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Somos uma família católica, abençoada com seis filhos na Terra e um no Céu. Procuramos viver a fé com simplicidade e generosidade. Queremos partilhar com outras famílias a alegria de sermos Igreja Doméstica na grande família da Igreja Católica.
A semana passada, uma leitora deste blogue enviou-me a primeira fotografia do seu bebé:
O anúncio de uma nova vida é sempre um momento que nos transcende e, com maior ou menor intensidade, nos perturba. O ser minúsculo que Deus nos entrega, neste dom que é a maternidade, vem desalinhar a nossa vida, desarrumar as nossas ideias, desiquilibrar o nosso barco. E nem sempre é fácil acolher...
Para a mãe que me enviou esta fotografia, não está a ser fácil! Ainda há em Portugal patrões que despedem as mulheres grávidas, e algumas famílias olham para o futuro com muita apreensão. Que será deste menino? Pergunta-se ela. E a alegria que sente por ser novamente mãe, é toldada por algum receio e algum desalento.
No entanto, mesmo com medo, com perturbação, com dor, esta mãe está decidida a lutar pela felicidade do seu filho. Ela sabe que, antes de ser seu filho, este menino, com oito centímetros de comprimento, é filho de Deus; e antes de ser amado por ela, é amado, imensamente amado por Deus!
Já ouvi, na minha escola, alguns comentários de passagem entre adolescentes: "Se correr mal, sempre se pode fazer um aborto." Mas também já fui testemunha de três adolescentes que levaram a sua gravidez até ao fim, regressando às aulas pouco depois dos bebés nascerem e levando-os consigo. Num dos casos, bem engraçado, o bebé ficava na salinha dos funcionários, num bercinho arranjado pelos professores, com roupinhas também arranjadas por nós, e era cuidado um pouco por todos, durante as aulas da menina. Nos intervalos, o bebé fazia a delícia das amigas da nova mamã (mais até do que da própria mamã...).
A vida é o primeiro dom do amor de Deus. Até que ponto estamos dispostos a defendê-la? Conhecemos as fronteiras da ciência e os atropelos que se vão fazendo no campo da bioética? Embriões congelados, técnicas de reprodução medicamente assistida, aborto, contracepção... Os cristãos merecem ser esclarecidos nestas matérias. Jesus deixou um mandamento muito claro a todos os que, de alguma forma, têm o dever de guiar os outros, sejam pais ou consagrados:
"Seja a vossa palavra sim, se for sim, não, se for não." (Mt 5, 37)
Para ajudar a clarificar a palavra e o pensamento, está a ser apresentado, um pouco por todo o país, o Manual de Bioética para Jovens. A sua leitura, clara e concisa, faz bem também aos menos jovens! E os debates nas sessões de apresentação têm sido muito interessantes. O Francisco irá assistir a esta apresentação no dia 14 de março, aqui em Anadia, feita precisamente pela sua tia, professora na Faculdade de Farmácia de Coimbra. Entretanto, recebi este cartaz, sobre a apresentação do manual em Vila Nova de Famalicão, no dia 20 deste mês de fevereiro. De certeza que haverá ainda outras datas e outros lugares. Informem-se, que vale a pena!
E se quiserem, hoje, depois de ler este post, façam comigo uma oração por esta mãe, agradecida pelo dom do seu filho, e por todas as mães em dificuldade...
"Por vezes, ao contemplarmos a maravilha que somos,
arrebata-nos uma vertigem"
(Jean-Marie Le Méné, Manual de Bioética)
Teste de Estudo do Meio, do David, terceiro ano:
- Como se chama o local onde vai crescendo o feto?
Resposta do David:
- Ovário.
- ???????
Estas férias, vamos ver juntos um bocadinho do magnífico filme "A Odisseia da Vida - Uma viagem fantástica da concepção ao nascimento", de Nils Tavernier. O Francisco e a Clarinha adoraram, e agora chegou a vez do David. Acho que está a precisar!
Há uns tempos atrás, partilhei aqui no blogue a minha ignorância, quase tão grande como a do David, acerca da maravilha da fecundidade conjugal, antes de descobrir o planeamento familiar natural, em véspera de casar. Podem encontrar estes três posts aqui, aqui e aqui.
Em consequência desse post, vários leitores me contactaram por mail, partilhando as suas experiências. Mas melhor ainda foi a participação de alguns casais no curso de planeamento familiar natural que a Associação Família e Sociedade propôs, e que eu divulguei no blogue.
Um desses casais foram a Olívia e o Álvaro. Com a radicalidade que tem marcado a sua caminhada para o céu, a Olívia deixou de fazer contracepção no exacto dia em que percebeu que ela não fazia sentido no contexto de uma caminhada cristã. E no dia seguinte inscreveu-se no curso! Se quiserem ler o seu testemunho, podem fazê-lo no seu blogue, aqui e aqui.
O outro casal de que tive conhecimento foram a Elsa e o Nelson. Estive com eles no retiro Famílias de Caná em Almada, e desde então temos trocado alguns mails. Deixo-vos aqui o seu testemunho:
"Desde a nossa preparação para o matrimónio que tivemos muita curiosidade sobre os métodos naturais de planeamento familiar. No entanto sentíamo-nos desencorajados na sua utilização porque sempre que se abordava este assunto, o que nos transmitiam era que estes métodos seriam pouco fiáveis para o caso de o casal não querer ter filhos e que ao utilizá-los iríamos de certeza ter uma grande probabilidade de ter muitos.
Através do blog “Uma Família Católica”, tivemos conhecimento que se iria realizar a 08 e 15 de novembro à tarde no auditório da Rádio Renascença em Lisboa, um curso de métodos naturais de planeamento familiar promovido pela Associação Família e Sociedade. Assim após alguma hesitação decidimos inscrever-nos e participar neste curso.
Quando chegámos à receção do auditório da Rádio Renascença foi com grande alegria que também estavam presentes para realizarem o curso, uma médica que tínhamos conhecido no convívio fraterno de casais, bem como a Olívia e o marido.
O curso foi dado de uma forma bastante simples por pessoas (médicas, enfermeiras, farmacêuticas, etc.) que nos mostraram através de vários métodos, que desde que as mulheres estejam atentas ao seu corpo, este indica-nos quais são os períodos férteis em cada ciclo. Além disso também nos foi explicado que estes métodos podem ser usados tanto para conseguir engravidar como para evitar uma gravidez e que mesmo antes da mulher iniciar a sua vida sexual pode detetar sinais de problemas, que eventualmente poderão acontecer mais tarde relacionados com infertilidade, abortos espontâneos e outros.
Houve um casal que foi convidado a dar testemunho, que referiu que apesar das dúvidas e dificuldades iniciais na utilização dos métodos sempre tiveram o acompanhamento dos monitores após o curso, que lhes iam tirando as dúvidas que iam surgindo até conseguirem utilizar os métodos corretamente. Este casal disse-nos “que não deveríamos olhar a fertilidade da mulher como uma doença em que se toma um comprimido para a curar, mas sim como algo que deve ser respeitado e que caso ocorra alguma gravidez, que devemos vê-la como uma dádiva e nunca como um erro”.
Após a parte teórica do curso, tanto para os casais como para os profissionais de saúde que frequentaram o curso há um acompanhamento por monitores que fazem parte da Associação, para apoio, esclarecimento de dúvidas e acompanhamento na utilização prática dos métodos para verificar se os estamos a utilizar corretamente.
Iniciámos logo após o curso a utilização dos métodos naturais, considerando-os uma mais-valia para a nossa relação como casal, tendo a certeza de que são tão ou mais fiáveis que os métodos artificiais sem terem os efeitos secundários destes.
Como casal recomendamos este curso a todos os casais e profissionais de saúde que pretendam saber mais sobre estes métodos naturais. Façam este curso, apliquem os métodos naturais de planeamento familiar e vão ver que ainda serão mais felizes!"
Desafio-vos então a participar num curso de planeamento familiar natural, se ainda o não fizeram, mesmo que não sejam cristãos ou católicos! A descoberta da riqueza da fertilidade conjugal ou da fertilidade feminina é sempre uma descoberta fascinante...
Para os católicos, deixo-vos um site belíssimo sobre todos os temas relacionados com a vida: One More Soul. Aqui encontram com fidelidade os ensinamentos da Igreja sobre contracepção, aborto, castidade, educação sexual, etc. Usem-no para tirar dúvidas, aprofundar o tema, reflectir em casal, trabalhar com jovens... Vale a pena!
Quando Jesus terminou o seu discurso sobre o Pão da Vida, a grande maioria dos seus ouvintes afastou-se, dizendo:
"Estas palavras são duras! Quem as pode escutar?" (Jo 6, 60)
Que fez então Jesus? Chamou-os de volta, pedindo desculpa por ter sido demasiado exigente? Refez o seu discurso? Como, se Ele bem sabia que as suas palavras abriam caminhos de felicidade?...
"Voltando-se para os doze, Jesus perguntou-lhes: «Também vós quereis ir embora?» Pedro, tomando a palavra, respondeu: «A quem iremos, Senhor? Só Tu tens palavras de vida eterna!»" (Jo 6, 67-68)
Se alguma coisa eu gostaria de ensinar aos meus filhos, é esta: só Jesus tem palavras de vida eterna; e se quisermos ser plenamente felizes, não podemos ter medo delas por nos parecerem demasiado duras. Pelo contrário: ao decidirmos praticá-las, descobriremos toda a doçura escondida nos seus ensinamentos, e experimentaremos uma felicidade nova, pura, transbordante, profunda e eterna!
Os posts anteriores (aqui e aqui) permitiram-vos compreender como foi complicado, para nós, há dezoito anos atrás, aceder a esta informação preciosa sobre planeamento familiar. Era nosso direito, como noivos católicos, sermos bem informados sobre esta matéria. Como diz o Papa Francisco, "preparar noivos para o matrimónio apenas em dois encontros ou conferências é pecar por omissão." (Encontro do Papa Francisco com o Movimento de Schoenstatt, 25 de outubro). E é nosso dever agora, como família feliz, testemunhar estas verdades junto de outras famílias.
Um grande obrigada a todos os que partilharam connosco, via e-mail ou comentários, a sua experiência sobre esta temática, tão semelhante à nossa! Rezemos para que um dos frutos do sínodo dos bispos seja uma maior clareza de ensinamentos e um maior acompanhamento dos noivos, sempre num clima de misericórdia e de exigência próprios do Evangelho! E como muitos dos vossos testemunhos confirmaram, com Deus estamos sempre, sempre a tempo de recomeçar! Ele não nos cobrará nada, antes nos estenderá a mão para podermos abrir caminho.
Eu não posso voltar atrás no tempo e refazer a nossa história, que teve tantos tropeções enquanto procurávamos descobrir sozinhos o caminho de santidade e felicidade conjugal também em relação ao planeamento familiar. Mas posso educar os meus filhos, para que a sua história seja diferente, caso eles assim o desejem.
Eis então o que lhes procuramos dizer, a propósito e a despropósito, com palavras e com sinais, usando a Escritura e usando o noticiário, testemunhando e apresentando testemunhos:
O nosso corpo é apenas o exterior da nossa alma. Não podemos tocar no corpo de alguém sem tocar também na sua alma; não podemos entregar o corpo a alguém sem lhe entregar também a alma; e não podemos mentir com o nosso corpo sem mentir também com a nossa alma. Por tudo isto, a Igreja ensina que o acto sexual só faz sentido quando duas pessoas se entregam uma à outra, completamente e para sempre, sem retorno.
A sexualidade é invenção de Deus, e a Ele pertence. Ela foi feita para que nos tornemos imagem e semelhança de Deus em amor, em entrega, em generosidade, em alegria, em vida, em doação profunda. A contracepção é uma mentira introduzida neste imenso dom de Deus, pois faz-nos acreditar que estamos a entregar-nos totalmente a alguém, quando ao mesmo tempo estamos a recusar-lhe o que de mais divino possuímos: a nossa fecundidade.
Sabemos que a fecundidade pertence em exclusivo a Deus, porque na verdade não somos donos dela! Mas se, por qualquer motivo, não podermos ter filhos biológicos, Deus tem tantas outras formas de nos tornar fecundos! É importante conhecer o testemunho de famílias felizes, em caminhada de fé e de amor, que vivem a sua fecundidade através da adopção. Quero que os meus filhos conheçam estes testemunhos de perto antes de casarem, para não terem medo deste caminho belíssimo de amor, se Deus o desejar para eles.
Para planearmos responsavelmente a nossa família, precisamos de conhecer os ritmos e os sinais do corpo feminino. Não é necessário esperar pelo casamento para o fazer! Quanto mais cedo nos conhecermos, mais simples será depois. Como mãe, tenciono ensinar às minhas filhas os segredos do seu corpo o mais cedo possível, para que os seus primeiros anos de casadas sejam mais tranquilos do que foram os meus neste tópico.
Mas para planearmos responsavelmente a nossa família, também precisamos de uma boa dose de loucura. Quando, no encontro internacional com o movimento de Schoenstatt, perguntaram ao Papa Francisco como fazia para se manter alegre, ele respondeu: "Sou inconsciente, rezo e tenho a audácia de me abandonar à confiança e bondade de Deus." Se não formos um bocadinho inconscientes (a mim costumam chamar de irresponsável), se não rezarmos e se não nos entregarmos nas mãos amorosas do Senhor, dificilmente teremos uma família numerosa!
Os métodos naturais facilitam esta loucura, pois permitem que muitas decisões sejam tomadas "a quente", sob o fogo da paixão: "Que tal se fosse agora?" "Porque não?" E acreditem-me, não há melhor razão para ter um filho.
Ficam alguns links, para quem quiser explorar:
- O site oficial do Método Billings (em inglês)
- Um vídeo vencedor sobre Planeamento Familiar Natural
E relembro que a Associação Família e Sociedade tem um curso de planeamento familiar natural agendado para os próximos dois sábados.
Divirtam-se, e partam à aventura!
Hoje é dia de festa: Dia de Todos os Santos, conhecidos e desconhecidos, casados, consagrados, sacerdotes, solteiros, jovens, crianças, idosos… Cá em casa não há "Halloween" (que está cada vez mais associado a cultos satânicos), mas em vez disso, há certamente quem se disfarce do seu santo padroeiro! Depois mostro-vos - claro, noutro post
“São poucos os que se salvam?” Perguntaram um dia os discípulos a Jesus. No Apocalipse, encontramos a resposta:
"Depois disto, apareceu na visão uma multidão imensa que ninguém podia contar, de todas as nações, tribos, povos e línguas. Estavam de pé com túnicas brancas diante do trono e diante do Cordeiro, e com palmas na mão..." (Ap 7, 9)
Todos somos chamados à santidade. A Palavra de Deus é antiga:
“Sede santos, como Eu, o Senhor, sou santo.” (Lv 19, 2)
O Niall e eu escolhemos fazer este caminho de santidade através um do outro, pelo sacramento do matrimónio. Da nossa procura da perfeição faz parte esta atribulada história sobre o planeamento familiar. Aqui fica pois o próximo capítulo desta nossa “novela", na sequência deste post:
Eu sei que é costume o casamento acontecer na terra da noiva. Mas nós decidimos antes casar em Fátima, na terra da nossa Mãe comum, Maria. Portanto, na véspera do casamento, tanto eu como o Niall andávamos a passear por Fátima – ele com a sua família, eu com a minha, evitando encontrarmo-nos, para não estragar a surpresa do dia seguinte.
E foi assim que, separadamente e sem combinarmos, ambos nos fomos confessar (apesar de o termos feito há muito pouco tempo em Aveiro), para que o nosso “traje nupcial” fosse realmente uma "túnica branca" diante do "Cordeiro". Em Fátima é tão fácil aceder ao sacramento da reconciliação!
De novo – separadamente e sem combinarmos – ambos fizemos a mesma pergunta ao sacerdote que nos confessou: como podíamos planear a nossa família? E finalmente, sob o olhar maternal de Maria, que sempre nos valeu, a tão procurada resposta chegou:
- O que tu queres saber está na Humanae Vitae, a encíclica do Papa Paulo VI. Podes comprá-la na livraria ali ao lado. E aproveita para comprar também um livro sobre o Método Billings.
- Sobre o quê? - Eu era mesmo ignorante...
- Sobre o Método Billings. O Método da Ovulação, descoberto pelo casal Billings. B-I-L-L-I-N-G-S.
Este sacerdote (terá sido o mesmo para os dois?) estava pois em sintonia com o que, agora, o papa Francisco diz à Igreja: "A única forma de ajudar nesta crise da família é ser claro nas ideias e nos valores." (Homilia do encontro internacional com o movimento de Schoenstatt, 25 de outubro)
Ao sair do confessionário, dirigi-me imediatamente à livraria Verdade e Vida, onde encontrei os dois livros. E nesse mesmo dia, na minha ânsia de obter respostas, li grande parte de ambos! Li pelo menos o suficiente para deitar fora a tal caixinha do medicamento que me fora prescrito; e para deixar de me afligir com o tema.
Durante o dia do nosso casamento, consegui trocar algumas palavras a sós com o Niall (sabem como é difícil falar a sós nesse dia!), e ainda nos rimos com as coincidências da nossa aventura da véspera. Só eu comprara os livros, pois na altura o Niall não conseguia ler bem português.
Os esposos Billings, médicos australianos e católicos, já tinham nove filhos quando a encíclica Humanae Vitae (Paulo VI, 1968) foi publicada, e não tinham qualquer intenção de canalizar a sua inteligência para contestar os ensinamentos papais; mas há algum tempo que a vinham canalizando para auxiliar a Igreja nesta grande e nobre tarefa de acompanhar os casais no seu planeamento familiar. A obediência, como eu disse neste post, é fonte de imensa criatividade! Eles acreditavam que Deus dotara a mulher de sinais evidentes e simples da sua fertilidade. Restava saber: que sinais?
Anos de estudo deram origem ao Método Billings, com uma eficácia (reconhecida pela OMS) igual ou superior à da pílula, e sem qualquer tipo de contra-indicação. Os dois cientistas receberam vários doutoramentos honoris causa e correram o mundo divulgando o seu método junto de todo o tipo de populações, das mais cultas às mais analfabetas, inclusive na China, sempre ao serviço da Igreja e da vida.
(O casal Billings com S. João Paulo II)
Os métodos de planeamento familiar natural, com destaque para o Método da Ovulação, ou Método Billings, são portanto saudáveis e ecológicos, o que não deixa de ser importante numa sociedade cada vez mais preocupada com as questões do ambiente. Mas acima de tudo, estes métodos são compatíveis com a visão de matrimónio que nos é proposta por Jesus no Evangelho.
Dentro do livro sobre o Método Billings, vinha um folheto informativo sobre uma das associações que, em Portugal, promove o planeamento familiar natural: o MDV (Movimento de Defesa da Vida). Durante o nosso primeiro ano de casados, estando eu já grávida pela primeira vez (uma gravidez que terminou num aborto espontâneo), tivemos a oportunidade de fazer este curso, realmente fascinante. Finalmente, alguém me ajudava a contemplar e a entender a beleza do ciclo feminino e da sexualidade humana!
Só muito mais tarde conheci a "Teologia do Corpo", as catequeses de S. João Paulo II que, ao longo de quatro anos de pontificado, aprofundaram o tema do matrimónio. Uma maravilha! Vale a pena comprar livros ou ver vídeos sobre o tema.
Na sequência do post de ontem, vários leitores deste blogue tiveram a gentileza de me informar que nos sábados dia 8 e dia 15 deste mês de novembro vai decorrer em Lisboa novo curso de planeamento familiar natural, promovido pela Associação Família e Sociedade. Este curso tem a grande vantagem de proporcionar aos casais acompanhamento médico na sua aprendizagem do método proposto. A ficha de inscrição vem no site. Nem esta associação, nem o MDV têm qualquer orientação confessional, pelo que todos, sem excepção, estão convidados a fazer estes cursos. Aliás, segundo me informaram, a grande procura não vem de casais católicos, mas de casais... ecologistas!
Foi fácil aprender o planeamento familiar natural? Não. Desengane-se quem achar que o pode conseguir sem capacidade de renúncia, sem grandes doses de paciência e sem um imenso amor!
Valeu a pena aprender o planeamento familiar natural? Sim, absoluta e infinitamente. A liberdade de amar com todo o meu ser e de me sentir amada e respeitada nos momentos de fecundidade e de infecundidade cíclica, a descoberta do poder do desejo e do poder da renúncia são inestimáveis. Nada se lhes compara!
Resulta, o planeamento familiar natural? Connosco, resultou a cem por cento! Aliás, neste momento conheço tão bem o meu corpo, que seria quase impossível engravidar sem querer... Temos o número de filhos que decidimos ter, decisão essa que nunca é definitiva, mas a cada ciclo retomada em clima de oração. Uma das diferenças em relação à pílula é que não decidimos hoje que queremos engravidar daqui a alguns meses, mas decidimos hoje que queremos engravidar... hoje! A contracepção nunca nos permitiria ter tomado algumas das decisões que tomámos, num momento de paixão, e que resultaram em "surpresas" maravilhosas
Este post já vai longo… Deixo-vos ainda dois links: este para o testemunho de um casal cristão durante o recente sínodo dos bispos; e este para o testemunho de casais muito jovens no jornal i. O primeiro fez-me sorrir, porque me revi nos seus argumentos; o segundo deixou-me cheia de santa inveja: quem me dera ter tido esta clareza de pensamento no dia do meu casamento! Boas leituras…
Que a Festa de Todos os Santos seja para as famílias cristãs um verdadeiro desafio à santidade, donde emana a fonte da felicidade. Repetindo as palavras do Papa Francisco no sábado passado, "os únicos que renovaram a Igreja foram os santos." Ámen!
Aproximava-se a data do nosso casamento, há dezoito anos atrás. No meio de muitas trapalhadas com os papéis, o Niall e eu procurávamos ter algum tempo e algum espaço para nos prepararmos espiritualmente.
A primeira desilusão chegou quando o nosso pároco nos disse que, ali, não havia cursos de preparação para o matrimónio. Eu estava desejosa de encontrar outros casais de noivos e sobretudo, estava desejosa de escutar o testemunho de casais mais velhos e experientes, que nos pudessem falar de Deus e de amor. Na altura, ainda não tinha computador, e a Internet era uma ilustre desconhecida…
Sem curso de preparação, decidimos então procurar, sozinhos, algumas respostas para perguntas que se impunham. Como iríamos planear a nossa família? De que métodos podíamos dispor? Desde o início do nosso namoro que falávamos dos filhos, da educação que queríamos dar-lhes, da família numerosa e alegre que gostaríamos de ter. No entanto, todas as vozes à nossa volta nos lembravam que dois ou três filhos era mais do que suficiente, e que não era conveniente tê-los muito cedo, porque o casal precisa "de um tempo". Enfim, não pensámos muito em nada disto senão já perto do nosso casamento. E foi quando descobrimos que estávamos sós na nossa reflexão.
Na minha fé simples, eu só queria obedecer à doutrina da Igreja, mas eu não a conhecia senão muito vagamente. Vasculhei a minha memória à procura de respostas. Eu frequentara grupos de jovens, pertencera a vários movimentos da Igreja, fizera retiros e exercícios espirituais, assistira a palestras dadas por padres jesuítas em Coimbra, enquanto estudava. Enfim, não era ignorante na maior parte dos temas da Igreja. Mas não conseguia lembrar-me de alguma vez alguém me ter falado neste assunto com a abertura de que agora necessitava. Porquê?
Começámos por perguntar ao médico de família, em separado, como fazer planeamento familiar, caso sentíssemos necessidade dele. A resposta foi a mesma para os dois: uma receita da pílula. Saímos do consultório cabisbaixos. Outra desilusão! Se eu não estava doente; se o meu corpo funcionava na perfeição, para que queria eu um comprimido?
Marquei consulta no ginecologista, um conhecidíssimo médico de Coimbra. Fui à consulta cheia de expectativa e de novo lancei a minha inocente pergunta: como podia eu planear a minha família?
- Quer uma receita de pílula, não é? - Perguntou, sem me deixar acabar de falar. Eu queria responder que não, que queria que ele me falasse do meu corpo, me ensinasse a conhecer a biologia por detrás da sexualidade, me encorajasse a confiar na minha feminilidade, mas não fui capaz de articular palavra. Eu desconhecia, na altura, que em Portugal não há - ou há muito poucos - ginecologistas especializados em planeamento familiar natural e capazes de acompanhar as mulheres nesta escolha nas suas consultas, como há nos E.U.A., por exemplo. Saí do consultório com uma receita na mão, que tratei de aviar na farmácia mais perto.
Ao chegar a casa, abri a embalagem e pus-me a ler o folheto informativo. O que li deixou-me muito angustiada: ali estava eu, jovem de vinte e quatro anos, a transbordar saúde, com uma receita de um medicamento na mão. As contra-indicações eram simplesmente assustadoras, e eu não conseguia compreender por que razão todos me falavam em tomar um comprimido, quando eu só queria ser feliz. Guardei a caixinha na gaveta dos medicamentos, junto do paracetamol e do aero-om.
Decidi então perguntar a um sacerdote. Escolhi um sacerdote cheio de fé, que sempre fora para mim sinal do amor de Deus. Fiz-lhe a mesma pergunta que fizera ao médico de família e ao ginecologista.
- O casal deve gerir a sua sexualidade de acordo com a sua consciência - Foi a resposta. Nenhuma referência ao Catecismo da Igreja Católica, nenhuma referência a Paulo VI, a João Paulo II, a pecado ou a virtude. Apenas a alusão à consciência que, convenhamos, aos vinte e quatro anos não é exactamente uma grande aliada (e aos quarenta continua a não ser...)!
Se os dois médicos me tinham desiludido, a resposta deste sacerdote deitou por terra a esperança que me restava. Eu não sabia então que os ensinamentos da Igreja sobre o planeamento familiar eram alvo de grande controvérsia, e que muitos sacerdotes tinham uma espécie de estranha vergonha em propor aos casais aquilo que eles nunca poderiam viver.
Lembram-se da história do jovem rico? Este jovem era eu, este jovem era o Niall. Cheios de entusiasmo juvenil, nós corremos ao encontro do representante de Jesus e perguntámos, na nossa linguagem atabalhoada e inquieta: "Como nos pede a Igreja que regulemos a nossa fertilidade?" Que foi a nossa maneira de perguntar: "Que devemos fazer para alcançar a vida eterna?"
As respostas que obtivemos foram como se Jesus tivesse desistido de nós, e não nos julgasse dignos de um salto maior. Imaginem que Jesus tinha dito ao jovem rico: "O que tu fazes, já chega." Ou, em linguagem estudantil: "O que tu fazes já dá para passar no exame."
Nós não queríamos "passar". Nós não queríamos um "suficiente". Nós queríamos ganhar a Taça, nós queríamos subir ao pódio, nós queríamos alcançar a coroa da vitória. Nós não precisávamos que nos indicassem os “mínimos”, nós queríamos que nos abrissem o horizonte até aos “máximos”. Mas ninguém parecia acreditar na nossa capacidade para sermos santos.
E contudo, a Palavra de Jesus não me deixava descansar... Jesus nunca disse: "Sede boas pessoas." Jesus disse:
“Sede perfeitos, como o vosso Pai é perfeito.” (Mt 5, 48)
O Papa Francisco disse numa homilia no sábado passado: "Não tenham medo da vida de santidade, pois esse é o único caminho para renovar a Igreja."
Até que chegou a véspera do nosso casamento… Sim, a véspera! Amanhã conto-vos mais
Fui buscar os meninos ao colégio, como de costume. No meio da algazarra, ainda no carro, a Clarinha disse-me que estava muito confusa com a aula de Geografia. Sugeri que conversássemos quando chegássemos a casa, pois o choro, o riso e o barulho dos seis não permite grandes conversas durante a nossa curta viagem.
E assim foi. Enquanto lanchava, a Clarinha disse-me:
- Mamã, a professora disse hoje uma coisa que não entendi. Foi mesmo no fim da aula, por isso não deu tempo para perguntar!
- E que disse a professora?
- É sobre a taxa de natalidade e de mortalidade. Estávamos a falar nos países sub-desenvolvidos, e ela disse que ambas as taxas são muito elevadas nesses países. Disse depois que a taxa de mortalidade está a baixar, graças aos esforços de muitos.
- E o que é que tu não entendeste?
- Não entendi o que a professora disse a seguir: disse que agora faltava conseguir que nesses países baixasse também a taxa de natalidade! Por que razão querem as pessoas baixar a taxa de natalidade nesses países? Eu pensei que era sempre muito bom quando nascia um bebé!
Senti o sangue a ferver. Os manuais escolares são muito eficazes na propagação de mensagens subliminares (ou nem tanto), favorecendo uma visão da vida, da ciência e da cultura, geralmente contrária aos valores cristãos. Uma das mais belas tarefas dos professores é ensinar a pensar, a desmontar dados adquiridos, a questionar a realidade tal como ela nos é apresentada. A Clarinha tem uma óptima professora de Geografia, e frequenta uma escola católica, o que me dá esperança de que este questionamento venha a acontecer nas próximas aulas. Afinal, Jesus passou o tempo a desmontar preconceitos e a abrir as mentes dos seus ouvintes, oferecendo-lhes uma nova percepção da vida e de Deus. Os cristãos, ao imitar Jesus, não podem fugir a esta tarefa tão importante!
Assim, respirei fundo e sentei-me com a Clarinha.
- Clarinha, pensa comigo: que culpa tem um bebé de ser pobre? Que culpa têm os seus pais de viverem num país onde o alimento não é distribuído por todos?
- Nenhuma.
- Quem tem culpa então? Os políticos e todos nós, que desperdiçamos comida, que não distribuímos a riqueza, que somos gananciosos. Claro que é muito mais fácil dizer: "Vamos reduzir o número de pobres, impedindo que eles nasçam" do que dizer: "Vamos reduzir o número de pobres, redistribuindo a riqueza imensa do nosso planeta." Faz-se uma lavagem cerebral aos pobres e diz-se-lhes que é mau terem tantos filhos... E nós, os ricos - sim, nós somos todos ricos - continuamos na nossa vida, sem um beliscão.
Clarinha, o problema dos países subdesenvolvidos não é o elevado número de crianças pobres e inocentes; o problema dos países subdesenvolvidos é o elevado número de políticos ricos e corruptos.
- Foi o que eu pensei - Respondeu a Clarinha com simplicidade.
Hoje à tarde decorrerá em Lisboa a quinta Caminhada pela vida - Pelo direito a nascer. Alguns passos para recordar ao mundo que a vida é o primeiro e o mais belo dom que nos é confiado; que as crianças são o bem mais precioso da humanidade; que todos nós já fomos mórula, embrião, feto, bebé; que ninguém está a mais neste mundo, mas infelizmente, muitos estão a menos; que a humanidade continuará num estádio de barbárie enquanto permitir a morte dos seus semelhantes, dentro ou fora do útero materno. É triste precisarmos desta caminhada... Mas é de uma enorme coragem fazê-la!
"Tu modelaste as entranhas do meu ser
e formaste-me no seio de minha mãe.
Dou-Te graças por tão espantosas maravilhas;
admiráveis são as tuas obras.
Quando os meus ossos estavam a ser formados,
e eu, em segredo, me desenvolvia,
tecido nas profundezas da terra,
nada disso Te era oculto.
Os teus olhos viram-me em embrião." (Sl 139/138)
Amanhã vou sentar-me com a Clarinha diante do seu manual de Geografia, porque suspeito que muito mais haverá por lá a desmontar e questionar. Teremos de continuar então a nossa conversa - por aqui também...
O Niall esteve no sábado passado na universidade para, entre outras coisas, receber três dos oitenta estudantes sírios que o governo de Portugal acolheu, num gesto de apoio às vítimas da guerra. Cá em casa, adoramos as inúmeras histórias que o Niall nos conta dos seus contactos diários com estudantes de todas as partes do mundo. Temos tido grandes sessões de cultura geral à hora de jantar, enquanto nos deliciamos com pormenores engraçados, divertidos, sérios, tristes ou simplesmente curiosos, vividos pelo Niall nas suas viagens pela Europa e pela Índia, ou no seu gabinete de Relações Internacionais, na Universidade de Aveiro.
Ontem, o Niall falou-nos dos estudantes sírios. Entrando no seu gabinete, seis dias depois de chegarem a Portugal, os três estudantes vinham cheios de perguntas. E a primeira foi esta:
- Onde estão as crianças?
- Quais crianças? - Quis saber o Niall.
- As crianças de Portugal!
- Como assim?
- As crianças! Não se vêem crianças pelas ruas... Onde estão elas?
- Bem, talvez não haja assim tantas como vocês estavam à espera - respondeu o Niall, sorrindo - Mas não me acusem a mim de falta de contributo para a natalidade deste país!
A baixa natalidade em Portugal é também ela sinal dos tempos, não apenas sinal da crise. Há um tabu generalizado em relação ao tema da fertilidade conjugal e ao que a Igreja diz sobre o assunto, pois é certamente um tema incómodo. É mesmo verdade que Deus quer que todos tenhamos muitos filhos? Ao longo de toda a Bíblia, uma família numerosa é sempre uma bênção. Mas Jesus nunca falou do número de filhos que um casal deve ter.
Disse o Papa Francisco, na homilia do dia 21 de fevereiro, que a casuística é sinal de falta de fé. Quem procura regras para tudo, quem pretende uma resposta exacta da Igreja como forma de resolver todos os assuntos, tem a atitude dos fariseus que testavam Jesus com perguntas provocadoras. Jesus sempre ofereceu respostas caso a caso, dialogando individualmente com cada homem e cada mulher com quem Se quis encontrar. E nunca impôs nada a ninguém, optando antes por desafiar os que chamava a chegar mais longe.
Jesus nunca falou do número de filhos por casal. Deus não exige que tenhamos um ou dez. Mas Jesus falou de muitas outras coisas, dando-nos pistas de reflexão: falou do abandono confiante nas mãos de Deus, que conhece as nossas necessidades e cuida das mais pequenas flores do campo (Mt 6, 25-34 - um texto para saber de cor!); falou da generosidade da viúva, que deu tudo o que tinha (Lc 21, 1-4); falou da simplicidade e da alegria das crianças, e disse-nos que quem acolher uma criança, é a Ele mesmo que acolhe (Mt 18, 5); falou de radicalidade, de coragem, de audácia; falou das surpresas de Deus, que tem o hábito de mudar os planos dos homens e converter o curso da sua vida, como fez com Abraão, com Moisés e com José; como fez com Sara, com Ana e com Maria; disse-nos que é preciso perder (deixar as nossas "zonas de conforto"...) para ganhar (em felicidade, claro!); disse-nos para não termos medo, e repetiu esta mensagem muitas e muitas vezes, antes e depois da sua ressurreição.
Que nos pede Deus então, relativamente ao número de filhos? Pede-nos, como em relação a tudo o resto, para darmos na medida da nossa generosidade e da nossa capacidade conjugal - e não esqueçamos que a viúva pobre, dando uma só moeda, deu mais do que os fariseus ricos, deixando cair muitas moedas; pede-nos para nos abrirmos aos planos de Deus e estarmos disponíveis para reformular os nossos planos, se Ele nos desafiar; pede-nos para não fazermos muitas contas nem nos preocuparmos demasiado, pois o Pai do Céu bem sabe do que precisamos; pede-nos para não termos medo.
A medida do amor de Jesus, conhecêmo-la bem: é a cruz. A nossa? Cada um de nós, e cada casal em uníssono (acima de tudo, a unidade...), deverá responder a este amor com a sua própria medida, uma medida cheia, calcada, a transbordar...
Ser família numerosa é fantástico, mas também exigente. Acho que uma das principais razões de Deus ao pedir-nos generosidade no nosso planeamento familiar é esta: os filhos são belos trampolins para a santidade. Senão vejamos:
Chego a casa exausta depois de um longo dia de trabalho. Ah, como sabia bem poder tomar um belo duche e relaxar meia hora em frente da televisão ou com um bom livro nas mãos! Se não tivesse filhos, era isso que faria de certeza. Se tivesse só um ou dois filhos, não poderia fazer isso durante alguns anos, mas em breve estaria de novo em condições de tomar conta de mim, pois eles crescem depressa.
Mas com muitos filhos, há um regressar contínuo à idade das fraldas, das birras, das brincadeiras no chão, das bulhas entre irmãos, da ajuda nos trabalhos de casa. Com muitos filhos, há mais jantar para fazer, mais livros, brinquedos, roupas e sapatos para arrumar, mais lixo para limpar, mais desenhos para pendurar na parede, mais histórias para ouvir e para contar, mais abraços para receber e para dar. Com muitos filhos, não sobra tanto tempo para me centrar em mim.
"Quem quiser encontrar a sua vida há-de perdê-la, e quem a perder por causa de Mim há-de encontrá-la" (Mt 10, 39), disse Jesus.
Ter uma família numerosa obriga-me a ser mais paciente, mais generoso, menos egoísta. Os meus filhos fazem de mim uma pessoa melhor pelo simples facto de existirem. Claro que muita gente é já assim por natureza, ou graças a outro belo "trampolim" do amor de Deus (há muitos, claro, como cuidar de uma pessoa com deficiência ou dedicar-se de corpo e alma a alguma missão...), mas eu precisei de todos os meus filhos para me tornar quem sou.
Naturalmente que posso desperdiçar este dom, como posso desperdiçar qualquer outro dom. Quantas vezes não lhes respondo com impaciência, não dou palmadas a despropósito, não grito sem razão? Certamente mais do que desejaria. No entanto, também tenho mais oportunidades de corrigir o mal feito e de alterar o meu comportamento. Eduquei o meu primeiro filho com muitos gritos? Tenho mais cinco com quem treinar a mansidão... Deus é mesmo o Senhor das "Novas Oportunidades", e ser mãe de uma família numerosa é uma escola fantástica (uma, não a única...) de humildade, de perdão e de amor.