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Somos uma família católica, abençoada com seis filhos na Terra e um no Céu. Procuramos viver a fé com simplicidade e generosidade. Queremos partilhar com outras famílias a alegria de sermos Igreja Doméstica na grande família da Igreja Católica.
Na véspera do Retiro da Quinta do Conde, o Francisco foi para Lisboa de comboio. Durante a viagem, como costume, rezou o terço em silêncio, enquanto contemplava a paisagem. Mal tinha acabado de o fazer, quando a senhora sentada a seu lado abriu a carteira e dela retirou também um terço.
- Que pena não ter tirado o seu terço antes! - Riu-se o Francisco com simpatia - Acabo de rezar o meu. Podíamos ter rezado juntos!
- Tu és católico? - Quis saber a senhora, certamente surpreendida com o comentário.
- Sim, sou católico. Pertenço ao movimento Famílias de Caná, não sei se conhece!
- Espera lá... Tu não és o filho da Teresa Power?
Não sei se a simpática interlocutora do Francisco acabou por rezar o seu terço, mas sei que continuaram a conversar durante bastante tempo. Quando, no dia seguinte, o Francisco me contou esta história, eu pensei precisamente no que significa ser um Jovem de Caná, um jovem feliz com a sua fé católica, um jovem sem medo de partilhar a sua alegria com todos os que se sentarem a seu lado, um jovem capaz de rezar em todo o lugar.
Nem sempre é fácil para o Francisco interromper as suas atividades para vir rezar o terço em família, todos os serões. Mas mesmo com um suspiro mais ou menos audível, mesmo com algum esforço e alguma pressa, o Francisco deixa o que está a fazer para se sentar ao nosso lado, no sofá, e rezar. Já não se trata, como quando era mais novo, de uma imposição familiar, uma rotina anterior ao seu próprio nascimento. O episódio do comboio veio mostrar-nos que a oração é, para o Francisco, uma imposição pessoal, um ato de vontade, uma decisão consciente de um crismado que cresceu e se sente adulto na sua fé.
O Francisco pertence a esta primeira geração de Jovens de Caná que os retiros têm trazido à luz. Quantos haverá já espalhados pelo nosso país? Alguns vão comentando no blogue, outros lêem e meditam, mas todos têm esta ânsia de crescer na alegria da sua fé católica, partilhando a vida e dando testemunho do amor de Deus.
Foi entre estes jovens participantes em retiros Famílias de Caná que o Francisco encontrou a sua namorada, há um ano atrás. Juntos, procuram aprofundar a maravilha do namoro cristão, para também no namoro serem luz na escuridão do mundo. Para nós, pais, é uma honra podermos acompanhar o desabrochar de uma nova etapa da vida cristã do nosso filho mais velho. Aí vai ele, abrindo caminho aos irmãos...
Como Famílias de Caná, não poderemos fazer alguma coisa pelos jovens que já vivem ou se preparam para futuramente viver um namoro cristão? Claro que sim! Queremos urgentemente oferecer-lhes encontros temáticos, baseados na Teologia do Corpo de S. João Paulo II. Já temos, em Braga, um sacerdote disposto a acompanhar-nos nestes encontros, acostumado a abordar o tema com mestria. Haverá por aí jovens interessados, a quem um dia de encontro pudesse agradar? Escrevam-me para o mail!
Este ano, o Francisco deixou o Colégio que frequentava desde pequenino, para frequentar a minha escola. O Colégio não lhe permitia a opção de Física no 12º ano, e o futuro engenheiro não podia ficar sem a disciplina, pois a física é uma das suas grandes paixões. Ora reparem só na mesa de trabalho do Francisco durante as férias de verão:
O Francisco aceitou a mudança algures entre um encolher de ombros e uma dor de estômago, mas adaptou-se rapidamente. A escola nova é também a oportunidade de conhecer novos amigos, novos professores, novas formas de aprender e ensinar, novos desafios - e não há nada que ele mais aprecie que um desafio novinho em folha! Quanto aos amigos do Colégio, estão apenas à distância de um passeio de bicicleta...
No seu canal do Youtube, o Francisco tem partilhado magia, aventuras, desafios, gargalhadas. Visitem-no online e comuniquem o link aos vossos filhos e jovens amigos!
Na semana passada, o Francisco dirigiu-se à porta para atender o carteiro. Era a sua prenda de anos que chegava, uma encomenda da Amazon. Recebeu a encomenda e, contendo a curiosidade, escondeu-a no armário do meu quarto. Hoje o Francisco faz dezassete anos. Quando acordar, irá abrir a prenda que ele próprio escolheu, recebeu e escondeu... Já lá vai o tempo em que acordava a meio da noite para abrir as suas prendas, incapaz de controlar a ansiedade. Aprender a esperar assim é também crescer!
Parabéns, Francisco, e bem-hajas pelo privilégio de partilhar contigo estes dezassete anos de vida! Como S. Paulo a Timóteo, também eu te digo hoje:
"Ninguém escarneça da tua juventude; antes, sê modelo dos fiéis, na palavra, na conduta, no amor, na fé, na castidade. Não descures o carisma que há em ti!" (1Tm 4, 12.14)
Ámen.