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Um baptismo em dia de S. Martinho

por Teresa Power, em 12.11.14

O dia de S. Martinho tem na verdade muitas festas associadas! Para além da festa de S. Martinho, que merece um post à parte, já aqui falei na festa da Ana Maria Javouhey, que foi baptizada a 11 de novembro. Pois bem, cá em casa há ainda uma outra festa: a memória do baptismo da Sara! Foi também no dia de S. Martinho que a Sara, com quase dois meses, foi baptizada. Um dia que recordamos com muito carinho!

Recordo a sensação de estar à porta da Igreja, com a minha filha ao colo, pedindo a Deus e à comunidade cristã licença para entrar... Que emoção, e que experiência profunda de fé! Faz-nos bem tomar consciência de que a fé é um dom, e de que ninguém entra na Igreja de Deus senão através dos irmãos, que nos acolhem, que nos transmitem a fé e que nos ajudam a crescer. Assim, faz-nos bem bater à porta e escutar a voz sonora da comunidade a cantar, e a voz sonora do sacerdote que nos recebe de braços abertos. Disse o Papa Francisco na sua catequese sobre o baptismo:

"O baptismo é um dom que é concedido num contexto de solicitude e de partilha fraterna. Eu não posso baptizar-me sozinho, devo pedir o baptismo a outra pessoa. É um acto de fraternidade, um acto de filiação na Igreja." (8.1.14)

mãe e sara 1.JPG

Como foi bonito, então, caminhar pela igreja dentro com a Sara nos braços, e contemplar os sorrisos nos rostos que se voltavam para nós, em jeito de acolhimento fraterno!

Mais um pouco, e a Sara foi finalmente baptizada. Continua o Papa Francisco a explicar, na sua catequese:

"Com o baptismo, somos imergidos naquela fonte inesgotável de vida que é a morte de Jesus, o maior acto de amor de toda a história; e graças a este amor podemos viver uma vida nova, já não à mercê do mal, do pecado e da morte, mas na comunhão com Deus e com os irmãos."

 

Lembro-me da alegria nova, pura e profunda que senti quando a água se derramou sobre a sua cabecita. Foi verdadeiramente um novo nascimento... De repente, ela já não era minha filha, já não estava dependente da minha história ou do meu pecado, mas era toda de Deus!

 batismo 1.JPG

Pensando em mim e na minha natural tendência para o pecado, penso também em todas as mães solteiras, abandonadas, traídas que se abeiram da Igreja de Jesus para poderem baptizar os seus bebés... Penso na alegria que devem sentir ao perceber que, a partir do baptismo, aquele bebé está liberto do peso da história dos seus pais, e renasce como filho muito amado de Deus. Que nada nem ninguém nos impeça de pedir o baptismo para os nossos bebés!

 

Envolta numa veste branca, a Sara foi para todos nós, naquela igreja, sinal do poder santificante da graça de Deus. Como diz o Apocalipse:

 

"Estes são os que vêm da grande tribulação; lavaram as suas túnicas e as branquearam no Sangue do Cordeiro." (Ap 7, 14)

veste branca 1.JPG

Perceber que a Sara, tão pequenina, antes de alguma vez ter sequer pecado, foi salva pelo Sangue de Jesus, é profundamente comovente. Jesus não espera que pequemos para nos salvar! Jesus nem sequer espera que sejamos capazes de Lhe agradecer! O baptismo dos bebés, ao não exigir sequer que eles se apercebam do dom que recebem, é talvez o sacramento que melhor exprime a gratuidade do amor divino.

 

Os padrinhos seguraram connosco a vela, símbolo da fé. E desde então, nunca deixaram de acompanhar a Sara na sua descoberta do amor de Deus:

esta luz pequenina 1.JPG

Nem eles, nem, claro, a avó, comovida como sempre fica em todos os baptismos dos seus netos! E tem razão em se comover: a simplicidade da cena de um baptismo esconde uma verdade tão profunda...

vovo e sara.JPG

Ontem, dois anos depois deste belo dia, fizemos festa, seguindo o conselho do nosso Papa Francisco na mesma catequese:

"É importante conhecer o dia em que fui imergido nessa corrente de salvação de Jesus. E permito-me dar-vos um conselho, que é até um dever: hoje em casa, procurai, perguntai a data do baptismo. Conhecer a data do nosso baptismo significa conhecer uma data feliz. Mas o risco de não a saber é o de perder a consciência daquilo que o Senhor fez em nós, a memória do dom que recebemos. Devemos despertar a memória do nosso baptismo."

 

Assim, ontem à noite, para grande surpresa da Sara, colocámos-lhe entre as mãos a vela do seu baptismo, de novo acesa, e cantámos a plenos pulmões, no meio de muitas palmas: "Esta luz pequenina, vou deixá-la brilhar..." Olhem bem para a cara de felicidade:

sara batismo 1.JPG

 

sara batismo 2.JPG

Querida Sara, que a luz que seguras entre as mãos brilhe por toda a eternidade, e guie sempre os teus passos! Tu que foste baptizada em Cristo, estás revestida de Cristo! Aleluia! Aleluia!

 

 

 

 

 

 

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publicado às 06:46


7 comentários

De Ricardo Resende a 12.11.2014 às 09:51

Que coincidência, vamos baptizar o nosso filho no próximo domingo e estava a ler o livro que nos deram na nossa paróquia. Gostei muito de ler o vosso testemunho! Parabéns Sara!

De Teresa Power a 12.11.2014 às 10:19

Um dia de festa muito feliz para vós!!!

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