Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Somos uma família católica, abençoada com seis filhos na Terra e um no Céu. Procuramos viver a fé com simplicidade e generosidade. Queremos partilhar com outras famílias a alegria de sermos Igreja Doméstica na grande família da Igreja Católica.
Em julho passado, a professora de ginástica rítmica da Clarinha emigrou para a Alemanha, deixando as ginastas muito tristes. A federação tem tido alguma dificuldade em colmatar a falta desta professora, pelo que as aulas ainda não recomeçaram. Segundo fomos informados, recomeçarão no dia 1 de outubro.
Mas pode uma ginasta fazer uma pausa de dois meses? Claro que não: duas semanas de férias já equivalem a uma perda muscular significativa, quanto mais dois meses! A Clarinha sabe disso. Assim, durante todo o verão, fez para si própria um horário de treino intensivo e diário. Outro dia encontrei-a a treinar... com um quilo de arroz em cada perna:
Infelizmente, a ideia não foi assim tão luminosa: um dos pacotes de arroz rebentou, e o resto, teremos nós de imaginar - digo "nós", porque a Clarinha só me contou das suas aventuras depois de ter apanhado o arroz todo!
Quando a Clarinha treina em casa, raramente o faz sozinha. Reparem nesta foto:
- Conta até dez, Sara, para eu aguentar! - Pedia ontem a Lúcia, espargata aberta no chão da sala.
- Um, dois, tês, nove, quinze, dezasseis... - Contava a Sara, do alto dos seus três anos, muito séria. E depois, ainda mais séria, perguntou à irmã: - Já dói? Já dói?
A Lúcia e a Sara aprenderam que, nos treinos, é preciso aguentar alguma dor...
"É preciso dar até doer", dizia muitas e muitas vezes a Madre Teresa de Calcutá às suas missionárias. Tudo o que não for isso, é simplesmente um despejo de sobras.
A Clarinha adora entrar em competições e sonha em ser treinadora de ginástica. E eu delicio-me a admirar a sua técnica, o rigor dos seus treinos caseiros, a disciplina que impõe a si mesma e às suas pequenas atletas, a capacidade de aguentar a dor e de não desistir.
A mim, ninguém me apanha a fazer uma espargata, claro! Mas ontem, às seis da tarde, olhei para o relógio e lembrei-me de que ainda não fizera o meu quarto de hora de oração silenciosa. De que estava à espera para rezar? Do cansaço extremo da noite? Como a Clarinha, preciso de fazer para mim mesma um horário de "treino intensivo". Marquei quinze minutos? Pois serão quinze minutos, bem contados - e não como a Sara os contaria... Dói, encontrar esse tempo no meio da corrida de cada dia? Dói, mas se não doer, não estou a dar nada ao Senhor.
Diz Jesus no Evangelho:
"Pela vossa perseverança salvareis as vossas almas." (Lc 21, 19)
Ensina-me, Senhor, a levar a sério o tempo que Te quero oferecer todos os dias! Do meu "treino diário" dependerá o sucesso das "competições" que preparaste para mim...