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Somos uma família católica, abençoada com seis filhos na Terra e um no Céu. Procuramos viver a fé com simplicidade e generosidade. Queremos partilhar com outras famílias a alegria de sermos Igreja Doméstica na grande família da Igreja Católica.
Ontem, domingo, reservámos quinze minutos da nossa tarde para fazer a Via-Sacra no Santuário. Queríamos que os meninos contemplassem cada imagem, aprendendo assim a meditar na cruz de Jesus. Pensámos também que, fazendo a Via-Sacra na igreja, teríamos menos motivos para distracções. Bem, em relação a este ponto estávamos completamente errados: os nossos filhos estão tão à-vontade no Santuário de Nossa Senhora Auxiliadora, que correm por entre os bancos como se estivessem em casa. Por segundos, pensei estar prestes a assistir a um voo da Sara directo ao chão, quando a vi em pé num banco, saltitando e batendo palmas, muito feliz... e muito longe do meu alcance! Felizmente o seu anjo da guarda estava atento e manteve-a bem agarrada ao banco enquanto nos aproximámos devagar, para não a assustar...
Mas estávamos certos em relação às imagens: pela primeira vez, e mesmo no meio de muita brincadeira, os mais novos escutaram toda a história da paixão de Jesus, contemplando uma a uma as imagens da Via-Sacra. O Francisco e a Clarinha, por seu lado, faziam perguntas novas e descobriam pormenores em que nunca antes tinham pensado, relacionando a História com os Evangelhos.
Quando voltámos para casa, fomos trabalhar para o jardim. O pai cortou a relva e eu e o Francisco podámos as roseiras, com a ajuda dos mais novos.
- Cuidado com os espinhos! - Ia eu repetindo, enquanto os ramos cortados se acumulavam no carrinho de mão.
Depois lembrei-me da Via-Sacra que acabávamos de rezar:
- Jesus teve uma coroa de espinhos como estes cravada na cabeça, já pensaram nisso?
A Lùcia estacou.
- Espinhos a sério? - Perguntou, muito aflita. E acrescentou: - Se Ele era tão bom, porque é que os homens não Lhe fizeram antes uma coroa de flores, como aquela que a Clarinha fez para a festa do Colégio?
O David já sabia a resposta:
- Não vês que os homens foram maus para Jesus?
Depois, devagarinho, os meninos espetaram alguns espinhos, muito ao de leve, na ponta dos dedos.
- Ui! Deve ter doído mesmo!
- Coitadinho do Jesus!
E ali ficaram um bocadinho a meditar, enquanto eu cortava mais alguns ramos. Depois, no meio de gargalhadas, regressaram à brincadeira.
À noite, durante a oração familiar, pediram para cantar o cântico que nos fala da coroa de Jesus, e que já mostrámos num curto vídeo aqui:
Dó Lám Rém Sol
"Por coroa, espinhos, por trono uma cruz,
Mim Lám Fá Sol Dó
por jóias, três cravos: e és Rei, és Rei, bom Jesus!"
Não sei qual foi a melhor catequese - se a Via-Sacra, se as roseiras...
Ontem foi dia de poda. A nossa querida oliveira precisa de perder alguns ramos durante o inverno para que na primavera possa rebentar com mais força e, no verão, possamos ter a sombra que precisamos no jardim!
O Francisco, felizmente, já tirou a tala da mão, e por isso acompanhou o pai durante todo o trabalho de poda:
A Clarinha, a Lúcia,o David e o António procuraram salvar algumas azeitonas que ainda davam para tratar e comer, esquecidas nos ramos que, entretanto, o pai e o irmão iam cortando e atirando ao chão:
Mas eu acho que o que eles estavam mesmo a fazer era uma batalha de azeitonas, com armas de paus e de ramos...
...E até a Sara se divertiu a valer!
A oliveira ficou bem podada. O Niall já podia descer da árvore... Mas como é que se faz isso? No meio de muitas gargalhadas, o David, a Clarinha e o Francisco ensinaram ao pai como descer e indicaram-lhe exatamente onde colocar os pés. Afinal, eles têm bastante mais prática!
A nossa oliveira perdeu bastantes ramos e parece muito despida. Mas sabemos que os ramos que ficaram, aqueles que nos vão dar a desejada sombra durante o verão, vão crescer mais fortes, mais grossos e mais belos depois desta poda.
Jesus diz-nos no Evangelho:
"Meu Pai corta todo o ramo que não dá fruto em Mim e poda o que dá fruto para que dê mais fruto ainda." (Jo 15, 2)
Se queremos que a nossa vida dê fruto abundante, se queremos que a nossa família cresça feliz, precisamos de estender os nossos ramos à tesoura da poda, ou até ao serrote de poda, para que Deus faça o que achar melhor.
A poda chega frequentemente em forma de dificuldades, sofrimentos, doenças, perda de capacidade financeira para o estilo de vida a que nos habituámos.
A poda pode também assumir a forma de uma rotina mais difícil, aceitando tempo de oração, missa dominical, tempo para servir os irmãos.
A poda é tudo aquilo que magoa o nosso eu e, quando necessário, o corta e o faz diminuir, para que Jesus possa crescer. Disse João Baptista:
"Ele é que deve crescer, e eu, diminuir!" (Jo 3, 30)
Mas a poda não deve ser triste, pelo contrário! Antes desta afirmação, o mesmo João Baptista disse também:
"Esta é a minha alegria! E tornou-se completa!" (Jo 3, 29)
Bem, cá em casa, a poda foi mesmo muito divertida!...