Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]
Somos uma família católica, abençoada com seis filhos na Terra e um no Céu. Procuramos viver a fé com simplicidade e generosidade. Queremos partilhar com outras famílias a alegria de sermos Igreja Doméstica na grande família da Igreja Católica.
- Hoje foi mesmo mau. Os meninos portaram-se mal, e por causa deles não pude ir brincar lá para fora. E o solinho brilhava tão bonito!
- É assim, António. Na escola, por causa de um, pagam todos. Comigo também costuma acontecer! Farto-me de ouvir sermões. E não sou eu que falo!
- E eu também, David!
- Espera lá, Lúcia - Interrompi - Tu costumas falar um bocadinho, não é verdade?
- Não!
Continuei a conduzir, e a escutar.
- É mesmo injusto! Perder um intervalo por causa dos outros! Tu fazes injustiças dessas, mamã?
- Faço, David. E fico sempre cheia de pena dos meninos que se portam bem, como tu. Mas às vezes tem de ser! O Francisco e a Clarinha já sofreram muitos castigos coletivos sem qualquer culpa, e estão aqui. Não pensem mais nisso! Estamos quase a chegar a casa e podem ir todos brincar no jardim.
- Ah, que bom ser primavera!
Enquanto os meninos saíam do carro em grande alegria para correr e brincar na relva, fiquei a pensar...
"Por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, pelo que todos pecaram.
Se pelo pecado de um morreram todos, muito mais a graça de Deus, e o dom pela graça, que é de um só Homem, Jesus Cristo, abundou sobre muitos.
Pela desobediência de um só homem, muitos foram feitos pecadores; assim, pela obediência de um, muitos serão feitos justos.
Onde abundou o pecado, superabundou a graça." (Rm 5, 12-20)
A nossa consciência individualista moderna quer-nos fazer acreditar que o nosso pecado apenas a nós diz respeito. Esquecemo-nos de que o pecado, como o amor, é uma pedra lançada na água, provocando circulos concêntricos cada vez mais vastos... Não há pecado inocente; e sim, por um, todos pagam! A guerra que rebenta lá longe, o tsunami que mata nos confins da terra, a crise económica ao nosso lado, o sofrimento dos pobres e de tantos infelizes conhecidos e desconhecidos é nossa culpa também. Jesus não morreu na cruz apenas pelos grandes pecadores: morreu por mim, e a coroa de espinhos que carregou, e as feridas que empaparam de sangue a terra, foram causadas também por mim.
Mas se o pecado de um só causa tanto sofrimento no mundo, a santidade de um só também é capaz de santificar o mundo. Jesus, o Santo de Deus, já nos amou até ao fim. Unamos a Ele os nossos gestos de amor, para que ninguém tenha de "ficar de castigo" por nossa causa, mas antes, por nossa causa, todos sejam salvos, em Jesus Cristo, Nosso Senhor. Ámen!