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Somos uma família católica, abençoada com seis filhos na Terra e um no Céu. Procuramos viver a fé com simplicidade e generosidade. Queremos partilhar com outras famílias a alegria de sermos Igreja Doméstica na grande família da Igreja Católica.
Neste fim-de-semana, como tínhamos anunciado, participámos numa verdadeira maratona de evangelização. A catequese arrancou em grande força, com imensas crianças a chegar e muita alegria; reunimos de novo a Aldeia de Caná de Mogofores, para rezarmos juntos e adorarmos o Senhor; e finalmente, no domingo à tarde, fomos dar testemunho de vida familiar católica no Centro Paroquial de Meadela, diocese de Viana do Castelo. Gostava tanto de ter muitas, muitas fotografias de cada um destes momentos para vos mostrar! A falta absoluta de fotos é, contudo, sinal de que estivemos demasiado ocupados para as tirar. Acreditem! Especialmente no domingo!
Domingo, uma hora da tarde. Cheios de pressa, entramos no carro - nos dois carros - para rumar a Meadela.
- Vamos passear, mãe?
- Vai ser giro? Que aventura vamos ter?
- Onde é o passeio?
As crianças estão animadíssimas. Hesito na minha resposta. Eis o grande desafio que nos é feito neste momento: transformar uma viagem cansativa - duas horas para lá, outras duas para cá, uma hora e meia de trabalho de evangelização num centro paroquial - numa grande aventura, capaz de proporcionar alegria à família completa.
Estou tentada a responder: Meninos, não se entusiasmem demasiado, porque a viagem é longa, e quando chegarmos a Meadela não vai acontecer nada de especial para vocês!
Mas não vou responder assim. Nos meus ouvidos ressoam ainda as Palavras do Evangelho desta manhã:
"Quem deixar irmãos, irmãs, pai, mãe, mulher, casa, filhos ou terras por minha causa, receberá cem vezes mais, já neste mundo, em irmãos, irmãs, mães, casas, filhos e terras, juntamente com perseguições; e no mundo futuro, a vida eterna!" (Mc 10, 29-30)
Se há desafio que me alicie na vida, é o de verificar, em cada dia, a verdade do Evangelho. Agora é hora de experimentar, numa tarde chuvosa de domingo, a recompensa já nesta vida de deixarmos tudo para anunciar o Senhor!
Entramos no carro, e a viagem começa. Lá fora, a chuva miudinha não pára de cair.
- Ah, adoro estar dentro do carro quentinho quando chove lá fora! - Diz a Clarinha.
- Eu também!
- E eu! É tão reconfortante! Adoro viagens com chuva!
Estamos a começar bem, penso para comigo, enquanto pisco interiormente um olho a Jesus. São horas de rezar o terço, aproveitando para recontar a história do Evangelho da missa desta manhã, que talvez já não esteja bem lembrada.
Uma hora mais tarde, gritos de entusiasmo:
- Olha, é o Porto! A ponte, vejam a ponte!
- Estão a ver o comboio naquela ponte ao longe? Eu atravessei-a de bicicleta a caminho de Santiago!
- Foi, Frankie? Ena, que sorte!
- Já viram como os raios de sol querem romper as nuvens e secar a chuva? E a ponte tão bonita por baixo...
- Ah...
- Mamã, contas outra história?
- OK, alguma sugestão?
- A do general que tinha lepra!
- Sim, chamava-se Naamã. É tão gira!
Viajo mentalmente até ao tempo do profeta Eliseu, à casa do general que tinha a sorte de ter uma criada judia. Os meninos escutam cheios de atenção. Depois, sonhadores, conversam sobre muitas coisas, cantam e fazem jogos de palavras e de números uns com os outros.
Uma hora mais tarde:
- Olha, agora é a ponte do rio Lima! Que linda!
- Ena, temos tanta sorte em fazer este passeio!
Volto a piscar o olho a Jesus, divertida. E chegamos a Meadela! Saímos do carro sob a chuva miudinha e entramos numa magnífica igreja vazia. Bem, vazia não, porque a luz junto do sacrário indica a Presença omnipotente do Senhor Jesus.
- Meninos, vamos rezar a nossa consagração! - Diz o Niall, ajoelhando. Rezamos com ele. Entretanto, chega a nossa anfitriã, a Madalena, que nos leva até ao Centro Paroquial.
- Parece que ainda não chegou muita gente - Diz-nos, um pouco envergonhada, olhando as cadeiras vazias.
- Ainda não está na hora! - Conforto-a. Quem não precisa de conforto algum são os meus filhos: o Francisco está ocupadíssimo a montar o espetáculo de ilusionismo para os pequenos, e a Clarinha ajuda-o; os outros quatro correm e saltam no salão, divertidíssimos a subir e descer escadas, a saltar do estrado para o chão, a vasculhar as salas de catequese e a experimentar os microfones.
- Meninos, todos aqui! Vamos começar! - Chamo, minutos mais tarde, quando o salão está suficientemente cheio. Subimos para o palco, e de microfone na mão, todos nos apresentamos à vez, começando pela Sara. Muito séria, ela enche o peito de ar como quem se prepara para soltar uma frase muito comprida, e diz de um só fôlego: "Sara". Rimo-nos todos!
Depois de cantarmos e rezarmos juntos ao Senhor, os mais novos acompanham o Francisco, enquanto o Niall e eu damos o nosso testemunho. Um momento muito bonito e muito participado.
Finalmente, o encontro termina. Todos nos querem cumprimentar, dar uma palavra, partilhar uma confidência, encorajar. Sentimo-nos muito acolhidos e fazemos planos para, um dia, ali voltarmos com um retiro completo.
A Madalena chama-nos a uma salinha junto do grande salão, onde um magnífico lanche nos espera. Ena, há bolinhos, pão, bolachas, leite com chocolate... Sentamo-nos em roda, com o senhor padre, e comemos de tudo, muito satisfeitos.
- Ah, este lanche é mesmo bom! - Dizem todos, com a boca bem cheia. Não apetece partir...
Mas são horas de regressar. No carro, sob a chuva a cair, enquanto a noite se acende à nossa volta, vamos conversando.
- Quem gostou desta tarde? - Pergunto.
- Eu!
- Eu!
- Eu!
Parece que todos gostaram.
- A magia correu mesmo bem - Diz o Francisco, satisfeito. - Os meninos eram muito bem comportados e estavam muito atentos.
- Eu adorei escutar-te - Diz-me a Clarinha, como de costume.
- E os mais pequenos, do que é que gostaram mais?
- Das cortinas!
- As cortinas, António? Porquê?
- Carregava-se num botão e elas abriam e fechavam no palco. O senhor padre deixou-me carregar um bocadinho!
- E eu gostei de saltar do palco para o chão!
- E eu, de dizer o meu nome ao microfone!
- Do lanche!
- Sim, do lanche!
- Do lanche!
- Então valeu a pena uma viagem tão grande?
- Ah, claro que valeu!
- Obrigada, mãe, foi mesmo bom vir a Meadela!
- Adorei!
- Quando eu contar aos meus amigos do botão das cortinas... Acho que eles não vão acreditar!
Enquanto o carro se enche de gargalhadas, canções e muito barulho, eu agradeço interiormente ao Senhor por, mais uma vez, cumprir a sua Palavra na nossa vida. A tarde foi longa, oferecida, entregue, mas a recompensa foi uma reconfortante sensação de bem-estar, toda ela feita de coisas tão simples como um copo de leite com chocolate, uma brincadeira nas escadas, uma cortina a abrir, uma ponte sobre o Lima, um comboio sobre o Douro, uma história da Bíblia, um raio de sol a romper as nuvens...
Férias é tempo de brincadeira. Na montanha, não fizemos nós outra coisa!
Conhecem o Barco dos Piratas da Terra do Nunca?
- Eu sou o Barrica! - Apressava-se a gritar a Sara, entusiasmadíssima. E olhem que nenhum caiu lá de cima!
Numa das idas do pai ao hipermercado, a vinte minutos da nossa casa, os meninos receberam um presente magnífico: bolas de sabão! Vejam só o que acontece quando se espalham bolas de sabão no céu, na terra e na água... Quanta beleza!
Perto da nossa casa de férias encontrámos uma fantástica casinha numa árvore. Teria pertencido a alguma criança no passado? Hoje, apenas quatro crianças habitam na aldeia durante o ano inteiro...
Numa das suas expedições, os meninos descobriram que podiam brincar no socalco por cima da casa, ou seja... no telhado:
E noutro dia descobriram o galinheiro com a vista mais bela do mundo:
Numa das nossas manhãs na barragem, o Francisco utilizou o seu canivete e a sua imaginação e construiu esta deliciosa canoa em miniatura:
Por fim, junto ao rio havia todo o tipo de objetos curiosos, pertencentes a uma casinha abandonada, e que serviram para grandes brincadeiras:
Um fim de tarde, o dono do galinheiro passou por nós e ofereceu-nos um saquinho com todos os ovos do dia. Ficámos encantados, e entabulámos uma agradável conversa. Mas houve uma frase deste simpático senhor que me chocou. Dizia eu:
- Que bonito que isto é! A serra, a fonte, os animais, tudo tão bonito!
Ao que ele comentou:
- Bonito? Isto? Não há nada bonito aqui! Nada bonito aqui!
E enquanto se afastava, continuava a murmurar, abanando a cabeça:
- Não há nada bonito aqui!
Fiquei em silêncio. Claro que percebi a mensagem: o que para mim são férias e lazer, para ele é trabalho e suor. Mas onde terá ele deixado a pureza de olhar que nos permite transformar um palheiro abandonado num barco de piratas? Quando terá ele crescido assim tanto?
Senhor, dá-me um coração de criança, capaz de se alegrar com as coisas simples que me ofereces! Ensina-me a amar a minha rotina, a minha realidade, sem reclamar, e a perder tempo com uma bola de sabão a fluturar nas águas de um rio...
"Deixai vir a Mim as criancinhas, não as impeçais, porque dos que são como elas é o Reino dos Céus!" (Mt 19, 13-15)
Ámen!
- Mãe, já viste como são bonitas as flores da montanha?
- Sim, António, são maravilhosas... E já reparaste que não precisam de quase nada para viverem?
- Pois é! Elas nascem nas pedras!
- Basta-lhes um espacinho entre as rochas, um bocadinho de terra, umas gotinhas de chuva aqui e ali, e olha que bonitas ficam!
Na Laudato Si - Louvado Sejas - , a nova encíclica do Papa Francisco, o Papa escreveu (nº222):
"É importante adotar um antigo ensinamento, presente em distintas tradições religiosas e também na Bíblia. Trata-se da convicção de que «quanto menos, tanto mais». Com efeito, a acumulação constante de possibilidades para consumir distrai o coração e impede de dar o devido apreço a cada coisa e a cada momento. Pelo contrário, tornar-se serenamente presente diante de cada realidade, por mais pequena que seja, abre-nos muitas mais possibilidades de compreensão e realização pessoal. A espiritualidade cristã propõe um crescimento na sobriedade e uma capacidade de se alegrar com pouco. É um regresso à simplicidade que nos permite parar a saborear as pequenas coisas, agradecer as possibilidades que a vida oferece sem nos apegarmos ao que temos nem entristecermos por aquilo que não possuímos. Isto exige evitar a dinâmica do domínio e da mera acumulação de prazeres."
Deixem-me sublinhar esta frase: "sem nos apegarmos ao que temos nem entristecermos por aquilo que não possuímos."
A vida é tão simples, e nós complicamo-la tanto! Um pedacinho de terra, um espacinho entre duas pedras, umas gotinhas de chuva...
"Olhai os lírios do campo: não fiam nem tecem, e nem Salomão, com toda a sua magnificência, se vestiu como um deles. Se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã será lançada ao fogo, como não fará muito mais por vós, homens de pouca fé? Não vos preocupeis..." (Mt 6, 28-31)
Encontrar alegria nas pequenas coisas, saborear cada detalhe que nos é concedido viver, descobrir o trigo no meio do joio, brincar à chuva e ao sol, não invejar os bens alheios, não nos apegarmos aos nossos, e sobretudo, recusar o queixume - eis o segredo da verdadeira felicidade!
Ah, e se quiserem ir mais longe e encontrar magia na montanha, escondida nas fontes e crescendo nas rochas, visitem o canal de magia do Francisco... Divirtam-se e mostrem aos vossos filhos. Há lá muito para descobrir!
Pequenos gestos de amor, em férias, quando para além dos filhos também se têm três sobrinhos pequeninos em casa:
Apanhar as peças todas do "quatro em linha", espalhadas no tapete da sala.
Apanhar as molas da roupa espalhadas pela relva, para depois pendurar roupa capaz de encher um estendal inteiro.
Fazer novamente uma panela de doze litros de sopa, apesar de ontem também ter feito uma panela de doze litros de sopa, e sabendo que amanhã voltarei a ter de fazer uma panela de doze litros de sopa.
Apanhar lenços de papel sujos do chão da cozinha, do chão do quarto, do chão da sala, do chão do quarto de banho, da garagem e do jardim.
Procurar o par da meia em falta, no meio de um alguidar com cerca de trezentas meias diferentes.
Tirar as botas à Sara para limpar o cocó de cão agarrado à sola - e fazer isto três vezes no mesmo dia, sempre sem refilar.
Vestir casaco, cachecol e gorro aos meus sobrinhos para irem lá fora brincar, ainda não ter acabado de vestir o último, e já ter de despir o primeiro, que entretanto mudou de ideias.
Começar a fazer o jantar quando se acaba de lavar a louça do almoço.
Competir com o Niall para ver quem limpa mais rabos num dia.
Fazer uma horinha de sauna (de graça!) enquanto se vigiam ou dão banhos atrás de banhos.
...
Afinal, Deus dá-me tantas ocasiões de amar, durante as vinte e quatro horas de cada dia! Só preciso de estar atenta. Porque só o amor será recompensado!
Tenho um livrinho precioso, que para mim é uma escola de santidade. Chama-se "O Manuscrito do Purgatório" (vejam na net em que consiste...). Na página 66 diz assim:
"O bom Deus olha menos às grandes acções, aos actos heróicos, que às acções simples, aos pequenos sacrifícios feitos por amor. Por vezes um pequeno sacrifício, que só Deus e a alma conhecem, é mais meritório que outro grande que tenha sido aplaudido."
Que alegria, saber isto!
"O amor jamais passará. As profecias terão o seu fim, o dom das línguas terminará e a ciência vai ser inútil..." (1Cor 13, 8)
Nos primeiros dias depois das férias escolares, passo quase todo o tempo "livre" que tenho a arrumar a desarrumação que eles causaram cá em casa. A esta tarefa já por si bastante aborrecida, junta-se a necessidade de trocar a roupa de inverno pela roupa de verão, se bem que este ano ainda não seja uma tarefa tão urgente quanto desejável. Foi no meio desta minha azáfama que o Niall e eu nos cruzámos no corredor, eu com os braços cheios de roupa, ele com os braços cheios de brinquedos, e ficámos alguns minutos a conversar. Ter seis filhos tem-nos ensinado muita coisa, e uma das mais importantes é a aproveitar qualquer meio minuto para conversar. É que a soma de todos estes meios minutos traduz-se numa intimidade cada vez mais profunda entre nós, e naturalmente, na maioria dos tópicos destes posts. Sim, embora seja eu a "escritora", a reflexão é sempre conjunta e feita aos bocadinhos soltos durante o dia!
Voltemos então à nossa conversa:
- Devias ter visto a fotografia do interior de uma casa que encontrei num blog! Tudo tão arrumado, tudo tão moderno! E eu aqui, com os bolsos cheios de lixo...
O Niall riu-se:
- Ai sim? E tu devias ter ouvido um grupo de pessoas que encontrei, a falar das noites fabulosas que passaram a dançar durante as férias!
Rimo-nos juntos. À noite, depois de todos se deitarem, continuámos a conversar:
- Sabes, um dos problemas da nossa sociedade é a crença de que, para sermos modernos e felizes, temos de ser pais e mães bem vestidos, com casas de capa de revista, com vida social digna dos VIP, e com uma profissão de sucesso. Quanta frustração as revistas e os programas de televisão criam nas pessoas!
- Uma das grandes maravilhas de se ser cristão é aprendermos a valorizar o que realmente importa - continuei. - No limiar da vida, seremos julgados pelo amor.
- Claro! Deus não vai perguntar: "De que tamanho era a tua casa?" Mas sim: "Quantos acolheste lá dentro?"
- Nem vai perguntar: "Realizaste-te? Tiveste sucesso? Tornaste-te famoso?" Mas antes: "Aprendeste a esquecer os teus projectos pessoais para valorizar os da tua mulher, do teu marido, dos teus filhos?"
- Deus não perguntará: "Compraste roupas bonitas e caras? Andaste sempre bem vestido? Perdeste tempo com o supérfluo, a televisão, a moda, as compras, o mundo?" Mas antes: "Ofereceste-Me o teu tempo servindo os outros?"
- Deus não perguntará: "Descansaste muito nas férias?" Mas perguntará de certeza: "Encontraste tempo para Mim nas férias?"
- Tudo aquilo que o mundo valoriza, não tem valor nenhum para Deus... Tudo aquilo que para nós parece importante - títulos académicos, lugares sociais, bens e aparências - não valem absolutamente nada na eternidade! Diz o Senhor:
"Os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, os vossos caminhos não são os meus caminhos - oráculo do Senhor! Tanto quanto os céus estão acima da terra, assim os meus caminhos são mais altos que os vossos, e os meus pensamentos, mais altos que os vossos pensamentos." (Is 55, 6.8-9)
- Sim, mas o mais giro é que, com a prática, começamos a encontrar verdadeiro prazer nos caminhos de Deus, e deixamos de achar graça áquilo que antes valorizávamos tanto!
- Deus quer que amemos a vida de verdade e tenhamos gosto nela. Por isso, quando O procuramos a sério, Ele ajuda-nos a desejar o que nos quer dar.
- E faz-nos perder o interesse no que não serve para a nossa santificação... É por isso que os santos são sempre tão felizes!
- Lembras-te de como tu gostavas de ver telenovelas?
- Lembro. E hoje, seria incapaz de as ver! Ninguém mo proíbe, mas deixei de sentir prazer nisso. E descobri que me dá imenso prazer estar simplesmente aqui, agora, a conversar contigo; ou lá fora a empurrar a Sara no baloiço, por muito monótono que isso seja! Acho que é isto a felicidade.
- Pois é. Já reparaste que somos mais felizes quanto menos procuramos a nossa própria felicidade? Quando procuramos simplesmente o amor? Afinal, a grande mensagem da Páscoa é esta:
"Aquele que conservar a vida para si, há-de perdê-la; aquele que perder a sua vida por causa de Mim, há-de salvá-la." (Mt 10, 39)
Ficámos em silêncio um bom bocado, já deitados. No silêncio, saboreámos este dom gratuito do amor de Deus, a felicidade que Ele dá de graça a quem Lhe entrega a vida...
(... e na nossa macieira, as flores continuam a brotar...)
Alegria.
Porque a gripe aliviou o suficiente para se poder ir ao carnaval da escolinha, mesmo se apenas durante a manhã.
Porque a madrinha da Lúcia pegou em três sacos do lixo, em papéis velhos, em agulhas e linhas, e confeccionou três fatinhos de Carnaval.
Porque não é preciso ir aos "hipers" e aos "shoppings" para se encontrar um fatinho de carnaval.
Porque não é preciso gastar dinheiro para nos divertirmos.
Porque não são precisos locais diferentes, actividades excitantes, objectos especiais, viagens caras, roupas modernas, para darmos uma boa gargalhada.
Porque são as pequenas coisas que nos fazem felizes.
Porque a simplicidade é um dos nomes da felicidade.