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Somos uma família católica, abençoada com seis filhos na Terra e um no Céu. Procuramos viver a fé com simplicidade e generosidade. Queremos partilhar com outras famílias a alegria de sermos Igreja Doméstica na grande família da Igreja Católica.
Há tanta coisa para contar sobre o nosso fim-de-semana de missão, e tenho tão poucos minutos disponíveis para o fazer em cada dia! Terei de repartir tudo o que me vai na alma por vários posts. Hoje vou falar-vos de amizade.
Diz o Livro de Ben Sira (ou Eclesiástico):
"Um amigo fiel é uma poderosa proteção; quem o encontrou, descobriu um tesouro. Nada se pode comparar a um amigo fiel, e nada se iguala ao seu valor. Um amigo fiel é um bálsamo de vida; os que temem o Senhor acharão tal amigo. O que teme o Senhor terá também boas amizades, porque o seu amigo será semelhante a ele." (Sir 6, 14-17)
Durante este fim-de-semana, a nossa família pôde experimentar a verdade de todas e cada uma destas palavras.
Quando o Senhor nos chamou para, a partir do nosso testemunho, derramar sobre a Igreja a grande graça das Famílias de Caná, estávamos muito longe de imaginar que um dia teríamos amigos espalhados um pouco por todo o país. Há dois anos atrás, teríamos dado uma gargalhada se nos dissessem que dentro de pouco tempo iríamos dormir - os oito ao mesmo tempo - numa casa em Cascais, ou em Proença, ou em Viana, ou em Neiva, e que até tínhamos boas perspetivas de poder visitar o Algarve! A verdade é que os amigos que recebemos das mãos do Senhor, através das Famílias de Caná, têm sido para nós uma bênção, uma poderosa proteção, um verdadeiro tesouro, um bálsamo suave, nas palavras da Bíblia. Deus não mente: os que temem o Senhor serão abençoados com amizades leais, daquelas que fazem bem à alma e nos reconfortam no mais íntimo do nosso ser.
Passámos o nosso fim-de-semana de missão entre amigos. Alguns destes amigos já vão sendo conhecidos de todos vós, através dos seus próprios blogues (as hiperligações estão na coluna direita deste blogue): a Família Almeida, a Família Batista, a Bruxa Mimi, a Marisa. Outros (ainda) não têm blogue, mas conheceram-nos através deste nosso blogue, vieram um dia a um retiro e, desde então, a nossa amizade não parou de crescer. A Carmina, o Edu e os seus cinco filhos pertencem a este grupo, bem como o João, a Sónia e os seus três meninos. Os nossos filhos passaram o fim-de-semana a correr e a pular de alegria, aproveitando cada minuto do reencontro com os seus "velhos" amigos, e nós fomos trocando as palavras possíveis entre os muitos afazeres do retiro e do encontro de sábado.
Mas há outro pormenor interessante, e o Niall chamou-me a atenção para ele, durante a nossa viagem:
- Já reparaste como, através do blogue, não fomos só nós a fazer amigos? Olha só para estas duas famílias: antes, eram ilustres desconhecidas, mas através do blogue chegaram juntas a um retiro, e aí nasceu uma amizade para a vida... Só Deus pode fazer um milagre assim!
Durante todo o fim-de-semana não parei de me espantar com esta graça imensa de amizades a gerar amizades, ininterruptamente... Tantas famílias que o Senhor assim uniu em amizade sincera!
À medida que os carros chegavam ao retiro, eu descobria rostos que me eram desconhecidos, mas que me sorriam como se me conhecessem há muito tempo.
- Sou mega-fã do blogue - Dizia-me a Joana. Vinha das Caldas da Rainha, com a sua família e um sorriso lindo. - Que giro que é ver-vos ao vivo!
Eu fiquei a pensar que mais giro é para mim encontrar os leitores deste blogue ao vivo. Ali, na Quinta do Conde, até havia leitores do Algarve!
Quantas vezes, ao escrever um post, me pergunto quem estará "do outro lado" a ler as minhas palavras, e como as receberá, se se sentirá tocado por Deus ou, pelo contrário, ofendido... Quantas vezes escrevo sem pensar muito, segura de que "do outro lado" está um amigo que me compreende, mesmo quando sou trapalhona e não digo bem bem aquilo que queria dizer... Com o tempo, a escrita tem-se tornado mais fácil, porque tenho a nítida sensação de que "do outro lado" já há muitos amigos - sensação que, claro, é acompanhada de certeza, quando recebo os vossos mails pessoais a partilhar um pouco das graças que Deus vos vai oferecendo, através dos retiros e da leitura do blogue. Enquanto fazia os ensinamentos, na Quinta do Conde, e cruzava o meu olhar e o meu sorriso com vários destes leitores, eu experimentei "realmente" esta mesma cumplicidade que vinha intuindo "virtualmente". E que bem me fez!
Já passava das sete da noite quando saímos da Quinta do Conde, de regresso a casa. Sobre a Ponte Vasco da Gama, enquanto os meninos enchiam o carro de exclamações e gritinhos de espanto perante tanta beleza, eu agradecia ao Senhor o milagre que representam todos estes amigos, luzinhas a brilhar sobre a ponte da nossa vida, essa peregrinação entre as margens do tempo e da eternidade...