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Tempo de casal

por Teresa Power, em 25.01.14

Num destes dias, uma jovem mãe abordou o Niall na universidade:

- Ouvi dizer que tem muitos filhos...

- Não são muitos, são seis - respondeu ele.

- Sim, muitos - continuou ela - Queria fazer-lhe uma pergunta: como faz para os pôr a dormir à noite?

O Niall deu uma gargalhada. A pergunta já é habitual! Depois respondeu:

- É bastante simples. Quando são horas de ir para a cama, eles vão! E mais não sei...

 

Ninguém nasce a saber ser mãe e pai. Como tudo na vida, também a maternidade e a paternidade se aprendem. E a melhor escola são os filhos, claro! O nosso primeiro filho pôs-nos a vida "de pernas para o ar". Às dez da noite ainda tinhamos a cozinha por arrumar, e às vezes era meia-noite e o bebé estava mais acordado do que nós. Foram precisos vários filhos para aprendermos algumas técnicas básicas de organização familiar. Agora, ao fim de sete filhos, temos a cozinha arrumada às oito e os três mais novos deitados antes das oito e meia. Com um só filho, nunca teria tempo para escrever este blogue!

Os nossos filhos mais novos são tão felizes como os mais velhos; mas nós somos muito mais felizes agora do que então. E porquê? Porque as rotinas das crianças oferecem-nos uma margem fantástica para o nosso tempo de casal.

 

Tempo de casal. Tempo em que estamos apenas os dois, para nos lembrarmos de que, antes de sermos pais, somos marido e mulher. Tempo para conversar, para rir à gargalhada, para ler um livro ou ver um filme juntos. Tempo para rezar em casal. Tempo para falar da educação dos filhos e dos nossos projectos e sonhos pessoais. Tempo para desabafarmos sobre os problemas do trabalho ou outros. Tempo para namorar.

 

Há dias em que a rotina dos banhos, jantar e deitar é particularmente difícil, condimentada com muitas birras, lutas entre irmãos e choros. Nesses dias, eu e o Niall trocamos um olhar cúmplice enquanto deitamos também uma olhada ao relógio da parede. Depois sorrimos um para o outro:

- Já só falta meia hora - diz-me ele. A luz que brilha ao fundo do túnel dá-nos um reforço de paciência, e os gestos rotineiros tornam-se mais fáceis.

 

 

Estou convencida de que uma das razões para tantos divórcios hoje em dia é a falta deste tempo conjugal. Nenhuma relação sobrevive sem ele! Para nós, o tempo de casal é diário, embora não tenha todos os dias a qualidade desejada. Penso que, no mínimo, todos os casais precisam e merecem de um serão por semana sem crianças e sem assuntos de trabalho. Não é preciso sair de casa nem fazer as crianças sair de casa: basta organizar um pouco a rotina diária! Claro que, de vez em quando, é preciso um tempo mais alargado, talvez até um fim-de-semana a dois. Os avós são óptimos aliados para ficarem a tomar conta das crianças!

 

Há sete anos que o Niall e eu não passávamos uma noite sem filhos. Não se podem mandar seis filhos para casa da avó todos ao mesmo tempo, não é verdade? Como a avó só costuma receber dois de cada vez, sempre nos sobram quatro. Ontem, finalmente, aconteceu: aproveitámos um retiro internacional e ecuménico em Fátima, e tivémos dois dias de sonho na terra de Nossa Senhora. Valeu bem a pena! Foi um encontro intenso com o Senhor e sua mãe, com a Igreja, e um com o outro. Os nossos filhos não podiam estar mais felizes, bem tratados pela avó, que se adaptou rapidamente ao barulho, à brincadeira e até à bicharada. E agora estamos de regresso para junto de quem mais amamos no mundo...

 

 

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publicado às 09:50


7 comentários

De Anónimo a 27.01.2014 às 09:49

Eu sou a dita cuja avó. Fiquei bem com os meus seis netos. Houve aqulas horas criticas...e de confusão. Mas lá passaram e só por saber que os pais estavam a sós me sentia muito feliz.
Dormir ao lado da bébé foi uma delícia!
Os mais crescidos ajudaram e tudo se fez!

De Anónimo a 27.01.2014 às 22:06

Todo o casal necessita desse tempo. Fico feliz por terem tido esta oportunidade. Fujam mais vezes. Se a avó fica com dois eu fico com quatro. Beijos
São

De Rita Teles a 30.01.2014 às 16:53

É tocante o modo como crescem juntos e a vossa partilha nos ajuda a crescer, em Cristo, e no Amor!
Obrigada por partilharem connosco o que vivem e o que são! É um privilégio poder conhecer-vos!

De Carla Mariz a 01.02.2014 às 19:34

E de facto a quantidade de tempo não é o mais importante.... Podem ser poucas horas por dia/semana/mês, o que importa é a qualidade do tempo.... Nem sempre muito tempo significa boa qualidade.
Aproveitem e façam mais vezes.... 6 aqui em casa não cabem, mas para 3 ainda se arranja....

De Teresa Power a 01.02.2014 às 21:52

Com tantas ofertas para nos ficarem com os filhos, estamos a pensar em sair já amanhã... OK, não estamos, não se assustem! Mas que soube muito bem, lá isso soube. E uma semana depois ainda temos na alma aquela "bolhinha" de felicidade que nasce do encontro um com o outro e com Deus... Obrigada Carla, e obrigada São pela vossa disponibilidade! E obrigada, claro está, à avó, que se disponibiliza sempre e, como ela diz, "só não saímos mais porque não queremos". É verdade!

De Andréia Ferreira a 12.04.2014 às 22:28

Eu estou grávida pela 7ª vez, tenho 5 na terra, 1 no céu e esse que esta por vir. Procurava na internet algo sobre casais que também estão abertos a vida como nós, mas é difícil encontrar.....até que enfim encontrei vocês.
Somos católicos, Oblatos definitivos da Fraternidade Monástica dos Discípulos de Jesus para Gloria de Deus Pai.
Sofremos muito preconceito, até mesmo por pessoas da própria fé.
Mas decidimos dar a vida por Cristo e pela igreja.
Abraços.
Andréia.

De Teresa Power a 12.04.2014 às 22:42

Deus vos abençoe, Andreia! Benvindos! É muito importante podermos partilhar a fé com quem nos compreende, para não desanimarmos! Sim, o preconceito é grande, mas o amor de Jesus é maior ainda, não é verdade? Rezem por nós na vossa casa, que nós rezaremos por vós! Unidos em Deus, Teresa

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