! Que bonito!
- Arder e iluminar?
- Sim. Diz aqui que Frei Bartolomeu gostava muito da figura de João Batista, que foi uma grande testemunha de Jesus. Jesus dizia que João era uma "lâmpada ardente e luminosa" (Jo 5, 35). A luz, para iluminar, tem de arder, tem de se deixar consumir... Dizia João Batista:
"É preciso que Ele cresça e eu diminua." (Jo 3, 30)
- Que bonito, Niall! É isso mesmo que precisamos de fazer na nossa vida. Para que a luz de Jesus brilhe em nós, temos de deixar que o seu fogo nos queime todas as impurezas...
- E não podemos ter medo ao trabalho, ao sofrimento, à renúncia, à entrega. Temos de levar a nossa missão até ao fim, como João Batista. Como Frei Bartolomeu. Arder e iluminar.
- Sim. Se não arder, não ilumina! Como podemos iluminar os outros sem morrer para nós mesmos?
- Bem, está na hora do meu voo. Se quiseres, escreve um post sobre isto!
- Olha que escrevo mesmo!
Aqui fica ele! Amanhã é Dia de Pentecostes. O fogo de Deus vai descer, vai consumir, vai queimar, vai purificar, vai transformar, e finalmente, vai iluminar... Não fujamos com o pavio da nossa vida! Deixemos que Ele venha e que incendeie o nosso coração.
Hoje, de forma solene, rezaremos esta oração que vos propus como novena há um ano atrás: novena do pentecostes
Rezem-na connosco também! E que o Espírito Santo nos faça fiéis ao lema do Frei Bartolomeu: Arder e iluminar. Ámen!
Oração familiar, sexta-feira à noite.
- Hoje vamos rezar pela libertação de uma mãe sudanesa, uma grande mulher que está presa, juntamente com o filho pequenino e com a bebé que nasceu na prisão!
- Na prisão? Os bebés podem nascer na prisão?
- É verdade, David, esta bebé nasceu na prisão.
- E porque está essa mãe presa? Fez coisas más?
- Não, Lúcia. Simplesmente, ela acredita em Jesus, e na sua terra, as pessoas estão proibidas de acreditar em Jesus.
- Porquê? Jesus é tão bom! Faz mal acreditar em Jesus?
Neste ponto da conversa, eu já estava arrependida de ter levantado o assunto diante dos filhos mais novos. Agora tinha de me desenrascar.
- Lúcia, há homens maus em todo o lado, que querem mandar naquilo em que os outros acreditam. Como se pudéssemos obrigar alguém a acreditar seja no que for!
- Pois é, só acreditamos se o nosso coração mandar, não é, mãe?
- É, David.
- E essa terra da prisão é muito, muito longe daqui?
- Sim, Lúcia.
- Eu nunca quero ir lá! Gosto muito de rezar. Gosto muito do Jesus! E não quero que me proíbam de rezar.
- E se nós rezarmos muito, vai acontecer como aconteceu com Paulo e o outro amigo dele? (At 16, 22-34)
- Lembras-te dessa história, David?
- Sim. Paulo e um amigo estavam dentro da prisão, e depois um tremor de terra abriu-lhes a porta!
- Então vamos lá todos rezar, rezar com muita fé para que um tremor de terra venha abrir as portas da prisão de Meriem!
A oração é verdadeiramente o tremor de terra que pode abalar os fundamentos do nosso mundo. A oração tem um poder imensurável, muito superior ao que nós imaginamos! Em Fátima, o Anjo de Portugal assegurou aos pastorinhos que a sua oração era suficiente para atrair a paz sobre a sua pátria; e em Medjugorge, Nossa Senhora disse um dia:
"Os homens esqueceram-se que com o jejum e a oração podem evitar as guerras e suspender as leis da natureza" (25/12/1982).
O Anjo e Nossa Senhora não estão a dizer-nos nada que Jesus e toda a Palavra de Deus não diga:
"Pedi e ser-vos-á dado; procurai e achareis; batei e abrir-se-vos-á; porque todo aquele que pede, recebe; quem procura, encontra, e ao que bate, abrir-se-á." (Lc 11, 9-10)
Um dos mais belos e luminosos frutos desde blogue é a oração. Neste momento, há várias famílias no país em união de coração connosco, através da Novena de Pentecostes (novena do pentecostes)que há nove dias publiquei; e há muitos leitores que, como nós, rezam insistentemente para que esta pobre mãe sudanesa e tantos outros cristãos perseguidos possam viver a sua fé em paz.
Nem todos nos encontraremos nesta vida. Mas todos nos encontraremos no Céu. E então iremos descobrir o imenso poder da nossa oração! No Céu encontraremos Meriem, e ela agradecer-nos-á as nossas orações; no Céu perceberemos como a nossa oração silenciosa e por vezes solitária atraiu a paz sobre a nossa família; no Céu veremos o brilho dos fios de luz que nos unem uns aos outros, em Deus. Rezar nunca, nunca é tempo perdido. Rezar opera sempre maravilhas, mesmo que não as vejamos deste lado da vida...
Hoje, no Vaticano, pelas 18 horas de Lisboa, os Presidentes de Israel e da Palestina encontram-se com o Papa Francisco para rezar, implorando ao Senhor o dom da paz. "Todos os homens e mulheres desta Terra e do mundo inteiro nos pedem para levarmos à presença de Deus a sua ardente aspiração pela paz", disse o Papa em Israel. Ele conhece o poder da oração.
É Pentecostes. Que "tremor de terra" virá abalar a nossa vida e abrir as nossas prisões? Unamo-nos em oração uns aos outros, ao Santo Padre e ao mundo inteiro, e supliquemos ao Espírito Santo que venha renovar a face da Terra. Ámen!
- Amanhã começamos a Novena do Pentecostes.
- O que é o Pentecostes?
- É o dia em que o Espírito Santo desceu sobre os Apóstolos e Maria, Mãe de Jesus. A partir do dia em que Jesus subiu aos Céus, eles rezaram todos os dias juntos, pedindo a Jesus que lhes enviasse o seu Espírito, como prometido. E finalmente, nove dias depois, o Espírito Santo desceu sobre eles.
- Como é que era o Espírito Santo?
- Não podemos ver o Espírito Santo, David, porque Deus não cabe nos nossos olhos! Mas para que eles compreendessem o que era o Espírito Santo, Deus mostrou-lhes o fogo. Um fogo bom, que não queimava e que lhes aquecia o coração.
- O fogo do Amor!
- Isso mesmo, Clarinha.
Há duas semanas atrás, uma mãe veio cá a casa pedir-me ajuda. Estava com problemas com um dos filhos e não sabia o que fazer para os resolver. Segundo me disse, já tinha lido toda a literatura que há para ler sobre educação, e não havia conceito que não dominasse. Mesmo assim, nenhum dos livros que lera lhe oferecia a resposta.
Basta-nos passar um olhar distraído pelas estantes das principais livrarias para nos depararmos com uma vasta literatura sobre educação. Cada especialista tem a sua escola, a sua doutrina, os seus defensores e os seus atacantes, e é capaz de debater cada tema até à exaustão. A verdade é que eu conheço crianças perfeitamente sãs e equilibradas, educadas a partir de escolas de psicologia opostas. E a História tem provado que aquilo que hoje defendemos tão acerrimamente, amanhã deixará de fazer sentido. Onde estará pois o segredo de uma educação feliz? Que conselho posso eu dar à mãe que me veio procurar, tão aflita?
O único verdadeiro educador é o Espírito Santo. Segundo as Palavras de Jesus:
"O Espírito Santo, que o Pai enviará em Meu nome, esse é que vos ensinará tudo, e há-de recordar-vos tudo o que Eu vos disse." (Jo 14, 26)
Todos os dias, peço ao Espírito Santo que me ilumine, para que eu possa educar os meus filhos para a santidade. Sei que, sem Deus, nada alcançarei, a não ser a frustração de falhar continuamente como mãe. Mas se abrir o meu coração ao Espírito, esse Espírito que Jesus derramou sobre mim na Cruz, então Ele mesmo conduzirá a minha família "por sendas direitas, para glória do seu nome; e nenhum mal temerei" (Sl 22/23). Só o Espírito Santo nos poderá fazer compreender as Escrituras Sagradas e nos permitirá praticar os seus ensinamentos. É à sua luz que todas as noites lemos em família as três leituras da missa do dia, procurando encontrar nelas propostas concretas de felicidade. Diz o Livro da Sabedoria, falando do Espírito Santo:
"A sabedoria facilmente se deixa ver por aqueles que a amam e encontrar por aqueles que a buscam. Antecipa-se a manifestar-se aos que a desejam." (Sb 6, 12-13)
De joelhos, tudo se torna tão simples! Até mesmo a educação dos nossos filhos...
Deus olha para os nossos esforços e não para os nossos sucessos. E se estiver contente com os nossos esforços, dar-nos-á de acordo com os nossos desejos!
Hoje, no carro a caminho da escola, começámos a fazer a Novena do Espírito Santo. Escrevi esta novena a partir das palavras da Escritura, pois é assim que gostamos de rezar e meditar cá em casa. A Bíblia tem milhões de palavras por onde escolher! Se quiserem rezar connosco, podem abrir este PDF e imprimi-lo: Novena do Pentecostes.
Depois, abandonem qualquer receio, qualquer sentimento de culpa, qualquer resto de frustração, e entreguem todos os assuntos da educação ao Divino Educador...