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Somos uma família católica, abençoada com seis filhos na Terra e um no Céu. Procuramos viver a fé com simplicidade e generosidade. Queremos partilhar com outras famílias a alegria de sermos Igreja Doméstica na grande família da Igreja Católica.
No domingo, a diocese de Aveiro viveu o Jubileu das Famílias. As Famílias de Caná estiveram presentes na preparação deste dia, como parte da equipa organizadora, e estiveram também presentes como famílias que fizeram o percurso sugerido e passaram a Porta Santa de Aveiro de coração transbordante de alegria.
Durante uma hora e meia, nós cantámos, rezámos, louvámos o Senhor. Foi bom estarmos juntos, no ambiente de festa que costuma caracterizar as Famílias de Caná, rindo e servindo com entusiasmo. Foi bom passarmos juntos a Porta, e rejubilar na Eucaristia, tão bonita, que o nosso bispo presidiu, em união com todos os movimentos que servem a família na nossa diocese. E a verdade é que nos sentimos verdadeiramente unidos.
É verdade que não estávamos muitos. A diocese tem tantas famílias, e tão poucas foram desafiadas a viver este dia! Por um lado, penso que houve pouca divulgação da data. Por outro, uma sobreposição de celebrações, em dias muito próximos, o que torna compreensível a fraca adesão. Foi pena, porque o percurso estava muito bem pensado e teria sido giro ser feito por muitas famílias, unindo numa só celebração o jubileu das crianças e adolescentes e o das famílias. Afinal, são as famílias que devem apresentar os seus filhos ao Senhor, e não os catequistas. Há divisões suficientes no mundo para ainda as perpetuarmos dentro da Igreja, e como o Papa Francisco tem insistido, tudo na Igreja precisa de ser projetado em chave familiar. Também o Jubileu.
Mas os números não importam, quando se trata da graça do Senhor. Ele é o Senhor dos pequenos, dos humildes, dos fracos, dos pobres. A Bíblia é a história de um povo pouco numeroso, de um povo fraco e escravizado, de um povo considerado estranho e retrógrado, com as suas ideias esquisitas de adoração a um único Deus. Mas não foi na civilização romana, grega, babilónica ou outra grande civilização da Antiguidade que o nosso Deus encarnou. Não foram as grandezas dos monumentos antigos que atrairam o seu olhar... O Filho de Deus escolheu este povo subjugado, pobre e mal visto para habitar entre nós.
Hoje também, vivemos num mundo onde a família é atacada de todas as frentes possíveis, num mundo onde os valores familiares são guerreados um a um. A Igreja Católica já não é a Igreja de massas, de grandes templos onde o incenso e as vestes solenes convidam à adoração. Talvez estejamos a caminho de um esvaziamento, de uma descida ao abismo, de uma debandada geral.
"Também vós quereis ir embora?" (Jo 6, 67)
Quando os católicos se derem conta de que não é possível ser católico e, simultaneamente, aceitar os valores modernos e politicamente corretos que vemos publicitados à nossa volta, então as igrejas ficarão vazias, sim.
"Jesus, eles não têm vinho." (Jo 2, 5)
Assim se dirigiu Maria ao seu Filho, nas Bodas de Caná.
"Jesus, eles não têm vinho."
Assim se dirige certamente Maria hoje também a Jesus, olhando para o mundo onde vivemos. E para nos ensinar a fazer o que Jesus diz, Maria continua a visitar a Terra, como Mãe solícita.
Está na hora de estender as nossas bilhas a Jesus e fazer tudo - absolutamente tudo - o que Jesus nos disser. As Famílias de Caná e todas as famílias verdadeiramente católicas estão prontas.
Derrotados? Tristes? Desanimados? Oh, não! No final do Jubileu das Famílias, regressámos a casa acompanhados da querida família Batista, que veio da diocese de Santarém de propósito para participar connosco nesta celebração. Comprámos à pressa uns frangos assados para o jantar e preparámos uma mesa de festa, enquanto pequenos e grandes punham a conversa - e as gargalhadas - em dia. Fez ontem dois anos que, depois de alguns meses a trocar e-mails, nos conhecemos pessoalmente, como a Olívia recorda aqui. Mas parece que somos amigos desde sempre! A amizade que experimentamos, e que nasceu unicamente em Jesus, é sinal de alegre esperança. Porque a partir do momento em que estendemos as nossas bilhas a Jesus e nos dispomos a cumprir a sua Palavra, provamos de imediato do "vinho melhor"...
"As pessoas costumam dar primeiro o vinho bom e, depois de todos terem comido e bebido bem, servem o de qualidade inferior. Mas tu guardaste o vinho melhor para o fim." (Jo 2, 10)
No sábado, a nossa diocese esteve em festa: foi o Jubileu das Crianças e dos Adolescentes, que cheios de alegria, quiseram passar pela Porta Santa e celebrar em conjunto a alegria de sermos cristãos. Entre crianças, adolescentes, pais e catequistas, estávamos cerca de duas mil pessoas! Houve tempo para lançar balões ao céu, cantar, rezar, jogar, visitar o Túmulo da nossa padroeira, Santa Joana Princesa de Portugal. Embora a manhã tivesse sido entrecortada de bastantes momentos de "pausa", porque uma multidão tão grande não é fácil de organizar, o mais importante aconteceu: duas mil pessoas testemunharam, pela sua serenidade, pela sua paciência, pela sua vivacidade, pelos sorrisos e palavras simpáticas que trocaram, que Jesus é a Verdadeira Porta por onde todos passamos para encontrar a Vida.
No próximo domingo será o Jubileu das Famílias na Diocese de Aveiro. Que grande dom para nós! As Famílias de Caná, enquanto movimento nascente, estão representadas desde há alguns meses no Secretariado Diocesano da Pastoral Familiar. Assim, o Niall e eu pertencemos à equipa que tem vindo a preparar este jubileu, e estamos entusiasmadíssimos. Vai ser um encontro muito giro e cheio de sentido para as famílias: começando às 15 horas na igreja de S. Francisco, no parque da cidade de Aveiro, cada família, com o seu ritmo particular, será desafiada a percorrer um determinado percurso até à Porta Santa, na Sé Catedral, onde será celebrada a Eucaristia com a presidência do nosso querido bispo. Durante o percurso, as famílias irão fazer algumas paragens de cerca de dez minutos, breves oportunidades para refletir sobre o jubileu. Numa dessas paragens estarão as Famílias de Caná, representadas por nós, Família Power, e três outras famílias completas. Aí iremos refletir sobre oração familiar e, sobretudo, rezar em família de famílias. Farei também um brevíssimo ensinamento de dois minutos e meio sobre oração familiar. Venham estar connosco! E se nos conhecem já deste blog, façam-nos o favor de se apresentar, que para nós é um verdadeiro prazer descobrir os rostos dos nossos leitores!
"Eu sou a Porta. Quem entrar por Mim será salvo." (Jo 10, 9)
O Domingo da Misericórdia é sempre um dia muito especial para nós. S. João Paulo II instituiu esta festa, dando cumprimento ao pedido de Jesus a Santa Faustina, sua conterrânea. De acordo com o Diário de Santa Faustina - um dos meus livros de cabeceira, que gosto de meditar com muita frequência antes de adormecer - Jesus exprimiu-Se assim:
"Desejo que esta festa seja refúgio e abrigo para todas as almas, especialmente para os pobres pecadores. Nesse dia estão abertas as entranhas da minha misericórdia. Derramo todo um mar de graças sobre aquelas almas que se aproximarem da fonte da minha misericórdia. A alma que for à confissão e receber a Sagrada Comunhão obterá remissão total das culpas e das penas. Nesse dia, estão abertas todas as comportas divinas, pelas quais se derramam as graças. Que nenhuma alma receie vir a Mim, ainda que os seus pecados sejam tão vivos como escarlate... A minha misericórdia é tão grande que nenhuma mente - nem humana, nem angélica - alcançará a sua profundidade." (D699)
O céu estava muito cinzento e a chuva ia caindo de mansinho, o vento era cortante e o frio apertava.
- Está um ótimo dia para irmos a Fátima, como fizemos no ano passado! Que dizem? - Perguntei, de manhã.
- Fazer a Via Sacra pelo Caminho dos Pastorinhos? Vai chover de certeza!
- Não, não vai. Vamos arriscar?
- Eu quero ir!
- Eu também!
- Eu digo que vai chover...
- Eu não me importo que chova! Nós sempre gostámos de brincar à chuva!
- Vamos?
- Agora?
- Depois da missa das dez, claro. Temos o compromisso de tocar e cantar na missa. Vamos de seguida! Toca a preparar o piquenique.
E assim foi. Quanta alegria, nesta viagem inesperada!
Fátima estava, realmente, fria, molhada e ventosa. Mas continuava branca, pura e linda. Aquele santuário imenso e silencioso fazia-nos esquecer o desconforto, mesmo aos mais novos.
Almoçámos no passeio no início do Caminho dos Pastorinhos, porque é um espaço amplo onde os rapazes gostam de andar de skate. Depois fizemos a nossa Via Sacra, servindo-nos das meditações retiradas do Diário de Santa Faustina e intercalando cada estação com um mistério do Terço da Divina Misericórdia.
- Isto que nos está a molhar levemente a cara são raios de sol, mãe? Ou talvez seja uma chuva de graças? - Brincava o Francisco, que poucos dias antes tinha feito quase cem quilómetros de bicicleta numa manhã e estava com pouca vontade de caminhar.
- Não sei do que falas. Eu não sinto nada! - Ia eu respondendo. E pouco ou muito cansados, todos nos ajoelhávamos nas estações sobre a pedra fria e húmida.
- Quero colo! - Pedia a Sara, já perto do Calvário Húngaro. Os mais velhos foram-lhe oferecendo as costas, à vez... E até o David levou a mana às cavalitas. Que crescido ele está!
Chegámos ao Calvário Húngaro e entrámos para rezar pelas intenções do Santo Padre.
- Que tal se cantássemos "Misericordes sicut Pater" a vozes? - Sugeri. Assim fizémos, e a acústica da capela devolveu-nos o cântico mil vezes mais belo. Acho que foi o entusiasmo com que cantámos e a harmonia das várias vozes que fez o funcionário de serviço aparecer ao nosso lado:
- Que lindo! Que lindo! Que lindo! - Repetia ele, com os olhos a brilhar. - Podem cantar mais?
Mas não podíamos, porque começava a chover com mais força e ainda era preciso regressar...
Regressar ao santuário para a nossa confissão. Descemos as "escadas da humildade", como gostamos de dizer, e fomos à Capela da Reconciliação, que estava a transbordar de gente.
Dei graças a Deus no meu íntimo: as comportas da misericórdia divina estavam realmente abertas! Mas como podíamos, o Niall e eu, confessar-nos se tínhamos de esperar pelo menos duas horas ali? Olhando mais atentamente, percebi que numa das alas da capela havia confissões para estrangeiros... E o confessionário para falantes ingleses estava livre! Ser casada com um irlandês tem as suas vantagens. Sim, o Niall e eu confessámo-nos rapidamente, e em inglês.
A chuva que caía fez-me recordar o post da Olívia sobre a sua peregrinação a Fátima e sobre umas tais mesas de piquenique cobertas, por detrás da basílica antiga. Foi aí que lanchámos. Que lugar magnífico! Como não o tínhamos descoberto antes? De futuro, quando fizermos em Fátima encontros e retiros das Famílias de Caná, já sabemos onde faremos o nosso piquenique.
Terminámos o dia passando, em família, pela Porta Santa. Na minha mente e no meu coração, ressoavam as Palavras de Jesus a Tomé, segundo o Evangelho do dia:
"Olha as minhas mãos: chega cá o teu dedo! Estende a tua mão e mete-a no meu peito." (Jo 20, 27)
Pareceu-me que nesta singela peregrinação à Porta Santa de Fátima, em dia da Divina Misericórdia, tocámos, como Tomé, nas chagas de Jesus e entrámos na Porta Santa do seu Sagrado Coração...
"Ó sangue e água que brotastes do coração de Jesus como fonte de misericórdia para nós, eu confio em vós!" (D187)
Ontem à noite, pela primeira vez desde que vivemos em Mogofores, a Via Sacra começou à porta da nossa casa. Ena, o entusiasmo com que preparámos tudo ao longo do dia! Haverá maior honra do que fazer parte deste Caminho da Cruz, com a nossa família, com a nossa porta santificada pelo Sangue de Cristo?
Durante a tarde, o Francisco pintou de branco o crucifixo das Famílias de Caná, aquele primeiro, feito pelos jovens no dia da Exaltação da Santa Cruz, e que costumamos venerar na nossa Via Sacra "caseira":
Depois de jantar, reunimos ideias e preparámos a rua em frente da nossa casa:
E a Via Sacra começou...
Como é belo caminhar de noite, à luz das velas, pelas ruas da nossa terra, contemplando o ato de amor mais poderoso da História, ao ritmo dos nossos pequenos passos, ao som das nossas simples orações, às portas das nossas pobres casas... portas que Ele vai santificando com o seu Sangue!
Neste Ano Santo da Misericórdia, e por uma coincidência que só Deus consegue fazer acontecer, a morte de Jesus na Cruz celebra-se, no tempo, no dia da sua Encarnação no seio puríssimo da Virgem Maria. Não é magnífico? 25 de março, nove meses exatos para o Natal. A solenidade da Encarnação foi transferida para depois da Páscoa, mas não podemos deixar de celebrar esta feliz coincidência! Na sua misericórdia infinita - e não tenho qualquer dúvida de que não o fez por acaso -, Deus uniu num só os dois mistérios da nossa salvação. Na verdade, a Encarnação nunca teve outro horizonte senão a Paixão, uma e outra culminando na Ressurreição triunfante amanhã, Domingo de Páscoa. Na Encarnação, Maria tornou-se Mãe de Jesus; na Paixão, tornou-se nossa Mãe. Na Encarnação, Jesus assumiu a nossa condição humana; na Paixão, redimiu-a.
S. Paulo também celebra estes dois mistérios num só, fazendo-os culminar na vitória da Ressurreição, no seu hino cristológico na Carta aos Filipenses:
"Cristo, que era de condição divina,
não se valeu da sua igualdade com Deus,
mas esvaziou-se a si mesmo,
tomando a condição de servo.
Aparecendo como homem,
rebaixou-se ainda mais,
tornando-se obediente até à morte,
e morte de Cruz!
Por isso Deus O exaltou
e Lhe deu o nome que está acima de todos os nomes
para que ao nome de Jesus
todos se ajoelhem nos céus, na terra e nos infernos
e toda a língua proclame que Jesus Cristo é o Senhor
para glória de Deus Pai!"
(Fl 3, 6-11)
Se cada uma destas celebrações - a Encarnação e a Paixão - nos abre de par em par a Porta Santa do Céu, imagine-se as duas unidas! A mim, nesta noite santíssima em que, pelas ruas da minha terra, acompanhámos Jesus ao Calvário, pareceu-me que o céu inteiro se derramava em bênçãos sobre nós...
No sábado tivemos o nosso Retiro de Natal, em Fátima. Que dia tão cheio de bênçãos! Ainda estamos em clima de retiro nos nossos corações, depois de uma experiência tão forte da misericórdia do Senhor.
E forte porque começou logo de madrugada, com a perceção da sua imensa bondade, nos raios do sol nascente que atravessavam as nuvens ao longo da nossa viagem. Depois de tantos dias de chuva intensa, o sol brilhou para nós! Das trevas nasceu a Luz...
Apesar de muitas baixas de famílias inteiras neste retiro, sobretudo por causa dos vírus da época, estávamos cerca de quinze famílias no Centro Pastoral Paulo VI. Algumas destas famílias fizeram um esforço muito grande para ali estar, pois vinham com bebés muito pequeninos! A mais pequenina era, claro, a Lúcia, da querida Família Batista. E que bem que ela se portou o dia inteiro!
É sempre uma grande alegria ver chegar as famílias aos nossos encontros. Que saudades uns dos outros, durante os períodos mais ou menos longos em que apenas comunicamos por mail - ou por oração!
Com a pontualidade característica das Famílias de Caná, começámos o nosso retiro com oração cantada e dançada, cheios de alegria no Senhor. Rezámos o Shemá, consagrámo-nos a Nossa Senhora Auxiliadora, Mãe de Caná, e por fim, o David ajudou-me a orientar um mistério do Rosário.
Depois, enquanto as crianças saíam com o Niall e a Clarinha para brincar e falar de Jesus numa outra sala, eu fiz a meditação sobre a Misericórdia e o Natal, na sala S. João Paulo II. Os sorrisos abertos fizeram-me sentir que o Senhor estava connosco, também através desta meditação. A Palavra que Ele nos ofereceu ao longo de três quartos de hora foi verdadeiramente desafiante e cheia de esperança:
“Alarga o espaço da tua tenda sem olhar a despesas, estende sem medo as cortinas das tuas moradas, alonga as cordas, reforça as estacas, porque vais expandir-te para a direita e para a esquerda: a tua descendência conquistará as nações e povoará as cidades abandonadas.” (Is 54, 1-3)
Seguiu-se a missa na Basílica da Santíssima Trindade, onde o nosso encontro foi referido, no início, como tratando-se do Encontro Nacional das Famílias de Caná. Na verdade, podemos ser poucas famílias, mas já somos de âmbito nacional... E se continuarmos a alargar o espaço da nossa "tenda", a "reforçar as estacas", a "estender as lonas", em breve conquistaremos o mundo para Deus.
Que alegria, passar pela Porta Santa!
O almoço foi partilhado em grande festa, e durante o tempo livre do início da tarde, muitos tiveram ocasião de se confessar. Depois demos início à Via Stellae, a nossa meditação natalícia, pelo Caminho dos Pastorinhos. O céu ameaçava chuva, pelo que fizemos o caminho com passo rápido e sem demoras. Mas o Senhor segurou as nuvens com a sua mão poderosa, não permitindo senão algumas gotas de chuva de vez em quando!
Como a Cláudia tinha esquecido o carrinho da Alice em casa, decidimos que a Sara faria o caminho a pé e cederia o seu carrinho à amiga, bem mais pequenina. Para nossa grande surpresa, a Sara percorreu o caminho inteiro a pé, como gente grande. Um grande "viva" à Sara!
As crianças fizeram a sua caminhada quase por inteiro no meio das flores, que brotavam abundantes nas ervas dos campos em redor. Felizes, colhiam flores que iam oferecendo aos pais e uns aos outros.
Em cada estação, ajoelhámos, guardámos uns momentos de silêncio e meditámos no texto que vos tinha proposto. Depois, sempre em clima de oração e silêncio, continuávamos o nosso caminho até à estação seguinte.
Ouvido de passagem:
- Coitado de Jesus aqui nesta estação! Vou dar-lhe as minhas flores!
E a Lúcia depositou o seu ramo aos pés de Jesus, caído sob o peso da cruz.
- Os pastorinhos faziam este caminho todos os dias?
- Sim, todos os dias! Sem estrada marcada, claro, sempre pelos montes...
- E sem sapatos também...
- Ah...
Alguns bebés foram carregados ao colo, outros às costas, e outra ainda, muito pequenina, teve de voltar atrás porque precisava de mamar e a chuva miudinha dificultava a operação ali, em plena Via Sacra. Mas que sentido teria uma Via Sacra - uma Via da Estrela - sem algum sofrimento? Amor rima sempre, sempre com dor. No Natal também.
Finalmente chegámos ao Calvário Húngaro, onde terminámos a nossa caminhada. A chuva cá fora empurrou-nos para dentro da capela, e como não estava lá mais ninguém, pudémos cantar e rezar em voz alta, agradecendo ao Senhor, ali presente entre nós no Santíssimo Sacramento, o dom deste dia.
A Via Stellae terminou. Chegou o tempo de brincar! De um momento para o outro, a chuva parou, o sol brilhou, e as crianças puderam correr de novo, felizes, brincando na Loca do Anjo e junto das casas dos pastorinhos, que visitámos por fim.
Quantas lições de humildade e simplicidade, nestas casas pequeninas e pobres!
Tal como no ano passado, também neste retiro terminámos o nosso encontro junto ao poço da casa da Lúcia. Algumas famílias já tinham ido embora, mas ainda tínhamos crianças suficientes para cobrir o poço de canções...
A Sara recuperou o seu carrinho de passeio para um muito merecido descanso e uma bolacha:
"Alarga o espaço da tua tenda", foi-nos dizendo o Senhor ao longo de todo o dia. E nós alargámos... E o milagre da alegria, da paz, da esperança aconteceu!
Ámen.
É com imensa alegria que convidamos todos os leitores deste blogue e todas as Famílias de Caná a virem fazer connosco o Retiro de Natal, no próximo dia 2 de janeiro, sábado, em Fátima! Aqui fica o programa: Programa Retiro Natal 2016
Para podermos decidir qual o tamanho da sala do Centro Paulo VI que reservaremos (gostaríamos que fosse o auditório principal...), pedíamo-vos uma breve inscrição online, aqui.
O almoço é livre, podendo quem quiser trazer merenda ou ir a um dos muitos restaurantes em Fátima. Nós levaremos a nossa merenda habitual. Durante a tarde percorreremos o Caminho dos Pastorinhos, meditando nos mistérios do Natal. Servir-nos-á de meditação o mesmo texto do ano passado, que deverão descarregar e levar convosco: Via Stellae
Como todos os nossos retiros, também este é aberto a todos, bebés, crianças, jovens, adultos. Venham, e aproveitem a ocasião para fazer uma obra de misericórdia espiritual - dar bom conselho - convidando uma família amiga a vir também!
Neste Ano Santo, neste grande Jubileu da Misericórdia, o Santo Padre convida-nos a todos a fazer uma peregrinação a uma das Portas Santas, abrindo o coração à grande indulgência de Deus, ao Grande Perdão. Na Bula de Proclamação do Jubileu, o Santo Padre diz assim: "A peregrinação é um sinal peculiar no Ano Santo, enquanto ícone do caminho que cada pessoa realiza na sua existência. Também para chegar à Porta Santa, cada pessoa deverá fazer, segundo as próprias forças, uma peregrinação. Esta será sinal de que a própria misericórdia é uma meta a alcançar que exige empenho e sacrifício. Ao atravessar a Porta Santa, deixar-nos-emos abraçar pela misericórdia de Deus e comprometer-nos-emos a ser misericordiosos com os outros como o Pai o é connosco."
Depois, na Carta sobre as Indulgências deste ano santo, o Santo Padre especifica: "Espero que a indulgência jubilar chegue a cada um como uma experiência genuína da misericórdia de Deus, a qual vai ao encontro de todos com o rosto do Pai que acolhe e perdoa, esquecendo completamente o pecado cometido. Para viver e obter a indulgência os fiéis são chamados a realizar uma breve peregrinação rumo à Porta Santa, como sinal do profundo desejo de verdadeira conversão. É importante que este momento esteja unido, em primeiro lugar, ao Sacramento da Reconciliação e à celebração da santa Eucaristia com uma reflexão sobre a misericórdia. Será necessário acompanhar estas celebrações com a profissão de fé e com a oração por mim e pelas intenções que trago no coração para o bem da Igreja e do mundo inteiro."
Em Fátima, a Porta Santa foi aberta ontem, dia 8, ao mesmo tempo que o Santo Padre abria a Porta Santa na Basílica de S. Pedro. Assim, ao longo de todo este ano santo, a Porta de S. Tomé - o Apóstolo do Evangelho proclamado no Domingo da Misericórdia - na Basílica da Santíssima Trindade estará aberta para nos acolher nos braços do Pai, oferecendo-nos gratuitamente, por pura misericórdia, a grande indulgência.
Façamos então a nossa peregrinação a esta Porta Santa, entregando-nos ao abraço do Pai! Teremos tempo para confissões, para um ensinamento sobre a Misericórdia, para a Eucaristia, para a meditação na Via da Estrela, a "Via Sacra do Natal", e por fim, para grande e alegre brincadeira, visitando as casas dos pastorinhos e saltitando nos seus montes.
O ano jubilar é uma oportunidade na vida que não podemos desperdiçar! Diz-nos o Senhor, com palavras que ecoam desde os tempos antigos, na Lei de Moisés:
"No dia do grande Perdão, fareis ressoar o som da trombeta através de toda a vossa terra. Este será para vós um jubileu!" (Lv 25, 9-10)
Que o som da trombeta a todos nos reuna, preparando desde já a reunião definitiva, um dia, em casa do Pai. Ámen!