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Go light your world

por Teresa Power, em 11.04.16

Escrito pela Clarinha:

 

Assim que soube que o colégio estava a organizar um "... got talent", decidi que queria fazer uma dança com a Lúcia. Havia uma condição para participar: todas as atuações tinham de estar relacionadas com o tema do colégio: "Olha o teu mundo de novo." Eu queria também relacionar a nossa atuação com o Ano Santo da Misericórdia.

Começámos, então, cá em casa a procurar uma música cristã que satisfizesse estas condições e, depois de muito procurar, encontrámos a música perfeita: "Go light your world".

Coreografei a dança tendo em conta a mensagem que nós queríamos transmitir. É preciso iluminar o mundo com os nossos gestos misericordiosos, de forma que as qualidades e defeitos de todos sejam vistos de outra forma. Diz Jesus:

 

"Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada sobre um monte, nem se acende a candeia para a colocar debaixo do alqueire, mas sim em cima do candelabro, e assim alumia a todos os que estão em casa. Assim brilhe a vossa luz diante dos homens, de modo que, vendo as vossas boas obras, glorifiquem o vosso Pai, que está no Céu." (Mt 5, 14-16)

 

Deixo-vos aqui o resultado do trabalho de três semanas intensivas em que eu "dei treinos" à Lúcia, visto ela nunca ter tido aulas de dança ou de ginástica, coreografei e me diverti juntamente com a minha querida irmã, de quem estou tão orgulhosa!

 

 

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publicado às 06:00

Fios de luz

por Teresa Power, em 27.02.15

Francisco:

 

"Eu e a Clarinha nunca fazemos trabalhos em conjunto na escola. Primeiro porque temos dois anos e meio de diferença, mas essencialmente porque temos gostos e talentos muito diversos. No entanto, nas Jornadas Culturais do nosso colégio este ano, tivemos a oportunidade rara de trabalharmos em conjunto no mesmo projeto, cada um a fazer coisas completamente diferentes mas de tal modo que, sem um, o trabalho do outro não faria sentido: juntos e com mais uma colega do 9º ano, preparámos uma dança executada pelas duas, com efeitos especiais feitos por mim e projetados nelas. A inspiração veio de um vídeo do Youtube, que procurámos imitar e adaptar.

Fazer isto não foi fácil. Foi necessário uma sincronização perfeita (ou quase!) entre as bailarinas e o vídeo com os efeitos especiais. Isso foi possível filmando as bailarinas, contruindo os efeitos nesse vídeo, removendo o fundo e adicionando outro. Uma complicação! Eu tive de seguir as mãos das bailarinas com pontos a cada segundo do vídeo, o que deu uma trabalheira enorme. Só assim pude, por exemplo, unir as bailarinas com raios de luz.

Depois de dois dias a fazer o vídeo sem parar, chegou a vez da Clarinha e a amiga começarem a treinar os movimentos todos de modo a sincronizarem com o vídeo que foi feito sincronizado com elas (sim, eu também fiquei confuso!). Isso requereu prática, mais uns ajustes da minha parte, umas improvisações da parte delas, mas creio que no final tudo ficou bem, como podem avaliar pelo vídeo.

Foi muito interessante trabalhar em conjunto com a minha irmã. Primeiro porque podia ir consultando uma das bailarinas para ver se ela “aprovava” o meu trabalho, segundo porque ela podia ir vendo e imaginando na sua mente o que teria de fazer em palco, no dia das Jornadas, por último porque… bem, é minha irmã e é raro fazermos este tipo de trabalhos! Foi divertido, valeu a pena!"

 

Clarinha:

 

"Este ano participei de uma forma diferente nas Jornadas Culturais. Um grupo de professores desafiou-me a mim, a uma amiga e ao meu irmão a construir uma "dança das estrelas".

A primeira vez que experimentámos dançar com a projeção foi no ensaio geral, e por vezes não conseguimos fazer a dança sincronizadas com os efeitos especiais. Tivemos de encontrar estratégias, contar os passos, etc.

Depois de muito praticar com a minha colega, entrámos em palco. Foi engraçado como, sem ver, tínhamos de "agarrar as estrelas" sem nos enganarmos.

Quando terminámos a apresentação, saímos do palco e demos saltos de alegria por termos conseguido trabalhar em equipa e lançar estrelinhas!"

 

Foi preciso concentrar toda a sua atenção no outro, no trabalho do outro, nos movimentos do outro, no talento do outro...

Foi preciso ser generoso e oferecer o seu tempo livre...

Foi preciso ter fé para acreditar que os gestos e movimentos no ar, aparentemente vazios, lançaram estrelas no palco.

Alguns santos receberam de Deus dons especiais, permitindo-lhes ver a luz ou as trevas que iluminam ou escurecem o interior de cada pessoa. Deus ofereceu-lhes a oportunidade de ver os homens como Ele os vê. S. João, na sua primeira Carta, diz-nos:

 

"Deus é Luz e n'Ele não há nenhuma espécie de trevas. Se dizemos que temos comunhão com Ele, mas caminhamos nas trevas, mentimos e não praticamos a verdade. Pelo contrário, se caminhamos na luz, como Ele, que está na luz, então temos comunhão uns com os outros..." (1Jo 1, 5-7)

 

O Francisco, a Matilde e a Clarinha descobriram que estavam unidos por fios de luz; e que, mesmo sem verem nem sentirem, podiam agarrar as estrelas.

Seremos nós capazes, ao cruzarmos todos os dias a nossa vida com a dos irmãos, ao rezarmos no silêncio de uma igreja vazia... de fazer a mesma descoberta?

 

 

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publicado às 06:24

Que tenho para Te dar?

por Teresa Power, em 10.01.15

Dia de Reis. Diante do presépio, fazemos a nossa oração, muito animada porque no dia de Reis os mais pequeninos têm direito a coroa real! Depois, com jeitinho, colocamos os Reis Magos junto da manjedoura. Um deles tem a cabeça colada, pois a Sara decidiu passeá-lo um bocadinho pelos montes e prados do presépio, e num segundo de distracção, o Rei tropeçou e partiu a cabeça. Nada que a Clarinha não resolvesse com super-cola.

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"Abrindo os seus cofres, os magos ofereceram presentes ao Menino: ouro, incenso e mirra." (Mt 2, 11)

 

E nós? Que temos nós para Lhe oferecer? No início de um novo ano, é altura de oferecer os nossos presentes. Teremos nós um coração de ouro para Lhe dar? Teremos o incenso da nossa oração? Ou talvez a mirra do nosso sofrimento? Tudo, absolutamente tudo pode ser oferecido ao Senhor. 

Recordo aqui um livro que li há muitos anos atrás: Do Robbins Cough? 

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Conta a história verídica de uma mulher inglesa, casada e mãe de um filho já quase adulto, com uma vida estável e em tudo vulgar. Esta mulher tinha quarenta anos quando viu na televisão a reportagem chocante sobre os orfanatos romenos, depois da queda do ditador Ceaucesco. Eu lembro-me bem de assistir a estas reportagens, nos anos noventa, e de chorar com as imagens! Crianças atadas às camas e aí abandonadas dia e noite, ao frio e quase sem alimento... Enfim, o mundo chorou diante do televisor durante alguns dias. E no mundo, alguns decidiram agir. Os primeiros, como sempre, foram as missionárias da Madre Teresa de Calcutá. E de seguida, voluntários de vários países ocidentais.

Pois bem, Beverly também se sentiu chamada a partir como voluntária, oferecendo o seu mês de férias. Quando se viu com os papéis na mão, para fazer a sua candidatura, deparou com várias perguntas sobre o que tinha para oferecer às crianças romenas. Muito desanimada, Beverly viu-se obrigada a responder “não” a todas elas:


“Eu não apenas não possuía as qualidades profissionais que me eram pedidas, como também não possuía as qualidades amadoras: Sabe guiar? Não. Sabe pintar? Não. Sabe tocar um instrumento musical? Não. Não havia uma única questão que eu pudesse responder afirmativamente. Seria eu um fracasso tão grande? Não teria eu mesmo nada para oferecer? Durante a noite, sem conseguir dormir, levantei-me e sentei-me à secretária. Comecei então a escrever o que sabia fazer. Escrevi que estava sempre bem-disposta, que fazia de boa vontade qualquer tarefa que me atribuíssem, que era muito boa a trabalhar em equipa e que gostava de obedecer. No dia seguinte enviei o formulário. E alguns dias depois recebia a resposta: tinha sido aceite.”

 

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Beverly partiu para a Roménia, e a sua vida nunca mais foi a mesma. Na Roménia, onde o mês de férias se estendeu por longos períodos nos anos seguintes, Beverly reencontrou a fé, regressou à religião, descobriu o amor no serviço dos mais pobres, e encontrou um segundo filho a quem amar. Afinal, o pouco que Beverly tinha para dar era mais do que suficiente...

 

Que tenho eu para dar ao Menino neste ano novo? Uma vida cheia de dons e talentos que todos valorizam? Fantástico! Talvez possa tocar violino na missa, ou ensinar teatro às crianças de um orfanato, ou pintar um quadro para oferecer, ou dar catequese na paróquia... Está na hora de me colocar ao serviço!

Mas talvez eu não tenha talentos que brilham... Talvez eu tenha apenas a minha capacidade de trabalho, os meus braços que gostam de abraçar, a disponibilidade para escutar quem está só e precisa de desabafar...Talvez eu saiba cozinhar, ou fazer arranjos de electricidade, ou acartar tijolos... Não haverá quem precise desta ajuda também?

Talvez eu nem sequer tenha isso para dar: talvez me reste uma dor imensa, a solidão, a tristeza de quem vê ruir todos os sonhos, a doença ou a incapacidade... Também isso é dom que posso fazer ao Senhor.

Como os magos, como Beverly, iremos descobrir que aquilo que damos muda um pouco o mundo que nos rodeia - mas muda por completo o nosso coração...

 

 

 

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publicado às 06:34

Festa

por Teresa Power, em 01.03.14

O António já coloriu as nove imagens do menino a rezar, na sua "página de esforço" (para quem não sabe o que se passou, ler aqui). Chegou a altura de festejar! A gripe e a chuva não nos deixam fazer a oração lá fora, como ele pedira, de lanterna acesa. Mas diante do Senhor, como o Rei David diante da Arca da Aliança, cantamos e dançamos demoradamente. O António, no centro, escolhe as canções.

 

Celebrar as pequenas vitórias de uma criança é uma exigência da educação. Contudo, poucos se sentem seguros na forma de o fazer.

Como professora e como mãe, apercebo-me de uma cultura da recompensa e do castigo baseada em aspectos materiais. O meu filho mais velho tem colegas que, por cada Excelente obtido nos testes, recebem entre cinco a vinte euros. A rir, o Francisco costuma dizer-me que, se cá em casa adoptássemos a mesma estratégia, ele já nos teria levado à ruina. Na verdade, os nossos filhos mais velhos (os outros ainda estão a começar!) têm muitos Excelentes e nunca receberam qualquer recompensa por causa disso. E porquê? Simplesmente porque não vem a propósito. O Francisco não tem boas notas para receber dinheiro; o António não aprendeu a portar-se bem na hora de rezar para receber um presente. Oferecer-lhes algo material seria comprar o seu esforço, chantagear o seu crescimento e enganar o seu sentimento de felicidade.

 

E no entanto, apesar da falta de recompensas materiais, qualquer um dos meus filhos se sente extremamente recompensado! Quando, cá em casa, se obtém sucesso em alguma área da vida, do desporto ao estudo, da magia ao trabalho de voluntariado, da oração à capacidade de ajudar em casa - e nenhuma destas áreas é mais ou menos importante que as outras - , celebramos na hora da oração familiar. Partilhando a oração em voz alta, agradecemos ao Senhor a prontidão do Francisco em arrumar a cozinha, a rapidez com que a Lúcia seca as lágrimas depois de uma birra, a postura do António a rezar, a nova capacidade da Clarinha para passar a ferro, o resultado do David na Matemática, as primeiras palavras da Sara.

 

É a Deus que é devido todo o louvor e toda a gratidão. Deus presenteou-nos com muitos e variados talentos; não fazemos mais do que a nossa obrigação se os colocarmos a render! Como o servo da parábola de Jesus, precisamos de correr ao seu encontro e de Lhe devolver o seu presente, multiplicado segundo a nossa capacidade (Mt 25, 14-30). E o Senhor, que recompensa um simples copo de água oferecido com amor (cf Mt 10, 42), não deixará de nos preparar, no dia feliz do nosso encontro face a face, uma festa de arromba!

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publicado às 09:18



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