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Somos uma família católica, abençoada com seis filhos na Terra e um no Céu. Procuramos viver a fé com simplicidade e generosidade. Queremos partilhar com outras famílias a alegria de sermos Igreja Doméstica na grande família da Igreja Católica.
O Domingo da Misericórdia é sempre um dia muito especial para nós. S. João Paulo II instituiu esta festa, dando cumprimento ao pedido de Jesus a Santa Faustina, sua conterrânea. De acordo com o Diário de Santa Faustina - um dos meus livros de cabeceira, que gosto de meditar com muita frequência antes de adormecer - Jesus exprimiu-Se assim:
"Desejo que esta festa seja refúgio e abrigo para todas as almas, especialmente para os pobres pecadores. Nesse dia estão abertas as entranhas da minha misericórdia. Derramo todo um mar de graças sobre aquelas almas que se aproximarem da fonte da minha misericórdia. A alma que for à confissão e receber a Sagrada Comunhão obterá remissão total das culpas e das penas. Nesse dia, estão abertas todas as comportas divinas, pelas quais se derramam as graças. Que nenhuma alma receie vir a Mim, ainda que os seus pecados sejam tão vivos como escarlate... A minha misericórdia é tão grande que nenhuma mente - nem humana, nem angélica - alcançará a sua profundidade." (D699)
O céu estava muito cinzento e a chuva ia caindo de mansinho, o vento era cortante e o frio apertava.
- Está um ótimo dia para irmos a Fátima, como fizemos no ano passado! Que dizem? - Perguntei, de manhã.
- Fazer a Via Sacra pelo Caminho dos Pastorinhos? Vai chover de certeza!
- Não, não vai. Vamos arriscar?
- Eu quero ir!
- Eu também!
- Eu digo que vai chover...
- Eu não me importo que chova! Nós sempre gostámos de brincar à chuva!
- Vamos?
- Agora?
- Depois da missa das dez, claro. Temos o compromisso de tocar e cantar na missa. Vamos de seguida! Toca a preparar o piquenique.
E assim foi. Quanta alegria, nesta viagem inesperada!
Fátima estava, realmente, fria, molhada e ventosa. Mas continuava branca, pura e linda. Aquele santuário imenso e silencioso fazia-nos esquecer o desconforto, mesmo aos mais novos.
Almoçámos no passeio no início do Caminho dos Pastorinhos, porque é um espaço amplo onde os rapazes gostam de andar de skate. Depois fizemos a nossa Via Sacra, servindo-nos das meditações retiradas do Diário de Santa Faustina e intercalando cada estação com um mistério do Terço da Divina Misericórdia.
- Isto que nos está a molhar levemente a cara são raios de sol, mãe? Ou talvez seja uma chuva de graças? - Brincava o Francisco, que poucos dias antes tinha feito quase cem quilómetros de bicicleta numa manhã e estava com pouca vontade de caminhar.
- Não sei do que falas. Eu não sinto nada! - Ia eu respondendo. E pouco ou muito cansados, todos nos ajoelhávamos nas estações sobre a pedra fria e húmida.
- Quero colo! - Pedia a Sara, já perto do Calvário Húngaro. Os mais velhos foram-lhe oferecendo as costas, à vez... E até o David levou a mana às cavalitas. Que crescido ele está!
Chegámos ao Calvário Húngaro e entrámos para rezar pelas intenções do Santo Padre.
- Que tal se cantássemos "Misericordes sicut Pater" a vozes? - Sugeri. Assim fizémos, e a acústica da capela devolveu-nos o cântico mil vezes mais belo. Acho que foi o entusiasmo com que cantámos e a harmonia das várias vozes que fez o funcionário de serviço aparecer ao nosso lado:
- Que lindo! Que lindo! Que lindo! - Repetia ele, com os olhos a brilhar. - Podem cantar mais?
Mas não podíamos, porque começava a chover com mais força e ainda era preciso regressar...
Regressar ao santuário para a nossa confissão. Descemos as "escadas da humildade", como gostamos de dizer, e fomos à Capela da Reconciliação, que estava a transbordar de gente.
Dei graças a Deus no meu íntimo: as comportas da misericórdia divina estavam realmente abertas! Mas como podíamos, o Niall e eu, confessar-nos se tínhamos de esperar pelo menos duas horas ali? Olhando mais atentamente, percebi que numa das alas da capela havia confissões para estrangeiros... E o confessionário para falantes ingleses estava livre! Ser casada com um irlandês tem as suas vantagens. Sim, o Niall e eu confessámo-nos rapidamente, e em inglês.
A chuva que caía fez-me recordar o post da Olívia sobre a sua peregrinação a Fátima e sobre umas tais mesas de piquenique cobertas, por detrás da basílica antiga. Foi aí que lanchámos. Que lugar magnífico! Como não o tínhamos descoberto antes? De futuro, quando fizermos em Fátima encontros e retiros das Famílias de Caná, já sabemos onde faremos o nosso piquenique.
Terminámos o dia passando, em família, pela Porta Santa. Na minha mente e no meu coração, ressoavam as Palavras de Jesus a Tomé, segundo o Evangelho do dia:
"Olha as minhas mãos: chega cá o teu dedo! Estende a tua mão e mete-a no meu peito." (Jo 20, 27)
Pareceu-me que nesta singela peregrinação à Porta Santa de Fátima, em dia da Divina Misericórdia, tocámos, como Tomé, nas chagas de Jesus e entrámos na Porta Santa do seu Sagrado Coração...
"Ó sangue e água que brotastes do coração de Jesus como fonte de misericórdia para nós, eu confio em vós!" (D187)
Há uma oração que o sacerdote reza na missa que me toca muito. Diz assim: "Senhor, não olheis aos nossos pecados, mas à fé da vossa Igreja." Sempre que venho de um Retiro Famílias de Caná, eu faço espontaneamente uma oração semelhante, que se prolonga durante muito tempo, quase no meu inconsciente, e que me deixa uma paz profunda. Diz assim: "Senhor, não olheis aos meus pecados, mas à generosidade, à humildade, à alegria, à fé, à caridade de tantas pessoas que foram tocadas pelo teu dom das Famílias de Caná através do nosso pobre testemunho!" E tenciono fazer esta mesma oração no Dia do Juízo, quando estiver diante de Deus!
De facto, nos Retiros Famílias de Caná damos o nosso testemunho familiar da forma como Deus pode transformar a vida, e damo-lo de modos diversos: pela palavra, pelo ilusionismo do Francisco, pela música, pelos jogos, pela partilha do alimento, pela conversa individual ao longo do dia, pelo acolhimento. Mas o que recebemos é sempre muito mais, e não o digo por dizer - digo-o com plena convicção. Neste retiro, como já aconteceu nos anteriores, conhecemos pessoas fantásticas, escutámos partilhas muito bonitas, e contemplámos a ação de Deus nas vidas dos seus amigos.
...Na vida da Rita, da Isabel e da Vera, por exemplo, que deram tudo o que tinham para que as crianças tivessem um dia magnífico, cheio de profundidade e de muita alegria. Quando entraram no carro, ao fim do dia, o nossos filhos mais novos exclamaram quase em coro: "Adorei este retiro! Adorei todas as atividades! Queria ficar mais tempo!" E durante a viagem, foram falando dos jogos, das histórias, da forma profunda e significativa como a mensagem lhes foi oferecida.
...Na vida da Emília, a catequista de Lordelo que nos convidou para este retiro, e que tudo preparou com tanto cuidado, com tanta atenção ao pormenor. Neste retiro tive a honra de falar atrás de uma mesa cuidadosamente pensada, com uma Bíblia rodeada de velas e de flores brancas. Deus gosta do pormenor, como é fácil deduzir se contemplarmos por alguns instantes os desenhos nas asas das borboletas ou nas folhas das árvores, e por isso, o cuidado da Emília é um dom do Senhor. E não é o único dom que a Emília recebeu, como o provou a enorme panela de deliciosa feijoada à hora do almoço! Mas acima de tudo, a Emília tem o dom de congregar um grupo quase inteiro de catequese familiar para participar num retiro. Magnífico!
...Na vida do senhor padre José Manuel Ribeiro Pinto, sacerdote de Lordelo, que nos tocou pela forma como se centra no essencial, e não se dispersa nem deixa que o dispersem.
Pensando em todas estas pessoas e em todas as Famílias de Caná que desde o primeiro momento dão o seu tempo,o seu suor e a sua oração para que estes e outros encontros aconteçam, sinto o impulso de escrever como S. Paulo:
"Dou graças a Deus todas as vezes que me lembro de vós, fazendo sempre com alegria oração por vós em todas as minhas súplicas, pela vossa colaboração no Evangelho desde o primeiro dia até agora." (Fil 1, 3-5)
No centro dos Retiros Famílias de Caná, está naturalmente Jesus. A meia hora de adoração é o cume de tudo o que fazemos, e não a encurtamos nem a suspendemos por nada deste mundo. A igreja de Lordelo é linda, sobretudo a capela da adoração. Os vitrais, imensos, deixavam passar a luz e os raios de sol que de vez em quando brilhavam no céu encoberto. No momento sublime em que o sacerdote elevou o Santíssimo e nos abençoou, Deus permitiu que o sol entrasse a jorros na igreja e nos banhasse numa luz intensa, elevando os nossos corações para esse outro Sol que é Jesus. Foi lindo!
Deixo-vos as fotos do dia:
Chegámos a casa pelas oito horas da noite, mas ainda tivemos tempo para rezar no nosso Canto de Oração e agradecer o dia. Iluminando as trevas, estavam as velinhas que os meninos decoraram nos seus trabalhos e a vela central que decorava a mesa, no salão paroquial...
A todos os leitores do blogue, desejamos umas felizes 24 horas para o Senhor! Que durante o dia de hoje e de amanhã, os nossos pensamentos, os nossos sentimentos, o nosso tempo, a nossa vida sejam para o Senhor! Diante de Jesus-Eucaristia, Jesus entregue por nós, Jesus feito Pão, feito Sangue, feito Vida, a nossa oração seja fecunda!
Certamente todos vós tendes intenções fortes no coração pelas quais rezar. A essas, peço que acrescenteis uma oração especial pelas Famílias de Caná, que estão a crescer com a bênção de Deus e do nosso bispo de Aveiro, D. António Moiteiro. Peço especial oração pelo retiro de Lordelo, Guimarães, já no próximo domingo! As inscrições têm chegado em abundância e continuam a chegar, ao ponto de termos tido de reforçar a equipa que vai trabalhar com as crianças. Vai ser um dia muito belo... Rezemos por esta intenção!
Até segunda, se Deus quiser!
Sim, é isso mesmo: no dia 6 de março, domingo, a Família Power estará na paróquia de Lordelo, Guimarães, para mais um Retiro Famílias de Caná! Inscrevam-se aqui:
Programa e inscrições do retiro de Lordelo-Guimarães
Fomos desafiados a fazer este retiro por uma catequista muito dedicada, que com o seu entusiasmo tem atraído a Jesus as famílias de Lordelo em Catequese Familiar. Depois de participar no E-vangelizar no Porto, onde eu costumo dinamizar um workshop sobre catequese e oração familiares, a Emília convidou-me a ir à sua paróquia.
Iremos com muita alegria, e naturalmente que alargamos as inscrições a todas as famílias que nos seguem e que vivam perto. Sei que temos muitos leitores no Porto e em várias localidades no norte... Está na hora de participar no retiro! Venham com ou sem a família, venham com ou sem fé, venham de coração aberto e dispostos a um encontro profundo e sincero com Jesus. O resto é trabalho d'Ele!
Tragam uma merenda para partilharmos ao almoço e aos lanches, a Bíblia e o terço se tiverem, um bloco para tirar notas se acharem importante.
Para trabalhar com as crianças, ao longo de todo o dia, teremos a Aldeia de Caná da Rainha Santa Isabel, de Famalicão, e a família da Sónia e do Paulo, que fizeram o último retiro de Coimbra. São três famílias muito alegres, muito vivas e com uma fé profunda. Os vossos filhos ficam bem entregues! Quanto ao Niall, e como costume, ficará com os jovens participantes.
Já falta pouco para dia 6. Não hesitem! Inscrevam-se ainda hoje...
O Retiro em Coimbra foi das experiências mais belas que temos tido. Digo-o de coração cheio, e de coração profundamente grato pela partilha de vida com famílias verdadeiramente fantásticas. Deus nunca Se deixa vencer em generosidade, e dá-nos sempre muito, muito mais do que ousamos pedir...
Tinhamos oito famílias inscritas - três de Coimbra, duas do Porto, uma de Tomar, uma de Lisboa e outra de Cantanhede. Mas ao longo de todo o sábado, no meio da chuva torrencial que alagou o nosso país, cortou estradas, fechou barras, espalhou viroses e a todos encerrou nas suas casas, as desistências foram chegando. Ficámos com apenas cinco famílias.
- Achas que vale a pena continuar a pensar em fazer retiro? - Perguntava-me o Niall, quase à noite, quando a querida Lilian nos comunicou que estava de cama cheia de febre e, portanto, não podia ir.
- O quê? Desistir agora? Depois do trabalho todo que a Cláudia e o Cristóvão, o João e a Sónia têm tido? E como vais dizer aos teus filhos mais pequenos que já não vão brincar com os seus queridos amigos? Eles estão ansiosos por encontrar a Alice, a Leonor, a Madalena, o Gaspar, o António e o bebé Matias... Não, não podemos fazer uma desfeita dessas!
- Bem, então se não aparecer nenhuma família, ficamos nós e as famílias da Cláudia e da Sónia em amena cavaqueira de Caná.
- Assim é que se fala!
O domingo acordou cheio de chuva, e Coimbra encontrava-se no centro da tempestade. Onde nos iríamos nós meter? Mas as crianças acordaram felizes: era dia de retiro! Sorrimos um para o outro: a Sara nunca conheceu a vida sem retiros Famílias de Caná, e para ela, ir a um retiro é tão natural como ir à escola ou a casa da avó.
-Uum, que cheirinho! - Diziam os meninos, ao acordar. - Bifes panados?
- Sim, estamos a preparar o piquenique - Respondi, da cozinha. Eles riram:
- Piquenique com esta chuva toda? Vai ser divertido!
- Não se preocupem, porque vamos estar sempre dentro do Centro Paroquial. E lá não chove!
Mas durante a viagem choveu. E quando saímos do carro, em Coimbra, caía granizo... Nada que pudesse perturbar o sentimento de felicidade ao sermos acolhidos pelas duas Famílias de Caná com quem já partilhamos tão grande amizade. O Cristóvão, a Cláudia, o João e a Sónia tinham tudo preparado para um dia em cheio, e um abraço amigo para nos receber.
E num instante, o salão encheu-se com as cinco famílias que vieram. Ena, que grande festa! Pudemos finalmente conhecer ao vivo - porque virtualmente já nos conhecíamos e já nos tratávamos por amigos - a família da Sónia e do Tiago , com os seus três lindos filhos, e a família da Marta e do António. Já ouviram falar no projeto que este casal - divertidíssimo, alegre e transbordante de simplicidade - desenvolve? Chama-se datesCatólicos.org e promove o encontro entre pessoas católicas solteiras, que gostariam de encontrar o seu futuro marido ou mulher num ambiente católico. Um projeto bem adequado ao dia de S. Valentim!
Conhecemos também mais algumas famílias, que nos encantaram pela sua simplicidade e disposição de coração, revemos os nossos amigos de Tomar, que com a família da Olívia, dinamizam a Aldeia de S. João Batista, e fomos maravilhosamente acolhidos pelo senhor padre Carlos Pinho na sua paróquia. Quanta profundidade e quanto amor nas suas palavras e nos seus gestos! "Façam boa viagem para lá e para cá!" Disse-nos o senhor padre à despedida, com uma gargalhada simpática. Claro que voltaremos!
Deixo-vos as fotos do dia - o espaço acolhedor, os corações de S. Valentim (ou os nossos corações misericordiosos...) a sorrir e a fazer cara feia, acolhendo ou rejeitando o amor do Senhor, as brincadeiras dos mais novos e os trabalhos dos mais crescidos, a oração, o terço, a adoração, os ensinamentos, a magia, a música, a alegria... Deixo-vos as fotos mas o resto, o essencial, terão de imaginar. Ou, se quiserem, terão de vir experimentar um dia!
- Mamã, quando é o próximo retiro? - Perguntava uma simpática menina loira.
- Oh, temos de ir já embora? - Refilava um rapazinho.
- Só podemos ir embora quando eu encontrar as chaves do carro grande - Respondia eu, já aflita, depois de todo o salão varrido, lavado e arrumado, e do Niall ter carregado o nosso carro mais pequeno. - Niall, ajuda-me! Não encontro as chaves do carrro! - Começávamos a ficar bastante nervosos, os amigos reviraram novamente os caixotes e os restos dos piqueniques, quando o Niall decidiu ir procurar... ao próprio carro. E descobriu que eu deixara as chaves na ignição o dia inteiro
Nos testemunhos finais, antes da última oração, as famílias partilharam a sua perceção do dia e os seus sentimentos. Procurando encontrar uma frase que exprima o sentimento comum manifestado, ocorre-me esta passagem do Livro dos Atos dos Apóstolos:
"Os primeiros cristãos eram assíduos ao ensino dos Apóstolos, à união fraterna, à fração do pão e às orações. Perante os inumeráveis prodígios e milagres realizados pelos Apóstolos, o temor dominava todos os espíritos. Todos os crentes viviam unidos e possuíam tudo em comum..." (At 2, 42-44)
No próximo dia 14 de fevereiro, dia de S. Valentim, domingo, na paróquia de S. Martinho do Bispo, em Coimbra, teremos novo Retiro Famílias de Caná, para quem nunca viveu esta experiência (ou para quem a queira repetir, claro). Conhecem melhor maneira de festejar o S. Valentim? Falaremos de amor, de família, de casal, de namoro, de filhos, de Deus, de céu... Teremos tempo para rezar, para cantar, para dançar, para fazer festa. Que grande alegria! O programa e as inscrições (online, disponíveis através do programa) estão aqui:
Já sabem: nos nossos retiros, todos são bem vindos, sejam famílias ditas tradicionais ou não, venha a família completa ou apenas a mãe e um filho, ou o pai e uma filha, ou o casal sem filhos, ou o casal de namorados ainda longe de pensar em casamento... Basta que se sintam desafiados a aprofundar este mistério imenso da revelação de Deus na família, e tenham sonhos grandes!
Como sempre, todos estarão em evangelização, ou seja: enquanto eu faço os ensinamentos com os adultos, o Niall trabalhará com os jovens e outras famílias de Caná trabalharão com as crianças. Será um grande dia para todos!
Que precisam de trazer? Uma merenda para partilharmos à hora do almoço e durante alguns lanches ao longo do dia, um caderno e uma caneta se quiserem tirar apontamentos, a Bíblia e o terço se os tiverem, e um coração aberto, disponível e humilde, porque sem ele, não conseguimos encontrar o Senhor!
Inscrevam-se (saibam como e onde no programa do retiro) e venham estar connosco no dia 14! Será um belo dia de S. Valentim...
No sábado tivemos o nosso Retiro de Natal, em Fátima. Que dia tão cheio de bênçãos! Ainda estamos em clima de retiro nos nossos corações, depois de uma experiência tão forte da misericórdia do Senhor.
E forte porque começou logo de madrugada, com a perceção da sua imensa bondade, nos raios do sol nascente que atravessavam as nuvens ao longo da nossa viagem. Depois de tantos dias de chuva intensa, o sol brilhou para nós! Das trevas nasceu a Luz...
Apesar de muitas baixas de famílias inteiras neste retiro, sobretudo por causa dos vírus da época, estávamos cerca de quinze famílias no Centro Pastoral Paulo VI. Algumas destas famílias fizeram um esforço muito grande para ali estar, pois vinham com bebés muito pequeninos! A mais pequenina era, claro, a Lúcia, da querida Família Batista. E que bem que ela se portou o dia inteiro!
É sempre uma grande alegria ver chegar as famílias aos nossos encontros. Que saudades uns dos outros, durante os períodos mais ou menos longos em que apenas comunicamos por mail - ou por oração!
Com a pontualidade característica das Famílias de Caná, começámos o nosso retiro com oração cantada e dançada, cheios de alegria no Senhor. Rezámos o Shemá, consagrámo-nos a Nossa Senhora Auxiliadora, Mãe de Caná, e por fim, o David ajudou-me a orientar um mistério do Rosário.
Depois, enquanto as crianças saíam com o Niall e a Clarinha para brincar e falar de Jesus numa outra sala, eu fiz a meditação sobre a Misericórdia e o Natal, na sala S. João Paulo II. Os sorrisos abertos fizeram-me sentir que o Senhor estava connosco, também através desta meditação. A Palavra que Ele nos ofereceu ao longo de três quartos de hora foi verdadeiramente desafiante e cheia de esperança:
“Alarga o espaço da tua tenda sem olhar a despesas, estende sem medo as cortinas das tuas moradas, alonga as cordas, reforça as estacas, porque vais expandir-te para a direita e para a esquerda: a tua descendência conquistará as nações e povoará as cidades abandonadas.” (Is 54, 1-3)
Seguiu-se a missa na Basílica da Santíssima Trindade, onde o nosso encontro foi referido, no início, como tratando-se do Encontro Nacional das Famílias de Caná. Na verdade, podemos ser poucas famílias, mas já somos de âmbito nacional... E se continuarmos a alargar o espaço da nossa "tenda", a "reforçar as estacas", a "estender as lonas", em breve conquistaremos o mundo para Deus.
Que alegria, passar pela Porta Santa!
O almoço foi partilhado em grande festa, e durante o tempo livre do início da tarde, muitos tiveram ocasião de se confessar. Depois demos início à Via Stellae, a nossa meditação natalícia, pelo Caminho dos Pastorinhos. O céu ameaçava chuva, pelo que fizemos o caminho com passo rápido e sem demoras. Mas o Senhor segurou as nuvens com a sua mão poderosa, não permitindo senão algumas gotas de chuva de vez em quando!
Como a Cláudia tinha esquecido o carrinho da Alice em casa, decidimos que a Sara faria o caminho a pé e cederia o seu carrinho à amiga, bem mais pequenina. Para nossa grande surpresa, a Sara percorreu o caminho inteiro a pé, como gente grande. Um grande "viva" à Sara!
As crianças fizeram a sua caminhada quase por inteiro no meio das flores, que brotavam abundantes nas ervas dos campos em redor. Felizes, colhiam flores que iam oferecendo aos pais e uns aos outros.
Em cada estação, ajoelhámos, guardámos uns momentos de silêncio e meditámos no texto que vos tinha proposto. Depois, sempre em clima de oração e silêncio, continuávamos o nosso caminho até à estação seguinte.
Ouvido de passagem:
- Coitado de Jesus aqui nesta estação! Vou dar-lhe as minhas flores!
E a Lúcia depositou o seu ramo aos pés de Jesus, caído sob o peso da cruz.
- Os pastorinhos faziam este caminho todos os dias?
- Sim, todos os dias! Sem estrada marcada, claro, sempre pelos montes...
- E sem sapatos também...
- Ah...
Alguns bebés foram carregados ao colo, outros às costas, e outra ainda, muito pequenina, teve de voltar atrás porque precisava de mamar e a chuva miudinha dificultava a operação ali, em plena Via Sacra. Mas que sentido teria uma Via Sacra - uma Via da Estrela - sem algum sofrimento? Amor rima sempre, sempre com dor. No Natal também.
Finalmente chegámos ao Calvário Húngaro, onde terminámos a nossa caminhada. A chuva cá fora empurrou-nos para dentro da capela, e como não estava lá mais ninguém, pudémos cantar e rezar em voz alta, agradecendo ao Senhor, ali presente entre nós no Santíssimo Sacramento, o dom deste dia.
A Via Stellae terminou. Chegou o tempo de brincar! De um momento para o outro, a chuva parou, o sol brilhou, e as crianças puderam correr de novo, felizes, brincando na Loca do Anjo e junto das casas dos pastorinhos, que visitámos por fim.
Quantas lições de humildade e simplicidade, nestas casas pequeninas e pobres!
Tal como no ano passado, também neste retiro terminámos o nosso encontro junto ao poço da casa da Lúcia. Algumas famílias já tinham ido embora, mas ainda tínhamos crianças suficientes para cobrir o poço de canções...
A Sara recuperou o seu carrinho de passeio para um muito merecido descanso e uma bolacha:
"Alarga o espaço da tua tenda", foi-nos dizendo o Senhor ao longo de todo o dia. E nós alargámos... E o milagre da alegria, da paz, da esperança aconteceu!
Ámen.
É com imensa alegria que convidamos todos os leitores deste blogue e todas as Famílias de Caná a virem fazer connosco o Retiro de Natal, no próximo dia 2 de janeiro, sábado, em Fátima! Aqui fica o programa: Programa Retiro Natal 2016
Para podermos decidir qual o tamanho da sala do Centro Paulo VI que reservaremos (gostaríamos que fosse o auditório principal...), pedíamo-vos uma breve inscrição online, aqui.
O almoço é livre, podendo quem quiser trazer merenda ou ir a um dos muitos restaurantes em Fátima. Nós levaremos a nossa merenda habitual. Durante a tarde percorreremos o Caminho dos Pastorinhos, meditando nos mistérios do Natal. Servir-nos-á de meditação o mesmo texto do ano passado, que deverão descarregar e levar convosco: Via Stellae
Como todos os nossos retiros, também este é aberto a todos, bebés, crianças, jovens, adultos. Venham, e aproveitem a ocasião para fazer uma obra de misericórdia espiritual - dar bom conselho - convidando uma família amiga a vir também!
Neste Ano Santo, neste grande Jubileu da Misericórdia, o Santo Padre convida-nos a todos a fazer uma peregrinação a uma das Portas Santas, abrindo o coração à grande indulgência de Deus, ao Grande Perdão. Na Bula de Proclamação do Jubileu, o Santo Padre diz assim: "A peregrinação é um sinal peculiar no Ano Santo, enquanto ícone do caminho que cada pessoa realiza na sua existência. Também para chegar à Porta Santa, cada pessoa deverá fazer, segundo as próprias forças, uma peregrinação. Esta será sinal de que a própria misericórdia é uma meta a alcançar que exige empenho e sacrifício. Ao atravessar a Porta Santa, deixar-nos-emos abraçar pela misericórdia de Deus e comprometer-nos-emos a ser misericordiosos com os outros como o Pai o é connosco."
Depois, na Carta sobre as Indulgências deste ano santo, o Santo Padre especifica: "Espero que a indulgência jubilar chegue a cada um como uma experiência genuína da misericórdia de Deus, a qual vai ao encontro de todos com o rosto do Pai que acolhe e perdoa, esquecendo completamente o pecado cometido. Para viver e obter a indulgência os fiéis são chamados a realizar uma breve peregrinação rumo à Porta Santa, como sinal do profundo desejo de verdadeira conversão. É importante que este momento esteja unido, em primeiro lugar, ao Sacramento da Reconciliação e à celebração da santa Eucaristia com uma reflexão sobre a misericórdia. Será necessário acompanhar estas celebrações com a profissão de fé e com a oração por mim e pelas intenções que trago no coração para o bem da Igreja e do mundo inteiro."
Em Fátima, a Porta Santa foi aberta ontem, dia 8, ao mesmo tempo que o Santo Padre abria a Porta Santa na Basílica de S. Pedro. Assim, ao longo de todo este ano santo, a Porta de S. Tomé - o Apóstolo do Evangelho proclamado no Domingo da Misericórdia - na Basílica da Santíssima Trindade estará aberta para nos acolher nos braços do Pai, oferecendo-nos gratuitamente, por pura misericórdia, a grande indulgência.
Façamos então a nossa peregrinação a esta Porta Santa, entregando-nos ao abraço do Pai! Teremos tempo para confissões, para um ensinamento sobre a Misericórdia, para a Eucaristia, para a meditação na Via da Estrela, a "Via Sacra do Natal", e por fim, para grande e alegre brincadeira, visitando as casas dos pastorinhos e saltitando nos seus montes.
O ano jubilar é uma oportunidade na vida que não podemos desperdiçar! Diz-nos o Senhor, com palavras que ecoam desde os tempos antigos, na Lei de Moisés:
"No dia do grande Perdão, fareis ressoar o som da trombeta através de toda a vossa terra. Este será para vós um jubileu!" (Lv 25, 9-10)
Que o som da trombeta a todos nos reuna, preparando desde já a reunião definitiva, um dia, em casa do Pai. Ámen!
O Retiro Diocesano das Famílias, em Castelo Branco, terminou com a eucaristia presidida pelo senhor bispo D. Antonino. Durante o ofertório, os jovens e as crianças ofereceram ao Senhor o seu trabalho do dia inteiro: a Árvore de Jessé, artisticamente decorada com luzes, sinos e bolas, como convém a qualquer Árvore de Natal, e ricamente vestida da Palavra de Deus através dos símbolos de Jessé.
Ali, no retiro, a Árvore de Jessé foi feita num único dia. O Niall contou história após história, que intercalou com divertidos jogos, e os meninos foram procurando os símbolos correspondentes às histórias. Nas nossas casas, esta atividade deve demorar o Advento inteiro, como expliquei no ano passado, neste post. Querem experimentar?
Dizem os Evangelhos que Jesus é descendente do Rei David. As histórias do Rei David - cheias de dramatismo e suspense como convém a qualquer rei - estão narradas no Primeiro e no Segundo Livro de Samuel. Aí ficamos também a saber que David era filho de Jessé. Mais tarde, Isaías profetizará:
"Brotará um rebento do tronco de Jessé, e das suas raízes, um ramo surgirá." (Is 11, 1)
Se quisermos, pois, fazer a árvore genealógica de Jesus, teremos de ir até Jessé, pai de David. Mas Jesus não descende apenas de Jessé: Jesus é verdadeiramente o Filho do Homem, prometido por Deus desde o início da humanidade, no Jardim do Éden, como o Redentor do género humano. Assim, se quisermos traçar a árvore genealógica de Jesus, precisamos de fazer como Lucas no início do seu Evangelho, e subir até Adão.
Então tomemos a Bíblia nas mãos e comecemos! A cada dia do advento, tomemos uma história bíblica, começando no Génesis, passando pelo Êxodo, juízes, profetas, reis, até chegar à história do Natal. E por cada história, penduremos na Árvore de Natal uma imagem, até a revestirmos por inteiro da Palavra! Os símbolos, fui buscá-los a este post num blogue americano; as passagens bíblicas correspondentes podem ser encontradas neste PDF: Árvore de Jessé
No advento passado, a aventura foi magnífica. Domingo iniciaremos a aventura deste advento! Que o Senhor a todos abençoe, para que também nós, descendentes de Adão, sejamos descendentes de Jesus, unidos na única família dos Filhos de Deus. Ámen!
- Viva, hoje é dia de retiro!
Foi com o entusiasmo do costume que os meninos entraram nos carros, domingo de madrugada. Às nove e meia da manhã deveríamos estar no seminário de Alcains, perto de Castelo Branco, para orientar o Retiro Diocesano das Famílias. E para os meus filhos, "retiro" é sinónimo de festa, amigos velhos e amigos novos, boa comida e muita, muita alegria.
- Tu viveste em Castelo Branco, não foi, mamã?
- Sim, vivi em Castelo Branco até entrar na universidade. Depois a vida deu muitas voltas... O meu papá morreu, a minha mãe regressou à sua terra natal, Aveiro. Desde então, talvez não tenha ido a Castelo Branco mais do que duas ou três vezes.
- E tu gostavas de Castelo Branco?
- Adorava! Adorava mesmo... O céu muito azul, as ruas brancas, o frio e o calor, os amigos, e sobretudo, a minha casa onde cresci com tanto amor... Tudo me deixou saudades!
A viagem foi feita sempre no limite superior de velocidade, e ao passarmos ao largo de Castelo Branco mal tive tempo de apontar para o castelo, os prédios, os campos, as recordações de infância e juventude que deslizavam, velozes, à beira da estrada. Por fim, o seminário de Alcains e um belíssimo grupo de quase cem pessoas à nossa espera. Que alegria!
O retiro foi magnificamente preparado pela equipa da pastoral familiar, que nos presenteou com espaços bem organizados, lanches deliciosos e um belo almoço. Como sinal visível do Evangelho, e muito ao jeito do Papa Francisco, o almoço foi servido pelos dois sacerdotes que acompanharam o retiro. Bonito testemunho de caridade!
Começámos o retiro por nos apresentar enquanto família. A Sara adorou o momento, claro!
Depois, todos juntos louvámos o Senhor com cânticos e danças, e meditámos nos mistérios do Rosário.
Durante o dia, fiz três ensinamentos sobre a caminhada familiar que o Advento nos propõe. Enquanto isso, o Niall deveria estar a trabalhar com os jovens, enquanto outra pessoa deveria estar a trabalhar com as crianças. Por motivos desconhecidos dos próprios organizadores do retiro, essa pessoa nunca apareceu.
- Vou ficar sozinho com trinta crianças e jovens, entre os três e os dezassete anos? - O Niall olhava para mim com os olhos muito grandes. Sim, era mesmo isso que estava a acontecer!
Enquanto eu fazia os ensinamentos, na sala ao lado a animação era completa. Podíamos perceber risos, cantos, brincadeiras e muitas gargalhadas. Eu sorria para mim mesma: o Senhor não tinha abandonado o Niall na sua tarefa de evangelização! De facto, nos intervalos, eu fui testemunha do entusiasmo dos mais novos que, transbordando felicidade, corriam para junto do Niall:
- Niall, quando é o próximo jogo?
- Niall, qual é a próxima história?
- Para estes retiros podes trazer-me sempre, mãe! - Dizia uma jovem de dezasseis anos que tinha pensado ficar apenas durante a manhã e acabou por ficar o dia inteiro.
As fotografias falam por si:
- Niall, como conseguiste agradar a crianças e a jovens ao mesmo tempo? - Perguntei, por fim, completamente maravilhada com este dom que o Senhor lhe deu. Ele encolheu os ombros:
- O Francisco e a Clarinha ajudaram-me imenso. Dei-lhes várias tarefas para realizar como animadores, e cumpriram-nas na perfeição. Além disso, todos os meninos eram educados e estavam ali de coração aberto, prontos para escutar, trabalhar e brincar. E claro, a obra é do Senhor, que tomou conta da situação!
(Fica prometido para amanhã um post sobre o conteúdo catequético do trabalho do Niall neste dia...)
O dia estava a chegar ao fim. Faltava o momento mais importante: a Eucaristia. E de repente, surpresa das surpresas: o senhor bispo D. Antonino, bispo da diocese de Portalegre e Castelo Branco, estava diante de nós, pronto para presidir. Que grande alegria! Na homilia falou-nos dos desafios nascidos no sínodo dos bispos sobre a família, segundo o que ele próprio viveu enquanto participante. Que bela prenda o Senhor nos fez!
- Vamos embora de coração cheio - Diziam as famílias, despedindo-se.
Eu pensei nos pastores que visitaram o Menino no Presépio de Belém:
"Depois de terem visto, começaram a divulgar o que lhes tinham dito a respeito daquele menino. Todos os que ouviram se admiravam do que lhes diziam os pastores. E os pastores voltavam, glorificando e louvando a Deus por tudo o que tinham visto e ouvido."
(Lc 1, 17-20)
Depois pousei os meus olhos na imagem de Cristo Rei, que presidiu ao nosso encontro, neste dia soleníssimo de Cristo, Rei do Universo. E rezei para que sejamos sempre testemunhas deste reinado de amor, correndo apressadamente, como os pastores, entre o presépio e a nossa vida de todos os dias...